Vik Muniz no Espaço Cultural Unifor
RESTAURANTE MOANA LANÇA MOSTRA INÉDITA DE CARDOSO JUNIOR
A alegria e a vitalidade da canção “Essa é pra tocar no rádio”, de Gilberto Gil, inspiraram exposição homônima, do artista Cardoso Júnior, que levará 20 obras inéditas ao Moana Gastronomia & Arte, a partir do próximo dia 30 de março (terça-feira). Como sugere a música, a mostra chega ao Moana para “vencer o tédio quando pintar”, para ser “um santo remédio pro mau humor”.
Em sua primeira memória de infância, Cardoso Júnior lembra de si entre seus desenhos, embora profissionalmente sua dedicação à arte date de 1985, ano do 35º Salão de Abril, primeiro concurso em que se inscreveu, no qual ganhou o 1º lugar na categoria Pintura. O cearense, apesar de ter passado temporada em São Paulo, admite que são a luz e o sol de Fortaleza que inspiram suas pinturas, sempre descontraídas, alegres e com cores fortes e marcantes.
Para o Moana Gastronomia & Arte, o artista preparou obras divididas em diferentes suportes: são telas, recortes em MDF e guaches exclusivas. A exposição apresenta toques de pop arte e com influências das obras de Picasso e sua maneira de retratar figuras, tudo isso aliado à cultura nordestina, em suas cores e textura. Sempre fugindo do quadrado, o artista apresenta ainda uma característica marcante, sugerindo materiais e formas alternativas para pintura.
Cardoso Junior é um multi-artista, além de suas pinturas e do trabalho como ilustrador, estuda Filosofia. Para ele, a arte é território de liberdade e experimentação. Em suas obras constrói e desconstrói imagens cotidianas, é um cronista que faz das tintas seu meio de comunicação, pintando cenas que, assim como as músicas tocadas no rádio, são percepções da vida repletas de verdade e poesia.
Para completar a união entre os prazeres sensoriais das artes plásticas e da culinária, o Moana Gastronomia & Arte está aberto diariamente das 6 horas até 1 hora, oferecendo café da manhã (buffet), almoço e jantar (a la carte). Conta ainda com horários especiais de visitação sem consumo, que é das 9h às 11h e das 14h às 19h.
Serviço
Moana Gastronomia & Arte
Avenida Beira Mar, 4260 – no Golden Flat Fortaleza
Mais informações: (85) 3263.4887
* Restaurante (buffet de café da manhã, almoço e jantar a la carte). Funciona das 6h às 1h.
* Galeria (visitação sem consumo). Funciona das 9h às 11h e das 14h às 19h. Entrada grátis.
A fotografia humanista
Espaço Cultural Unifor abre este mês exposição de Marc Riboud
50 anos de carreira do fotógrafo francês. A mostra reúne as 60 fotos
A Universidade de Fortaleza oferece ao público cearense uma viagem à tradicional escola francesa, que deu corpo à chamada fotografia humanista, a qual influenciou uma geração inteira de fotógrafos em todo o mundo durante o século XX. A mostra poderá ser visitada de 9 de março a 25 de abril no Espaço Cultural Unifor Anexo. A exposição itinerante evidencia a diversidade de épocas e locais clicados por Riboud e reúne as 60 fotos mais representativas dos 50 anos de carreira do fotógrafo. A mostra itinerante percorrerá seis capitais brasileiras, sendo Fortaleza a primeira do roteiro, e as demais são Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Marc Riboud é autor de algumas das imagens mais inspiradoras do fotojornalismo. Sua foto mais famosa é uma menina com a flor em frente à tropa armada, numa manifestação próxima ao Pentágono contra a Guerra do Vietnã. “Ela me disse que eram os soldados que tremiam”.
A mostra tem como objetivo valorizar o olhar atento, humanista e, ao mesmo tempo, de crítica e chamada de atenção. Os visitantes poderão conferir vários registros marcantes de Marc Riboud, na China de Mao, na União Soviética, na Índia, na independência da Argélia, no Maio de 68 na França e na Guerra do Vietnã (fotografando os dois lados do conflito).
Nascido em 1923, em Lyon, França, começou na fotografia quando criança. Em 1937, apresentou suas primeiras fotos, feitas com uma pequena câmera que ganhou de seu pai aos 14 anos, na Exposição Universal de Paris. Em 1944, foi combatente na guerra. Começou a carreira dedicada à fotografia em 1948, no Festival de Lyon. Em 1953, sua foto de um pintor na Torre Eiffel foi publicada na Life, motivando um convite de Henri Cartier-Bresson e Robert Capa para entrar na agência Magnun, onde ficou por 30 anos. Em 1955, foi para o Oriente Médio e Afeganistão. Em 1957, foi pela primeira vez à China. Em 1960, passou três meses na União Soviética. Cobriu a independência da Algéria e de vários países africanos. Fez também fotografias raras no Vietnã do Norte e do Sul, entre 1968 e 1969. Depois dos anos 80, retornou ao Oriente regularmente e expôs suas fotos em Paris, Londres, Nova Iorque, Pequim, Hong Kong, Bilbao e outras cidades.
Marc Riboud – fotógrafo
Nascido em 1923, em Lyon, França, começou na fotografia quando criança. Em 1937, apresentou suas primeiras fotos, feitas com uma pequena câmera que ganhou de seu pai aos 14 anos, na Exposição Universal de Paris. Em 1944, foi combatente na guerra. Começou a carreira dedicada à fotografia em 1948, no Festival de Lyon. Em 1953, sua foto de um pintor na Torre Eiffel foi publicada na Life, motivando um convite de Henri Cartier-Bresson e Robert Capa para entrar na agência Magnun, onde ficou por 30 anos. Em 1955, foi para o Oriente Médio e Afeganistão. Em 1957, foi pela primeira vez à China. Em 1960, passou três meses na União Soviética. Cobriu a independência da Algéria e de vários países africanos. Fez também fotografias raras no Vietnã do Norte e do Sul, entre 1968 e 1969. Depois dos anos 80, retornou ao Oriente regularmente e expôs suas fotos em Paris, Londres, Nova Iorque, Pequim, Hong Kong, Bilbao e outras cidades.
Serviço:
Marc Riboud
Data de abertura: 9 de março de 2010 às 20h
Período de visitação: de 10 de março a 25 de abril de 2010
Local: Espaço Cultural Unifor Anexo
A visitação ao Espaço Cultural Unifor é gratuita. De terça a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
O público também pode agendar exposições guiadas pelo (85) 3477 3239, através do Projeto Arte-Educação, que atende crianças e adolescentes pertencentes à rede pública e privada de ensino.
Bruno Faria tematiza um dos mais importantes gêneros da História da Arte: a paisagem
O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abriu terça-feira, 6, às 18 horas, a exposição individual “Point de Vue”, de Bruno Faria – artista pernambucano radicado em Paris (França) –, com curadoria de Marisa Mokarzel (mestre em História e Crítica de Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará). Gratuita ao público, a mostra fica em cartaz até o próximo dia 07 de maio (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h).
A exposição “Point de Vue” tematiza um dos mais importantes gêneros da história da arte: a paisagem. Os quatro trabalhos apresentados abordam esse histórico tema em diferentes formas e mídias, apresentando questões que envolvem imagem, estética, política e o olhar do homem. Os assuntos envolvem a paisagem natural ou interferências relacionadas à arquitetura e ao próprio espaço urbano.
Point de Vue (texto da curadora Marisa Mokarzel)
Coloca-se a pintura em discussão sem que ela mesma se faça presente, a não ser por meio daquilo que a estrutura, o que está por trás: o desenho. A cor invisível ou coadjuvante – elemento pictórico fundamental permanece velado. Seria, neste caso, apenas o viés de uma aparência, o propósito de “mostrar o que se vê”. O que se vê é o que é ou o simulacro inesgotável de sucessão de imagens?
Aonde está a paisagem? Sob que ponto de vista Bruno Faria a devolve como representação ou pura ironia de quem percebe o mundo a partir de uma postura crítica, imerso à arte, à vida? A perspectiva é um ponto de vista, um ângulo do olhar, uma ilusão ordenada entre o que se sabe e o que se vê. “Pela janela pintada da tela ilusionista, vê-se o que é preciso ver: a natureza das coisas mostradas em sua vinculação”. Cauquelin assim considera: “o que se vê não são as coisas, isoladas, mas o elo entre elas, ou seja, a paisagem”.
Em que lugar localiza-se o olhar do artista? De onde fala? De pontos diversos. São quatro obras, quatro pontos de vista, quatro paisagens. Nenhuma isolada. Em suas diferenças formam elos, articulam-se, promovem uma grande extensão de imagens e idéias, um panorama em linguagens distintas: desenho, vídeo, instalação, performance. Tempo e espaço redimensionam-se no campo da arte, da cultura, da subjetividade.
Bruno cria desenhos que são realizados por um paisagista. A mão que movimenta o traço não é a do artista, mas sim o pensamento, a construção da idéia que associa a paisagem antiga à notícia veiculada no “Diário de Pernambuco”. Uma quase-história dá conta de arquivos e registros de décadas e décadas anteriores. Surgem um passado aprisionado em molduras, notícias de antes, desenho recente, solidão imaginada, vivida. Ficção ou realidade? Qual tempo importa? Que ato permanece ou desfaz-se na memória?
Um novo ângulo pode impor-se antes que o esquecimento ou a lembrança perdure. Um Panorama reorganiza-se, constrói-se com rótulos de embalagens, colecionados, recolhidos no dia-a-dia. A composição gráfica, os vestígios permanecem, fornecendo a pista de uma paisagem artificial, associada ao consumo, criada no universo publicitário. Mas um papel milimetrado, adicionado pelo artista, interfere no espaço, promove apagamentos sutis, permite que um ruído redimensione o cenário infinito e estenda-se na linha do horizonte.
De paisagem em paisagem, o espectador encontra a si mesmo para perder-se logo depois. Fixo ou em movimento uma nova paisagem apresenta-se, mais adiante um novo ponto de vista emerge e, inesperadamente, deixa-se consumir pelo fluxo luminoso. A estática imagem urbana ilude os olhos que nela se detém, mas bastam alguns segundos para que o fogo desfaça a cena citadina e os prédios diluam-se revelando a fotografia presa à parede. Intervenção do artista ou daquele que constrói, destrói a urbe?
A relação entre espaço expositivo e cidade é revista pelo artista que propõe um diálogo entre o fora e o dentro, entre paisagens. A rua, como zona de experimentação, retoma a mão que desenha, oferece-se aos olhos, permite-se interpretações. De Paris, o transeunte repensa o que vê, faz presente a paisagem invisível àquele que se encontra na galeria. O desenho feito pelo anônimo observador chega por fax, une cidades distantes. Territórios tornam-se fluidos, paisagens estrangeiras misturam-se na passagem do tempo, ficam suspensas, entre lugares.
A Escola de Barbizon e os impressionistas deixaram impressos na tela as cenas francesas. No Brasil, pintores locais e estrangeiros representaram com cores o cenário brasileiro. O gênero paisagem, no entanto, já não é mais pintado por Théodore Rousseau, Claude Monet ou por Georg Grimm, nem por José Pancetti e muito menos por Guignard. A contemporaneidade se faz em outras bases, diferentes pontos de vista não conseguem abarcar a flexibilidade de territórios, as mutações culturais. Um campo artificial, simulador de realidades se impõe a cada instante, o artista organiza aparências, atento, repensa o mundo das múltiplas paisagens, das móveis e indecifráveis cartografias.
O artista plástico brasileiro, sucesso internacional, revela a sua singularidade em 141 obras que traçam uma retrospectiva do seu trabalho
A Universidade de Fortaleza oferece ao público cearense a Exposição do artista plástico e fotógrafo Vik Muniz, que estará em cartaz no Espaço Cultural Unifor a partir do dia 16 de abril, que contará com 141 obras do artista. Há 25 anos radicado em Nova Iorque, o paulistano ganhou projeção no cenário artístico internacional com fotografias de trabalhos realizados a partir de técnicas variadas e materiais quase sempre inusitados.
Marca Registrada- Vik Muniz imprime sua marca ao lidar com a memória, a ilusão e, sobretudo, o humor, apoiado no uso de materiais pouco convencionais. “Sempre levei o humor muito a sério.” Ele não apenas registra a sua versão do mundo, como o recria. Antes de seu olhar como fotógrafo captar o que se tornará o produto final de sua obra, cria um verdadeiro teatro, com cenas, retratos, objetos e imagens, alguns em escala gigantesca, usando elementos tão diversos como papel picado, sucata, molhos e algodão, em processos de construção que podem levar semanas ou até meses. Dessa forma surgiram algumas das obras como a Mona Lisa de geléia e pasta de amendoim; o soldado composto por inúmeros soldadinhos de brinquedo; a Medusa de macarrão e molho marinara; o Saturno devorando um de seus filhos, de Goya, refeito com sucata; e retratos das atrizes Elizabeth Taylor e Monica Vitti compostos por centenas de pequenos diamantes, todos presentes na mostra.
Vik Muniz- O artista nasceu no centro de São Paulo, em 1961. Filho único de um garçom e uma telefonista, passou parte de sua infância morando na periferia da cidade. Trabalhou em vários empregos, entre eles uma agencia de anúncios que despertou nele o poder de persuasão e a possibilidade de manipulação. Na década de 80 um acidente foi decisivo para a mudança de sua vida. Vik Muniz acabou sendo baleado na perna quando presenciou um briga entre dois homens. Para evitar uma queixa policial o atirador o ofereceu uma razoável quantia em dinheiro, fato que possibilitou sua ida para os Estados Unidos. Vik passou dois anos em Chicago com os familiares e em 1986 mudou-se para Nova York, lugar onde acabou naturalizando-se norte - americano. Em 1989 realizou a sua primeira mostra, onde expôs esculturas denominadas Relíquias – Objets Trouvés fabricados ou falsas descobertas arqueológicas, como a Máquina de Café Pré- colombiana. Os trabalhos do artista já evidenciavam a sua arte bem humorada que marca sua trajetória.
Fotógrafo por acaso - O artista começou a sua carreira como escultor e tornou-se fotógrafo à medida que fotografava suas peças para documentá-las. Através da fotografia, Vik Muniz conseguia encontrar o ângulo perfeito, a iluminação perfeita e a exposição perfeita para capturar o efeito que havia imaginado quando começou a produzir a escultura. A partir desse momento a fotografia se torna mais interessante do que a escultura propriamente dita.
Reconhecimento - Vik Muniz foi descoberto pelo crítico de arte do jornal The New York Times, Charles Haggan, nos anos 90. em 2001, foi escolhido como representante do Brasil na Bienal de Veneza. Já em 2005, escreveu o livro Reflex: A Vik Muniz Primer. Recentemente Vik foi convidado para ser o primeiro brasileiro a participar como curador na nona versão Artist´s Choice (2008- 2009), um projeto criado pelo museu de Arte Moderna de Nova York. Atualmente, a originalidade da sua obra o estabeleceu como um dos criadores mais respeitados da arte contemporânea, presente em acervos dos principais museus do mundo.
Exposição Vik Muniz
Abertura: 15 de abril
Visitação: 16 de abril a 8 de agosto
Local: Espaço Cultural Unifor
A visitação ao Espaço Cultural Unifor é gratuita. De terça a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
A Universidade de Fortaleza oferece ao público cearense a Exposição do artista plástico e fotógrafo Vik Muniz, que estará em cartaz no Espaço Cultural Unifor a partir do dia 16 de abril, que contará com 141 obras do artista. Há 25 anos radicado em Nova Iorque, o paulistano ganhou projeção no cenário artístico internacional com fotografias de trabalhos realizados a partir de técnicas variadas e materiais quase sempre inusitados.
Marca Registrada- Vik Muniz imprime sua marca ao lidar com a memória, a ilusão e, sobretudo, o humor, apoiado no uso de materiais pouco convencionais. “Sempre levei o humor muito a sério.” Ele não apenas registra a sua versão do mundo, como o recria. Antes de seu olhar como fotógrafo captar o que se tornará o produto final de sua obra, cria um verdadeiro teatro, com cenas, retratos, objetos e imagens, alguns em escala gigantesca, usando elementos tão diversos como papel picado, sucata, molhos e algodão, em processos de construção que podem levar semanas ou até meses. Dessa forma surgiram algumas das obras como a Mona Lisa de geléia e pasta de amendoim; o soldado composto por inúmeros soldadinhos de brinquedo; a Medusa de macarrão e molho marinara; o Saturno devorando um de seus filhos, de Goya, refeito com sucata; e retratos das atrizes Elizabeth Taylor e Monica Vitti compostos por centenas de pequenos diamantes, todos presentes na mostra.
Vik Muniz- O artista nasceu no centro de São Paulo, em 1961. Filho único de um garçom e uma telefonista, passou parte de sua infância morando na periferia da cidade. Trabalhou em vários empregos, entre eles uma agencia de anúncios que despertou nele o poder de persuasão e a possibilidade de manipulação. Na década de 80 um acidente foi decisivo para a mudança de sua vida. Vik Muniz acabou sendo baleado na perna quando presenciou um briga entre dois homens. Para evitar uma queixa policial o atirador o ofereceu uma razoável quantia em dinheiro, fato que possibilitou sua ida para os Estados Unidos. Vik passou dois anos em Chicago com os familiares e em 1986 mudou-se para Nova York, lugar onde acabou naturalizando-se norte - americano. Em 1989 realizou a sua primeira mostra, onde expôs esculturas denominadas Relíquias – Objets Trouvés fabricados ou falsas descobertas arqueológicas, como a Máquina de Café Pré- colombiana. Os trabalhos do artista já evidenciavam a sua arte bem humorada que marca sua trajetória.
Fotógrafo por acaso - O artista começou a sua carreira como escultor e tornou-se fotógrafo à medida que fotografava suas peças para documentá-las. Através da fotografia, Vik Muniz conseguia encontrar o ângulo perfeito, a iluminação perfeita e a exposição perfeita para capturar o efeito que havia imaginado quando começou a produzir a escultura. A partir desse momento a fotografia se torna mais interessante do que a escultura propriamente dita.
Reconhecimento - Vik Muniz foi descoberto pelo crítico de arte do jornal The New York Times, Charles Haggan, nos anos 90. em 2001, foi escolhido como representante do Brasil na Bienal de Veneza. Já em 2005, escreveu o livro Reflex: A Vik Muniz Primer. Recentemente Vik foi convidado para ser o primeiro brasileiro a participar como curador na nona versão Artist´s Choice (2008- 2009), um projeto criado pelo museu de Arte Moderna de Nova York. Atualmente, a originalidade da sua obra o estabeleceu como um dos criadores mais respeitados da arte contemporânea, presente em acervos dos principais museus do mundo.
Exposição Vik Muniz
Abertura: 15 de abril
Visitação: 16 de abril a 8 de agosto
Local: Espaço Cultural Unifor
A visitação ao Espaço Cultural Unifor é gratuita. De terça a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
RESTAURANTE MOANA LANÇA MOSTRA INÉDITA DE CARDOSO JUNIOR
A alegria e a vitalidade da canção “Essa é pra tocar no rádio”, de Gilberto Gil, inspiraram exposição homônima, do artista Cardoso Júnior, que levará 20 obras inéditas ao Moana Gastronomia & Arte, a partir do próximo dia 30 de março (terça-feira). Como sugere a música, a mostra chega ao Moana para “vencer o tédio quando pintar”, para ser “um santo remédio pro mau humor”.
Em sua primeira memória de infância, Cardoso Júnior lembra de si entre seus desenhos, embora profissionalmente sua dedicação à arte date de 1985, ano do 35º Salão de Abril, primeiro concurso em que se inscreveu, no qual ganhou o 1º lugar na categoria Pintura. O cearense, apesar de ter passado temporada em São Paulo, admite que são a luz e o sol de Fortaleza que inspiram suas pinturas, sempre descontraídas, alegres e com cores fortes e marcantes.
Para o Moana Gastronomia & Arte, o artista preparou obras divididas em diferentes suportes: são telas, recortes em MDF e guaches exclusivas. A exposição apresenta toques de pop arte e com influências das obras de Picasso e sua maneira de retratar figuras, tudo isso aliado à cultura nordestina, em suas cores e textura. Sempre fugindo do quadrado, o artista apresenta ainda uma característica marcante, sugerindo materiais e formas alternativas para pintura.
Cardoso Junior é um multi-artista, além de suas pinturas e do trabalho como ilustrador, estuda Filosofia. Para ele, a arte é território de liberdade e experimentação. Em suas obras constrói e desconstrói imagens cotidianas, é um cronista que faz das tintas seu meio de comunicação, pintando cenas que, assim como as músicas tocadas no rádio, são percepções da vida repletas de verdade e poesia.
Para completar a união entre os prazeres sensoriais das artes plásticas e da culinária, o Moana Gastronomia & Arte está aberto diariamente das 6 horas até 1 hora, oferecendo café da manhã (buffet), almoço e jantar (a la carte). Conta ainda com horários especiais de visitação sem consumo, que é das 9h às 11h e das 14h às 19h.
Serviço
Moana Gastronomia & Arte
Avenida Beira Mar, 4260 – no Golden Flat Fortaleza
Mais informações: (85) 3263.4887
* Restaurante (buffet de café da manhã, almoço e jantar a la carte). Funciona das 6h às 1h.
* Galeria (visitação sem consumo). Funciona das 9h às 11h e das 14h às 19h. Entrada grátis.
A fotografia humanista
Espaço Cultural Unifor abre este mês exposição de Marc Riboud
50 anos de carreira do fotógrafo francês. A mostra reúne as 60 fotos
A Universidade de Fortaleza oferece ao público cearense uma viagem à tradicional escola francesa, que deu corpo à chamada fotografia humanista, a qual influenciou uma geração inteira de fotógrafos em todo o mundo durante o século XX. A mostra poderá ser visitada de 9 de março a 25 de abril no Espaço Cultural Unifor Anexo. A exposição itinerante evidencia a diversidade de épocas e locais clicados por Riboud e reúne as 60 fotos mais representativas dos 50 anos de carreira do fotógrafo. A mostra itinerante percorrerá seis capitais brasileiras, sendo Fortaleza a primeira do roteiro, e as demais são Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Marc Riboud é autor de algumas das imagens mais inspiradoras do fotojornalismo. Sua foto mais famosa é uma menina com a flor em frente à tropa armada, numa manifestação próxima ao Pentágono contra a Guerra do Vietnã. “Ela me disse que eram os soldados que tremiam”.
A mostra tem como objetivo valorizar o olhar atento, humanista e, ao mesmo tempo, de crítica e chamada de atenção. Os visitantes poderão conferir vários registros marcantes de Marc Riboud, na China de Mao, na União Soviética, na Índia, na independência da Argélia, no Maio de 68 na França e na Guerra do Vietnã (fotografando os dois lados do conflito).
Nascido em 1923, em Lyon, França, começou na fotografia quando criança. Em 1937, apresentou suas primeiras fotos, feitas com uma pequena câmera que ganhou de seu pai aos 14 anos, na Exposição Universal de Paris. Em 1944, foi combatente na guerra. Começou a carreira dedicada à fotografia em 1948, no Festival de Lyon. Em 1953, sua foto de um pintor na Torre Eiffel foi publicada na Life, motivando um convite de Henri Cartier-Bresson e Robert Capa para entrar na agência Magnun, onde ficou por 30 anos. Em 1955, foi para o Oriente Médio e Afeganistão. Em 1957, foi pela primeira vez à China. Em 1960, passou três meses na União Soviética. Cobriu a independência da Algéria e de vários países africanos. Fez também fotografias raras no Vietnã do Norte e do Sul, entre 1968 e 1969. Depois dos anos 80, retornou ao Oriente regularmente e expôs suas fotos em Paris, Londres, Nova Iorque, Pequim, Hong Kong, Bilbao e outras cidades.
Marc Riboud – fotógrafo
Nascido em 1923, em Lyon, França, começou na fotografia quando criança. Em 1937, apresentou suas primeiras fotos, feitas com uma pequena câmera que ganhou de seu pai aos 14 anos, na Exposição Universal de Paris. Em 1944, foi combatente na guerra. Começou a carreira dedicada à fotografia em 1948, no Festival de Lyon. Em 1953, sua foto de um pintor na Torre Eiffel foi publicada na Life, motivando um convite de Henri Cartier-Bresson e Robert Capa para entrar na agência Magnun, onde ficou por 30 anos. Em 1955, foi para o Oriente Médio e Afeganistão. Em 1957, foi pela primeira vez à China. Em 1960, passou três meses na União Soviética. Cobriu a independência da Algéria e de vários países africanos. Fez também fotografias raras no Vietnã do Norte e do Sul, entre 1968 e 1969. Depois dos anos 80, retornou ao Oriente regularmente e expôs suas fotos em Paris, Londres, Nova Iorque, Pequim, Hong Kong, Bilbao e outras cidades.
Serviço:
Marc Riboud
Data de abertura: 9 de março de 2010 às 20h
Período de visitação: de 10 de março a 25 de abril de 2010
Local: Espaço Cultural Unifor Anexo
A visitação ao Espaço Cultural Unifor é gratuita. De terça a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
O público também pode agendar exposições guiadas pelo (85) 3477 3239, através do Projeto Arte-Educação, que atende crianças e adolescentes pertencentes à rede pública e privada de ensino.
Bruno Faria tematiza um dos mais importantes gêneros da História da Arte: a paisagem
O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abriu terça-feira, 6, às 18 horas, a exposição individual “Point de Vue”, de Bruno Faria – artista pernambucano radicado em Paris (França) –, com curadoria de Marisa Mokarzel (mestre em História e Crítica de Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará). Gratuita ao público, a mostra fica em cartaz até o próximo dia 07 de maio (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h).
A exposição “Point de Vue” tematiza um dos mais importantes gêneros da história da arte: a paisagem. Os quatro trabalhos apresentados abordam esse histórico tema em diferentes formas e mídias, apresentando questões que envolvem imagem, estética, política e o olhar do homem. Os assuntos envolvem a paisagem natural ou interferências relacionadas à arquitetura e ao próprio espaço urbano.
Point de Vue (texto da curadora Marisa Mokarzel)
Coloca-se a pintura em discussão sem que ela mesma se faça presente, a não ser por meio daquilo que a estrutura, o que está por trás: o desenho. A cor invisível ou coadjuvante – elemento pictórico fundamental permanece velado. Seria, neste caso, apenas o viés de uma aparência, o propósito de “mostrar o que se vê”. O que se vê é o que é ou o simulacro inesgotável de sucessão de imagens?
Aonde está a paisagem? Sob que ponto de vista Bruno Faria a devolve como representação ou pura ironia de quem percebe o mundo a partir de uma postura crítica, imerso à arte, à vida? A perspectiva é um ponto de vista, um ângulo do olhar, uma ilusão ordenada entre o que se sabe e o que se vê. “Pela janela pintada da tela ilusionista, vê-se o que é preciso ver: a natureza das coisas mostradas em sua vinculação”. Cauquelin assim considera: “o que se vê não são as coisas, isoladas, mas o elo entre elas, ou seja, a paisagem”.
Em que lugar localiza-se o olhar do artista? De onde fala? De pontos diversos. São quatro obras, quatro pontos de vista, quatro paisagens. Nenhuma isolada. Em suas diferenças formam elos, articulam-se, promovem uma grande extensão de imagens e idéias, um panorama em linguagens distintas: desenho, vídeo, instalação, performance. Tempo e espaço redimensionam-se no campo da arte, da cultura, da subjetividade.
Bruno cria desenhos que são realizados por um paisagista. A mão que movimenta o traço não é a do artista, mas sim o pensamento, a construção da idéia que associa a paisagem antiga à notícia veiculada no “Diário de Pernambuco”. Uma quase-história dá conta de arquivos e registros de décadas e décadas anteriores. Surgem um passado aprisionado em molduras, notícias de antes, desenho recente, solidão imaginada, vivida. Ficção ou realidade? Qual tempo importa? Que ato permanece ou desfaz-se na memória?
Um novo ângulo pode impor-se antes que o esquecimento ou a lembrança perdure. Um Panorama reorganiza-se, constrói-se com rótulos de embalagens, colecionados, recolhidos no dia-a-dia. A composição gráfica, os vestígios permanecem, fornecendo a pista de uma paisagem artificial, associada ao consumo, criada no universo publicitário. Mas um papel milimetrado, adicionado pelo artista, interfere no espaço, promove apagamentos sutis, permite que um ruído redimensione o cenário infinito e estenda-se na linha do horizonte.
De paisagem em paisagem, o espectador encontra a si mesmo para perder-se logo depois. Fixo ou em movimento uma nova paisagem apresenta-se, mais adiante um novo ponto de vista emerge e, inesperadamente, deixa-se consumir pelo fluxo luminoso. A estática imagem urbana ilude os olhos que nela se detém, mas bastam alguns segundos para que o fogo desfaça a cena citadina e os prédios diluam-se revelando a fotografia presa à parede. Intervenção do artista ou daquele que constrói, destrói a urbe?
A relação entre espaço expositivo e cidade é revista pelo artista que propõe um diálogo entre o fora e o dentro, entre paisagens. A rua, como zona de experimentação, retoma a mão que desenha, oferece-se aos olhos, permite-se interpretações. De Paris, o transeunte repensa o que vê, faz presente a paisagem invisível àquele que se encontra na galeria. O desenho feito pelo anônimo observador chega por fax, une cidades distantes. Territórios tornam-se fluidos, paisagens estrangeiras misturam-se na passagem do tempo, ficam suspensas, entre lugares.
A Escola de Barbizon e os impressionistas deixaram impressos na tela as cenas francesas. No Brasil, pintores locais e estrangeiros representaram com cores o cenário brasileiro. O gênero paisagem, no entanto, já não é mais pintado por Théodore Rousseau, Claude Monet ou por Georg Grimm, nem por José Pancetti e muito menos por Guignard. A contemporaneidade se faz em outras bases, diferentes pontos de vista não conseguem abarcar a flexibilidade de territórios, as mutações culturais. Um campo artificial, simulador de realidades se impõe a cada instante, o artista organiza aparências, atento, repensa o mundo das múltiplas paisagens, das móveis e indecifráveis cartografias.
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