sexta-feira, 6 de junho de 2014

ENTREVISTAS

Brothers of Brazil, com Supla e João Suplicy, faz show em Fortaleza
  

A dupla esteve se apresentando na House of Sensations. Supla deu entrevista para o DIVIRTA-CE, e falou sobre sua formação musical, televisão, política e manifestações da Copa 

A banda Brothers of Brazil, projeto dos irmãos Supla e João Suplicy vem arrancando elogios de toda a crítica com o novo disco “On my way” que apresenta uma pegada mais roqueira que o debut “Punkanova”. Supla e João estiveram este mês na House of Sensations (H.O.S), na Praia de Iracema. Com passagens pelos maiores festivais do país como Planeta Terra, SWU, Festival da Rádio UOL 89FM, um dos shows de maior destaque no Lollapalooza 2014, além da indicação como “Melhor Banda” no VMB da MTV, a banda com influências de Beatles, Tom Jobim, Sex Pistols, Baden Powell e The Clash vem a cada dia se consolidando como uma dos melhores projetos musicais do Brasil na atualidade.
A banda Leite de Rosas & Os Alfazemas (CE) que se define como “Brega-Romântica-Pós-Pop-Cafona”, faz o show de abertura.  A banda faz uma pegada mais rock and roll para aquelas músicas que todo mundo já ouviu alguma vez na vida, incluindo no repertório os maiores clássicos do brega passando por Reginaldo Rossi, Waldick Soriano, Nelson Ned, Odair José, Diana, Roberto Carlos e muitos outros mitos da música popular. 
Supla conversou com o DIVIRTA-CE. O filho de Eduardo e Marta Suplicy falou sobre diversos assuntos com o editor Felipe Muniz Palhano: sua formação musical, a criação dos Brothers, política, televisão, as manifestações da Copa e outros temas. Confira a entrevista:  
DIVIRTA-CE- Você vive uma fase de sucesso fazendo dupla com seu irmão, João Suplicy. Como surgiu o Brothers of Brazil? Foi no programa da RedeTV?
SUPLA –
Surgiu antes do programa. Eu tive a ideia. Muita gente não sabe, mas antes do João (Suplicy, seu irmão) ter virado um grande estudioso da música popular brasileira ele era roqueiro. Eu catequizava, colocava ele para escutar Sex Pistols e outras coisas. Apesar de nascer no Brasil e ter morado nos Estados Unidos de um ano de idade até oito anos, meus pais escutavam muita música brasileira, por causa da saudade. Minha formação era música folk americana com música brasileira, tipo Chico Buarque, Caetano Veloso. Isso foi marcado na minha cabeça, então, seis anos atrás, na mesma época que a RedeTV! me convidou para fazer um programa para a molecada, eu tinha esse projeto com meu irmão. Então decidi chamar o João para o programa, e começamos assim a dupla Brothers of Brazil.

DIVIRTA-CE -Sente falta de fazer televisão? Participaria de algum novo reality-show de confinamento, como a “Casa dos Artistas”? Qual o grande aprendizado que você tirou daquele programa que foi histórico para a TV brasileira?
SUPLA –
Eu adorei fazer o “Brothers”, agradeço muito a oportunidade da RedeTV! de fazer esse programa que durou dois anos e oito meses. Só não gostava das meninas dançando sem música. Quer colocar gostosas? Lança uma “mulher-aranha”, algo caracterizado, que era minha treta com o diretor. Já me chamaram vinte vezes para fazer essas m... de reality, eu não faço. Fiz o “Papito in Love” porque eu vendi pra MTV esse projeto. Eu amo televisão. Eu assisto televisão com controle remoto porque é uma bosta. É uma bosta, mas a gente ama. A TV nos deixa débil mental. Você não lê um livro, só fica olhando aquela imagem. A mesma coisa é a internet, outra m... O que falam de besteira na internet!  Colocaram que meu pai disse que era bonito cuspir na bandeira. E isso teve três mil “likes” no Facebook, como se isso fosse verdade. Tem muita mentira, por outro lado, tem coisas fantásticas na internet.

DIVIRTA-CE -Misturando diversos ritmos, a dupla Brothers consegue agradar a um público grande, inclusive fazendo hits, tocando nos maiores festivais do Brasil e sendo indicada a prêmio de melhor banda. Quais as maiores dificuldades em trabalhar com o irmão? Tem muita briga? A que você deve esse ótimo reconhecimento do público e da crítica ao seu trabalho atualmente?
SUPLA –
Tem muita briga. O sucesso do Brothers é da nossa batalha. Não adianta fazer música boa se você não vai a luta. Muito talento, mas muita correria, não tem para empresário, já trabalhei com vários empresários, e eles são um bando de bunda mole. Nós iríamos fazer vários shows fora do Brasil, para convidar os países da Copa do Mundo. Iria ser shows em Londres, Paris. Eu mandei uma proposta de patrocínio com três críticas de jornais de outras países, com nada a ver com meus pais. O cara do edital disse que iríamos conseguir o patrocínio, mas resolvemos não ir por sermos filhos de pessoas do Governo.  As pessoas pensam que ser filho da Marta e Eduardo Suplicy facilita alguma coisa. Estamos há seis anos na estrada, batalhando nosso terceiro disco.

DIVIRTA-CE -A Brothers of Brazil já tocou em diversos países? Pode ser considerada uma “banda exportação”? Quais os shows mais inesquecíveis e as situações mais inusitadas que você tenha passado nessa nova fase? Quais os lugares que ainda gostariam de se apresentar?
SUPLA –
Essa banda, a Brothers, é para tocar em qualquer lugar do mundo. Acho que o primeiro show que fizemos com Flogging Molly, e em Las Vegas também, foram inesquecíveis. Vários shows da costa americana foram excelentes também. Também tivemos vários shows em Londres fantásticos! 
DIVIRTA-CE-Você é um artista brasileiro desde os anos 70, um dos pioneiros do punk-rock brazuca, chegou a ser comparado com Billy Idol no início de carreira. Como você observa a música brasileira na atualidade, com o fim do império das gravadoras e a expansão de independentes através da internet? Piorou ou melhorou?
SUPLA-
Acho que surgiram coisas bem decentes. Tem os Raimundos, que conseguiram voltar com força, Vivendo do Ócio, que eu gosto, tem o pessoal do Selvagens, que é do Nordeste e foi para São Paulo. Meu conselho para essa molecada é pegar todas as influências de músicas que você gosta e misturar no “caldeirão”. Não é querer copiar.

DIVIRTA-CE- Há muito tempo você não faz shows no Ceará. Quais as surpresas que vocês reservarão para o show em Fortaleza? Vai tocar “Garota de Berlim”?
SUPLA -
Já peguei onda no Ceará, e todas as vezes que fui por aí, me lembro de ter sido tratado muito bem. No show vamos tocar “Garota de Berlim”, “Japa Girl”... Não posso tocar muita coisa do meu trabalho solo, pois não tem nada a ver. Temos músicas ótimas para mostrar do Brothers.  
DIVIRTA-CE -Em ano político e de Copa, fica difícil não perguntar a você, filho de Marta e Eduardo Suplicy, como você está encarando as manifestações contrárias ao campeonato mundial de futebol no Brasil?
SUPLA -
Eu acho ótimo as manifestações, mas não gosto de violência. Vi uma foto na Bahia com o exército nas ruas. Isso me deu uma depressão! Sim, porque, ditadura nunca mais!

DIVIRTA-CE -Com um pai senador exemplar no quesito honestidade, nunca sonhou em ver Eduardo Suplicy presidente? Já pensou em entrar na carreira política como seus pais e muitos outros artistas?
SUPLA -
Eu acho que eu seria um ótimo político. Eu acho que meu pai seria um ótimo presidente, mas ele foi posto de lado no partido, e todo mundo sabe disso.  Já fiz música contra os partidos, sobre o próprio PT, o mensalão, o “trensalão” do PSDB.

DIVIRTA-CE – Mas na questão do mensalão, você acha que o Lula não sabia de nada?
SUPLA –
Claro que sabia. Mas ele tinha que ser blindado, afinal, ele é a principal imagem do partido.

DIVIRTA-CE -Vai apoiar o PT nas próximas eleições? O que acha do Governo Dilma?
SUPLA –
Nunca fui do PT, sempre fiz campanha para o meu pai e a minha mãe. Qualquer presidente que estivesse no lugar da Dilma estaria tomando porrada da mesma forma. Muita gente critica, mas tem que apresentar soluções. A proposta do senador, meu pai, o plano de renda mínima, é uma das soluções.

Clique aqui e veja fotos e vídeos da dupla Brothers of Brazil em Fortaleza na seção DIVIRTA-CE COBERTURAS












Paulo Diógenes celebra 26 anos de carreira

O humorista, famoso por sua personagem, a Raimundinha, conversou com o blog DIVIRTA-CE, sobre seu trabalho como vereador na defesa dos gays e ajuda aos dependentes químicos e os próximos projetos na carreira de ator

Ele poderia ter sido um bancário, e ninguém conheceria a escrachada Raimundinha, aquela personagem mais famosa. Paulo Diógenes continua humorista, mas agora gasta mais tempo exercendo sua função de vereador de Fortaleza, e além de continuar a carreira de ator de 26 anos, permanece com seu trabalho social, ajudando dependentes químicos, e lutando pelo fim do preconceito contra gays, lésbicas, LGBT’s.


Paulo Diógenes vive seu momento romântico também: se casou com Tarcísio Rocha, acabou de realizar o primeiro  casamento coletivo LGBT, com apoio da Prefeitura, e planeja seu retorno aos palcos. O humorista respondeu as perguntas de Felipe Palhano, do DIVIRTA-CE, e falou sobre o início da carreira, as dificuldades na política e seus próximos projetos.
 
DIVIRTA-CE - Hoje você é um humorista consagrado, e vereador eleito nas últimas eleições em Fortaleza. Mas muita gente não conhece como foi o seu início de carreira. Como iniciou sua vida na comédia? Teve muitos outros trabalhos antes de se descobrir humorista? São quantos anos de carreira?
PAULO DIÓGENES -
Antes de descobrir a Raimundinha, eu trabalhei durante alguns anos no antigo BEC (Bando do Estado do Ceará). Mas eu sentia que algo não estava totalmente certo. Era muito inquieto para trabalhar em um escritório. Então, um belo dia eu resolvi largar essa vida e investir no meu lado artístico. Pouco depois, em 1979, se não me falha a memória, eu já ensaiava algumas peças teatrais. Só em 1986 eu comecei com o humor, em bares de Fortaleza. Foi quando os primeiros traços da Raimundinha começaram a surgir. Esse ano (2014) estou completando 26 anos de carreira.

DIVIRTA-CE -Como surgiu a Raimundinha, sua personagem mais famosa? Você acha que o exagero, o escracho, foram as marcas de humoristas da sua geração no Ceará?
PAULO DIÓGENES -
Foi numa peça de teatro em que eu vivia uma mãe, ainda sem nome, que queria fazer da filha crente uma “striper” que a personalidade da Raimundinha me surgiu. Essa mulher sem nome foi o embrião da Raimundinha. Daí em diante foi um processo de amadurecimento. Foram cerca de 10 anos até chegar ao que ela é hoje: essa figura exagerada, emergente que usa tudo de uma vez só para mostrar que tem, sem perder nunca o jeito suburbano. Sem dúvidas esse humor escrachado marcou a nossa geração e se mantém até hoje como uma marca genuinamente cearense. É difícil encontrar humoristas nessa mesma vertente fora do Ceará.

DIVIRTA-CE - Você já fez vários programas de TV e teve alguns programas semanais na TV Diário, inclusive, recentemente, teve uma temporada de um programa novo passando. Quais as maiores dificuldades e diferenças em fazer humor na TV e ao vivo, no teatro? Já sonhou em ter programa em alguma rede nacional?
PAULO DIÓGENES -
O grande diferencial da TV é que o trabalho todo é muito coletivo. Eu dependo do câmera, do iluminador, do produtor, de toda uma equipe pra poder iniciar e concluir um trabalho. Vivi isso durante a temporada de dois anos que passei na Record, onde tive um quadro fixo no programa “Tudo É Possível”, com a Ana Hickmann. A equipe era enorme, o que não é comum nas TVs de locais (de Fortaleza). Quando se faz teatro o trabalho depende muito mais de você mesmo, apesar de sempre haver uma equipe por trás. Sobre querer ter um programa só meu, nunca pensei nisso. Os convites para as participações a TV eram constantes e eu me concentrava num projeto de cada vez.  

DIVIRTA-CE - Você também sempre apoiou e incentivou o surgimento de novos humoristas e comediantes no Ceará. Quais os artistas consagrados que você admira, e quais comediantes da nova geração você gosta?
PAULO DIÓGENES -
Acredito que a ideia de que há espaço para todo mundo em qualquer área. No humor não é diferente. Quem tem talento vai se destacar uma hora ou outra. Admiro o trabalho do grande Chico Anysio, que tornou nosso humor famoso em todo o país e abriu portas para nossos talentos. Sobre os humoristas da nova geração, muitos se destacam nas mais diferentes vertentes do humor. Não conseguiria citar todos sem cometer injustiças. Mas nosso Ceará continua revelando grandes talentos.

DIVIRTA-CE - Por que você decidiu entrar na política? Como foi o convite ou seu interesse de disputar as eleições para vereador?
PAULO DIÓGENES -
Eu cresci numa família de forte atuação política. Meu pai, Osmar Diógenes, já foi deputado e até hoje é muito atuante no cenário cearense. Apesar disso eu nunca tive o menor interesse de ingressar na área. O convite para me candidatar surgiu em 2012, por parte da presidência do PSD (Partido Social Democrático). Na época, além das apresentações da Raimundinha, eu administrava uma instituição para recuperação de dependentes químicos num município perto de Fortaleza. Foi a possibilidade de poder fazer algo mais para ajudar pessoas nessa condição de dependência química que me convenceu a sair candidato a Vereador de Fortaleza. Apostei nesse caminho e graças a Deus obtive êxito e hoje batalho fortemente por essa bandeira na Câmara Municipal.

DIVIRTA-CE - O que é mais estressante ou difícil: a vida política ou a vida de artista? Quais as maiores surpresas que você teve quando assumiu seu cargo de vereador de Fortaleza?
PAULO DIÓGENES -
As duas áreas possuem suas especificidades. Eu acredito que quando se faz uma coisa com amor não há maiores dificuldades.
  
DIVIRTA-CE - Quais os projetos que você defende na Câmara de Vereadores, quais você acha mais importantes, quais você pensa ser mais fácil ser aprovado? Mesmo com pouco tempo de carreira política, pensa em se candidatar a algum cargo no Executivo, de prefeito, por exemplo?
PAULO DIÓGENES -
Desde o início do mandato, em 2013, eu venho trabalhando fortemente para representar duas bandeiras: a dos dependentes químicos e a da comunidade LGBT. Venho me esforçando para conseguir aprovar projetos que promovam o enfrentamento às drogas através de três importantes pilares: prevenção ao uso, tratamento e reinserção social. Pela comunidade LGBT, entrei com requerimento para realizar o primeiro casamento civil homoafetivo coletivo da cidade, que contou com a participação de 30 casais. Não vejo essa diferença entre mais ou menos importante. Eu tento trabalhar com projetos que façam diferença de verdade para a cidade e para a população. Sobre me candidatar a outro cargo, não penso nisso agora. Adoto uma filosofia de viver um dia de cada vez sem projetar um futuro muito distante. Já houveram convites, mas por enquanto prefiro me concentrar no mandato de vereador.

DIVIRTA-CE - Você já demonstrou sua posição sexual em diversas entrevistas, inclusive já fez uma festa de casamento para celebrar sua união com o atual companheiro. Para o Paulo Diógenes cidadão, os gays conquistaram muito espaço e liberdade nesses últimos anos? Por qual motivo? Ou ainda existe uma luta grande contra o preconceito e a homofobia: O que pode ser feito na sua opinião?
PAULO DIÓGENES -
Sim, muito espaço foi conquistado. Ser gay há 20 anos atrás era muito mais difícil, o preconceito era ainda maior. A medida em que a comunidade LGBT foi se tornando social e politicamente visível, as pessoas passaram a ver com outros olhos. Hoje é possível encontrar gays, lésbicas,bissexuais, transexuais em todos os setores da sociedade. O estranhamento diminuiu, mas o preconceito não. Ainda há muito para se conquistar. Acredito que a educação é a solução para formar pessoas com um caráter mais humano, que respeitam a diversidade existente na nossa sociedade. Preconceito é isso, é a falta de informação.

DIVIRTA-CE - E em relação à adoção de crianças por casais gays? O que pensa sobre o assunto?
PAULO DIÓGENES -
Com tantas crianças em abrigos e orfanatos esperando por uma família, essa questão nem deveria ser questionada. Eu acredito que a adoção é um ato de amor, e se casais homoafetivos se propõem a adotar uma criança como filho, como parte da família, isso deve ser louvado. Não deveria importar o formato da família, mas sim o que essa família pode oferecer a uma criança. Se nesse novo lar houver segurança, amor e boa educação, ali será um bom lugar para uma criança viver.

DIVIRTA-CE -  Quais os próximos projetos de Paulo Diógenes artista em 2014? Pretende estrear com Raimundinha e seus outros personagens engraçados no cinema quando? Algum novo espetáculo previsto?
PAULO DIÓGENES -
Por enquanto a Raimundinha vai continuar desfrutando as férias delas. Como eu costumo falar, ela me sustentou durante todos esses anos. Agora é hora de eu sustentá-la por um tempinho. Eu estou realmente focado no mandato de vereador.

 

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