ESPETÁCULO CURRAL GRANDE RETRATA REALIDADE DOS
CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO DURANTE A SECA NO CEARÁ
A montagem, composta por oito cenas
independentes, faz curta temporada na CAIXA Cultural Fortaleza, de 2 a 4 e
junho
Crédito foto: Marília Cabral
A CAIXA Cultural
Fortaleza apresenta, de 2 a 4 de junho de 2017, o espetáculo teatral Curral Grande, do
Coletivo Ponto Zero. Dirigida por Eduardo Machado, a montagem é baseada na obra
do pesquisador e dramaturgo Marcos Barbosa e circula pelo País desde 2014, arrematando
vários prêmios.
A peça mostra a graça e a miséria de um povo
que sofreu e vem sofrendo com os processos de higienização social presentes na
história do Brasil. A encenação se utiliza de ares das décadas passadas, do
cinema mudo e da rádio novela, elemento de forte presença na década de 30,
permeando divertidamente as oito cenas independentes que relatam a história dos
“Currais do Governo” nos campos de concentração durante a seca no Ceará.
O espetáculo é composto por cenas
independentes, porém correlacionadas, que apresentam diversas facetas da
história - através de personagens que moram em uma casa simples no meio do
sertão, também uma família abastada da capital Fortaleza, assim como na cúpula
do Governo até chegar, de fato, aos campos de concentração.
São quatro atores: Brisa Rodrigues, Brunna
Scavuzzi, Carlos Darzé e Lucas Lacerda, que se revezam em mais de quarenta
personagens, estabelecendo um “jogo” com formas estéticas diferentes: da
construção realista à caricatura, do teatro épico narrativo à contação de
história. A encenação faz referência também ao século passado, utilizando
técnicas da rádio novela e do cinema mudo. O figurino base, por exemplo, remete
às roupas íntimas da década de 30 e são sobrepostas pela roupagem específica de
cada cena.
Segundo o autor da
obra, Marcos Barbosa, “para aprofundar-se na história do país
e em todos os seus entraves sociopolíticos é preciso não temer mergulhar na
lama”. O trecho faz parte de sua dissertação, uma pesquisa que culminou na
peça, escrita em 2003 pelo dramaturgo, junto ao Programa de Pós-Graduação em
Artes Cênicas da UFBA. “Há histórias que precisam ser lembradas. Não tenho a
pretensão de dizer que precisamos lembrar delas para não repeti-las. É preciso
lembrar delas, justamente, para atentarmos ao fato de que as temos repetido”,
explica Barbosa. “É uma peça sobre viver. Sobreviver é preciso. No meio de
tantas contradições, o Ponto Zero foi o (re)encontro com nossa história, que
parece que só se repete”, complementa o diretor Eduardo Machado.
Premiações e indicações:
Desde 2014 o espetáculo circula pelo Brasil, em 2016, participou do FIT Lauro
de Freitas (BA), levando pra casa os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor
Direção e Melhor Atriz Coadjuvante (Brisa Rodrigues). Além disso, foi indicado
como Melhor Texto, Melhor Cenário, Melhor Ator (Carlos Darzé), Melhor Atriz
(Brunna Scavuzzi) e Melhor Ator Coadjuvante (Carlos Darzé e Lucas Lacerda). No
mesmo ano, no 13º Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias (RJ),
ganhou os títulos de 2º Melhor Espetáculo,
Melhor Direção, Melhor Atriz Coadjuvante (Brisa Rodrigues) e Melhor Ator (Lucas
Lacerda); assim como as indicações de Melhor Texto Original, Melhor Iluminação
e Melhor Atriz (Brunna Scavuzzi).
No final de 2016, participou do 44º Festival
Nacional de Teatro de Ponta Grossa (PR), arrematando o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante
(Brisa Rodrigues); e melhor Trilha Sonora, após se apresentar no 20º Festival
de Teatro do Rio de Janeiro (RJ).
Sobre o Coletivo Ponto Zero:
Nascido em 2011 na Escola de Teatro da Universidade Federal
da Bahia, o Coletivo Ponto Zero é um coletivo de atores baianos
residentes no Rio de Janeiro e que estreou seu primeiro espetáculo, Curral
Grande, em agosto de 2014. Foi ainda na UFBA que o Coletivo teve o seu primeiro
contato com o dramaturgo Marcos Barbosa e com o diretor Eduardo Machado,
convidado para emprestar o seu olhar sensível à peça. Em seu terceiro ano em
circulação, Curral Grande vem contribuindo para a consolidação deste jovem
coletivo de artistas que tem por objetivo a pesquisa prática no trabalho do
ator e que visa a contribuir com a arte e cultura do país.
Oficina
Além da peça, o grupo realiza uma oficina
gratuita com o tema Do Jogo à
Criação Coletiva. A oficina destina-se a pessoas a partir de 15 anos que
queiram mergulhar no universo teatral em busca de conhecimento do seu próprio
instrumento motor: o corpo. Serão explorados e trabalhados os pontos de
consciência corporal, prontidão, técnicas básicas de improvisação e
auto-percepção. Para isso, os componentes do grupo vão utilizar jogos e
situações cênicas artificiais como mote para a exploração e criação cênicas.
Para se inscrever, os candidatos devem enviar um e-mail para
guaxe@guaxe.com.br, entre os dias 24 e 30 de maio. Ao todo, serão 15
selecionados, que serão comunicados por e-mail, até o dia 1º de junho.
Serviço:
Teatro: Curral Grande
Local: CAIXA Cultural Fortaleza
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema
Data:
2 a 4 de junho de 2017
Horários: sexta às 20h | sábado às 18h e 20h | domingo às 19h
Duração:
70 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Vendas a partir do dia 01/06, das 10h às 20h, na bilheteria do local
Acesso
para pessoas com deficiência e assentos especiais
Serviço de
manobrista gratuito no local
Oficina: Do
jogo à criação coletiva
Data:
4 de junho de 2017
Horário:
14h às 17h
Inscrição:
através do e-mail
guaxe@guaxe.com.br, entre os dias 24 e 30 de maio
Classificação
indicativa: 15 anos
Informações gerais | Bilheteria da CAIXA Cultural Fortaleza:
(85) 3453-2770
(85) 3453-2770
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