segunda-feira, 3 de junho de 2013

LIVROS - NÃO-FICÇÃO

Crítico literário do Estadão lança coletânea

“Aos sábados, pela manhã” reúne textos do escritor Silviano Santiago publicados na imprensa

A Editora Rocco acaba de lançar nas livrarias, nesta segunda quinzena de junho, o livro “Aos sábados, pela manhã", que reúne artigos publicados pelo escritor e crítico literário Silviano Santiago no Sabático, suplemento do jornal O Estado de S. Paulo que circulou de março de 2010 até o início deste ano. Organizados e apresentados pelo pesquisador Frederico Coelho, os textos trazem as impressões de Santiago sobre assuntos tão diversos quanto a alquimia poética do Modernismo, as conferências de Claude Lévi-Strauss, a história da psicanálise, o narcisismo em tempos digitais, o “novo cosmopolitismo literário” por trás de 2666, o badalado romance póstumo de Roberto Bolaño, e muitos outros, revelando a perspectiva interdisciplinar que tem marcado a produção do autor, um dos mais prolíficos intelectuais brasileiros.

Ao escrever para os leitores de jornal, no entanto, Santiago não é apenas o crítico rigoroso e o pesquisador astuto. É também o professor empenhado em iluminar a trajetória das ideias e histórias e o escritor obcecado pela clareza e pela elegância. Suas colunas são, simultaneamente, aulas que passeiam por temas variados e peças de raro sabor literário. Promovendo um raro intercâmbio entre a análise literária e outros campos de saber com erudição e clareza, o livro “Aos sábados, pela manhã” costura os caminhos deixados pelo cinema, pelas artes plásticas, pela literatura e pela política de forma a elaborar um panorama autêntico sobre o pensamento ocidental. Isso tudo com o jeito descontraído de quem conversa à mesa do café da manhã.










Walter Casagrande autografa sua biografia em Fortaleza  

Ao lado do co-autor Gilvan Ribeiro, comentarias da Globo e ex-jogador da seleção brasileira participou de sessão de autógrafos na Livraria Cultura da capital cearense, ontem
 

"Demônios à solta" não são mera figura de linguagem. Eles aparecem logo no título do primeiro capítulo do livro Casagrande e seus demônios, tratando daqueles fantasmas que rondam a vida de uma pessoa em desequilíbrio físico e emocional. Os "demônios" ilustram bem a reviravolta na vida de Walter Casagrande Júnior, que foi de ídolo do esporte a viciado em cocaína e heroína. Casão, ex-jogador do Corinthians, querido da torcida, integrante da Democracia Corintiana junto com Sócrates, e comentarista da TV Globo, expõe sem firulas ao jornalista Gilvan Ribeiro, coautor do livro, todo o seu declínio e restabelecimento.
Ricamente ilustrado, com um caderno recheado de fotos, "Casagrande e seus Demônios", da Editora Globo, tem apresentação de Antônio Prata, que se declara um admirador de Casagrande, e prefácio de Marcelo Rubens Paiva, amigo de sempre, que endossa a hipótese de que tantas coisas boas, e outras tantas ruins, que permearam a vida do ex-jogador dariam um bom roteiro para um livro. "Casão faz questão de contar o inferno que viveu quando era viciado em drogas e sua internação, pois para ele é fundamental passar adiante a experiência, dividir as dores da dependência e alertar para os perigos de um vício frenético, sem preconceitos, desvios ou mentiras. A verdade ajuda a sanidade". O livro teve lançamento em Fortaleza terça, 18, na Livraria Cultura.
Na publicação, Casagrande faz revelações inéditas como, por exemplo, o doping que sofreu quando jogava na Europa. Mas foi na Europa que, em quatro situações, Casagrande foi obrigado a se dopar pelo clube em que jogava. Tomou uma injeção de Pervitin no músculo. "Isso realmente melhorava o desempenho, o jogador não desistia em nenhuma bola. Cansaço? Esquece... se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas", conta. No entanto, o jogador era radicalmente contra o doping e se negou a continuar fazendo uso da droga. Foram oito anos na Europa, até ele voltar a atuar no Brasil.
Mas Casagrande e seus demônios, como a carreira do próprio jogador, vai bem além das drogas. Fã de rock - especialmente de Janes Joplin e AC/DC -, é amigo de roqueiros nacionais, como Rita Lee, a quem dedicou o "Gol Rita Lee", no segundo jogo do Corinthians pelo Campeonato Paulista de 1982, contra o São Paulo. "O Casagrande foi o jogador e é o comentarista mais rock 'n' roll da história do futebol brasileiro", diz o publicitário Washington Olivetto na quarta capa do livro. Ao comentar que o lado roqueiro fez com que muitos jovens se identificassem com o atacante corintiano, Olivetto diz que Casagrande "é o precursor de um personagem que começou a se materializar fortemente na Europa a partir do Ronaldo Fenômeno. É o que eu chamo de futpopbolista, cruzamento de jogador de bola com ídolo do pop".
Casagrande via seu cotidiano sempre em evidênci a, não só por ser um ídolo no clube e na seleção brasileira, e por sua atuação política. Na época da ditadura militar, mantinha longos cabelos despenteados, usava jeans puídos e camisetas com slogans políticos. Desde menino, Casão fixava sua atenção nos rumos dados pelo governo, era contra a prisão arbitrária de oposicionistas ao regime, filiou-se ao PT quando o partido ainda era uma legenda nova - e é lulista convicto até hoje. Foi, então, com naturalidade que fez parte da Democracia Corintiana - termo batizado por Olivetto -, encabeçada pelos jogadores Sócrates, Wladimir, Zenon. Para além da autogestão implantada no clube, em que jogadores, comissão técnica e diretoria tinham poder de voto, os esportistas usavam camisetas em que exibiam apelos políticos, como Diretas-já.
O livro apresenta também um capítulo inteiro dedicado à afinidade que Casagrande tinha com Sócrates. Ironicamente, os dois se viram envolvidos com o vício - Casagrande com as drogas, Sócrates com o álcool. E por conta dele, o Magrão, como Casa chamava o amigo, cometeu diversos deslizes, a exemplo de chegar duas horas atrasado no casamento em que era padrinho. "Não concordo com muitas coisas que o Sócrates fez, ou até mesmo deixou de fazer. Acho que lhe faltava flexibilidade para usufruir a própria genialidade na plenitude. Ele poderia ter tido influência no país de modo muito mais efetivo", analisa o jogador. A ruptura aconteceu quando Sócrates insinuou que Casagrande havia se "vendido ao sistema" ao aceitar o trabalho na TV Globo. Sem bate-boca, os grandes amigos se afastaram. Só voltaram às boas quando Magrão foi internado com hemorragia digestiva - que o levou à morte em seguida. "Ainda bem que nos reaproximamos no final da vida dele. Senão, a dor seria insuportável", t estemunha no livro. No Diário de S.Paulo publicou um texto em que contava sobre essa amizade tão importante. Suas últimas palavras: "Tínhamos uma estreita aliança... Vou jogar meu anel fora. Fazer o que com um anel pela metade?".
Gilvan Ribeiro, que é amigo antigo de Casagrande, diz que a revolução na vida do craque "é uma história sem fim". E que o ex-jogador "colhe os louros do nocaute sensacional sobre as drogas", mas que ele precisa estar sempre alerta para não voltar a ter uma recaída. No último capítulo, "Casão por ele mesmo", o ídolo rememora sua turma de amigos de adolescência, a Turma do Veneno, fala com emoção sobre a conquista do mundial do Corinthians no Japão - e sobre seu papel de torcedor durante a transmissão pela TV -, conta sobre seus fracassos amorosos - "O término de um relacionamento é um tipo de morte, em que a vida em comum deixa de existir" -, discorre sobre seu dia a dia no apartamento em que mora sozinho pela primeira vez, e afirma que ninguém deve ficar no "meio-termo", todo mundo tem de viver por completo. Como ele mesmo faz.

 







Guia completo e essencial ao mestre cervejeiro e ao amante da cerveja

“Brasil Beer”, lançamento da Editora Gutenberg, apresenta informações sobre as  cervejarias dde todo o Brasil, inclusive do Ceará

Assim como o feijão com arroz, prato típico do brasileiro, a cerveja é hoje a grande preferência nacional, ostentando o título de bebida alcóolica mais consumida no país. Atualmente, é tratada como alta gastronomia, harmonizada com alimentos. As diversas marcas, estilos e tipos, bem como a devida localização dos fabricantes, empreendedores e cervejeiros estão catalogados no livro Brasil Beer – O guia de cervejas brasileiras, lançamento da Editora Gutenberg, em que os experts Henrique Oliveira e Helcio Drumond reúnem informações detalhadas sobre mais de 450 cervejas e 120 cervejarias, microcervejarias e associações de cervejeiros artesanais atualmente existentes no país.
A cerveja, entretanto, nem sempre gozou desse status. Durante o período colonial, era proibido produzir cerveja no país, já que Portugal detinha o monopólio sobre o vinho. Além de resgatar a história da cerveja no Brasil, este guia transita por informações básicas, como a Lei da Pureza Alemã e dicas para aguçar os sentidos e degustar a bebida. Passa por questões mais técnicas, como as matérias-primas empregadas, o processo de fabricação e a classificação das cervejas (Lager, Ale, Ale de trigo, entre outras) e desvenda a atividade home brew (cervejarias caseiras) e sua organização. Chega, por fim, a traçar a rota da cerveja regional no Brasil e endereços úteis das cervejarias nos quatro cantos do país. Cada uma das regiões está contemplada com uma cor distinta, facilitando a localização de informações sobre as cidades produtoras, com um serviço completo para os que pretendem conhecê-las, incluindo desde onde se hospedar até serviços de táxi disponível. Um livro, portanto, para ser apreciado “sem moderação”, tanto para quem apenas gosta de um bom copo de cerveja, como para aqueles que querem produzi-la com qualidade. Várias cervejas brasileiras já conquistaram prêmios internacionais e se consagraram como produtos de alta qualidade.
Como afirma, no prefácio da obra, o sommelier internacional de cervejas, Marco Falcone, “sem pretender ser uma enciclopédia ou obra acadêmica, concretiza-se como um compêndio, não só para os que querem se inteirar no momento cervejeiro, mas como um ótimo guia para tours cervejeiros pelo Brasil”. Aqui, o leitor – seja o apreciador ou o mestre – vai conhecer e se surpreender com o vasto e rico universo da bebida mais antiga de todas.
Henrique Oliveira é gestor de riscos e pós-graduado em controladoria e finanças. Especialista em cervejas, fundou e presidiu a Associação de Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais (ACervA Mineira). Faz palestras sobre o mercado de cervejas no Brasil e atualmente realiza consultoria financeira em cervejarias. É proprietário da Cervejaria Ave Cesar.
Hélcio Drumond é engenheiro metalurgista com pós-graduação em metalurgia de fundição de metais no Japão. Foi diretor industrial em empresa do segmento siderúrgico e atualmente é um exímio pesquisador do segmento de cervejas, gastronomia e turismo em geral.
SERVIÇO
Título: Brasil Beer – O guia de cervejas brasileiras
Autores: Henrique Oliveira e Hélcio Drumond
Formato: 12,5 x 22,5 cm
Número de páginas: 304
Preço: R$ 45,00

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