domingo, 9 de agosto de 2009

CINEMA NACIONAL

Rui e Vani buscam novos parceiros para o casamento em ‘Os Normais 2’

Quando o relacionamento está em crise, alguns casais procuram um analista para superar o momento. Já Rui e Vani procuram uma terceira pessoa para salvar o noivado de 13 anos em "Os Normais 2 - A Noite Mais Louca de Todas", filme baseado na série de TV exibida entre 2001 e 2003 na Rede Globo.

Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães interpretam os personagens do longa, que estreia em cerca de 450 salas nesta sexta-feira (28). Em entrevista em São Paulo, os atores falaram sobre a história, que tem "excitação" como palavra de ordem.

Na trama, Rui e Vani, noivos há 13 anos e morando juntos, percebem que o sexo já não é mais o mesmo e transam muito pouco. Para tentar aquecer a união, ela resolve realizar um sonho de seu amado: um ménage à trois, ou, em bom português, uma transa a três. Daí começa uma ronda em busca de uma mulher para participar da noitada. As possibilidades incluem desde Claudia Raia a Alinne Moraes.

"Vai tudo muito bem até o momento em que percebem que algum dos dois pode se apaixonar por essa terceira pessoa, e acabar com o relacionamento", explica Fernanda. "É quase um filme cabeça. Se fosse francês poderia ter a Catherine Deneuve no papel de mãe, a Juliette Binoche como Vani, e o Vincent Cassel, como Rui", brinca o ator. "Se fosse americano podia ser o Brad Pitt e a Angelina Jolie", dispara a atriz.

Depois de anos longe do casal, os atores contam que entrar no clima não foi imediato. "Num primeiro momento, percebi que ainda não estávamos no tom. O Rui e a Vani são muito elétricos e a gente estava meio lento", confessa Fernanda. "Mas 15 minutos depois, já éramos eles novamente". Guimarães explica que, ao contrário da dupla de atores, os personagens são mais interessantes. "Nós somos tão sem graça. Eles são bem mais divertidos, elétricos, empolgantes".

Brincadeiras à parte, existe uma possibilidade de algum dia o mundo ver um Rui e uma Vani falando em inglês. Segundo o diretor da série e do filme, José Alvarenga Jr, a Rede Globo está em negociação com um canal norte-americano para a venda dos diretos de adaptação do seriado.


TRAILER DO FILME "OS NORMAIS 2"

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Chance de um terceiro filme
"Os Normais 2" chega aos cinemas com a missão de superar a marca de 3 milhões de espectadores alcançada pelo primeiro filme, lançado em 2003. Se depender do casal de atores, o sucesso está garantido. "As pessoas me param na rua e perguntam sobre a Vani e o Rui. Mesmo longe da televisão, o público não se esquece deles", arremata Fernanda.

Aliás, os dois atores já cogitam um terceiro filme já está engatilhado. "Poderia ser no carnaval da Bahia. Rui e Vani poderiam tentar algo com a Ivete Sangalo, num banheiro apertado de trio elétrico", cogita Guimarães. Então, a solução para uma crise matrimonial é mesmo um ménage a trois? "Certamente, uma terceira pessoa pode esquentar as coisas", brinca o ator. Já para Fernanda, uma viagem basta.

A parceria de Guimarães e Fernanda já rendeu muitos frutos, além de "Os Normais". Atualmente, estão em cartaz no Rio de Janeiro com a peça "Deus é Química", escrita pela atriz, que também traz no elenco Francisco Cuoco, o músico Jorge Mautner e Fransergio Araújo, entre outros. "Eu escrevi a peça, mas não sou dramaturga, não sou escritora. Aconteceu, mas não tenho projeto de ficar escrevendo", diz, deixando claro que sua área é atuar.

O sucesso da peça e de comédias brasileiras recentes no cinema, como "Divã", "A Mulher Invisível" e "Se Eu Fosse Você 2", pode ter a ver com o momento de crise do mundo. "As pessoas pagam para rir. Muitas vezes, vão ao cinema para esquecer. Comédias são mais agradáveis", explica Guimarães.

Em "Os Normais 2", além de muitas estripulias, Rui e Vani cantam logo na primeira cena. "Parece um show da Broadway, mas, na verdade, estão num karaoquê de quinta", explica Guimarães. Os atores contam que além de soltar a voz, eles também dançaram na cena. "Até se cogitou usar bailarinos, mas não seriam o Rui e a Vani. Eles têm que ser desafinados e sem muito jeito para dança", conclui Fernanda.

Para encarar essa correria toda é preciso preparo físico. Fernanda explica que serem atores de teatro ajuda bastante. "Além disso, eu faço ioga, pilates, corro. O Luiz Fernando também corre. Somos atores de comédia física. Não somos humoristas de contar piada. Ganhamos a vida aparecendo no cinema de calcinha, sutiã e cueca".



‘WALDICK, SEMPRE NO MEU CORAÇÃO’, FILME QUE MARCA A ESTREIA DE PA
TRÍCIA PILLAR COMO DIRETORA, CHEGA AOS CINEMAS

Documentário será lançado em Salvador no dia 21 de agosto e no Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza em 28 de agosto

Os inseparáveis óculos escuros e o chapéu de caubói de Waldick Soriano fascinaram a menina Patrícia Pillar. As canções e a vida que se revelou por detrás do personagem mítico serviram como impulso para a atriz embarcar na sua primeira jornada por trás das câmeras e realizar o documentário ‘Waldick, sempre no meu coração’, que estreia em Salvador no dia 21 de agosto e chega aos cinemas do Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza em 28 de agosto. No dia 13/08, o filme será exibido em praça pública na cidade natal de Waldick, Caetité, localizada no interior da Bahia.

O documentário é o capítulo final de um projeto iniciado em 2005, que contemplou ainda a realização de um show no Cine São Luiz, em Fortaleza, gerando um CD e DVD, lançados no ano passado. “Não queria fazer uma biografia, não me propus a contar a história dele. O filme é basicamente o meu olhar sobre a vida do Waldick, o encantamento verdadeiro que tenho por ele”, explica Patrícia. O lançamento nos cinemas almeja recolocar o artista no lugar onde sempre habitou, o coração do povo. “Waldick era um ídolo popular que ficou um pouco esquecido, mas permanece no imaginário das pessoas. Quero refazer esse elo, apresentar sessões populares, levar o filme ao máximo de lugares que conseguir”.

Patrícia não esconde sua admiração por Waldick Soriano, explicitada já no título do documentário. “Sempre gostei dele, desde quando via aquela figura misteriosa e divertida na TV. Muitos anos depois, pesquisei a obra e fiquei encantada pela voz, pela poesia simples, mas profundamente tocante. Descobri pérolas, músicas que nem sabia que eram dele”. Assim são as canções de Waldick. Fazem parte da memória coletiva, ainda que, por desinformação ou esquecimento, nem sempre lhe seja dado o devido crédito como autor. ‘Eu não sou cachorro, não’, ‘Tortura de amor’, ‘Essa noite que queria que o mundo acabasse’, entre tantas outras, se mantêm como crônicas das desventuras amorosas do povo brasileiro.

A relação de confiança entre Patrícia com Waldick foi sendo construída gradativamente. “No início, ele era muito fechado, desconfiado, mas aos poucos me deixou entrar na vida dele e nos tornamos amigos”. A convivência trouxe para a atriz e cineasta um novo olhar sobre seu protagonista. “Procurava aquela imagem que era quase um arquétipo e me deparei com uma figura fascinante, um homem com um quê de desamparo, mas também uma altivez impressionante. Um senhor já distante do seu auge popular, refletindo sobre as escolhas que fez na vida e as suas respectivas conseqüências. Sempre com um olhar bem humorado”.

O filme despe o mito e veste Waldick com suas imperfeições, seus erros. O passeio pela vida do cantor revela uma forte expressão da cultura brasileira sem perder o foco de que é a história de um ser humano com os traços emocionais inerentes a qualquer pessoa. “Quis separar o homem do artista. Usando o Waldick como personagem, pude falar de temas que me interessam, como a solidão, a eterna busca pela felicidade, o amor, a velhice, a boemia”, afirma Patrícia.

O amor é o protagonista não apenas da obra de Waldick, mas também de sua vida. Impossível estabelecer o limite entre realidade e ficção. O próprio artista dá a pista no filme: “O poeta nasce para pensar no amor. Não tem saída, não (...) a vida é muito complexa e o poeta se apega demais. Quando ele gosta de uma pessoa, gosta pra valer”, confessou diante da câmera. “Ele se autodenominava poeta, não apenas pelo que escrevia, mas, sobretudo, pelo seu estilo de vida”, revela Patrícia. Não por acaso, Waldick teve 14 amores confessados, alguns devidamente registrados no documentário.

‘Waldick, sempre no meu coração’ levou mais de três anos para ser finalizado. As filmagens percorreram a trajetória afetiva e familiar do artista, passando por Caetité, Quixadá, Sobral, Fortaleza e São Paulo, com depoimentos de alguns amigos e amores, além de imagens de arquivo e de shows. “Queria realçar a importância e a beleza da obra do Waldick, mas sem esconder as contradições e angústias do homem que a criou”, finaliza Patrícia.

Waldick – sempre no meu coração


Patrícia Pillar era ainda criança quando foi apresentada à música de Waldick Soriano pelo radinho de pilha de sua babá. O repertório dedicado às dores adultas, falando de amor e saudade, ficaram ali na memória da menina até hoje. Na dela e na de várias gerações que ouviram os sucessos do artista (1933-2008). Um desses sucessos foi “Tortura de amor” (“Volta, meu amor/ fica comigo, não me desprezes / A noite é nossa/ e meu amor pertence a ti”), música que despertou na atriz o interesse pela vida e a obra de Waldick.

Mais ainda do que a obra, mais do que a vida, o que interessou Patricia foi essa quase umbilical relação que um artista popular como Waldick tem com seu público que, em última instância, é o povo brasileiro, primeiro o nordestino espalhado por todo o Brasil. Meio espelho, meio porta voz dos brasileiros ou apenas mais um brasileiro, assim é o Waldick de Patricia.

O resultado desse impacto pessoal foi a produção do documentário ‘Waldick – sempre no meu coração’, primeiro filme dirigido pela atriz. O filme se desdobrou na produção de um DVD e um CD feitos a partir de um show ao vivo produzido especialmente para o documentário e revitalizou a imagem do artista, valorizando a música romântica e seu público.

Como o próprio título sugere, a emoção teve grande destaque na vida do cantor, indicando a direção de sua trajetória artística e pessoal. A explicação é dada por ele mesmo no filme: “(o poeta) nasce para pensar no amor. Não tem saída, não”. E foi assim, pensando no amor que ele compôs e interpretou clássicos da música romântica, como ‘Quem és tu’, ‘Fujo de ti’ e ‘Eu não sou cachorro, não. Nesse ponto, Waldick fez questão de ressaltar a classificação de seu repertório. “Já fui chamado de cafona, mas agora cafona virou brega. Só que eu sou romântico”.

De fato, é romântico por ter uma obra puramente sentimental. “Foram tantas músicas que fiz pensando em alguém... É difícil explicar. Sempre o amor, a saudade, a falta de alguém... A vida é muito complexa e o poeta se apega demais. Quando ele gosta de uma pessoa, gosta pra valer”, confessou diante da câmera. A mesma câmera registrou depoimentos de alguns dos 14 amores confessados de Waldick. Digo “confessados” porque o próprio artista se declarou um aventureiro e recriminou a si mesmo: “Isso não se faz”.

Depoimentos como esses, em que o artista e ex-amores apontam suas qualidades e seus defeitos, fazem com que o documentário seja mais que uma biografia, mais que a história da carreira. O filme apresenta o homem, o cantor, o compositor e o trabalhador em depoimentos de pessoas próximas a ele ou de sua música, como é o caso de fãs que se emocionam ouvindo suas canções.

Já nas primeiras imagens, o artista se apresenta como sempre foi reconhecido: roupa preta, óculos escuros e aquele vozeirão. A caminho de sua terra natal, Caetité, na Bahia, ele descansa o chapéu preto em cima do painel do carro e segura uma pequena garrafa. Assim, na estrada, ele se sente em casa e anuncia o que virá nas próximas sequencias do filme, os relatos sobre as paixões e a vida boêmia.

À vontade com a equipe de produção, Soriano aparece falando sobre a inspiração em Durango Kid, saudade, solidão e justifica sua trajetória “aventureira” – que resultou no casamento com 14 mulheres – citando a música ‘Ninguém é de ninguém’, faixa-título de seu disco de 1960. Mas também escutou, calado, quando a mulher disse que ele não se cuidava e que fazia sofrer pessoas queridas.

O sofrimento, aliás, parece não ser muito bem interpretado na vida do artista que se orgulhou de dizer que já fora garimpeiro, motorista de caminhão, lavrador e engraxate. “Quando digo isso, tem gente que pensa ‘Poxa, esse cara sofreu muito’. Não sofri, não. Aprendi muito”, desabafou Soriano. Em conversa tensa com o filho, o artista também quis passar mais uma lição aprendida: “Você tinha que ter aplaudido seu pai”.

As filmagens aconteceram no universo familiar de Waldick: além de Caetité, Quixadá, Sobral, Fortaleza e São Paulo. Em Brejinho das Ametistas, na Bahia, foram feitos registros de uma namorada que recebia serenatas de Soriano aos 13 anos. Além dos depoimentos dele e de amigos, o documentário exibe imagens de arquivo, como o programa do Chacrinha, que o ameaça com a frase “Vamos ver se você vai cantar bem, meu filho”. E enquanto ele cantava, o apresentador pedia a participação da plateia, animado e já convencido pelo bom cantor.

As imagens do auge da carreira mostram um Waldick jovem, rodeado de mulheres e com um ar de machão que caía muito bem nos anos 60 e 70, em contraposição às imagens recentes que mostram um Waldick com saúde debilitada e carinhoso no trato com a bela diretora: “É isso, filha”, “Foi assim, filha”, “Está errado, filha”. E também o desabafo, um ano antes de sua morte: “Ainda estou procurando essa tal felicidade”.



Ascensão do Comando Vermelho está em filme que contracena com presidiáriários reais

Com a ajuda de presos atuais — que chegaram a atuar como figurantes — e ex-detentos dos anos 70, a saga de um dos fundadores de facção criminosa do Rio chegará às telas até o fim do ano. Orçado em R$ 4,8 milhões e almejando ser o grande sucesso do próximo verão, o filme ‘400 contra 1 — Uma História do Comando Vermelho’ traz a história de William da Silva Lima, um dos articuladores da organização que nasceu no Presídio de Ilha Grande há mais de 30 anos. O protagonista é interpretado por Daniel de Oliveira.
Para ‘ambientar’ o elenco — que tem ainda Daniela Escobar, Negra Li e Lui Mendes —, desde janeiro várias estratégias foram usadas pelo diretor estreante em longas Caco Souza. Além de ler o roteiro adaptado do livro de William, que dá nome ao filme, os atores dormiram alguns dias na Prisão Provisória do Ahú, em Curitiba, desativada desde 2006 e onde 60% do filme foi rodado.
Eles também conversaram com dezenas de detentos da Colônia Penal Agrícola de Piraquara, no Paraná, e com um dos fundadores do Comando Vermelho, que acompanhou as filmagens para aconselhar a equipe.
“Às vezes, trabalhar com cinema é loteria. A gente espera ter visibilidade para poder discutir o crime organizado. Quero que seja um filme pop”, afirma Caco que, em determinados momentos, só entrega textos para os atores horas antes de gravar.
O projeto de fazer o filme é de 2002. O ponto de partida de ‘400 contra 1’ é o ano de 1974, auge da ditadura militar no Brasil. Presos políticos ignoravam o portão que os separava dos presos ‘comuns’ na galeria B do presídio de Ilha Grande e a mistura incentivou a organização e a disciplina dos detidos que não estavam ligados à luta revolucionária.
Assim nasceu a Falange Vermelha, depois chamada de Comando Vermelho. O título do filme refere-se a um episódio folclórico em que um bandido conhecido como Zé Bigode enfrentou sozinho um cerco de 400 policiais por mais de 12 horas.
“Isso tudo não é mentira, não é cinema americano. É verdade e é no nosso País”, afirma Daniela Escobar, a Teresa, que viverá grande paixão por William no filme. Com a certeza de que contará uma importante parte da história do País, Caco garante que não irá ‘glamourizar’ os bandidos daquela época. É esperar para ver.
Filmagem na providência não foi avisado à PM
Encerradas as cenas de Curitiba, a produção de ‘400 contra 1’ chegará ao Morro da Providência, no Centro do Rio, para filmagens que prometem polêmica. Depois do Carnaval, a equipe garante que conseguirá realizar o trabalho sem problemas no local, já que foi feito acordo com Paulo César Chaves, o PC, que mora até hoje na comunidade dominada pelo Comando Vermelho. Um dos fundadores da facção criminosa, PC chegou a viajar até o Sul do País para prestar uma espécie de ‘consultoria’ aos atores do longa.
“Ele foi muito útil para mostrar como era o dia-a-dia na cela, a conduta dos presos e dos agentes penitenciários. Com ele, também tentamos passar as gírias da década de 70 para os atores usarem o linguajar da época”, diz Caco Souza.
Até agora, a Polícia Militar afirma que não recebeu aviso da produção de gravações no morro. De acordo com a PM, a ajuda da corporação sempre é pedida com antecedência por produtores que necessitam de cenas em favelas. O resto das filmagens de ‘400 contra 1’ no Rio será feita em Ilha Grande.
O último pedido de proteção que chegou ontem à polícia foi do astro Sylvester Stallone, que vai filmar no Rio. Segundo a PM, uma das comunidades mais seguras para realizar gravações seria a favela Tavares Bastos, no Catete, onde fica a sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O morro Dona Marta, em Botafogo, hoje pacificado, também seria uma opção.



Lula na telona

Filme sobre a vida do presidente estreia em 2010

Gloria Pires. Atriz faz a mãe de Lula, Dona Lindu, e a filha Cléo Pires faz uma das esposas


Nunca na história deste país a vida de um retirante nordestino eleito duas vezes presidente da República havia sido retratada em filme. Isso começou a mudar, no Agreste de Pernambuco, com o início das filmagens de "Lula, o Filho do Brasil", longa de Fábio Barreto com estreia comercial prevista para janeiro de 2010, ano de sucessão presidencial. Classificado pelo diretor como "um drama épico sobre uma certa família Silva", o filme retrata a vida do presidente e de seus familiares, do nascimento de Lula, em 1945, até a morte da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu, em 1980.
Baseado no livro homônimo da historiadora Denise Paraná, publicado em 1996, "Lula, o Filho do Brasil" tem como protagonista o pouco conhecido ator de teatro Rui Ricardo Diaz.Diaz será um dos cinco "Lulas" que aparecerão no filme. Além dele, interpretarão o mesmo papel um bebê de três meses, um menino de dois anos, outro de sete e um adolescente de 13. Precavida, a produção providenciou ainda mais dois reservas, para o bebê e para o menino de dois anos. As primeiras gravações foram feitas em Caetés (a 250 km de Recife, PE), ex-distrito de Garanhuns, terra natal do presidente.
As cenas iniciais mostram dona Lindu, interpretada pela global Glória Pires, dando à luz o futuro presidente. Luiz Inácio cresce em meio à seca, e a saga dos Silva no Agreste só termina quando Lula, 7, embarca com a mãe e seis irmãos em um pau-de-arara, com destino a São Paulo. A cena da saída, gravada sob o sol forte do meio-dia, foi repetida 12 vezes ontem até ser aprovada.O filme vai mostrar ainda a trajetória operária de Lula e também seus dois casamentos, com Lurdes e Marisa Letícia. Para o papel da primeira mulher foi escolhida a filha de Glória, Cléo Pires. Já a atual primeira-dama do país será interpretada pela atriz Juliana Baroni, ex-paquita Catuxa Jujuba. A previsão é que as gravações terminem no dia 21 de março.
De setembro a dezembro, a obra participará de festivais internacionais e, em janeiro, entrará no circuito comercial. Segundo Fábio Barreto, há possibilidade de lançamento simultâneo na América do Sul. Para ele, a coincidência entre a estreia e o ano eleitoral não passa mesmo disso: uma coincidência. "Vamos mostrar uma história humana, não um filme chapa-branca, feito para puxar o saco do presidente", disse. Eleitora de adversários do presidente nos dois últimos pleitos, Glória Pires confessa que não sabia "nada" sobre a vida de Lula antes do seu engajamento político e que, com o filme, aprendeu a admirá-lo. Para ela, a obra pode, sim, ajudar a consolidar a popularidade do presidente. "Mas não vejo nenhum problema nisso, porque ele já é um fenômeno de popularidade", declarou. Segundo Barreto, a ideia de rodar um filme sobre Lula surgiu desde o início do primeiro mandato do presidente, em 2003.
"Meu pai [Luiz Carlos Barreto, o produtor do longa] é um nordestino também, uma pessoa que veio do Nordeste e venceu no Sul, e viu identificações da vida dele [com a de Lula]", conta o diretor de "O Quatrilho", que ainda acrescentou que a trajetória do presidente é "um manancial de dramaturgia muito forte, muito profundo e denso". Barreto também afirmou que já conhecia Lula e que sua família é muito próxima da do político. "Depois que a gente resolveu fazer o filme, falamos com o Lula, lemos alguns trechos do roteiro para ele, que gostou, aprovou. Ele até preferiu não tomar muito conhecimento, disse que vai 'botar confiança, vou me preparar para me emocionar'", revela. Orçado em R$ 11 milhões (soma alta para os padrões brasileiros), o diretor afirmou que os recursos captados para a produção vieram totalmente de empresas privadas.



O Bem Amado no cinema

Marco Nanini será Odorico Paraguaçu na nova versão

>>> Cena. Matheus Nachtergale e Marco Nanini nas filmagens do novo "O Bem Amado"

Sucesso nos palcos e na televisão, o personagem Odorico Paraguaçu vai voltar a divertir o público em breve, dessa vez nos cinemas. Começaram as filmagens de "O Bem Amado", de Dias Gomes, com Marco Nanini no papel do prefeito corrupto de Sucupira. Abaixo, uma das primeiras imagens do ator durante as gravações.

Com direção de Guel Arraes (de "Auto da Compadecida", "Lisbela e o Prisioneiro" e "Romance"), o filme deve estrear até o fim do ano, e terá no elenco Matheus Nachtergale, José Wilker, Andréa Beltrão, Zezé Polessa, Edmilson Barros, Tonico Pereira, Drica Moraes, Maria Flor e Caio Blat. Paula Lavigne assina a produção do longa, que tem roteiro de Claudio Paiva e do próprio Guel Arraes. As primeiras cenas da versão para o cinema de "O Bem Amado" foram gravadas na praia do Gunga, no município de Roteiro, a cerca de 50 km de Maceió.

A história de "O Bem Amado" é inspirada na peça "Odorico, o Bem-Amado ou Os Mistérios do Amor e da Morte", escrita pelo próprio Dias Gomes em 1962. O prefeito Odorico Paraguaçu quer inaugurar um cemitério, apoiado pelas irmãs Cajazeiras (Drica Moraes, Andrea Beltrão e Zezé Polessa) e contestado pelo dono do jornal da cidade. Mas como ninguém morre em Sucupira, ele chega a contratar cangaceiro matador para que o cemitério possa ser inaugurado logo.

A novela "O Bem Amado" - a primeira em cores da TV brasileira - foi ao ar em 1973 e tinha no elenco Paulo Gracindo, Lima Duarte e Emiliano Queiroz.

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