domingo, 2 de novembro de 2008

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Simpósio discute em Fortaleza os 200 Anos de História da Mídia no Nordeste

Em novembro deste ano, Fortaleza sediará o Simpósio 200 Anos de História da Mídia no Nordeste, que reunirá os mais respeitados pesquisadores do Brasil do campo da história da mídia. A programação acontece entre os dias 26 e 28, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com a participação do historiador inglês Peter Burke, da Universidade de Cambridge, que fará a conferência de encerramento. O evento tem como finalidade promover discussões sobre o papel dos meios de comunicação no processo de constituição histórica da região Nordeste, num ano que marca os 200 anos de imprensa no país.
A programação do Simpósio prevê uma série de debates, envolvendo temas como Memória, História e Mídia; Imprensa e Práticas de Poder; Os regimes de exceção e o exercício do jornalismo; Publicidade como espaço de memória e história; O rádio e o cotidiano das cidades; Biografias: entre o Jornalismo e a História; O futuro do Jornalismo; Televisão, memória e História; O cinema e a invenção do Nordeste.
Participam dos debates os professores Marialva Barbosa (UFF), Ana Paula Goulart (UFRJ), Marco Morel (UERJ), Ivana Bentes (UFRJ), Luiz Gonzaga Motta (UNB), Tânia Maria de Luca (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – SP), Beatriz Kuschnir (Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro - RJ), Adolpho Queiroz (Metodista-SP), Luiz Maranhão Filho (Faculdade Maurício de Nassau – PE), José Marques de Melo (Metodista-SP), Adriano Lopes Gomes (UFRN), Marcos Antonio da Silva (USP), Felipe Pena (UFF), Mário Magalhães (jornalista da Folha de São Paulo), Aline Grego (Universidade Católica de Pernambuco-PE), Sérgio Mattos (UFBA), Sheila Schvartzman (Universidade Anhembi Morumbi) e Alexandre Figuerôa (Universidade Católica de Pernambuco).
Do Ceará, contribuem para o debate os professores Adelaide Gonçalves, Ana Carla Sabino Fernandes, Márcia Vidal, Ildefonso Rodrigues, Gilmar de Carvalho e Meize Regina, todos da UFC, além das pesquisadoras Ana Quezado (Unifor/Faculdade Católica do Ceará), Elisabete Jaguaribe e Erotilde Honório, ambas da Unifor.
Realizado pelo Instituto de Referência da Imagem e do Som (IRIS), o Simpósio 200 Anos de História da Mídia no Nordeste inclui-se num projeto mais amplo de constituição de um Núcleo de História da Mídia do Nordeste, que tem como objetivo construir um lugar de reflexão permanente sobre o tema, articulando uma rede de pesquisadores que estudam a mídia da região. O Núcleo será desenvolvido a partir de um espaço virtual, o site www.midianordeste.org.br, que disponibilizará conteúdo relacionado com o tema, além de uma cartografia do “estado da arte” da produção acadêmica sobre a história da mídia regional. O projeto do Núcleo de História da Mídia do Nordeste é coordenado pelas jornalistas Elisabete Jaguaribe, Ana Quezado e Geísa Mattos.

PARCERIAS ESTRATÉGICAS

A realização do Simpósio é possível graças a conformação de uma rede de parceiros, que inclui o Banco do Nordeste do Brasil – BNB, como patrocinador principal, além da Assembléia Legislativa do Ceará, Prefeitura Municipal de Fortaleza, Fundação Joaquim Nabuco, Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa – Funcap, Universidade Federal do Ceará, Faculdade Marista e Universidade de Fortaleza (Unifor).
"O desenvolvimento de um país não se pauta estritamente pela economia. A cultura, a história e a mídia também fazem parte desse processo. Esse congresso tem uma função de recuperação cultural, porque a imprensa teve um papel de peso na própria construção do Nordeste, e é por isso que nós consideramos importante apoiar eventos dessa natureza", diz José Sydrião de Alencar, superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Ettene)..
O Simpósio é promovido pelo Instituto de Referência da Imagem e do Som – Iris, que desenvolve atividades nas áreas de formação e gestão culturais e Educomunicação. De acordo com a coordenadora da ONG, Bete Jaguaribe, a idéia de realizar o evento partiu de uma necessidade de inclusão do Nordeste na pauta das discussões acadêmicas. "Nós queremos estabelecer um compromisso de debater a mídia nessa região", disse. A iniciativa tem ainda o apoio das seguintes entidades: Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza, Faculdade Católica do Ceará, Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa – Funcap, Assembléia Legislativa do Ceará, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Sistemas Verdes Mares de Comunicação e Sistema O Povo de Comunicação.
No âmbito acadêmico, o Simpósio favorece o intercâmbio entre diferentes unidades de ensino. "Essas parcerias são de extrema relevância na medida em que há um único direcionamento de interesses sobre o tema e levando-se em conta o próprio público. É um momento em que as barreiras acadêmicas devem ser superadas e todos os interesses convergem para a temática do evento", considera o professor e coordenador do curso de Comunicação Social da UFC, Ronaldo Salgado.
Como parte de sua proposta de difusão do conhecimento, o 1º Simpósio 200 Anos de História da Mídia disponibiliza para os interessados um site, onde se encontram informações sobre a programação do evento e variadas produções científicas sobre a temática em discussão. O seminário também será transformado em livro, de modo que sua realização se torne um documento útil para as novas gerações.

Serviço: O 1º Simpósio 200 Anos de História da Mídia no Nordeste acontece em Fortaleza, de 26 a 28 de novembro, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A entrada é gratuita. Inscrições pelo site.


IRIS é o idealizador do evento

O Instituto de Referência da Imagem e do Som (Iris) é uma Organização Não Governamental sem fins lucrativos que nasceu com a proposta de desenvolver projetos de comunicação, cultura e educação voltados para comunidades jovens em situação de vulnerabilidade social. A entidade responde pela organização do 1º Simpósio 200 Anos de História da Mídia no Nordeste e assume um papel de peso na medida em que associa a importância de realização do evento ao papel de difusor de conhecimentos.
Ao longo de 10 anos de atuação, o Instituto desenvolveu atividades relacionadas ao registro e à preservação da memória de práticas culturais, à formação e gestão culturais, além de experiências no campo da Educomunicação. "A idéia de realização do seminário partiu de um compromisso com a história do jornalismo", revela a coordenadora do Iris, Bete Jaguaribe. Segundo ela, a proposta do congresso está em consonância com as metas traçadas pela entidade. Contribuir com a memória das práticas de comunicação no País e da relevância da imprensa na constituição e na formulação da idéia de Nordeste é um objetivo que deve se concretizar com a realização do evento.
Em sua forma de funcionamento, o Iris é composto por uma diretoria executiva e um conselho fiscal e conta com profissionais das áreas de comunicação, cultura e educação para a elaboração e prática de seus projetos. Em uma década de atividades, contou principalmente com o apoio do Governo Federal e do Governo do Estado do Ceará para a consolidação de suas metas. Dentre os projetos que estão em fase de desenvolvimento, destaca-se o Núcleo de História da Mídia do Nordeste. A iniciativa se comunica com a proposta do Simpósio e também com a criação de um site que servirá como referência acadêmica, além da futura publicação imprensa dos trabalhos apresentados no evento.



Historiador inglês Peter Burke faz conferência no
Simpósio 200 Anos de História da Mídia no Nordeste


Um dos mais aclamados historiadores da modernidade, o inglês Peter Burke é o convidado especial do 1º Simpósio 200 Anos de História da Mídia no Nordeste. Em sua primeira visita a Fortaleza, ele faz a conferência de encerramento do evento, que acontecerá no dia 28 de novembro, sexta-feira. O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura será palco do acontecimento, às 19 horas.
A participação de Burke no Simpósio é de suma relevância para o aprofundamento de questões relativas ao conhecimento da história social da mídia a que se propõe o Simpósio. Para além dos clichês, ele faz considerações indispensáveis ao conhecimento de estudantes, profissionais e pesquisadores das áreas de Comunicação Social e História. Suas reflexões acerca dos assuntos da atualidade sempre levam em conta os aspectos socioculturais e incitam debates essenciais, contribuindo para a produção do conhecimento científico sobre a mídia. Burke é hoje um dos nomes mais presentes nas discussões acadêmicas acerca dessa temática.
Peter Burke tem Doutorado pela Universidade de Oxford, pertenceu aos quadros da Universidade de Sussex, na Inglaterra, e da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Ele também foi professor-visitante do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Atualmente é professor da Universidade de Cambrigde, onde leciona História da Cultura.
Pesquisador incansável, já publicou mais de 30 livros. Entre as edições disponíveis em português, destacam-se História Social da Linguagem (Ed. Unesp), A Arte da Conversação (também na Unesp), Cultura Popular na Idade Moderna (Companhia das Letras) e Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet (Jorge Zahar).
Serviço: Conferência com o historiador inglês Peter Burke durante a programação do 1º Simpósio de História Social da Mídia. A palestra acontece no dia 28 de novembro, às 19h, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Entrada franca

Programação

Simpósio 200 Anos de História da Mídia do Nordeste

Datas: 26 a 28 de novembro de 2008
Local: Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza (CE)
Promoção: Instituto de Referência da Imagem e do Som (IRIS)
Parceiros: Banco do Nordeste do Brasil, Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa (Funcap), Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Universidade Federal do Ceará, Faculdade Católica do Ceará.

Dia 26/10 (quarta-feira)Mesa de abertura:

MANHÃ
MESA 1: Memória, História e Mídia (9h-11h)
· Ana Paula Goulart Ribeiro: A mídia e o lugar da história. (UFRJ-RJ)
· Marialva Barbosa: Televisão e usos do passado: análise da narrativa televisual brasileira a partir de vestígios (UFF-RJ)

TARDEMESA 2: Imprensa e Práticas de Poder (14h-16h)
· Luiz Gonzaga Motta: A construção narrativa da história do presente: representação da política no jornalismo brasileiro (UNB-DF)
· Marco Morel: Cipriano Barata e a Sentinela da Liberdade (UERJ-RJ)
· Adelaide Gonçalves: Imprensa Libertária do Ceará (1908-1922) (UFC-CE)
· Ana Carla Sabino Fernandes: Os jornais Pedro II, Cearense e Constituição no Ceará no século XIX e a política liberal e conservadora (UFC-CE)

MESA 3: Os regimes de exceção e o exercício do jornalismo (16h-18h)

· Beatriz Kushinir: Cães de Guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988 (Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro - RJ)
· Tânia Maria de Luca: Jornalismo na era Vargas (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – SP)
· Márcia Vidal: O jornal O Povo (CE) nos governos Virgílio Távora (UFC-CE)
· Ildefonso Rodrigues: Imprensa Subversiva: O Democrata e o jornalismo comunista no Ceará (UFC-CE)


Dia 27 (quinta-feira)
MANHÃ
MESA 4: Publicidade como espaço de memória e história (9h-11h):
· Adolpho Queiroz: Inventário para uma História da Publicidade no Brasil (Metodista-SP)
· Gilmar de Carvalho: Memória da propaganda no Ceará (UFC-CE)
· Luiz Maranhão Filho: Memória do rádio no tempo do reclame em Pernambuco (Faculdade Maurício de Nassau – PE)

TARDE
Reunião aberta (14h-16h): Rede Alfredo de Carvalho (ALCAR) e os estudos sobre a história da mídia no país, com as participações de Elisabete Jaguaribe, presidente do IRIS, José Marques de Melo (Metodista-SP); Marialva Barbosa (UFF-RJ); Ana Paula Goulart (UFRJ); Adolpho Queiroz (Metodista-SP) e Erotilde Honório (Unifor-CE).


MESA 5: O Rádio e o cotidiano das cidades (16h-18h)
· Sônia Virgínia: Rádio Nacional: o Brasil em sintonia (UERJ)
· Erotilde Honório: Rádio, Cultura e Sociabilidades Urbanas em Fortaleza na década de 1950 (Unifor-CE)
· Elisabete Jaguaribe: Labaredas no ar: a Rádio Dragão do Mar e o cotidiano de Fortaleza de 1958 a 1964 (Unifor-CE)


Dia 28 (sexta-feira)

MANHÃ
MESA 6:Biografias: entre o Jornalismo e a História (10h-12h)
· Marcos Antonio da Silva (USP): Vidas por escrito – entre conhecimento histórico e jornalismo
· Sérgio Vilas Boas: Biografismo – reflexões sobre a escrita da vida (ABJL-SP)
· Lira Neto: Biografia e Jornalismo


TARDE
MESA 7: Televisão, Memória e História (14h30-16h)
· Aline Maria Grego Lins: A alfabetização do olhar na trajetória da TV Pernambucana (Universidade Católica de Pernambuco-PE)
· Sérgio Mattos: Memória da televisão na Bahia (UFBA/Faculdade da Cidade de Salvador-BA)
· Ana Quezado: Os primeiros tempos da televisão em Fortaleza (Marista/Unifor-CE)


MESA 8: O cinema e a invenção do Nordeste (16h30-18h30)
· Sheila Schvartzman: A construção histórica e cinematográfica da idéia de Nordeste. (Universidade Anhembi Morumbi)
· Ivana Bentes: O Nordeste em Glauber Rocha
· Meize Regina: A caravana Farkas no Nordeste (UFC-CE)
· Alexandre Figuerôa: O Ciclo do Recife e a entrada do Nordeste na modernidade audiovisual (Universidade Católica de Pernambuco – PE)

NOITE
Conferência: Peter Burke (Universidade de Cambridge) (19h):
O Jornalismo na História
Coquetel de encerramento

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