quarta-feira, 9 de outubro de 2013

LIVROS - FICÇÃO

Landmark lança “Orlando”, de Virginia Woolf, em edição bilíngue 

A obra mais famosa da escritora inglesa trabalha as ambiguidades da identidade feminina e masculina e suas relações com a condição humana
 

Depois de “Ao Farol”, a editora Landmark lança “Orlando”, outra obra da escritrora Virginia Woolf, em edição bilíngue (português-inglês). Virginia Woolf é uma das mais representativas escritoras inglesas do século XX foi integrante do grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Sua obra, classificada como modernista, é caracterizada principalmente pelo fluxo de consciência, uma de suas marcas mais conhecidas e da qual é considerada uma das criadoras. Seu primeiro livro foi "A Viagem", publicado em 1915. Sua obra mais conhecida é mesmo "Orlando", publicada em 1928 e sua última foi "Entre Atos", publicada em 1941, posterior à sua morte.
"Orlando" narra a vida de um jovem nobre inglês nascido no século XVI, dotado aparentemente de imortalidade, que vive há três séculos sem envelhecer e que abruptamente se transforma em mulher. O romance, uma biografia ficcional inspirada na vida da amiga íntima de Virginia Woolf, Vita Sackville-West, é geralmente considerado como uma das obras mais acessíveis da autora. O romance, que tem sido influente estilisticamente, é um dos expoentes da Literatura do século XX em geral, e particularmente na história da escrita das mulheres e dos estudos de gênero. Possuindo um relato agradável, valendo-se da temática temporal, uma das marcas de Virginia Woolf ao se valer da variante literária e estilística, apresenta um lado misterioso e quixotesco ao trabalhar as ambiguidades da identidade feminina e masculina e suas relações com a condição humana. Bem-humorado, é um dos grandes exemplares do modernismo inglês e um dos ápices da arte literária de Virginia Woolf. Além do interessante e original argumento, a narrativa se destaca pela beleza das descrições e pelo lirismo de suas reflexões e diálogos. Verdadeira poesia dentro da prosa.
Mas quem é Orlando? Homem ou mulher? Este é o ponto de partida de uma das obras mais controvertidas e conhecidas de Virginia Woolf, devido principalmente ao seu caráter ambíguo que reflete a visão de si mesma e do mundo em que vivia. Pode-se afirmar que Virginia Woolf pretendeu valorizar as qualidades femininas do homem e as qualidades masculinas da mulher, construindo uma narrativa a favor da igualdade de ambos os gêneros, destacando o que nos torna similares ao invés daquilo que nos torna diferentes.
"Orlando" apresenta uma dualidade sexual, a mesma que a própria escritora defendia ao se colocar contra o asfixiante comportamento social da mulher inglesa. Como precursora de um incipiente feminismo, Woolf removeu a mulher do ostracismo social e de seu mero papel de esposa e mãe através da instrução e da criatividade literária.
Em 1989, “Orlando” foi levado aos cinemas em 1992, dirigido por Sally Potter, com Tilda Swinton (Precisamos Falar sobre Kevin) no papel-título, recebendo duas indicações ao Oscar por figurino e direção de arte. No Brasil, a obra de Woolf foi encenada pela diretora Bia Lessa e apresentada na temporada inaugural do Teatro I do CCBB no Rio de Janeiro em 1989, com a participação dos atores Fernanda Torres, Julia Lemmertz, Cláudia Abreu e Otávio Muller.
Em2004, Betty Gofman, Natália Lage, Vanessa Gerbelli e Dany Roland estrearam uma nova montagem do espetáculo no Teatro Dulcina no Rio de Janeiro.








Depois de conquistar milhares de fãs ao redor do mundo, série “Revenge” vira livro
 

Escrito por Jesse Lasky, roteirista da equipe da série, que mostra uma parte da história que não foi exibida na TV
 

As questões de Willian Shakespeare (1564-1616) eternizadas em o Mercador de Veneza e escolhidas por Jesse Lasky para a abertura do livro Revenge – treinamento para vingança (Planeta, 256 pp, R$ 34,90), não deixam dúvidas ao tom que  o autor dá à história, sucesso arrebatador nos quatro cantos do mundo como série de TV, exibida no Brasil pela TV Globo e pelo canal por assinatura Sony.
Amanda Clarke, agora conhecida como Emily Thorne, decide voltar aos Hamptons, em Nova York, em busca de vingança contra aqueles que destruíram sua família e causaram a morte de seu pai.  Este é o mote da série.
No livro, Emily Thorne regressa a Rebun, no Japão, à mesma escola de vingança do mestre Takeda, onde já estivera. Lá, Emily aconselha Ava Winters, a jovem herdeira da premiada vinícola Starling, que quer se vingar do homem que a enganou e pelo qual fora perdidamente apaixonada. As duas conhecem ainda outras quatro pessoas que também buscam suas vinganças pessoais. O que nenhuma delas sabe é que em breve seus destinos vão se cruzar.
Tarimbada, Emily divide com Ava sua sabedoria sobre a vingança e a importância de buscar a justiça em um mundo onde os inimigos são os que se dão bem. Resta saber se Ava aprenderá as lições. Conseguirá tornar-se forte para recuperar o seu império?
Jesse Lasky cresceu em Long Island antes de ir para Nova York cursar faculdade. Após se formar, mudou-se para Manhattan, onde trabalhou em diversos projetos para cinema e televisão. Atualmente ele vive em Los Angeles e integra a equipe de roteiristas da série Revenge, exibida nos Estados Unidos pela ABC e, no Brasil, pelos canais Sony e Globo.
 






Uma viagem além da existência em “Paralelos”

Ator e dramaturgo Leonardo Alkmin lança seu primeiro romance


Formado pela Escola de Arte Dramática da USP, Leonardo Alkmim trabalhou como ator ao lado de artistas como Cacá Carvalho, José Celso Martinez, Julia Lemmertz, Alexandre Borges, Ulysses Cruz, Renato Borghi e Paulo Autran. Como dramaturgo, recebeu o Prêmio SESI de Dramaturgia 1995, o Prêmio Jornada SESC de 1997, o Prêmio Residência Oswald de Andrade de 2000, e a indicação para o Prêmio Shell de 2004. Teve vários de seus textos encenados e publicados, além de escrever programas de TV e roteiros de cinema. Leonardo acabou de lançar seu primeiro romance, “Paralelos”, pela Geração Editorial.
Neste livro, original e criativo, o leitor é transportado a um universo fantástico que bem poderia ser o nosso, muito bem descrito em seus detalhes estéticos e peculiaridades. Um cosmos no qual, segundo a arrojada teoria do autor sobre a sua criação e engrenagens, existe lugar para a espiritualidade, mas sempre com embasamento científico.
Publicado pela Geração Editorial, o livro de 432 páginas que está sendo vendido por R$39,90 tem início com um ônibus escolar afundando em um rio após um acidente. Todos os estudantes morrem, exceto Vítor, que ninguém sabe como conseguiu sobreviver.
O enredo habilmente construído, com um conflito misterioso que mantém o suspense até a última página, tem início quando um ônibus escolar sofre um acidente e afunda num rio, matando todos os estudantes que voltavam de um acampamento. Todos menos um, Vítor, que sobrevive estranhamente, enquanto seu irmão gêmeo, Alexandre, morre. Alexandre acorda numa dimensão paralela, povoada por seres estranhos em vários estágios de existência e resguardada por instâncias elementares como o Horizonte de Energia, o Conselho, Deus e os anjos. Descobre então que uma ordem cósmica mantém o equilíbrio de forças materiais e imateriais, eliminando fatores que coloquem em risco a integridade do sistema.
Alexandre descobre também que deveria ter sido salvo, mas por um equívoco de um anjo guardador, morreu no lugar de Vítor, seu irmão gêmeo. Esse erro misterioso coloca em risco todo o funcionamento do cosmos. Alexandre e Vítor, embora em dimensões diferentes, precisarão lutar para restaurar o equilíbrio do Universo.
Tratando de temas como vida após a morte, dimensões paralelas, Deus, anjos e outros elementos místicos, o autor arrebata o leitor com todas as suas surpresas e revelações a cada capítulo, além de conquistá-lo com seus personagens ora cativantes, ora assustadores, porém sempre muito interessantes e bem construídos.

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