Os Bin Laden — Uma família árabe no século norte-americano
Com lançamento mundial e simultâneo, Os Bin Laden – Uma família árabe no século norte-americano, do jornalista Steve Coll, desvenda os elos que ligam os círculos do poder político, econômico e cultural dos Estados Unidos à saga da milionária família muçulmana de Osama bin Laden – o terrorista mais procurado do mundo e responsável pela tragédia que se abateu sobre as torres gêmeas do World Trade Center em 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque.
Para escrever o livro, o autor, duas vezes ganhador do Pulitzer, realizou mais de 150 entrevistas em quatro continentes – Ásia, América, Europa e África – e mergulhou em arquivos públicos e particulares da Arábia Saudita, Estados Unidos, Inglaterra e Israel. O resultado dessa investigação é uma obra tão caudalosa quanto sólida, rica em informações de bastidores, e que mapeia todos os passos de uma história familiar recheada de intrigas, disputas de poder e negócios nebulosos que envolveram cifras que chegam à casa dos bilhões de dólares.
Almanaque traz o melhor dos seriados de todos os tempos
Quem nunca passou horas na frente da televisão assistindo seriados? Isso também faz parte da rotina do jornalista Paulo Gustavo Pereira, mas ele foi além, reuniu todo seu conhecimento na área e lança este mês, o “Almanaque dos Seriados”, pela Ediouro.
A publicação é uma verdadeira viagem no tempo, começando pelo Agente 86 e terminado com Desperate Housewives e Heroes, passando pelos Os Três Patetas, National Kid, I Love Lucy, Feiticeira, Vila Sésamo, Armação Ilimitada, Friends, Os Normais, Lost, e muitos, muitos outros.
Fruto de um trabalho que começou no início dos anos 80, o "Almanaque dos Seriados" relata os mais importantes seriados que passaram na televisão brasileira, em um livro recheado de ilustrações, diálogos marcantes e informações de bastidores.
Curiosidades como quanto dinheiro Matt LeBlanc tinha em sua conta quando fez o teste para Friends, quantos carros foram destruídos na série Os Gatões, com que freqüência os atores de 24 Horas são convidados a cortar seus cabelos, quais atores recusaram papeis que fizeram sucessos, são algumas das histórias que completam este almanaque.
Divido por décadas, de 1950 a 2000, o livro traz seriados nacionais e internacionais dos mais diferentes temas. Policiais, faroestes, infantis, românticos, dramáticos; um repertório tão completo que é impossível o leitor não relembre alguma fase de sua vida e mate a saudade de seus personagens favoritos.
Paulo Gustavo Pereira cresceu assistindo Vigilante Rodoviário, Brigada 8, Zorro, Além da Imaginação, Perdidos no Espaço, I Love Lucy, Viagem ao Fundo do Mar, Bonanza, entre uma dezenas de séries hoje consideradas clássicas dentro da pequena história da televisão no Brasil. Formado em Jornalismo, Trabalhou no Jornal da Tarde, Folha de SP, Estadão e Jornal do Brasil, e hoje é o diretor de redação da revista Sci-Fi News. Na televisão, passou pela Tupi, Globo, Bandeirantes, Record, Manchete e Cultura, como assistente da redação, repórter, editor, e chefe de reportagem. No SBT, dirigiu as transmissões da Festa do Oscar, a partir de 1994. Repetiu a dose na TNT, direto dos estúdios da emissora em Atlanta/EUA, em 2007.
Preço: R$ 49,90
Demétrio Magnoli lança História da paz
Depois do sucesso de História das guerras, conheça os tratados que edificaram a ordem internacional de uma época ou inscreveram em pedra os conceitos perenes da “lei das nações”
Sempre houve pessoas empenhadas em evitar guerras, prevenir situações de conflito, preservar a natureza e evitar a proliferação de artefatos nucleares. Mas será que, ainda assim, a insanidade dos homens conduzirá o planeta à sua destruição por conta de guerras nucleares e desequilíbrio ecológico? Será que temos feito esforços adequados para manter a paz entre nações e a habitabilidade deste nosso abrigo comum? O sociólogo Demétrio Magnoli, reuniu uma armada poderosíssima para contar a História da paz, lançamento da Editora Contexto. Nessa legião da paz tem jornalista, historiadores, ex-ministro das Relações Internacionais, doutor em Economia, diplomata, coronel de Estado-Maior, embaixador, doutora em Relações Internacionais e em Ciência Política. Todos grandes especialistas em suas áreas.
“Evidentemente, ninguém imagina que basta todos vestirem branco e se dar as mãos para que a paz universal envolva pessoas e animais, montanhas e oceanos”, comenta Magnoli. Para ele a paz é muitas vezes resultado de acordos diplomáticos entre líderes. Em História da paz, os tratados que edificaram a ordem internacional de uma época ou até mesmo registraram de forma duradoura os conceitos e leis de nações, são destrinchados e analisados pelos autores, desde o século IV até os nossos dias.
Por vezes, esses arranjos resultam de divisão de butins. Por vezes, são feitos para humilhar os perdedores. Nem sempre satisfazem a todos. Podem até conter, nos seus termos, indícios de uma nova guerra. Alguns emanaram de guerras gerais e implantaram uma ordem nova. Outros definiram a natureza, o conteúdo e os limites do poder de impérios e grandes potências. Os ecos de todos eles continuam a repercutir entre nós.
História da paz estabelece, de certa forma, um diálogo com História das guerras, também organizado pelo Demétrio Magnoli e recentemente publicado. Em meio a guerras e situações de conflito, a paz pode surgir como fruto de conquistas, de esforços diplomáticos, conciliação entre poderosos e acordos entre iguais e desiguais.
Os capítulos e autores da “paz”
• Concílios Ecumênicos Medievais - José Rivair Macedo
• Tratado de Tordesilhas - Flavio de Campos
• Paz da Westfália - Roberto Romano
• Congresso de Viena - Demétrio Magnoli
• Tratado de Nanquim - Maria Helena Valente Senise
• Conferência de Berlim - Elaine Senise Barbosa
• Acordo Sykes-Picot - Samuel Feldberg
• Tratado de Versalhes - Luiz de Alencar Araripe
• Conferência de Bretton Woods - Gilson Schwartz
• Conferências de Yalta e Potsdam - William Waack
• Declaração Universal dos Direitos Humanos - Celso Lafer
• Carta da OEA - Mônica Herz
• Tratado de Roma - Marcos de Azambuja
• Tratado de Não-Proliferação Nuclear - Luís Fernando Panelli César
• Protocolo de Kioto - Fernando Gabeira
Organizador
Demétrio Magnoli é Sociólogo, doutor em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e integrante do Grupo de Análises de Conjuntura Internacional (Gacint) – USP. Organizador e Co-autor de História das guerras (Editora Contexto).
Serviço
Livro: História da paz
Organizador: Demétrio Magnoli
448 páginas
Preço: R$ 49,00
COLEÇÃO POR QUE LER
Nova coleção mantém viva a presença dos maiores nomes da literatura nacional e mundial, como Shakespeare, Dante, Borges e Oswald
Os grandes clássicos da literatura têm algo de paradoxal na sua condição de clássicos: de tão conhecidos, passam eventualmente a ser... desconhecidos. Não esquecidos, naturalmente, mas ignorados, no sentido de serem muito mais citados do que lidos. Os motivos são vários, e têm a ver tanto com certa obrigatoriedade curricular quanto com sua distância histórica, passando pelo simples fato de que se lê menos do que se deveria, de modo geral. Tudo isso mais do que justifica as coleções que, de tempos em tempos, cumprem o papel de se voltar para os grandes nomes da literatura de modo a (re)apresentá-los ao grande público. Se mais não fosse, porque cada nova geração de leitores deve empreender sua própria (re)leitura dos clássicos. Além disso, para os que já os conhecem, é sempre um prazer revisitá-los, como a um velho amigo.
A nova coleção da Editora Globo, Por que ler, tem esse escopo e esse perfil. Trata-se de livros breves, com menos de 200 páginas, que apresentam, cada um, a vida e a obra de um grande nome da literatura, tanto universal quanto brasileira, escritos por renomados especialistas brasileiros contemporâneos que, em muitos casos, são também escritores – afinal, o público-alvo não são outros especialistas mas, ao contrário, o público em geral e os amantes da melhor literatura em particular.
Os primeiros lançamentos da coleção são Por que ler Shakespeare, de Bárbara Heliodora, Por que ler Dante, de Eduardo Sterzi, e Por que ler Borges, de Ana Cecilia Olmos. Ainda para este ano, estão programados Por que ler Bandeira, de Júlio Castañon Guimarães, e Por que ler Oswald, de Maria Augusta Fonseca.
A resposta dada pelos livros da coleção Por que ler à pergunta que lhe serve de título não é, naturalmente, direta: não se trata, então, de dizer que se deve ler Shakespeare por isso e por aquilo, ou Dante por esse ou aquele motivo, ou Borges por tal e tal fato. A resposta, portanto, está nos próprios escritores abordados. Assim, se por um lado os livros da coleção seguem, grosso modo, a clássica divisão vida e obra de maneira sintética (buscando, em ambas, aquilo que Pound chamou de “pontos luminosos”), por outro lado, a ampliam. A ampliação fica por conta da divisão em cinco partes de cada livro: “Um retrato do artista” (síntese biográfica), “Cronologia”, “Ensaio de leitura” (comentários sobre a obra), “Entre a spas” (reprodução de importantes passagens da obra) e “Estante” (com as principais obras do e sobre o autor abordado).
Novo livro da coleção Saber de tudo desmistifica a visão comum sobre o Islã
Islam e Islamismo é o novo livro da coleção Saber de tudo, da Editora Claridade, escrito por Roberto Cattani, que propõe uma abordagem diferenciada sobre o assunto, que tem merecido muita atenção da mídia ocidental.
Neste livro, os pilares fundamentais do Islamismo são descritos de forma compreensível para os não familiarizados com a doutrina. O autor situa o Islam entre as religiões do mundo, apresentado os seus fundamentos e as personalidades históricas responsáveis por sua consolidação. Discute ainda questões polêmicas como o uso obrigatório do véu pelas mulheres, nos países mais conservadores, a guerra santa e as pontos divergentes entre sunitas e xiitas. Cattani analisa ainda o crescimento do fundamentalismo e o surgimento de grupos terroristas que se apóiam em interpretações equivocadas de textos sagrados do Islamismo.
Por outro lado, o autor apresenta as bases do sufismo e da mística islâmica, apresentando excertos de textos místicos de rara beleza. Também é analisada no livro a presença do Islam na história do Brasil, e como vivem os adeptos desta religião, em nosso país, nos dias atuais.
Com a autoridade do estudioso que vivencia o Islamismo na teoria e na prática, Cattani apresenta, em um texto coeso, as informações mais relevantes sobre a religião que mais cresce no mundo. Uma obra fluente para entender, sem dificuldades, os fundamentos do Islam.
Roberto Cattani é fotógrafo, jornalista e escritor. Formado em Antropologia, com especialização sobre o Islam, é membro de uma irmandade islâmica. É correspondente da Agência Ansa no Brasil desde 1991, cobrindo diferentes guerras no Oriente Médio.
"Cenografia, uma breve visita" desvenda as grandes produções artísticas
Cyro del Nero, premiado cenógrafo e grande conhecedor do universo televisivo, teatral e cinematográfico, é autor do novo livro da coleção Saber de tudo da Editora Claridade: Cenografia, uma breve visita.
As grandes produções artísticas, através do cinema, da televisão, do teatro ou dos shows musicais, provocam grandes emoções no público. O motivo é o equilíbrio entre cenário, trilha sonora e enredo. Porém, muitas vezes, o espectador é motivado somente por um bom conjunto cenográfico. Neste livro, Cyro descreve a origem da cenografia na Grécia Antiga – berço dos gêneros teatrais e de seus elementos constitutivos – além de demonstrar a presença do universo cenográfico em outros campos, como por exemplo, nos rituais religiosos, dos quais se originaram..
Para evidenciar a importância da cenografia nas produções artísticas e na vida diária, Cyro explica o significado do termo “cenário”, e detalha as funções dos elementos teatrais, como as estruturas da tragédia e da comédia (ao analisar peças como Édipo Rei, de Sófocles, e Lisístrata, de Aristófanes) –, investigando o mundo circense e suas relações com os adereços. Por fim, apresenta as relações contemporâneas entre moda e cenário.
Essa breve visita ao mundo fascinante da cenografia propicia uma melhor compreensão da arte e da técnica do cenógrafo, sem as quais os espetáculos, especialmente os teatrais, seriam bem menos atraentes.
Cyro del Nero é fotógrafo, cinegrafista e professor titular de Cenografia e Indumentária Teatral, na ECA na Universidade de São Paulo. Ao longo de sua carreira, participou de diferentes montagens teatrais, feiras e eventos em todo o mundo.
Histórias de maio de 68
Em meio a tantas memórias nostálgicas e revisões críticas, "Paris: Maio de 1968" (Conrad Editora) se destaca como o retrato mais vívido e informado daqueles acontecimentos que abalaram a França e o mundo. E o mais divertido também.
O autor, um inglês anônimo, estava em uma posição privilegiada para observar o que aconteceu. Como estrangeiro pôde circular de maneira livre em meio a guerra interna de tendências que acontecia na universidade invadida pelos estudantes. Mas era um anônimo muito bem informado, que entendeu rapidamente e com profundidade as discussões em andamento, soube estar nos lugares certos, nos momentos certos.
O livro foi publicado já no mês seguinte ao dos acontecimentos. É assinado pelo grupo inglês Solidarity, que apesar de pequeno teve uma influência imensa no desenvolvimento de uma versão libertária do pensamento marxista na Inglaterra. Mas pouco tempo depois já se identificava qual especificamente dos anônimos integrantes do grupo Solidarity tinha escrito o livro: Maurice Brinton, um personagem fascinante e paradoxal.
Celebrado como um dos mais brilhantes pensadores da esquerda inglesa na segunda metade do século XX, Brinton foi um mistério enquanto viveu. O mistério só deixou de existir em 10 de março de 2005, quando morreu o Dr. Chris Pallis, aos 81 anos. Christopher Agamemnon Pallis foi o maior neurologista da Inglaterra, e um dos maiores do mundo. Não só é o autor do verbete ³morte² da Enciclopédia Britânica, como foi ele quem desenvolveu o conceito de morte cerebral que é aplicado na maior parte dos hospitais.
Pallis nasceu na Índia, estudou na Suíça e se formou em medicina em Oxford. Era fluente em grego e francês, gostava de viajar e nadar, vivia num lar feliz e tranquilo com sua esposa e filho, e, ao mesmo tempo, qual um bom Mr. Hyde, era Maurice Brinton. Assim, sua bibliografia tem, ao lado de The Neurology of Gastrointestinal Disease e ABC of Brainstem Death (uma obra-prima, segundo a crítica especializada), livros como The Bolsheviks & Workers Control 1917 to 1921.
Em 1967, enquanto acompanhava com atenção a movimentação estudantil na França, Pallis era indicado como médico especial do presidente da Índia. Não é de estranhar a suspeita que ele tenha sido um dos idealizadores do Spies for Peace, um misterioso agrupamento pacifista que aterrorizou o governo britânico no início dos anos 60. O Dr. Pallis entendia das coisas. Muito já escreveu sobre o Maio de 68. Já nos meses seguintes ao acontecimento as livrarias francesas estavam cheias de livros sobre o tema. Mas raros textos, se é que algum, têm o frescor deste testemunho.
Pêra tira maquiagem ao contar a saga frenética
Em 5 de agosto de 1976, seis mulheres soltas na vida bancaram as garçonetes-cantoras da discoteca que Nelson Motta abria no então seminal Shopping da Gávea, situado num dos bairros mais nobres da Zona Sul do Rio de Janeiro. Nem elas sabiam que iam virar a mesa. Mas viraram a música brasileira de pernas pro ar, embaladas em meias de náilon que viraram símbolos daqueles dancin' days. É essa história de magia que Sandra Pêra, uma daquelas seis mulheres, revive em seu recém-editado livro As Tais Frenéticas - Eu Tenho uma Louca Dentro de mim. A autora narra na primeira pessoa a saga do sexteto feminino As Frenéticas, que, além de Pêra, trazia na sua formação original Dudu, Edir, Leiloca, Lidoka, Regina e Sandra. Como os shows feitos pelo grupo na Frenetic Dancin' Days Discotheque encantavam mais os freqüentadores da casa do que a agilidade das garotas como garçonetes, as seis subiram literalmente no salto e injetaram alegria, irreverência e sensualidade numa música brasileira que não podia sorrir por conta das patrulhas ideológicas daqueles anos de repressão. Até então, somente a mutante Rita Lee tinha se dado ao desfrute libertário e subvertia a regra de que mulheres deviam cantar samba ou música romântica (mesmo as garotas papo firme da Jovem Guarda ensaiaram rebeldia devidamente controlada por suas mamães e pelo próprio sistema). Não por acaso, Rita acabou tendo sua trajetória entrelaçada com a das Frenéticas. O nome da Ovelha Negra consta nos créditos de músicas como Perigosa - o primeiro grande hit do grupo - e Fonte da Juventude, outra delícia do histórico LP de estréia das moças. O sucesso na discoteca gerou tititi e um contrato com a gravadora WEA ainda em 1976. E, a partir do compacto que trazia A Felicidade Bate à sua Porta (de Gonzaguinha, compositor que seria recorrente no repertório do sexteto), o trem da alegria partiu veloz em direção a todo o Brasil. Com fluência, numa narrativa estruturada em tópicos que evoca a forma de um almanaque, com direito a incontáveis fotos, Sandra Pêra tira a maquiagem das Frenéticas e conta a história, revelando os meandros que as uniram (todas estavam desempregadas quando Nelson Motta teve a idéia de criar as garçonetes-cantoras), a sedução do sucesso, o conseqüente envolvimento com as drogas e o dissabor dos primeiros fracassos, quando a magia dos dancin' days já começava a se dissipar. Além do afeto que envolve as seis. As Tais Frenéticas é interessante livro de memórias escrito em tom coloquial e informal, sem grandes rigores estilísticos. Não é uma reportagem que oferece a visão de todos os lados. A autora nunca abre mão do texto na primeira pessoa, mas a riqueza de detalhes de sua memória privilegiada permite a reconstituição dos fatos, dispostos no livro em ordem cronológica. E cada uma das (muitas) fotos ajuda a visualizar o que a autora relata no texto. Por ter vivido a própria história, falta algumas vezes à autora a visão crítica de quem estava fora da festa. Exemplo é o entusiasmo com que ela se refere à música É que Nessa Encarnação Eu Nasci Manga, composta por Luli e Lucina. Gravada pelas Frenéticas em seu terceiro álbum (Soltas na Vida, 1979), a música foi erroneamente escolhida pela WEA (a véia, como Sandra se refere jocosamente à gravadora hoje denominada Warner Music) sem ter o mesmo forte apelo de Perigosa, Dancin' Days e O Preto que Satisfaz, sucessos dos dois primeiros álbuns. A recepção morna da música e do terceiro LP foi o início do fim. As Frenéticas ainda abriram suas asas nos anos seguintes, mas o vôo nunca mais foi tão alto - em que pese bom álbum em torno da obra de Lamartine Babo (Babando Lamartine, 1980) injustamente inédito em CD. A autora também aborda em As Tais Frenéticas as posteriores tentativas de reagrupar o grupo para evocar a magia dos dancin' days. A que repôs o grupo em real evidência aconteceu em 1992, quando as Frenéticas foram convocadas para gravar a música Perigosas Peruas para a abertura da novela homônima exibida pela Rede Globo naquele ano. A gravação rendeu coletânea, As Mais Gostosas das Frenéticas, turbinada com três músicas inéditas. Mas o revival foi efêmero. Em seu testemunho, a autora garante que percebera desde o início dos anos 80 que a festa do grupo já se aproximava do fim. Ficaram as memórias daqueles frenéticos dias dançantes, contadas por Sandra Pêra neste livro de caráter afetivo que documenta bem a saga daquelas pretensas seis garçonetes que - sem planejar uma revolução - viraram a mesa...
Com lançamento mundial e simultâneo, Os Bin Laden – Uma família árabe no século norte-americano, do jornalista Steve Coll, desvenda os elos que ligam os círculos do poder político, econômico e cultural dos Estados Unidos à saga da milionária família muçulmana de Osama bin Laden – o terrorista mais procurado do mundo e responsável pela tragédia que se abateu sobre as torres gêmeas do World Trade Center em 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque.
Para escrever o livro, o autor, duas vezes ganhador do Pulitzer, realizou mais de 150 entrevistas em quatro continentes – Ásia, América, Europa e África – e mergulhou em arquivos públicos e particulares da Arábia Saudita, Estados Unidos, Inglaterra e Israel. O resultado dessa investigação é uma obra tão caudalosa quanto sólida, rica em informações de bastidores, e que mapeia todos os passos de uma história familiar recheada de intrigas, disputas de poder e negócios nebulosos que envolveram cifras que chegam à casa dos bilhões de dólares.
Almanaque traz o melhor dos seriados de todos os tempos
Quem nunca passou horas na frente da televisão assistindo seriados? Isso também faz parte da rotina do jornalista Paulo Gustavo Pereira, mas ele foi além, reuniu todo seu conhecimento na área e lança este mês, o “Almanaque dos Seriados”, pela Ediouro.
A publicação é uma verdadeira viagem no tempo, começando pelo Agente 86 e terminado com Desperate Housewives e Heroes, passando pelos Os Três Patetas, National Kid, I Love Lucy, Feiticeira, Vila Sésamo, Armação Ilimitada, Friends, Os Normais, Lost, e muitos, muitos outros.
Fruto de um trabalho que começou no início dos anos 80, o "Almanaque dos Seriados" relata os mais importantes seriados que passaram na televisão brasileira, em um livro recheado de ilustrações, diálogos marcantes e informações de bastidores.
Curiosidades como quanto dinheiro Matt LeBlanc tinha em sua conta quando fez o teste para Friends, quantos carros foram destruídos na série Os Gatões, com que freqüência os atores de 24 Horas são convidados a cortar seus cabelos, quais atores recusaram papeis que fizeram sucessos, são algumas das histórias que completam este almanaque.
Divido por décadas, de 1950 a 2000, o livro traz seriados nacionais e internacionais dos mais diferentes temas. Policiais, faroestes, infantis, românticos, dramáticos; um repertório tão completo que é impossível o leitor não relembre alguma fase de sua vida e mate a saudade de seus personagens favoritos.
Paulo Gustavo Pereira cresceu assistindo Vigilante Rodoviário, Brigada 8, Zorro, Além da Imaginação, Perdidos no Espaço, I Love Lucy, Viagem ao Fundo do Mar, Bonanza, entre uma dezenas de séries hoje consideradas clássicas dentro da pequena história da televisão no Brasil. Formado em Jornalismo, Trabalhou no Jornal da Tarde, Folha de SP, Estadão e Jornal do Brasil, e hoje é o diretor de redação da revista Sci-Fi News. Na televisão, passou pela Tupi, Globo, Bandeirantes, Record, Manchete e Cultura, como assistente da redação, repórter, editor, e chefe de reportagem. No SBT, dirigiu as transmissões da Festa do Oscar, a partir de 1994. Repetiu a dose na TNT, direto dos estúdios da emissora em Atlanta/EUA, em 2007.
Preço: R$ 49,90
Demétrio Magnoli lança História da paz
Depois do sucesso de História das guerras, conheça os tratados que edificaram a ordem internacional de uma época ou inscreveram em pedra os conceitos perenes da “lei das nações”
Sempre houve pessoas empenhadas em evitar guerras, prevenir situações de conflito, preservar a natureza e evitar a proliferação de artefatos nucleares. Mas será que, ainda assim, a insanidade dos homens conduzirá o planeta à sua destruição por conta de guerras nucleares e desequilíbrio ecológico? Será que temos feito esforços adequados para manter a paz entre nações e a habitabilidade deste nosso abrigo comum? O sociólogo Demétrio Magnoli, reuniu uma armada poderosíssima para contar a História da paz, lançamento da Editora Contexto. Nessa legião da paz tem jornalista, historiadores, ex-ministro das Relações Internacionais, doutor em Economia, diplomata, coronel de Estado-Maior, embaixador, doutora em Relações Internacionais e em Ciência Política. Todos grandes especialistas em suas áreas.
“Evidentemente, ninguém imagina que basta todos vestirem branco e se dar as mãos para que a paz universal envolva pessoas e animais, montanhas e oceanos”, comenta Magnoli. Para ele a paz é muitas vezes resultado de acordos diplomáticos entre líderes. Em História da paz, os tratados que edificaram a ordem internacional de uma época ou até mesmo registraram de forma duradoura os conceitos e leis de nações, são destrinchados e analisados pelos autores, desde o século IV até os nossos dias.
Por vezes, esses arranjos resultam de divisão de butins. Por vezes, são feitos para humilhar os perdedores. Nem sempre satisfazem a todos. Podem até conter, nos seus termos, indícios de uma nova guerra. Alguns emanaram de guerras gerais e implantaram uma ordem nova. Outros definiram a natureza, o conteúdo e os limites do poder de impérios e grandes potências. Os ecos de todos eles continuam a repercutir entre nós.
História da paz estabelece, de certa forma, um diálogo com História das guerras, também organizado pelo Demétrio Magnoli e recentemente publicado. Em meio a guerras e situações de conflito, a paz pode surgir como fruto de conquistas, de esforços diplomáticos, conciliação entre poderosos e acordos entre iguais e desiguais.
Os capítulos e autores da “paz”
• Concílios Ecumênicos Medievais - José Rivair Macedo
• Tratado de Tordesilhas - Flavio de Campos
• Paz da Westfália - Roberto Romano
• Congresso de Viena - Demétrio Magnoli
• Tratado de Nanquim - Maria Helena Valente Senise
• Conferência de Berlim - Elaine Senise Barbosa
• Acordo Sykes-Picot - Samuel Feldberg
• Tratado de Versalhes - Luiz de Alencar Araripe
• Conferência de Bretton Woods - Gilson Schwartz
• Conferências de Yalta e Potsdam - William Waack
• Declaração Universal dos Direitos Humanos - Celso Lafer
• Carta da OEA - Mônica Herz
• Tratado de Roma - Marcos de Azambuja
• Tratado de Não-Proliferação Nuclear - Luís Fernando Panelli César
• Protocolo de Kioto - Fernando Gabeira
Organizador
Demétrio Magnoli é Sociólogo, doutor em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e integrante do Grupo de Análises de Conjuntura Internacional (Gacint) – USP. Organizador e Co-autor de História das guerras (Editora Contexto).
Serviço
Livro: História da paz
Organizador: Demétrio Magnoli
448 páginas
Preço: R$ 49,00
COLEÇÃO POR QUE LER
Nova coleção mantém viva a presença dos maiores nomes da literatura nacional e mundial, como Shakespeare, Dante, Borges e Oswald
Os grandes clássicos da literatura têm algo de paradoxal na sua condição de clássicos: de tão conhecidos, passam eventualmente a ser... desconhecidos. Não esquecidos, naturalmente, mas ignorados, no sentido de serem muito mais citados do que lidos. Os motivos são vários, e têm a ver tanto com certa obrigatoriedade curricular quanto com sua distância histórica, passando pelo simples fato de que se lê menos do que se deveria, de modo geral. Tudo isso mais do que justifica as coleções que, de tempos em tempos, cumprem o papel de se voltar para os grandes nomes da literatura de modo a (re)apresentá-los ao grande público. Se mais não fosse, porque cada nova geração de leitores deve empreender sua própria (re)leitura dos clássicos. Além disso, para os que já os conhecem, é sempre um prazer revisitá-los, como a um velho amigo.
A nova coleção da Editora Globo, Por que ler, tem esse escopo e esse perfil. Trata-se de livros breves, com menos de 200 páginas, que apresentam, cada um, a vida e a obra de um grande nome da literatura, tanto universal quanto brasileira, escritos por renomados especialistas brasileiros contemporâneos que, em muitos casos, são também escritores – afinal, o público-alvo não são outros especialistas mas, ao contrário, o público em geral e os amantes da melhor literatura em particular.
Os primeiros lançamentos da coleção são Por que ler Shakespeare, de Bárbara Heliodora, Por que ler Dante, de Eduardo Sterzi, e Por que ler Borges, de Ana Cecilia Olmos. Ainda para este ano, estão programados Por que ler Bandeira, de Júlio Castañon Guimarães, e Por que ler Oswald, de Maria Augusta Fonseca.
A resposta dada pelos livros da coleção Por que ler à pergunta que lhe serve de título não é, naturalmente, direta: não se trata, então, de dizer que se deve ler Shakespeare por isso e por aquilo, ou Dante por esse ou aquele motivo, ou Borges por tal e tal fato. A resposta, portanto, está nos próprios escritores abordados. Assim, se por um lado os livros da coleção seguem, grosso modo, a clássica divisão vida e obra de maneira sintética (buscando, em ambas, aquilo que Pound chamou de “pontos luminosos”), por outro lado, a ampliam. A ampliação fica por conta da divisão em cinco partes de cada livro: “Um retrato do artista” (síntese biográfica), “Cronologia”, “Ensaio de leitura” (comentários sobre a obra), “Entre a spas” (reprodução de importantes passagens da obra) e “Estante” (com as principais obras do e sobre o autor abordado).
Novo livro da coleção Saber de tudo desmistifica a visão comum sobre o Islã
Islam e Islamismo é o novo livro da coleção Saber de tudo, da Editora Claridade, escrito por Roberto Cattani, que propõe uma abordagem diferenciada sobre o assunto, que tem merecido muita atenção da mídia ocidental.
Neste livro, os pilares fundamentais do Islamismo são descritos de forma compreensível para os não familiarizados com a doutrina. O autor situa o Islam entre as religiões do mundo, apresentado os seus fundamentos e as personalidades históricas responsáveis por sua consolidação. Discute ainda questões polêmicas como o uso obrigatório do véu pelas mulheres, nos países mais conservadores, a guerra santa e as pontos divergentes entre sunitas e xiitas. Cattani analisa ainda o crescimento do fundamentalismo e o surgimento de grupos terroristas que se apóiam em interpretações equivocadas de textos sagrados do Islamismo.
Por outro lado, o autor apresenta as bases do sufismo e da mística islâmica, apresentando excertos de textos místicos de rara beleza. Também é analisada no livro a presença do Islam na história do Brasil, e como vivem os adeptos desta religião, em nosso país, nos dias atuais.
Com a autoridade do estudioso que vivencia o Islamismo na teoria e na prática, Cattani apresenta, em um texto coeso, as informações mais relevantes sobre a religião que mais cresce no mundo. Uma obra fluente para entender, sem dificuldades, os fundamentos do Islam.
Roberto Cattani é fotógrafo, jornalista e escritor. Formado em Antropologia, com especialização sobre o Islam, é membro de uma irmandade islâmica. É correspondente da Agência Ansa no Brasil desde 1991, cobrindo diferentes guerras no Oriente Médio.
"Cenografia, uma breve visita" desvenda as grandes produções artísticas
Cyro del Nero, premiado cenógrafo e grande conhecedor do universo televisivo, teatral e cinematográfico, é autor do novo livro da coleção Saber de tudo da Editora Claridade: Cenografia, uma breve visita.
As grandes produções artísticas, através do cinema, da televisão, do teatro ou dos shows musicais, provocam grandes emoções no público. O motivo é o equilíbrio entre cenário, trilha sonora e enredo. Porém, muitas vezes, o espectador é motivado somente por um bom conjunto cenográfico. Neste livro, Cyro descreve a origem da cenografia na Grécia Antiga – berço dos gêneros teatrais e de seus elementos constitutivos – além de demonstrar a presença do universo cenográfico em outros campos, como por exemplo, nos rituais religiosos, dos quais se originaram..
Para evidenciar a importância da cenografia nas produções artísticas e na vida diária, Cyro explica o significado do termo “cenário”, e detalha as funções dos elementos teatrais, como as estruturas da tragédia e da comédia (ao analisar peças como Édipo Rei, de Sófocles, e Lisístrata, de Aristófanes) –, investigando o mundo circense e suas relações com os adereços. Por fim, apresenta as relações contemporâneas entre moda e cenário.
Essa breve visita ao mundo fascinante da cenografia propicia uma melhor compreensão da arte e da técnica do cenógrafo, sem as quais os espetáculos, especialmente os teatrais, seriam bem menos atraentes.
Cyro del Nero é fotógrafo, cinegrafista e professor titular de Cenografia e Indumentária Teatral, na ECA na Universidade de São Paulo. Ao longo de sua carreira, participou de diferentes montagens teatrais, feiras e eventos em todo o mundo.
Histórias de maio de 68
Em meio a tantas memórias nostálgicas e revisões críticas, "Paris: Maio de 1968" (Conrad Editora) se destaca como o retrato mais vívido e informado daqueles acontecimentos que abalaram a França e o mundo. E o mais divertido também.
O autor, um inglês anônimo, estava em uma posição privilegiada para observar o que aconteceu. Como estrangeiro pôde circular de maneira livre em meio a guerra interna de tendências que acontecia na universidade invadida pelos estudantes. Mas era um anônimo muito bem informado, que entendeu rapidamente e com profundidade as discussões em andamento, soube estar nos lugares certos, nos momentos certos.
O livro foi publicado já no mês seguinte ao dos acontecimentos. É assinado pelo grupo inglês Solidarity, que apesar de pequeno teve uma influência imensa no desenvolvimento de uma versão libertária do pensamento marxista na Inglaterra. Mas pouco tempo depois já se identificava qual especificamente dos anônimos integrantes do grupo Solidarity tinha escrito o livro: Maurice Brinton, um personagem fascinante e paradoxal.
Celebrado como um dos mais brilhantes pensadores da esquerda inglesa na segunda metade do século XX, Brinton foi um mistério enquanto viveu. O mistério só deixou de existir em 10 de março de 2005, quando morreu o Dr. Chris Pallis, aos 81 anos. Christopher Agamemnon Pallis foi o maior neurologista da Inglaterra, e um dos maiores do mundo. Não só é o autor do verbete ³morte² da Enciclopédia Britânica, como foi ele quem desenvolveu o conceito de morte cerebral que é aplicado na maior parte dos hospitais.
Pallis nasceu na Índia, estudou na Suíça e se formou em medicina em Oxford. Era fluente em grego e francês, gostava de viajar e nadar, vivia num lar feliz e tranquilo com sua esposa e filho, e, ao mesmo tempo, qual um bom Mr. Hyde, era Maurice Brinton. Assim, sua bibliografia tem, ao lado de The Neurology of Gastrointestinal Disease e ABC of Brainstem Death (uma obra-prima, segundo a crítica especializada), livros como The Bolsheviks & Workers Control 1917 to 1921.
Em 1967, enquanto acompanhava com atenção a movimentação estudantil na França, Pallis era indicado como médico especial do presidente da Índia. Não é de estranhar a suspeita que ele tenha sido um dos idealizadores do Spies for Peace, um misterioso agrupamento pacifista que aterrorizou o governo britânico no início dos anos 60. O Dr. Pallis entendia das coisas. Muito já escreveu sobre o Maio de 68. Já nos meses seguintes ao acontecimento as livrarias francesas estavam cheias de livros sobre o tema. Mas raros textos, se é que algum, têm o frescor deste testemunho.
Pêra tira maquiagem ao contar a saga frenética
Em 5 de agosto de 1976, seis mulheres soltas na vida bancaram as garçonetes-cantoras da discoteca que Nelson Motta abria no então seminal Shopping da Gávea, situado num dos bairros mais nobres da Zona Sul do Rio de Janeiro. Nem elas sabiam que iam virar a mesa. Mas viraram a música brasileira de pernas pro ar, embaladas em meias de náilon que viraram símbolos daqueles dancin' days. É essa história de magia que Sandra Pêra, uma daquelas seis mulheres, revive em seu recém-editado livro As Tais Frenéticas - Eu Tenho uma Louca Dentro de mim. A autora narra na primeira pessoa a saga do sexteto feminino As Frenéticas, que, além de Pêra, trazia na sua formação original Dudu, Edir, Leiloca, Lidoka, Regina e Sandra. Como os shows feitos pelo grupo na Frenetic Dancin' Days Discotheque encantavam mais os freqüentadores da casa do que a agilidade das garotas como garçonetes, as seis subiram literalmente no salto e injetaram alegria, irreverência e sensualidade numa música brasileira que não podia sorrir por conta das patrulhas ideológicas daqueles anos de repressão. Até então, somente a mutante Rita Lee tinha se dado ao desfrute libertário e subvertia a regra de que mulheres deviam cantar samba ou música romântica (mesmo as garotas papo firme da Jovem Guarda ensaiaram rebeldia devidamente controlada por suas mamães e pelo próprio sistema). Não por acaso, Rita acabou tendo sua trajetória entrelaçada com a das Frenéticas. O nome da Ovelha Negra consta nos créditos de músicas como Perigosa - o primeiro grande hit do grupo - e Fonte da Juventude, outra delícia do histórico LP de estréia das moças. O sucesso na discoteca gerou tititi e um contrato com a gravadora WEA ainda em 1976. E, a partir do compacto que trazia A Felicidade Bate à sua Porta (de Gonzaguinha, compositor que seria recorrente no repertório do sexteto), o trem da alegria partiu veloz em direção a todo o Brasil. Com fluência, numa narrativa estruturada em tópicos que evoca a forma de um almanaque, com direito a incontáveis fotos, Sandra Pêra tira a maquiagem das Frenéticas e conta a história, revelando os meandros que as uniram (todas estavam desempregadas quando Nelson Motta teve a idéia de criar as garçonetes-cantoras), a sedução do sucesso, o conseqüente envolvimento com as drogas e o dissabor dos primeiros fracassos, quando a magia dos dancin' days já começava a se dissipar. Além do afeto que envolve as seis. As Tais Frenéticas é interessante livro de memórias escrito em tom coloquial e informal, sem grandes rigores estilísticos. Não é uma reportagem que oferece a visão de todos os lados. A autora nunca abre mão do texto na primeira pessoa, mas a riqueza de detalhes de sua memória privilegiada permite a reconstituição dos fatos, dispostos no livro em ordem cronológica. E cada uma das (muitas) fotos ajuda a visualizar o que a autora relata no texto. Por ter vivido a própria história, falta algumas vezes à autora a visão crítica de quem estava fora da festa. Exemplo é o entusiasmo com que ela se refere à música É que Nessa Encarnação Eu Nasci Manga, composta por Luli e Lucina. Gravada pelas Frenéticas em seu terceiro álbum (Soltas na Vida, 1979), a música foi erroneamente escolhida pela WEA (a véia, como Sandra se refere jocosamente à gravadora hoje denominada Warner Music) sem ter o mesmo forte apelo de Perigosa, Dancin' Days e O Preto que Satisfaz, sucessos dos dois primeiros álbuns. A recepção morna da música e do terceiro LP foi o início do fim. As Frenéticas ainda abriram suas asas nos anos seguintes, mas o vôo nunca mais foi tão alto - em que pese bom álbum em torno da obra de Lamartine Babo (Babando Lamartine, 1980) injustamente inédito em CD. A autora também aborda em As Tais Frenéticas as posteriores tentativas de reagrupar o grupo para evocar a magia dos dancin' days. A que repôs o grupo em real evidência aconteceu em 1992, quando as Frenéticas foram convocadas para gravar a música Perigosas Peruas para a abertura da novela homônima exibida pela Rede Globo naquele ano. A gravação rendeu coletânea, As Mais Gostosas das Frenéticas, turbinada com três músicas inéditas. Mas o revival foi efêmero. Em seu testemunho, a autora garante que percebera desde o início dos anos 80 que a festa do grupo já se aproximava do fim. Ficaram as memórias daqueles frenéticos dias dançantes, contadas por Sandra Pêra neste livro de caráter afetivo que documenta bem a saga daquelas pretensas seis garçonetes que - sem planejar uma revolução - viraram a mesa...
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