sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

CINEMA NACIONAL

Segundo documentário de Nelson Pereira dos Santos sobre Tom Jobim

Depois de “A Música Segundo Antonio Carlos Jobim”, diretor lançará “A Luz do Tom” nos cinemas em fevereiro

>Nelson Pereira do Santos entrevistando a Helena Jobim "A Luz do Tom" é baseado no livro "Antonio Carlos Jobim - Um Homem Iluminado", que Helena Jobim escreveu sobre o irmão famoso

“A Luz do Tom”, documentário de Nelson Pereira dos Santos e Marco Altberg, entra em cartaz no dia 08 de fevereiro. O universo musical de Antonio Carlos Jobim não cabe em apenas um filme. Foi com esse pensamento que o diretor Nelson Pereira dos Santos realizou dois filmes sobre Tom Jobim, considerado, um dos maiores expoentes de todos os tempos da música brasileira.
O primeiro, “A Música Segundo Antonio Carlos Jobim”, estreou em janeiro de 2012 com sucesso de público e crítica e foi premiado pela Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro como um dos melhores filmes lançados no Rio de Janeiro em 2012. Agora, um ano depois, chega aos cinemas brasileiros, em 08 de fevereiro, o segundo, “A Luz do Tom”, dessa vez com co-direção de Marco Altberg, onde Tom Jobim tem a vida narrada através de vozes femininas, as favoritas do compositor. O filme completa o retrato do maestro, com depoimentos inéditos, intercalados com as músicas, de três mulheres importantes na vida de Tom Jobim – da irmã Helena Jobim, e duas mulheres com quem foi casado, Tereza Hermanny e Ana Lontra Jobim. A partir da memória delas o filme constrói um outro Antonio Carlos Jobim, tendo como ponto de partida o livro de memórias “Um homem Iluminado”, da irmã do maestro.
Se em “A Música Segundo Tom Jobim” Nelson Pereira dos Santos escolheu o caminho sensorial da imagem e do som para mostrar o trabalho do músico, sem palavras, agora, surge o Tom mais íntimo, familiar. Desta vez são elas, as vozes das três mulheres que percorrem – como num diálogo com ele, entremeado de sua música – a obra do “maestro soberano”.
- “Desde o começo, foram projetados os dois filmes: um, sobre a música que ele criou, com vários intérpretes. O outro, sobre a memória das três mulheres: Thereza Jobim, a primeira esposa; de Ana Lontra Jobim, segunda esposa; e de Helena Jobim, irmã de Tom. Helena está numa praia de Florianópolis lembrando Ipanema dos anos 1930; Thereza na serra, rodeada por um jardim enorme cercado de mata atlântica, lembrando Tom e a natureza; e Ana no Jardim Botânico, que Tom dizia ser a extensão do quintal de sua casa”, antecipa Nelson.
As locações — Florianópolis, um sítio em Itaipava e o Jardim Botânico, no Rio — têm a função de remeter o espectador ao Rio de Tom Jobim, quando, por exemplo, Ipanema era um “imenso areal”, representado por uma praia de Florianópolis. “Por isso filmamos lá, nas praias de Joaquina e Moçambique, onde encontrei este Rio antigo", conta Nelson. "Seria impossível encontrar no Rio de Janeiro de hoje algo que se assemelhasse à cidade onde Tom passou a infância". O maestro nasceu em 1927 e o bairro que ajudou a tornar famoso - Ipanema - era então apenas uma praia de poucas casas, semideserta e bucólica.

De Helena, vêm-nos a infância e os anos de formação. Ela conta que “o mesmo parteiro que trouxe o Tom foi quem trouxe Noel Rosa” — não por acaso, a única música do filme não composta pelo maestro é “Três apitos”, de Noel. Thereza, por sua vez, traz, com muito humor, histórias afetuosas e engraçadas dos primeiros anos como músico, o estudo árduo, o primeiro sucesso, e se recorda de como Tom implicava com ela, chamando-a de pirralha. Já Ana, com um jeito tranquilo, também com humor, tratou muito do namoro deles e conta que ele “foi um superbom pai”, agregador com a família. É o Tom da maturidade, da serenidade e do contato profundo com a natureza.
 “A Luz do Tom” é um filme com histórias saborosas e um retrato ímpar do maestro. Traz, além da beleza de suas canções, um desenho fotográfico que incorpora os sons da natureza em sua música.


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