sexta-feira, 6 de junho de 2014

LITERATURA

Escritor Ignácio de Loyola Brandão lança nova edição da Festa Literária de Aquiraz 2014
 
Evento está confirmado para novembro e aposta novamente na relação entre literatura e educação

 
O escritor Ignácio de Loyola Brandão e a curadora Mona Dorf lançaram neste 16 de junho, segunda-feira, às 11 horas, a edição da FLAQ – Festa Literária de Aquiraz 2014 (www.flaq.com.br). Autor homenageado deste ano, Ignácio de Loyola Brandão comemora quatro décadas da publicação de seu romance Zero. Censurado no Brasil, o livro saiu originalmente em uma edição italiana, em 1974. Uma exposição com cerca de 20 painéis tratando dos livros e dos momentos marcantes do autor de Não Verás País Nenhum será aberta no dia 20 de outubro, com pré-estréia na Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo.
A FLAQ 2014 acontecerá de 20 a 23 de novembro, no Engenhoca Parque Educativo, tendo como aposta o incentivo e a mobilização da rede pública e particular de ensino da cidade cearense e de outros municípios em torno da literatura. Em 2013, a FLAQ recebeu 1,5 mil visitantes em quatro dias de festa, e a expectativa dos organizadores é dobrar o público este ano. Uma grande novidade para 2014 é a inauguração da FLAQ INFANTIL, um festival paralelo dedicado às crianças e jovens, com programação exclusiva e participação de autores consagrados, como Pedro Bandeira, Socorro Acioli, Ilan Brenman, entre outros.
A homenagem à Loyola Brandão tem muitas razões, mas uma delas se prende ao fato do autor ter uma relação afetiva com o Ceará. Seu último livro de crônicas, O Mel de Ocara (Editora Global), refere-se no título a um presente que recebeu de uma senhora na cidade cearense. A obra acaba de ser indicada ao Prêmio Brasil Telecom 2014, na categoria Contos e Crônicas.
Escritor consagrado, ícone de gerações por suas ideias combativas, Loyola Brandão, aos 78 anos, transita entre uma vasta audiência, inclusive o professor, graças ao seu comprometimento com a palavra em sua acepção mais ampla.
A lista de escritores confirmados para o festival inclui a jornalista Miriam Leitão, que começa a se dedicar à ficção, na mesa Do jornalismo à literatura, ao lado Sérgio Abranches; sob o tema Literatura Marginal, se apresentam o mexicano Juan Pablo Villalobos e o brasileiro Ferréz. Pedro Bandeira, Mary Del Priore, Bernardo Kucinsky, Chico César, Luciana Savaget, a chilena Carola Saavedra, entre outros.
O compositor e secretário de Turismo da Paraíba, Chico César, fará uma mesa literária sobre racismo no próprio dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra.“São muitas as surpresas para este ano: está programada a vinda de 16 autores; uma mesa dedicada ao cordel; além de termos decidido homenagear um autor vivo, vamos inaugurar também a FLAQ Infantil, dedicada às crianças, que terá uma programação especialmente formatada para elas, com mesas exclusivas e outras atividades”, afirma Mona Dorf, curadora da FLAQ.
Em 2013, a primeira edição da FLAQ contou com o argentino Mempo Giardinelli, um entusiasta da contação de histórias, que abriu a programação repleta de grandes escritores, como os cearenses Ana Miranda, Xico Sá, Ronaldo Correa de Brito, Sidney Rocha e Tercia Montenegro, e os consagrados Luiz Ruffato e Mário Prata.

 








LIVROS - NÃO FICÇÃO

 

Escritor paranaense lança biografia não-autorizada de Leminski

Livro que provocou polêmica com familiares do poeta curitibano sai pela Geração Editorial, que assumiu o risco de embargo pela Justiça

Depois de enfrentar o veto de familiares de Paulo Leminski e, em protesto, divulgar a obra pela internet, o escritor Domingos Pellegrini, de Londrina, resolveu assumir o risco do embargo. A versão impressa e ampliada foi lançada na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília.
Depois da recusa da Editora Record em publicar o livro sem a autorização da família, quem se propôs a correr o risco foi a Geração Editorial. Segundo Pellegrini, a editora confia que haverá um consenso, tanto no Supremo Tribunal Federal quanto no Congresso Nacional, e não será mais necessária a autorização de biografado ou familiares para a publicação de biografias. “Que juiz vai embargar uma publicação sabendo que a lei, ao que tudo indica, está prestes a mudar?”, pondera.
Minhas lembranças de Leminski é, segundo o autor, uma versão melhorada e ampliada daquela disponibilizada gratuitamente pela internet em 2013, sob o título Passeando por Paulo Leminski. “Tem algumas fotos inéditas que recebi de um casal de amigos do Leminski”, revelou.
Mais do que uma quase biografia – já que o próprio Pellegrini considera o livro mais um apanhado de memórias ao lado do poeta – o livro recém-lançado pode se tornar um marco na discussão acerca da publicação de biografias. “Essa pode ser a última biografia a ser embargada por falta de autorização ou pode ser a primeira a não enfrentar mais o temor da proibição”, avalia Pellegrini.
Para o escritor, as histórias de pessoas públicas não podem ser cerceadas nem mesmo pela família. “Essas pessoas não podem ser vistas só como desejam os familiares”, afirmou. À época da finalização da obra, em 2013, as herdeiras de Leminski – a viúva Alice Ruiz e as filhas Áurea e Estrela Leminski – discordaram da publicação por considerar que o livro denigre a imagem do escritor curitibano. Na ocasião, em entrevista, Alice Ruiz afirmou que o livro de Pellegrini serve para construir uma imagem de Leminski muito negativa e distante da realidade.
A viúva disse também, na época, que é absolutamente contra a censura, mas acredita que não se deve permitir, em nome da liberdade de expressão, que sejam produzidas biografias e obras oportunistas que distorçam e ofendam a memória de quem não está mais vivo para se defender. Pellegrini diz não ter recebido nenhum contato da família de Leminski depois da publicação do livro.











Livro de Lira Neto sobre História Urbana e Imobiliária de Fortaleza é lançado

A ascensão da Aldeota, os contornos urbanos da avenida Beira-Mar e o desbravamento rumo ao leste e sudeste da cidade têm relação direta com o trabalho de engenheiros, arquitetos e corretores que conseguiram enxergar além do horizonte imediato do Centro da cidade. O processo de crescimento de capital cearense está descrito com riqueza de detalhes na obra “História Urbana e Imobiliária de Fortaleza – biografia sintética de uma cidade”, escrita por Lira Neto e a jornalista Cláudia Albuquerque. Resultado de um projeto da Luciano Cavalcante Imóveis, o livro foi lançado nesta segunda no edifício LC Corporate Green Tower (Av. Barão de Studart, 300). Na ocasião, o livro será vendido com 50% de desconto no valor de R$ 50 e toda a receita com a venda será doada para a Santa Casa de Misericórdia.
Com um acervo fotográfico de mais de 500 anos e linhas do tempo ao longo dos capítulos, o livro nasceu da reflexão de Luciano Cavalcante Filho, diretor da Luciano Cavalcante Imóveis, em plenas comemorações de 30 anos da imobiliária, comemorado em 2013. “Fizemos parte do processo histórico de crescimento da capital, nós e as demais imobiliárias, incorporadoras e construtoras locais. Este livro exigiu três anos de trabalho intenso e é um presente nosso para a cidade. Espero que a obra nos ajude a conhecer melhor a nossa capital, para que façamos escolhas acertadas no futuro, para deixarmos para nossos netos uma cidade mais justa, sustentável e ainda mais bonita”, comemora Luciano. Após o lançamento, o livro poderá ser encontrado na livraria Cultura com o valor de R$ 100.
O livro, editado pela Editora Braba, é dividido em oito capítulos, divididos pela cronologia dos acontecimentos: o capítulo 1 (1500 - 1654) aborda o início da história da cidade, com o etnocídio dos povos indígenas e a expropriação brutal da terra dos nativos; o capítulo 2 (1654 - 1877) retrata a oportunidade histórica da cidade progredir à custa do “ouro branco”, o algodão, oferecida pela Guerra da Secessão, nos Estados Unidos; o capítulo 3 (1877 - 1900) narra o crescimento de uma cidade de costas para o mar; já no capítulo 4 (1900 - 1929), o texto relata os dias de glória do Centro de Fortaleza, com o aquecimento da vida cultural em teatros, cinemas e praças ajardinadas; o capítulo 5 (1929 - 1950) fala da febre da modernidade, com ônibus e automóveis tomando conta do Centro, que recebe os primeiros “arranha-céus”; no capítulo 6 (1950 - 1970), a construção do Porto do Mucuripe é relatada como promotora de uma alteração no mapa geográfico e social de Fortaleza: surgem a Aldeota e a Beira-Mar; o capítulo 7 (1970 - 1990) é dedicado as muitas “Aldeotas”, relatando como a expansão para o leste gerou loteamentos e novos bairros que tentavam mimetizar a área nobre da cidade; por fim, no capítulo 8 (1990 - 2014), a cidade solar vêm à tona, com o sol se firmando principal ativo econômico de Fortaleza.
Diante dos entraves do crescimento sustentável, os escritores puderam observar a promissora consciência dos empresários em busca da sustentabilidade social e ambiental. Durante a fase de produção do livro, foi ouvido um número expressivo de representantes dos setores da construção e do ramo imobiliário de Fortaleza, parte deles considera a questão como sendo de sobrevivência para o futuro do próprio mercado e, mais que isso, de toda a cidade. Diversas fontes públicas e particulares de pesquisa, entre acervos, documentos e fotos também foram utilizadas e muitas delas estão contempladas no livro.

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