segunda-feira, 3 de junho de 2013

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Lúdico associado à virtuose técnica
 

“Cirque Du Soleil - Outros Mundos” foi lançado em DVD, Blu-Ray e 3D
 

Com um visual estonteante e números de tirar o fôlego, Outros Mundos é o primeiro filme do Cirque Du Soleil pensado diretamente para o cinema. Criaturas fantásticas, paisagens oníricas e muita virtuose é o conjunto básico que forma o ambiente cênico de qualquer apresentação do renomado circo internacional. Toda essa magia, que tornou a trupe canadense mundialmente conhecida, poderá ser vista agora nas lojas e locadoras, com o lançamento em DVD e Blu-Ray do longa-metragem "Cirque du Soleil: Outros Mundos".
Com direção do cineasta Andrew Adamson ("As Crônicas de Nárnia" e "Shrek") e produção executiva de James Cameron ("Avatar" e "Titanic"), o filme acompanha a trajetória da jovem Mia (Erica Kathleen Linz) à procura do trapezista (Igor Zaripov), por quem ela se apaixona. Em sua busca, a jovem mergulha em um mundo paralelo com tendas habitadas por seres incomuns.
Através da tecnologia 3D, a imersão nos cenários por onde a protagonista perambula é proposta ao público, que pode se deleitar com as imagens em alta definição. Sem dúvida, esse é o ponto forte do "Cirque du Soleil: Outros Mundos": a qualidade dos detalhes passíveis de se assistir em 3D, que poderá ser visto na versão em blu-ray.
Cenas em câmera lenta, onde aparecem todos os movimentos que os trapezistas fazem no ar, ou ainda, os efeitos causados pelas águas onde os acrobatas mergulham --todos são momentos de encher os olhos. A sequência de atos é, em em geral, formada por acrobacias aéreas (trapézio, lira, cama elástica, tecido). Os números são de diferentes espetáculos do Cirque permanentes em Las Vegas ("O", "KÀ", "Mystère", "Viva Elvis", "The Beatles Love" etc.).
O lúdico associado à virtuose técnica está presente e continua sendo, tanto nos espetáculos ao vivo, quanto na tela de cinema, a marca principal do Cirque du Soleil.
 



'João e Maria' é um dos filmes mais alugados nas locadoras de Fortaleza
 

Gemma Arterton e Jeremy Renner em cena de "João e Maria - Caçadores de Bruxas"
 

De tanto em tanto, alguém se lembra de que, em sua origem, os contos de fada eram "cruéis". Essa palavrinha parece soar mágica a roteiristas: séries de TV e outros filmes já beberam dessa fonte, antes de "João e Maria: Caçadores de Bruxas" --que não é para crianças. Mas a noção de crueldade nos contos de fada é diferente da que vige em Hollywood e adjacências. Em um conto, ela é humana, podendo até ser perdoada, e não um signo do mal, sempre vencido nas telas. No "João e Maria" dos Grimm, os pais acham natural abandonar as crianças na floresta, pois não têm mais comida e recursos. Acontece o sabido e, no fim, a mãe morre, mas o pai, cheio de redentor remorso, recebe-os de volta, já munidos do também redentor tesouro da bruxa.
No filme de Tommy Wirkola, os irmãos cresceram e, escolados pela luta com a bruxa na casinha de doces (brevemente recordada no prólogo), tornaram-se famosos mercenários, convocados a um vilarejo onde crianças são sequestradas às pencas por bruxas. Além da premissa errada, a experiência do cineasta norueguês em filmes de crime e horror não basta a credenciá-lo para transformar os personagens nos perseguidores encarnados por Jeremy Renner ("Guerra ao Terror", de 2008) e Gemma Arterton ("Fúria de Titãs", de 2010).
O conjunto final é um "mashup" malsucedido do argumento de "João e Maria", piscadelas tolas à atualidade e clichês de filmes de ação. Estes preponderam e, se Wirkola quis fazer uma paródia do gênero, faltou humor para deixar claro. Cada cena do filme se faz de ideias previamente vistas: a dupla de durões, o trauma que os empurrou ao combate ao mal (que aqui não contaremos) e mesmo as falas e gestos dos caçadores de bruxas poderiam ter saído de qualquer filme fraco de ação. Mas deverá ser diversão garantida para os cinéfilos menos exigentes, para crianças e adolescentes ou para os amantes de efeitos especiais made in Hollywood.

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