sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

TOP DVD

Espere algo leve, simples e divertido
 

“O Que Esperar Quando Você Está Esperando” é boa opção de comédia nas locadoras
 

O mundo do cinema já brincou com livros para todos os lados, mas esta é uma das poucas vezes que a adaptação foi tão ousada, ou seria a palavra certa “distante”? Inspirado no best-seller de saúde e cuidados para gestantes, de mesmo nome, “O Que Esperar Quando Você Está Esperando” (“What to Expect When You’re Expecting”, em inglês. Edição em português pela Editora Record), o filme parte do puramente educativo para criar uma comédia romântica divertida, aproveitando todos os obstáculos da vida dos casais quando um bebê está a caminho.
A trama acompanha vários casais que, cada um a seu modo, estão à espera de um bebê. Jules (Cameron Diaz) é uma apresentadora de um programa de perda de peso que está grávida de Evan (Matthew Morrison), astro de programas de dança, e a dupla não demora para descobrir que além das dificuldades da gravidez em suas vidas pessoais, suas carreiras acabam abaladas quando isso vira assunto para o público. Já Wendy (Elizabeth Banks) é uma autora de livros para mães que descobre que nada é tão bonito quanto em seus livros quando acontece com ela, ao mesmo tempo que seu marido Gary (Ben Falcone) tem que lidar com seu pai ricaço e extremamente competitivo, Ramsey (Dennis Quaid) e Skyler (Brooklyn Decker), sua esposa muito mais jovem, que espera gêmeos. A fotógrafa Holly (Jennifer Lopez) não está grávida, mas pronta para adotar – exceto que seu marido, Alex (Rodrigo Santoro), não está tão certo do que quer. Por último temos Marco (Chace Crawford) e Rosie (Anna Kendrick) que, se reencontrando anos depois de paqueras colegiais, acabam com uma surpresa que muda completamente seus planos.
 

Falar sobre filhos e gravidez sempre dá muita margem para conversa. Afinal, tudo pode acontecer. E é esse o primeiro grande acerto de “O Que Esperar”: ao trabalhar cinco casais diferentes, vemos “variáveis” diversas, desde as dificuldades femininas, à falta de preparo ou o simples pânico. Cada casal é diferente, apesar do ponto comum. Como gravidez também é assunto sério e pode contar com seus percalços, o filme não deixa de explorar, ainda que rapidamente, alguns dos possíveis sustos e surpresas negativas do processo, mas no geral, o clima é positivo e sempre temos a certeza de um final feliz.
A idéia aqui não nem de longe ser educativo, como o livro inspirador pretende, mas sim ser uma conversa divertida sobre as manias e tropeços na gravidez, seja na discordância dos pais para as pequenas grandes decisões, como no caso de Jules e Evan, ou os casos mais estressantes e cansativos, como de Wendy e Gary. Não há o que reclamar do elenco, que ousa pela variedade e conquista o público rapidamente. Santoro está no mesmo nível que seus companheiros, seja em atuação, quantidade de cenas ou número de falas. De fato, o brasileiro diverte por conta própria, junto com Lopez ou como um dos astros de um dos sub-enredos mais divertidos do filme, um grupo de “paizões” conhecidos como “Os Caras” que, liderados por Vic (Chris Rock), passam a ensinar a Alex (Santoro) as nuances da vida de pai.
O filme divide as tramas, costurando-as umas com as outras. Esteja você esperando ou não, “O Que Esperar” é diversão despretensiosa e divertida em que todos conseguem encontrar algo que gostam, mesmo aqueles que nunca tenham pensado em ter filhos.






Comédia “O Ditador” chega nas locadoras

O engraçado Sacha Baron Coen faz graça com o poder dos políticos corruptos e sanguinários de países fundamentalistas


A parceria entre o diretor Larry Charles e o ator Sacha Baron Cohen rendeu dois filmes com um estilo semelhante. Tanto Borat como Brüno possuíam um roteiro bastante improvisado, com várias cenas em que os personagens de Sacha interagiam com pessoas comuns, garantindo momentos autênticos e hilários. Em O Ditador isso foi deixado de lado para dar lugar a um roteiro 100% encenado. Tal medida poderia significar uma evolução da dupla, mas isso não acontece, já que o enredo mostra-se extremamente infantil na maior parte do tempo, contando com poucos momentos realmente inspirados.

Tudo começa de maneira promissora: uma dedicatória ao falecido ditador Kim Jong-il e cenas mostrando as peculiaridades de Aladeen, o líder autoritário da República de Wadiya. Nos divertidíssimos minutos iniciais, vemos o ditador criando leis absurdas de gramática, promovendo e vencendo todas as provas de uma olimpíada que não preza pelo espírito esportivo, discutindo com um engenheiro por não fazer uma bomba nuclear pontuda e mandando matar pessoas do seu convívio pelos motivos mais banais.

As coisas perdem um pouco da graça quando ele sai do seu país e chega em Nova York. O filme desperdiça tempo em um romance bobinho e com algumas críticas sociais nada sutis. Não dá para negar que Sacha Baron Cohen consegue nos fazer rir com o seu timing cômico perfeito e com a sua coragem por não considerar nenhum assunto tabu. São muitas as piadas politicamente incorretas que podem até ofender aqueles que tem dificuldades de aceitar que trata-se apenas de um filme.

No final das contas O Ditador se salva graças a cenas pontuais. No geral, é um roteiro problemático que evidencia uma falta de maturidade dos criadores que pelo jeito vai durar eternamente. Recomendado só para fãs de Sacha Baron Cohen e para aqueles que já assistiram a quase tudo o que está em cartaz atualmente.

Nenhum comentário: