Paulo Diógenes celebra 26 anos de carreira
O humorista, famoso por sua personagem, a Raimundinha, conversou com o blog DIVIRTA-CE, sobre seu trabalho como vereador na defesa dos gays e ajuda aos dependentes químicos e os próximos projetos na carreira de ator
Ele poderia ter sido um bancário, e ninguém conheceria a escrachada Raimundinha, aquela personagem mais famosa. Paulo Diógenes continua humorista, mas agora gasta mais tempo exercendo sua função de vereador de Fortaleza, e além de continuar a carreira de ator de 26 anos, permanece com seu trabalho social, ajudando dependentes químicos, e lutando pelo fim do preconceito contra gays, lésbicas, LGBT’s.
Paulo Diógenes vive seu momento romântico também: se casou com Tarcísio Rocha, acabou de realizar o primeiro casamento coletivo LGBT, com apoio da Prefeitura, e planeja seu retorno aos palcos. O humorista respondeu as perguntas de Felipe Palhano, do DIVIRTA-CE, e falou sobre o início da carreira, as dificuldades na política e seus próximos projetos.
DIVIRTA-CE - Hoje você é um humorista consagrado, e vereador eleito nas últimas eleições em Fortaleza. Mas muita gente não conhece como foi o seu início de carreira. Como iniciou sua vida na comédia? Teve muitos outros trabalhos antes de se descobrir humorista? São quantos anos de carreira?
PAULO DIÓGENES - Antes de descobrir a Raimundinha, eu trabalhei durante alguns anos no antigo BEC (Bando do Estado do Ceará). Mas eu sentia que algo não estava totalmente certo. Era muito inquieto para trabalhar em um escritório. Então, um belo dia eu resolvi largar essa vida e investir no meu lado artístico. Pouco depois, em 1979, se não me falha a memória, eu já ensaiava algumas peças teatrais. Só em 1986 eu comecei com o humor, em bares de Fortaleza. Foi quando os primeiros traços da Raimundinha começaram a surgir. Esse ano (2014) estou completando 26 anos de carreira.
DIVIRTA-CE -Como surgiu a Raimundinha, sua personagem mais famosa? Você acha que o exagero, o escracho, foram as marcas de humoristas da sua geração no Ceará?
PAULO DIÓGENES - Foi numa peça de teatro em que eu vivia uma mãe, ainda sem nome, que queria fazer da filha crente uma “striper” que a personalidade da Raimundinha me surgiu. Essa mulher sem nome foi o embrião da Raimundinha. Daí em diante foi um processo de amadurecimento. Foram cerca de 10 anos até chegar ao que ela é hoje: essa figura exagerada, emergente que usa tudo de uma vez só para mostrar que tem, sem perder nunca o jeito suburbano. Sem dúvidas esse humor escrachado marcou a nossa geração e se mantém até hoje como uma marca genuinamente cearense. É difícil encontrar humoristas nessa mesma vertente fora do Ceará.
DIVIRTA-CE - Você já fez vários programas de TV e teve alguns programas semanais na TV Diário, inclusive, recentemente, teve uma temporada de um programa novo passando. Quais as maiores dificuldades e diferenças em fazer humor na TV e ao vivo, no teatro? Já sonhou em ter programa em alguma rede nacional?
PAULO DIÓGENES -O grande diferencial da TV é que o trabalho todo é muito coletivo. Eu dependo do câmera, do iluminador, do produtor, de toda uma equipe pra poder iniciar e concluir um trabalho. Vivi isso durante a temporada de dois anos que passei na Record, onde tive um quadro fixo no programa “Tudo É Possível”, com a Ana Hickmann. A equipe era enorme, o que não é comum nas TVs de locais (de Fortaleza). Quando se faz teatro o trabalho depende muito mais de você mesmo, apesar de sempre haver uma equipe por trás. Sobre querer ter um programa só meu, nunca pensei nisso. Os convites para as participações a TV eram constantes e eu me concentrava num projeto de cada vez.
DIVIRTA-CE - Você também sempre apoiou e incentivou o surgimento de novos humoristas e comediantes no Ceará. Quais os artistas consagrados que você admira, e quais comediantes da nova geração você gosta?
PAULO DIÓGENES -Acredito que a ideia de que há espaço para todo mundo em qualquer área. No humor não é diferente. Quem tem talento vai se destacar uma hora ou outra. Admiro o trabalho do grande Chico Anysio, que tornou nosso humor famoso em todo o país e abriu portas para nossos talentos. Sobre os humoristas da nova geração, muitos se destacam nas mais diferentes vertentes do humor. Não conseguiria citar todos sem cometer injustiças. Mas nosso Ceará continua revelando grandes talentos.
DIVIRTA-CE - Por que você decidiu entrar na política? Como foi o convite ou seu interesse de disputar as eleições para vereador?
PAULO DIÓGENES -Eu cresci numa família de forte atuação política. Meu pai, Osmar Diógenes, já foi deputado e até hoje é muito atuante no cenário cearense. Apesar disso eu nunca tive o menor interesse de ingressar na área. O convite para me candidatar surgiu em 2012, por parte da presidência do PSD (Partido Social Democrático). Na época, além das apresentações da Raimundinha, eu administrava uma instituição para recuperação de dependentes químicos num município perto de Fortaleza. Foi a possibilidade de poder fazer algo mais para ajudar pessoas nessa condição de dependência química que me convenceu a sair candidato a Vereador de Fortaleza. Apostei nesse caminho e graças a Deus obtive êxito e hoje batalho fortemente por essa bandeira na Câmara Municipal.
DIVIRTA-CE - O que é mais estressante ou difícil: a vida política ou a vida de artista? Quais as maiores surpresas que você teve quando assumiu seu cargo de vereador de Fortaleza?
PAULO DIÓGENES -As duas áreas possuem suas especificidades. Eu acredito que quando se faz uma coisa com amor não há maiores dificuldades.
DIVIRTA-CE - Quais os projetos que você defende na Câmara de Vereadores, quais você acha mais importantes, quais você pensa ser mais fácil ser aprovado? Mesmo com pouco tempo de carreira política, pensa em se candidatar a algum cargo no Executivo, de prefeito, por exemplo?
PAULO DIÓGENES - Desde o início do mandato, em 2013, eu venho trabalhando fortemente para representar duas bandeiras: a dos dependentes químicos e a da comunidade LGBT. Venho me esforçando para conseguir aprovar projetos que promovam o enfrentamento às drogas através de três importantes pilares: prevenção ao uso, tratamento e reinserção social. Pela comunidade LGBT, entrei com requerimento para realizar o primeiro casamento civil homoafetivo coletivo da cidade, que contou com a participação de 30 casais. Não vejo essa diferença entre mais ou menos importante. Eu tento trabalhar com projetos que façam diferença de verdade para a cidade e para a população. Sobre me candidatar a outro cargo, não penso nisso agora. Adoto uma filosofia de viver um dia de cada vez sem projetar um futuro muito distante. Já houveram convites, mas por enquanto prefiro me concentrar no mandato de vereador.
DIVIRTA-CE - Você já demonstrou sua posição sexual em diversas entrevistas, inclusive já fez uma festa de casamento para celebrar sua união com o atual companheiro. Para o Paulo Diógenes cidadão, os gays conquistaram muito espaço e liberdade nesses últimos anos? Por qual motivo? Ou ainda existe uma luta grande contra o preconceito e a homofobia: O que pode ser feito na sua opinião?
PAULO DIÓGENES -Sim, muito espaço foi conquistado. Ser gay há 20 anos atrás era muito mais difícil, o preconceito era ainda maior. A medida em que a comunidade LGBT foi se tornando social e politicamente visível, as pessoas passaram a ver com outros olhos. Hoje é possível encontrar gays, lésbicas,bissexuais, transexuais em todos os setores da sociedade. O estranhamento diminuiu, mas o preconceito não. Ainda há muito para se conquistar. Acredito que a educação é a solução para formar pessoas com um caráter mais humano, que respeitam a diversidade existente na nossa sociedade. Preconceito é isso, é a falta de informação.
DIVIRTA-CE - E em relação à adoção de crianças por casais gays? O que pensa sobre o assunto?
PAULO DIÓGENES - Com tantas crianças em abrigos e orfanatos esperando por uma família, essa questão nem deveria ser questionada. Eu acredito que a adoção é um ato de amor, e se casais homoafetivos se propõem a adotar uma criança como filho, como parte da família, isso deve ser louvado. Não deveria importar o formato da família, mas sim o que essa família pode oferecer a uma criança. Se nesse novo lar houver segurança, amor e boa educação, ali será um bom lugar para uma criança viver.
DIVIRTA-CE - Quais os próximos projetos de Paulo Diógenes artista em 2014? Pretende estrear com Raimundinha e seus outros personagens engraçados no cinema quando? Algum novo espetáculo previsto?
PAULO DIÓGENES -Por enquanto a Raimundinha vai continuar desfrutando as férias delas. Como eu costumo falar, ela me sustentou durante todos esses anos. Agora é hora de eu sustentá-la por um tempinho. Eu estou realmente focado no mandato de vereador.
O humorista, famoso por sua personagem, a Raimundinha, conversou com o blog DIVIRTA-CE, sobre seu trabalho como vereador na defesa dos gays e ajuda aos dependentes químicos e os próximos projetos na carreira de ator
Ele poderia ter sido um bancário, e ninguém conheceria a escrachada Raimundinha, aquela personagem mais famosa. Paulo Diógenes continua humorista, mas agora gasta mais tempo exercendo sua função de vereador de Fortaleza, e além de continuar a carreira de ator de 26 anos, permanece com seu trabalho social, ajudando dependentes químicos, e lutando pelo fim do preconceito contra gays, lésbicas, LGBT’s.
Paulo Diógenes vive seu momento romântico também: se casou com Tarcísio Rocha, acabou de realizar o primeiro casamento coletivo LGBT, com apoio da Prefeitura, e planeja seu retorno aos palcos. O humorista respondeu as perguntas de Felipe Palhano, do DIVIRTA-CE, e falou sobre o início da carreira, as dificuldades na política e seus próximos projetos.
DIVIRTA-CE - Hoje você é um humorista consagrado, e vereador eleito nas últimas eleições em Fortaleza. Mas muita gente não conhece como foi o seu início de carreira. Como iniciou sua vida na comédia? Teve muitos outros trabalhos antes de se descobrir humorista? São quantos anos de carreira?
PAULO DIÓGENES - Antes de descobrir a Raimundinha, eu trabalhei durante alguns anos no antigo BEC (Bando do Estado do Ceará). Mas eu sentia que algo não estava totalmente certo. Era muito inquieto para trabalhar em um escritório. Então, um belo dia eu resolvi largar essa vida e investir no meu lado artístico. Pouco depois, em 1979, se não me falha a memória, eu já ensaiava algumas peças teatrais. Só em 1986 eu comecei com o humor, em bares de Fortaleza. Foi quando os primeiros traços da Raimundinha começaram a surgir. Esse ano (2014) estou completando 26 anos de carreira.
DIVIRTA-CE -Como surgiu a Raimundinha, sua personagem mais famosa? Você acha que o exagero, o escracho, foram as marcas de humoristas da sua geração no Ceará?
PAULO DIÓGENES - Foi numa peça de teatro em que eu vivia uma mãe, ainda sem nome, que queria fazer da filha crente uma “striper” que a personalidade da Raimundinha me surgiu. Essa mulher sem nome foi o embrião da Raimundinha. Daí em diante foi um processo de amadurecimento. Foram cerca de 10 anos até chegar ao que ela é hoje: essa figura exagerada, emergente que usa tudo de uma vez só para mostrar que tem, sem perder nunca o jeito suburbano. Sem dúvidas esse humor escrachado marcou a nossa geração e se mantém até hoje como uma marca genuinamente cearense. É difícil encontrar humoristas nessa mesma vertente fora do Ceará.
DIVIRTA-CE - Você já fez vários programas de TV e teve alguns programas semanais na TV Diário, inclusive, recentemente, teve uma temporada de um programa novo passando. Quais as maiores dificuldades e diferenças em fazer humor na TV e ao vivo, no teatro? Já sonhou em ter programa em alguma rede nacional?
PAULO DIÓGENES -O grande diferencial da TV é que o trabalho todo é muito coletivo. Eu dependo do câmera, do iluminador, do produtor, de toda uma equipe pra poder iniciar e concluir um trabalho. Vivi isso durante a temporada de dois anos que passei na Record, onde tive um quadro fixo no programa “Tudo É Possível”, com a Ana Hickmann. A equipe era enorme, o que não é comum nas TVs de locais (de Fortaleza). Quando se faz teatro o trabalho depende muito mais de você mesmo, apesar de sempre haver uma equipe por trás. Sobre querer ter um programa só meu, nunca pensei nisso. Os convites para as participações a TV eram constantes e eu me concentrava num projeto de cada vez.
DIVIRTA-CE - Você também sempre apoiou e incentivou o surgimento de novos humoristas e comediantes no Ceará. Quais os artistas consagrados que você admira, e quais comediantes da nova geração você gosta?
PAULO DIÓGENES -Acredito que a ideia de que há espaço para todo mundo em qualquer área. No humor não é diferente. Quem tem talento vai se destacar uma hora ou outra. Admiro o trabalho do grande Chico Anysio, que tornou nosso humor famoso em todo o país e abriu portas para nossos talentos. Sobre os humoristas da nova geração, muitos se destacam nas mais diferentes vertentes do humor. Não conseguiria citar todos sem cometer injustiças. Mas nosso Ceará continua revelando grandes talentos.
DIVIRTA-CE - Por que você decidiu entrar na política? Como foi o convite ou seu interesse de disputar as eleições para vereador?
PAULO DIÓGENES -Eu cresci numa família de forte atuação política. Meu pai, Osmar Diógenes, já foi deputado e até hoje é muito atuante no cenário cearense. Apesar disso eu nunca tive o menor interesse de ingressar na área. O convite para me candidatar surgiu em 2012, por parte da presidência do PSD (Partido Social Democrático). Na época, além das apresentações da Raimundinha, eu administrava uma instituição para recuperação de dependentes químicos num município perto de Fortaleza. Foi a possibilidade de poder fazer algo mais para ajudar pessoas nessa condição de dependência química que me convenceu a sair candidato a Vereador de Fortaleza. Apostei nesse caminho e graças a Deus obtive êxito e hoje batalho fortemente por essa bandeira na Câmara Municipal.
DIVIRTA-CE - O que é mais estressante ou difícil: a vida política ou a vida de artista? Quais as maiores surpresas que você teve quando assumiu seu cargo de vereador de Fortaleza?
PAULO DIÓGENES -As duas áreas possuem suas especificidades. Eu acredito que quando se faz uma coisa com amor não há maiores dificuldades.
DIVIRTA-CE - Quais os projetos que você defende na Câmara de Vereadores, quais você acha mais importantes, quais você pensa ser mais fácil ser aprovado? Mesmo com pouco tempo de carreira política, pensa em se candidatar a algum cargo no Executivo, de prefeito, por exemplo?
PAULO DIÓGENES - Desde o início do mandato, em 2013, eu venho trabalhando fortemente para representar duas bandeiras: a dos dependentes químicos e a da comunidade LGBT. Venho me esforçando para conseguir aprovar projetos que promovam o enfrentamento às drogas através de três importantes pilares: prevenção ao uso, tratamento e reinserção social. Pela comunidade LGBT, entrei com requerimento para realizar o primeiro casamento civil homoafetivo coletivo da cidade, que contou com a participação de 30 casais. Não vejo essa diferença entre mais ou menos importante. Eu tento trabalhar com projetos que façam diferença de verdade para a cidade e para a população. Sobre me candidatar a outro cargo, não penso nisso agora. Adoto uma filosofia de viver um dia de cada vez sem projetar um futuro muito distante. Já houveram convites, mas por enquanto prefiro me concentrar no mandato de vereador.
PAULO DIÓGENES -Sim, muito espaço foi conquistado. Ser gay há 20 anos atrás era muito mais difícil, o preconceito era ainda maior. A medida em que a comunidade LGBT foi se tornando social e politicamente visível, as pessoas passaram a ver com outros olhos. Hoje é possível encontrar gays, lésbicas,bissexuais, transexuais em todos os setores da sociedade. O estranhamento diminuiu, mas o preconceito não. Ainda há muito para se conquistar. Acredito que a educação é a solução para formar pessoas com um caráter mais humano, que respeitam a diversidade existente na nossa sociedade. Preconceito é isso, é a falta de informação.
DIVIRTA-CE - E em relação à adoção de crianças por casais gays? O que pensa sobre o assunto?
PAULO DIÓGENES - Com tantas crianças em abrigos e orfanatos esperando por uma família, essa questão nem deveria ser questionada. Eu acredito que a adoção é um ato de amor, e se casais homoafetivos se propõem a adotar uma criança como filho, como parte da família, isso deve ser louvado. Não deveria importar o formato da família, mas sim o que essa família pode oferecer a uma criança. Se nesse novo lar houver segurança, amor e boa educação, ali será um bom lugar para uma criança viver.
DIVIRTA-CE - Quais os próximos projetos de Paulo Diógenes artista em 2014? Pretende estrear com Raimundinha e seus outros personagens engraçados no cinema quando? Algum novo espetáculo previsto?
PAULO DIÓGENES -Por enquanto a Raimundinha vai continuar desfrutando as férias delas. Como eu costumo falar, ela me sustentou durante todos esses anos. Agora é hora de eu sustentá-la por um tempinho. Eu estou realmente focado no mandato de vereador.
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