sábado, 3 de abril de 2010

SAÚDE


Cárie pode ser transmitida pelo contato salivar

Comumente interpretada como resultado de uma escovação inadequada e pela ingestão de sacarose (açúcar), a cárie também pode ser transmitida por um simples contato salivar. O ato de beijar, compartilhar talheres, a socialização da mesma escova de dente, e, até mesmo, o hábito materno de experimentar a papinha do bebê podem ser decisivos na transmissão dos microorganismos da cárie (Streptococus do grupo mutans).

O implantodontista Sidnei Goldmann explica. “As milhares de bactérias da boca se “hospedam” na saliva. E, com o microorganismo Streptococus Mutans não é diferente. Encontrado na placa dentária de pessoas infectadas e de natureza contagiosa, a cárie utiliza o “canal” saliva para comprometer a saúde bucal. E, quando a boca não saudável, que oferece condições favoráveis para se desenvolverem, recebe a saliva pelo contato, a contaminação acontece”.

As cáries dentárias são placas bacterianas que produzem ácidos que corroem os dentes, formando uma perfuração de cor escura, que pode provocar dores, inchaço e até a perda dos dentes. No entanto, o especialista Goldmann coloca uma observação: “Mesmo havendo o contato salivar de uma pessoa que possui cárie com outra que não tem, o microorganismo só irá se proliferar se houver um ambiente propício pra isso, ou seja, se a saúde bucal da outra pessoa estiver precária”, ressalta.

“Um dos problemas mais comuns encontrados na boca das pessoas, a cárie é uma grande preocupação dos especialistas em saúde bucal”, comenta Goldmann. Dados do estudo realizado na UFSC (Universidade de Santa Catarina) apontam que quase 40% dos adolescentes brasileiros, entre 15 e 19 anos, já perderam ao menos um dente e, em 93% dos casos, a perda foi provocada por uma cárie.

A prevenção é a melhor maneira encontrada pelos dentistas para se combater o problema causado pelo microorganismo Streptococus Mutans. Uma higiene bucal adequada, com o uso de escova, fio dental e flúor é essencial. “A boca saudável não permite ação da cárie”, conclui o implantodontista da clínica Goldmann Odontologia.

Para saber mais acesse: www.goldmannodontologia.com.br








Vacinação contra gripe A - 2010

No dia 5 de abril, começa a vacinação contra a gripe A para pessoas com idades entre 20 e 29 anos. Depois, receberão as doses idosos com doenças crônicas e, em seguida, brasileiros que têm entre 30 e 39 anos. Desde março, já foram imunizados profissionais da saúde, indígenas, gestantes e doentes crônicos – o objetivo do Ministério da Saúde é vacinar 91 milhões de pessoas. Além de combater o vírus H1N1, que provocou 2.051 mortes em 2009 em todo o país, é preciso vencer também as dúvidas sobre o tema e os boatos, que se espalharam pela internet acerca da vacinação. Para eliminar essas questões, a repórter Natalia Cuminale consultou o Ministério da Saúde e ouviu também os médicos infectologistas Nancy Bellei, Eduardo Medeiros e Juvêncio Furtado a respeito do assunto. Confira os esclarecimentos a seguir.
MOSTRAR TODAS ESCONDER TODAS
IMPRIMA
1. Quais grupos da população devem tomar a vacina?

Segundo o Ministério da Saúde, devem ser vacinados os quatro grupos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): gestantes, indígenas, doentes crônicos e trabalhadores de serviços de saúde envolvidos diretamente no atendimento aos pacientes. Além desses, mais três parcelas da população receberão as doses com base nos dados epidemiológicos nacionais: crianças entre 6 meses e 2 anos de vida e adultos de 20 a 39 anos.
2. Por que só alguns grupos foram priorizados?

Os especialistas explicam que essa foi uma estratégia do Ministério da Saúde para focar a vacinação em parcelas da população em que foi registrada a maior incidência da influenza H1N1, em 2009. De acordo com dados do MS, entre as pessoas que apresentaram síndrome respiratória aguda grave por influenza pandêmica, 22% eram gestantes. A incidência de ocorrências também foi alta em doentes crônicos, crianças menores de dois anos e adultos com idade entre 20 e 39 anos. Os indígenas foram incluídos no grupo por conta da vulnerabilidade a infecções. Já os profissionais da saúde foram vacinados para garantir o funcionamento dos serviços de atendimento à população.
3. Quem são os doentes crônicos?

Basicamente, são pessoas que sofrem com obesidade, diabetes, doenças respiratórias, problemas cardíacos ou imunodepressão. Confira a relação completa seguir:

Relação de quadros crônicos

• Obesidade:
- crianças de até 10 anos com índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 25
- jovens entre 10 e 18 anos com IMC maior ou igual 35
- adultos com IMC maior do que 40

• Doenças respiratórias crônicas desde a infância (exemplo: fibrose cística, displasia broncopulmonar): asma
• Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e outros males respiratórios crônicos com insuficiência respiratória crônica (ex: fibrose pulmonar, seqüelas de tuberculose, pneumoconioses)
• Doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (exemplo: distrofia neuromuscular)
• Imunodepressão (exemplos: pacientes em tratamento para aids e câncer ou portadores de doenças que debilitam o sistema imunológico)
• Diabetes mellitus
• Doença hepática (exemplos: atresia biliar, cirrose, hepatite crônica com alteração da função hepática e/ou terapêutica antiviral)
• Doença renal (exemplo: insuficiência renal crônica, principalmente em pacientes com diálise)
• Doença hematológica (hemoglobinopatias)
• Pacientes menores de 18 anos com terapêutica contínua com salicilatos (exemplos: doença reumática auto-imune, doença de Kawasaki)
• Portadores da Síndrome Clínica de Insuficiência Cardíaca
• Portadores de cardiopatia estrutural com repercussão clínica e/ou hemodinâmica: hipertensão arterial pulmonar
• Valvulopatias
• Cardiopatia isquêmica com disfunção ventricular (fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor do que 0.40)
• Cardiopatia hipertensiva com disfunção ventricular
• Cardiopatias congênitas cianóticas
• Cardiopatias congênitas acianóticas, não corrigidas cirurgicamente ou por intervenção percutânea
• Miocardiopatias (dilatada, hipertrófica ou restritiva)
• Pericardiopatias
4.Quais são as datas para a vacinação?


Cronograma de vacinação para a gripe A
Crianças entre 6 meses e dois anos 22/3 a 23/4
Doentes crônicos com até 60 anos de idade 22/3 a 23/4
Gestantes 22/3 a 23/4
População de 20 a 29 anos 5/4 a 23/4
Pessoas com mais de 60 anos vacinam-se contra a gripe comum. Aqueles com doenças crônicas também serão vacinados contra a gripe pandêmica 24/4 a 7/5
População de 30 a 39 anos 10/5 a 21/5
5.Quem perdeu a data indicada para seu grupo populacional ainda pode se vacinar?

Segundo orientação do Ministério da Saúde, é preferível que as pessoas sigam o cronograma de vacinação. A solicitação da vacinação após o prazo vai depender da interpretação de cada unidade de saúde – já que o caso será encarado como exceção. As mulheres que engravidarem depois de 23 de abril ainda podem tomar a vacina até 21 de maio.
6. Quem não faz parte desses grupos poderá ser vacinado?

Até o momento, o Ministério da Saúde não planeja aplicar a vacina em pessoas que não se encaixam no perfil estabelecido. Segundo o MS, "não há disponibilidade do produto em escala mundial em quantidade suficiente para atender a toda a população". Além disso, "há, também, a limitação da capacidade de produção por parte dos laboratórios produtores, para entrega em tempo oportuno".
7. Clínicas particulares oferecem a vacina?

As clínicas privadas poderão disponibilizar a vacina a toda população – inclusive para quem não faz parte do grupo prioritário – desde que as doses compradas estejam registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o MS, não há impedimento para que as clínicas ofereçam a vacina. O que pode ocorrer, nesse caso, é a limitação da disponibilidade do produto, que depende do fornecimento dos laboratórios produtores.
8. O que acontece com quem pertence ao grupo de risco, mas não pretende tomar a vacina?

Vale lembrar que a vacina não é obrigatória. "Quem pertence ao grupo e não vai se vacinar tem mais risco de adquirir a gripe e chegar a um óbito", afirma a infectologista Nancy Bellei, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O infectologista e professor da Unifesp Eduardo Medeiros salienta que, quanto mais gente for vacinada, menor será a circulação do vírus – o que, como consequência, diminui a incidência da doença.
9. Quem teve a gripe no ano passado e se encaixa no grupo de risco precisa tomar a vacina?

Sim. "Até mesmo as pessoas que acham que tiveram a nova gripe devem tomar a vacina", explica o infectologista Juvêncio Furtado, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Faculdade de Medicina do ABC. Isso porque nem todos os que ficaram gripados em 2009 têm certeza de que realmente estavam infectados pelo vírus H1N1, pois em muitos casos não houve comprovação laboratorial.
10. Tomar a vacina contra a gripe A elimina a necessidade da imunização contra a gripe sazonal?

Não. Um idoso com doença crônica, por exemplo, terá que tomar uma vacina em cada braço – uma contra a gripe A, outra contra a gripe sazonal. No futuro, há previsão de que as clínicas particulares disponibilizem uma única dose, eficaz contra várias gripes.
11. Qual a eficácia da vacina utilizada no Brasil?

De acordo com Nancy Bellei, estudos mostraram que a efetividade da vacina ultrapassa os 90%.
12. É verdade que somente duas doses da vacina garantem a eficácia dela?

Não, isso é um boato. "No início, quando se estabelecia o combate à pandemia, acreditava-se que seriam necessárias duas doses por pessoa. Depois de estudos, percebeu-se que uma só dose é extremamente eficaz em adultos", esclarece Nancy Bellei, da Unifesp. Segundo o MS, as crianças entre 6 meses e 2 anos devem tomar "duas meias doses da vacina contra a Influenza H1N1 – sendo que a segunda meia dose é aplicada 30 dias depois da primeira".
13. A vacina disponibilizada pelo governo é segura ou trata-se de um medicamento em fase de teste?

"As pessoas não têm porque pensar que estão sendo cobaias da vacina", atesta o infectologista Juvêncio Furtado, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Faculdade de Medicina do ABC. "As vacinas brasileiras foram feitas por laboratórios que têm tradição. Não é nada experimental. Para que elas chegassem ao mercado, passaram por vários testes que mostraram segurança e eficácia. Além disso, tivemos o privilégio de receber depois da America do Norte", complementa o infectologista e professor da Unifesp Eduardo Medeiros.
14. Todos podem tomar a vacina ou há contraindicações?

Segundo o MS, a única contraindicação é para pessoas alérgicas a ovos – uma vez que esta vacina é produzida em ovos de galinha. Os especialistas também chamam a atenção para pessoas que têm alergia severa ao timerosal, presente no antigo merthiolate, já que ele também faz parte da composição da dose.
15. Informações que circulam na internet afirmam que o mercúrio encontrado na vacina poderia causar autismo em crianças. Outros textos dizem que a vacina tem células cancerígenas. Isso é verdade?

Não, são apenas boatos. Segundo o MS, "a concentração de mercúrio é usada para evitar crescimento de fungos ou bactérias, no caso de a vacina ser contaminada acidentalmente". O conservante, que não possui uma dose prejudicial, é utilizado também em outras vacinas tomadas rotineiramente pelas crianças. O texto que fala sobre as células do câncer não tem nenhum embasamento científico. "Em geral, as pessoas não costumam conhecer todos os componentes de uma vacina. Mas como essa ganhou destaque na mídia, abre espaço para que mentiras circulem", explica a infectologista Nancy Bellei, da Unifesp.
16. Quem é vacinado pode ficar gripado logo em seguida?

Não. Segundo explicam os especialistas, essa é uma crença popular que não se confirma. Na época em que a vacina é aplicada, circulam diversos vírus respiratórios diferentes – que não o da gripe em questão –, e as pessoas podem adquiri-los, pois não estão imunizadas especificamente contra cada um deles. Mas isso não tem nenhuma ligação com a aplicação da vacina contra a gripe A, que só possuí uma pequena quantidade do vírus da gripe, incapaz de provocar a contaminação.
17. Quais são os efeitos colaterais da vacina?

Segundo a infectologista Nancy Bellei, da Unifesp, menos de 1% dos vacinados pode ter dor no local da aplicação, febre e mal-estar. Em casos raros, as pessoas podem apresentar reações alérgicas.


Fonte: Veja

Nenhum comentário: