Cid Gomes apela à racionalidade. Uma autocrítica?
EM SUA MAIS recente declaração sobre o projeto para um estaleiro no Titanzinho, o governador faz apelo “à racionalidade”. Pelo que entendi, reclama, com o termo, uma avaliação comparativa sobre “os números”.
NÚMEROS não dizem tudo. O urbanismo também dialoga sobre fatores intangíveis e mesmo subjetivos. Que cálculo pode medir o desconforto de ser vizinho de um estaleiro, que produz poluição sonora durante o dia inteiro?
BASTA UMA leitura em retrospectiva para constatar que foi o próprio governador quem, desde o início, fomentou o embate e tumultuou a discussão do projeto, criando o ambiente do qual se queixa agora. Veja:
1 – FOI BELIGERANTE. Cid Gomes escolheu o pior momento para lançar a idéia, quando a prefeita da cidade se encontrava de férias, criando, de saída, uma situação favorável a uma atitude de resistência da parte dela. De tão desastrado, ficou a leitura corrente de que buscava, de fato, o conflito.
2 – FOI AUTORITÁRIO quando, desde o início, excluiu a possibilidade de que a localização do projeto fosse colocada em discussão. O espírito varejista da sua declaração – “É pegar ou largar!” – revelou falta de percepção sobre a capacidade de reação crítica da cidade. Deu no que deu.
3 – FOI FISIOLÓGICO já desde seu primeiro ato de articulação, ao ungir “os vereadores mais votados no bairro” como grupo de maior relevância para a construção da legitimidade do projeto, desprezando a prevalência de aspectos de ordem técnica e urbanística.
4 – FOI PROVINCIANO, de uma estupidez atroz, ao afirmar que caberia “à população do Titanzinho decidir” sobre a instalação, quando o projeto afeta toda a cidade, envolve aspectos de estratégia global para o desenvolvimento. O governador olhou para uma metrópole como se fosse um prefeito de roça.
5 – FOI ELITISTA quando, ao perceber a reação de setores organizados da sociedade, foi buscar apoio prioritário na representação social do poder econômico, a FIEC, e em segmentos mais comprometidos do trade turístico, não obtendo, aliás, em nenhum dos dois, a almejada unanimidade.
TUDO ISSO – vejam – em um ano eleitoral, onde o próprio governador é candidato, quando lideranças como ele são mais exigidas na capacidade de lidar com a complexidade de administrar em um ambiente onde interesses unilaterais se mostram com maior vigor e resistência à “racionalidade”.
PERDEU-SE, o governador, no caso, o bastante para que se tome seu apelo à racionalidade como uma autocrítica, ainda que inconsciente. Só lhe resta recompor o curso do projeto, abrindo a discussão a partir do ponto inicial do desvio: uma conversa com a prefeita (eleita) da cidade. Ao trabalho.
CID: má gestão de uma idéia em crise.
Tucanicídio midiático
A NOTÍCIA é plantada porque é ridícula ou é ridícula porque é plantada? Pouco importa, mas diz muito sobre o grau de desespero a que chegaram os setores mais conservadores de apoio à candidatura de José Serra.
O BOATO QUE circulou pela imprensa, quinta-feira, dava conta de que o presidente Lula se licenciaria para dedicar tempo ao palanque da Dona Dilma, deixando no cargo um campeão de impopularidade – Zé Sarney.
CHAMA-SE a isto de suicídio midiático (é protocolar: o desespero sempre erra na dose). Um boato como esse – de resto, logo desmentido – acaba provocando mais prejuízos a quem pretende beneficiar. Voltem ao normal.
Serra: a estratégia do camaleão
OS MOTIVOS de José Serra para não posicionar sua estratégia eleitoral em oposição frontal ao governo Lula encontram-se perfeitamente justificados, uma vez mais, pelos números da recente pesquisa Datafolha.
A PREMISSA só precisa de um único dado para se revestir de consistente fundamentação: apenas 4% dos brasileiros avaliam o governo de Lula como ruim ou péssimo. Dentro da margem de erro, quer dizer: “oposição zero”.
EM OUTROS termos: a realidade está impermeável ao gotejamento crítico. Só há dois tipos com disposição para uma briga dessas: os franco-atiradores e os suicidas compulsivos – nenhum deles combina com o figurino de Serra.
OUTRO DADO – secundário, mais volátil – serve à postura de neutralidade: entre os que aprovam o governo (“bom” e “ótimo”), é igual o percentual de eleitores que votam em Serra ou Dilma: 32% e 33%, respectivamente.
COMO, POR força de um processo de escolha que se dá por método de exclusão, o tucano já teria seu nome consolidado entre os eleitores à direita – o “voto liberal” – ele deverá, agora, buscar a conquista de novos espaços.
LOGO, SERÁ com propostas mais identificadas com a esquerda, de maior apelo social, que Serra tentará se postar como o “sucessor mais qualificado” para avançar a partir dos bons resultados obtidos até então.
RECEBERÃO atenção maior os temas de Saúde, onde o candidato já agregou grande credibilidade em sua ação pública, e Emprego, sempre uma boa causa – ainda mais para ele, sensível às prioridades do setor produtivo.
COMO UM camaleão, Serra tentará incorporar as expectativas de quem pretende continuidade nas políticas de centro-esquerda, oferecendo ao eleitor o aval de sua biografia, pública e pessoal.
VEM AÍ O menino pobre que venceu por méritos próprios. O líder estudantil exilado. O desenvolvimentista. O gestor brilhante. O político de atitudes ponderadas, recomendáveis para o exercício do cargo.
NÃO SERÁ, como gostariam os aliados do DEM e tucanos conservadores como Tasso Jereissati e Artur Virgílio, o opositor raivoso. A estratégia será “individualizada”, sustentada na trajetória do candidato.
O QUE AQUI se projeta não é um exercício de quiromancia, mas uma avaliação fundamentada tanto na sinalização das pesquisas quanto nos primeiros gestos públicos do candidato. Se terá êxito, logo saberemos.
SERRA: discurso de centro-esquerda.
Metáforas esportivas
JORNALISTA, Eliane Catanhêde aplicou metáfora boleira para definir as condições de disputa na sucessão presidencial, onde a conjuntura é francamente favorável a Dilma Rousseff, embora José Serra seja mais experiente: “o tucano pode até ser melhor, mas vai jogar na casa do adversário”.
QUAL A SUA IDENTIDADE?
Qual o sentido de pensarmos em uma política de identidade cultural em pleno século XXI? No ambiente político, quais os efeitos de um processo indutor, por parte do Estado, de uma identidade nacional? É possível, na pós-modernidade, atribuirmos qualquer perspectiva de identidade que não seja no campo individual? Como lidar com culturas autóctones e conhecimentos tradicionais diante dos desafios da globalização?
Identidade é conceito-chave na construção de políticas culturais. Além de dar sentido a um território cultural, reúne dentro de si elementos simbólicos compartilhados entre um grupo de tal modo a garantir a sua soberania como nação.
Segundo Teixeira Coelho2 (1997), “tratava-se de encontrar os traços dessa identidade e de preservá-los estimulando sua reprodução por intermédio de programas de ação cultural e de políticas de comunicação de massa de que resultaram as redes nacionais de televisão”.
A identidade cultural de um povo é geralmente reconhecida por seus elementos unificadores, como território, língua e religião. Tratar do assunto sob o ponto de vista das políticas públicas de cultura torna-se cada vez mais complexo e espinhoso. Geralmente atrelado ao nacionalismo e utilizado como política de Estados concentradores, o conceito passou a ser visto com certa ressalva por formuladores e pesquisadores contemporâneos.
A construção do sentido de nação significa, para Zygmunt Bauman, a negação de diversificação étnica e cultural. Os processos civilizadores presididos e monitorados pelo poder do Estado apagam os resquícios de traços culturais do passado. A nacionalidade desempenha um papel de legitimação na unificação política do Estado, “e a invocação das raízes comuns e de um caráter comum deveria ser importante instrumento de mobilização ideológica – a produção de lealdade e obediência patrióticas”.
A cultura, cada vez mais homogeneizada, resulta de um certo hibridismo cultural da sociedade global, capaz de agir com a mesma intensidade e força de comando em sociedades tão distintas quanto o Brasil e o Iraque, por exemplo. Nesse ambiente global, a questão da identidade assume outras características.
Para Bauman, o aumento da rede de dependências adquire com rapidez um âmbito mundial, gerando desenvolvimento desigual da economia, da política e da cultura. “O poder, enquanto incorporado na circulação mundial do capital e da informação, torna-se extraterritorial, enquanto as instituições políticas existentes permanecem, como antes, locais. Isso leva inevitavelmente ao enfraquecimento do Estado-nação”. Como consequência disso, “os governos dos Estados têm de abrir mão do controle dos processos econômicos e culturais, e entregá-los às ‘forças do mercado’”.
No plano individual, identidade é condição de cidadania, de conquista de direitos e ciência de deveres. E se a sociedade lhe garante acesso aos conteúdos diversos e liberdade de expressão, isso pode significar a construção da própria subjetividade, por meio do reconhecimento e valorização dos fatores constitutivos da sua herança cultural, assim como a possibilidade de identificação com outras culturas e modos de vida ao seu redor.
Por outro lado, a globalização deveria potencializar o processo de construção e consolidação de uma identidade própria, legitimada por escolhas e vínculos de herança. Isso se for garantido ao cidadão o acesso irrestrito e não mediado por mecanismos de domínio e controle, a conteúdos de todas as culturas. Em diálogo e contraposição
com os seus próprios referenciais, o indivíduo exerce de maneira mais clara e rica a construção e o exercício da sua subjetividade. Mas como conseguir isso nos dias de hoje?
* trecho do livro O Poder da Cultura.
>Leonardo Brant " http://www.brant.com.br
Pesquisador de políticas culturais. Autor do livro "O Poder da Cultura" e diretor do webdocumentário Ctrl-V::VideoControl. mais
EM SUA MAIS recente declaração sobre o projeto para um estaleiro no Titanzinho, o governador faz apelo “à racionalidade”. Pelo que entendi, reclama, com o termo, uma avaliação comparativa sobre “os números”.
NÚMEROS não dizem tudo. O urbanismo também dialoga sobre fatores intangíveis e mesmo subjetivos. Que cálculo pode medir o desconforto de ser vizinho de um estaleiro, que produz poluição sonora durante o dia inteiro?
BASTA UMA leitura em retrospectiva para constatar que foi o próprio governador quem, desde o início, fomentou o embate e tumultuou a discussão do projeto, criando o ambiente do qual se queixa agora. Veja:
1 – FOI BELIGERANTE. Cid Gomes escolheu o pior momento para lançar a idéia, quando a prefeita da cidade se encontrava de férias, criando, de saída, uma situação favorável a uma atitude de resistência da parte dela. De tão desastrado, ficou a leitura corrente de que buscava, de fato, o conflito.
2 – FOI AUTORITÁRIO quando, desde o início, excluiu a possibilidade de que a localização do projeto fosse colocada em discussão. O espírito varejista da sua declaração – “É pegar ou largar!” – revelou falta de percepção sobre a capacidade de reação crítica da cidade. Deu no que deu.
3 – FOI FISIOLÓGICO já desde seu primeiro ato de articulação, ao ungir “os vereadores mais votados no bairro” como grupo de maior relevância para a construção da legitimidade do projeto, desprezando a prevalência de aspectos de ordem técnica e urbanística.
4 – FOI PROVINCIANO, de uma estupidez atroz, ao afirmar que caberia “à população do Titanzinho decidir” sobre a instalação, quando o projeto afeta toda a cidade, envolve aspectos de estratégia global para o desenvolvimento. O governador olhou para uma metrópole como se fosse um prefeito de roça.
5 – FOI ELITISTA quando, ao perceber a reação de setores organizados da sociedade, foi buscar apoio prioritário na representação social do poder econômico, a FIEC, e em segmentos mais comprometidos do trade turístico, não obtendo, aliás, em nenhum dos dois, a almejada unanimidade.
TUDO ISSO – vejam – em um ano eleitoral, onde o próprio governador é candidato, quando lideranças como ele são mais exigidas na capacidade de lidar com a complexidade de administrar em um ambiente onde interesses unilaterais se mostram com maior vigor e resistência à “racionalidade”.
PERDEU-SE, o governador, no caso, o bastante para que se tome seu apelo à racionalidade como uma autocrítica, ainda que inconsciente. Só lhe resta recompor o curso do projeto, abrindo a discussão a partir do ponto inicial do desvio: uma conversa com a prefeita (eleita) da cidade. Ao trabalho.
CID: má gestão de uma idéia em crise.
Tucanicídio midiático
A NOTÍCIA é plantada porque é ridícula ou é ridícula porque é plantada? Pouco importa, mas diz muito sobre o grau de desespero a que chegaram os setores mais conservadores de apoio à candidatura de José Serra.
O BOATO QUE circulou pela imprensa, quinta-feira, dava conta de que o presidente Lula se licenciaria para dedicar tempo ao palanque da Dona Dilma, deixando no cargo um campeão de impopularidade – Zé Sarney.
CHAMA-SE a isto de suicídio midiático (é protocolar: o desespero sempre erra na dose). Um boato como esse – de resto, logo desmentido – acaba provocando mais prejuízos a quem pretende beneficiar. Voltem ao normal.
Serra: a estratégia do camaleão
OS MOTIVOS de José Serra para não posicionar sua estratégia eleitoral em oposição frontal ao governo Lula encontram-se perfeitamente justificados, uma vez mais, pelos números da recente pesquisa Datafolha.
A PREMISSA só precisa de um único dado para se revestir de consistente fundamentação: apenas 4% dos brasileiros avaliam o governo de Lula como ruim ou péssimo. Dentro da margem de erro, quer dizer: “oposição zero”.
EM OUTROS termos: a realidade está impermeável ao gotejamento crítico. Só há dois tipos com disposição para uma briga dessas: os franco-atiradores e os suicidas compulsivos – nenhum deles combina com o figurino de Serra.
OUTRO DADO – secundário, mais volátil – serve à postura de neutralidade: entre os que aprovam o governo (“bom” e “ótimo”), é igual o percentual de eleitores que votam em Serra ou Dilma: 32% e 33%, respectivamente.
COMO, POR força de um processo de escolha que se dá por método de exclusão, o tucano já teria seu nome consolidado entre os eleitores à direita – o “voto liberal” – ele deverá, agora, buscar a conquista de novos espaços.
LOGO, SERÁ com propostas mais identificadas com a esquerda, de maior apelo social, que Serra tentará se postar como o “sucessor mais qualificado” para avançar a partir dos bons resultados obtidos até então.
RECEBERÃO atenção maior os temas de Saúde, onde o candidato já agregou grande credibilidade em sua ação pública, e Emprego, sempre uma boa causa – ainda mais para ele, sensível às prioridades do setor produtivo.
COMO UM camaleão, Serra tentará incorporar as expectativas de quem pretende continuidade nas políticas de centro-esquerda, oferecendo ao eleitor o aval de sua biografia, pública e pessoal.
VEM AÍ O menino pobre que venceu por méritos próprios. O líder estudantil exilado. O desenvolvimentista. O gestor brilhante. O político de atitudes ponderadas, recomendáveis para o exercício do cargo.
NÃO SERÁ, como gostariam os aliados do DEM e tucanos conservadores como Tasso Jereissati e Artur Virgílio, o opositor raivoso. A estratégia será “individualizada”, sustentada na trajetória do candidato.
O QUE AQUI se projeta não é um exercício de quiromancia, mas uma avaliação fundamentada tanto na sinalização das pesquisas quanto nos primeiros gestos públicos do candidato. Se terá êxito, logo saberemos.
SERRA: discurso de centro-esquerda.
Metáforas esportivas
JORNALISTA, Eliane Catanhêde aplicou metáfora boleira para definir as condições de disputa na sucessão presidencial, onde a conjuntura é francamente favorável a Dilma Rousseff, embora José Serra seja mais experiente: “o tucano pode até ser melhor, mas vai jogar na casa do adversário”.
QUAL A SUA IDENTIDADE?
Qual o sentido de pensarmos em uma política de identidade cultural em pleno século XXI? No ambiente político, quais os efeitos de um processo indutor, por parte do Estado, de uma identidade nacional? É possível, na pós-modernidade, atribuirmos qualquer perspectiva de identidade que não seja no campo individual? Como lidar com culturas autóctones e conhecimentos tradicionais diante dos desafios da globalização?
Identidade é conceito-chave na construção de políticas culturais. Além de dar sentido a um território cultural, reúne dentro de si elementos simbólicos compartilhados entre um grupo de tal modo a garantir a sua soberania como nação.
Segundo Teixeira Coelho2 (1997), “tratava-se de encontrar os traços dessa identidade e de preservá-los estimulando sua reprodução por intermédio de programas de ação cultural e de políticas de comunicação de massa de que resultaram as redes nacionais de televisão”.
A identidade cultural de um povo é geralmente reconhecida por seus elementos unificadores, como território, língua e religião. Tratar do assunto sob o ponto de vista das políticas públicas de cultura torna-se cada vez mais complexo e espinhoso. Geralmente atrelado ao nacionalismo e utilizado como política de Estados concentradores, o conceito passou a ser visto com certa ressalva por formuladores e pesquisadores contemporâneos.
A construção do sentido de nação significa, para Zygmunt Bauman, a negação de diversificação étnica e cultural. Os processos civilizadores presididos e monitorados pelo poder do Estado apagam os resquícios de traços culturais do passado. A nacionalidade desempenha um papel de legitimação na unificação política do Estado, “e a invocação das raízes comuns e de um caráter comum deveria ser importante instrumento de mobilização ideológica – a produção de lealdade e obediência patrióticas”.
A cultura, cada vez mais homogeneizada, resulta de um certo hibridismo cultural da sociedade global, capaz de agir com a mesma intensidade e força de comando em sociedades tão distintas quanto o Brasil e o Iraque, por exemplo. Nesse ambiente global, a questão da identidade assume outras características.
Para Bauman, o aumento da rede de dependências adquire com rapidez um âmbito mundial, gerando desenvolvimento desigual da economia, da política e da cultura. “O poder, enquanto incorporado na circulação mundial do capital e da informação, torna-se extraterritorial, enquanto as instituições políticas existentes permanecem, como antes, locais. Isso leva inevitavelmente ao enfraquecimento do Estado-nação”. Como consequência disso, “os governos dos Estados têm de abrir mão do controle dos processos econômicos e culturais, e entregá-los às ‘forças do mercado’”.
No plano individual, identidade é condição de cidadania, de conquista de direitos e ciência de deveres. E se a sociedade lhe garante acesso aos conteúdos diversos e liberdade de expressão, isso pode significar a construção da própria subjetividade, por meio do reconhecimento e valorização dos fatores constitutivos da sua herança cultural, assim como a possibilidade de identificação com outras culturas e modos de vida ao seu redor.
Por outro lado, a globalização deveria potencializar o processo de construção e consolidação de uma identidade própria, legitimada por escolhas e vínculos de herança. Isso se for garantido ao cidadão o acesso irrestrito e não mediado por mecanismos de domínio e controle, a conteúdos de todas as culturas. Em diálogo e contraposição
com os seus próprios referenciais, o indivíduo exerce de maneira mais clara e rica a construção e o exercício da sua subjetividade. Mas como conseguir isso nos dias de hoje?
* trecho do livro O Poder da Cultura.
>Leonardo Brant " http://www.brant.com.br
Pesquisador de políticas culturais. Autor do livro "O Poder da Cultura" e diretor do webdocumentário Ctrl-V::VideoControl. mais
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