domingo, 2 de setembro de 2012

MÚSICA

NOVA GERAÇÃO
Bazar Pamplona lança o álbum “Todo Futuro é Fabuloso”

 
Grupo transita entre o rock alternativo contemporâneo e o flerte discreto com a MPB

Orgânico e participativo são boas definições para a sonoridade conquistada pelos músicos do Bazar Pamplona. Formado em São Paulo, o grupo transita entre o rock alternativo contemporâneo e o flerte discreto com a MPB. A música passou a fazer parte do cardápio desses músicos desde cedo, mas o Bazar Pamplona só passou a existir quando dois moradores de uma república de estudantes se reuniram para tocar juntos. O quinteto traz raízes do interior paulista e de Belém do Pará, terra do baterista Rodrigo Caldas.Com nuances harmônicas escondidas nas canções, o grupo apresenta o novo trabalho, 'Todo Futuro é Fabuloso'. O disco faz justiça ao título, com músicas estimulantes e apropriadas para ouvir antes e depois das paixões. Radicado em São Paulo, o Bazar Pamplona é Estêvão Bertoni (letras, vocal e guitarra), João Victor dos Santos (guitarra), Rodrigo Caldas (bateria), Rafael Capanema (baixo e teclado) e Pinguim Miranda (teclado e baixo).
As letras escritas a partir do desenrolar do cotidiano marcam o novo álbum do Bazar Pamplona. O disco chegou para seduzir ouvidos bem sintonizados e dispostos a se arriscar em nome da boa música. Rock classe A,  pós-psicodelia, guitarras desafiadoras, um time de músicos que aposta em arranjos ousados e um repertório com boas doses de sentimentos e temas polêmicos compõem um universo próprio, onde transitam diversos acordes e uma sinceridade reconhecida em cada verso.
 "'Todo futuro é fabuloso', que dá nome ao disco, é uma frase do escritor cubano Alejo Carpentier usada como epígrafe no livro 'Jangada de Pedra', de José Saramago. Fiquei com ela na cabeça e passei a imaginar coisas absurdas (como no livro) que poderiam acontecer. Por exemplo: e se caísse uma chuva tão rápida que não desse tempo de se proteger? Melhor tampar o céu. A música tem imagens absurdas e fala sobre a imprevisibilidade do que pode acontecer. A mensagem que fica é: 'Não esqueçam de viver bem devagar'", explica o vocalista Estêvão Bertoni, autor das letras do grupo.
Foram quatro anos entre as primeiras ideias e a conclusão do CD. Ao longo desse tempo, o Bazar Pamplona amadureceu, incorporou ideias e construiu um trabalho coeso, cheio de ânimo e com ângulos inusitados sobre os fatos cotidianos.
Produzido pelo músico João Erbetta (Los Pirata/ Marcelo Jeneci) em parceria com a banda, o trabalho tem 13 faixas. Gravado em São Paulo e mixado nos EUA, traz ilustrações de Gustavo Gialuca. É, certamente, o trabalho mais pop e maduro do grupo até aqui, destacando as pungentes composições, que tratam de relacionamentos, reflexões e fatos que marcam a vida dos integrantes da banda na metrópole.
O novo CD pode ser baixado integralmente e gratuitamente na internet, através do link: http://www.bazarpamplona.com.br/










Revelação da música paranaense lança CD ao vivo 

"Meu coração é.." é o terceiro na carreira da cantora Anna Toledo
 

Terceiro CD da cantora paranaense Anna Toledo, gravado ao vivo, "Meu Coração é...", lançamento do selo de música independente Tratore, vale a pena ser ovido e apreciado pelo riquíssimo panorama de canções e pela belíssima voz dessa revelação da nova MPB.
O repertório aprofunda-se no universo passional do samba-canção brasileiro, enfatizando o caráter teatral das canções através de arranjos muito particulares, algumas vezes camerísticos, que sublinham o texto e transformam cada canção em um pequeno quadro dramático. No roteiro do show – que virou disco – aparecem Lupicínio Rodrigues (representado em canções como Nunca, Vingança, Nervos de Aço e Felicidade), Dorival Caymmi (Você Não Sabe Amar), Noel Rosa (Pela Décima Vez) e Cartola (Disfarça e Chora).
"O material deste CD foi gravado num show no SESC Paço da Liberdade, em Curitiba, em 2010, onde apresentei um repertório que venho interpretando frequentemente nos últimos anos: o samba-canção brasileiro. O resultado da gravação ficou de excelente qualidade e eu quis compartilhar isto com mais gente, transformando este show num disco.". A cantora Anna Toledo é considerada uma das mais populares e aclamada pela crítica da música atual do Paraná.





Bandas Raimundos e Ultraje a Rigor se reúnem em álbum
 

Bandas importantes do rock nacional nas décadas de 80 e 90, os paulistanos do Ultraje a Rigor e os brasilienses do Raimundos se reuniram para gravar um novo álbum de covers. Em "Ultraje a Rigor x Raimundos", uma banda apresenta suas versões das músicas da outra.
Com catorze faixas, o CD faz uma coletânea dos hits da carreira dos dois grupos. Entre as músicas dos Raimundos tocadas pelo Ultraje estão “Selim”, “Eu Quero É Ver o Oco”, “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, “Puteiro em João Pessoa”, “Papeau Nuky Doe", “O Pão da Minha Prima” e “Me Lambe”.
E entre as músicas da banda de Roger Moreira, estão “Ciúme”, “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, “Eu Gosto É de Mulher”, “Inútil”, “Rebelde Sem Causa”, “Mim Quer Tocar” e “Nada a Declarar” na voz de Digão. As canções foram escolhidas pelos integrantes dos grupos. *** 3 ESTRELAS / Bom

 


 

Seis com Casca: nova safra da boa música brasileira

“Num Dia, No Outro” é o segundo álbum do aclamado grupo paulistano formado por jovens músicos virtuoses

Uma mistura bem dosada da sofisticação do clássico com os elementos da cultura tradicional brasileira. As tênues fronteiras entre as músicas erudita e popular desaparecem com o trabalho do Grupo Seis com Casca, uma nova promessa da boa música brasileira. Ao trabalhar com temas da música popular fogem da repetição pura e simples, já nos arranjos de obras clássicas, criam roupagens que as aproximam da música popular. O Seis com Casca surgiu na Universidade de São Paulo (USP) em 2007, onde os então alunos do departamento de música se juntaram para tocar composições do argentino Astor Piazzolla. Em seus trabalhos individuais já participaram de grandes orquestras como a Osesp, Osusp e Orquestra Municipal de São Paulo; shows de artistas como Elba Ramalho, Moraes Moreira, Arrigo Barnabé, Fernanda Porto, entre outros e de mostras e festivais como a Bienal de Música Contemporânea e o Festival Música Nova. Um dos próximos projetos do grupo é gravar um CD junto com a cantora Leila Pinheiro.
O Seis com Casca é um jovem e promissor grupo de música instrumental composto por Bruno Monteiro no piano; Diogo Maia no clarinete; Mauricio Biazzi no contrabaixo; Nath Calan no vibrafone e bateria; Nikolay Iliev no violino; Potiguara Menezes na guitarra e com Adonias Junior na engenharia de som.
No segundo álbum “Num Dia, No Outro” (o primeiro, lançado com sucesso de forma independente, vendeu mais de 5.000 cópias), apresenta uma musicalidade e talento incomum. Sua definição sonora? "Música de câmara - sem fronteiras", de acordo com seus integrantes.
Nesse belo álbum, obras de autores como Tom Jobim, João de Barro e John Willians, ganham novas roupagens que fundem elementos da música popular com sofisticadas tramas encontradas na música erudita camerística. O repertório abarca uma diversidade de estilos musicais que vão de gêneros brasileiros como o choro, até tangos, além de temas de trilhas sonoras de filmes e uma canção de origem judaica.
O grupo se notabiliza por apresentar um humor descontraído em seus arranjos, que mesclam influências do compositor argentino Astor Piazzolla e do saudoso maestro brasileiro Radamés Gnattali. Nas palavras da cantora Leila Pinheiro, no texto de apresentação: “Este CD é um primor, uma beleza, uma poesia, raridade nos nossos dias” . ***  3 ESTRELAS / Bom







Banda Skank lança disco de músicas inéditas gravadas em 1991

Grupo mineiro de Samuel Rosa relembra o som que fazia nos primórdios de sua existência com o lançamento de “Skank 91” – um presente para os fãs


As faixas do álbum Skank 91, que acaba de ser lançado pela Sony Music, não são composições inéditas. Porém, são gravações nunca antes ouvidas pelos fãs de algumas das primeiras músicas do quarteto mineiro. A não ser pelos sortudos espectadores que presenciaram o primeiro show que o grupo fez em São Paulo. “Foi um presente para os fãs, que sempre foram muito atenciosos com a gente e que nos proporcionaram essa trajetória que temos hoje. Além disso, é uma forma de mostrar como eramos lá atrás”, conta o baixista Lelo Zaneti.
O novo projeto mescla canções extraídas de uma apresentação da banda no projeto Disco Reggae Night, na extinta casa noturna paulistana Aeroanta, em 1991, com faixas registradas no estúdio Ferretti, em Belo Horizonte. Estúdio este que pertencia à família do baterista Haroldo. O repertório traz alguns dos primeiros sucessos da trajetória da banda, casos de “In(dig)nação” e “Homem que sabia demais”, e releituras de hits de outros artistas, como “Cadê o Penalty?” (de Jorge Ben Jor),“Telefone” (do grupo Gang 90) e “Raça” (de Milton Nascimento). “Nossas influencias estão todas ai, era o deslumbre de tocar de estar ali fazendo nossa música, mostrando nossa verdade”, revela Lelo
Em meio ao lançamento do álbum histórico, o grupo vem ampliando sua popularidade nas redes sociais. A página do Skank no Facebook alcançou a significativa marca de 400 mil fãs. A banda mineira também está presente com destaque no Twitter, Orkut e MySpace.
Pois aquele show de estreia do Skank foi registrado em fita cassete, que mais tarde ele passou para Dat, que nos idos de 1991 era uma das mais modernas tecnologias de gravação digital. Ano passado, com as duas décadas de Skank, seu empresário, Fernando Furtado, lembrou do baú de Haroldo. Por que não buscar antigos registros da banda e transformá-los em disco? É este o Skank 91, CD que chega agora ao mercado. São 17 faixas, a primeira parte de primeiros registros de músicas que entrariam no repertório do álbum de estreia da banda. A segunda metade traz justamente o primeiro show do Skank, 21 anos atrás.  “Quero ver como você vai resumir isso tudo que motivou o lançamento em um texto enxuto. O (disco) ‘91’ não é um lançamento de álbum de inéditas; é um arquivo, o primeiro capítulo da história do Skank. Nós não consideramos parte da discografia, mas um retrato de como era o grupo nos primórdios.”
No CD,  10 músicas gravadas no estúdio que funcionava na casa dos pais do baterista em suas primeiras versões, sendo que sete entrariam no disco de estreia (independente) do Skank, lançado no ano seguinte, e seis músicas do show em São Paulo que motivou a formação do grupo – duas daquele show igualmente entraram no debute. E como bônus a apresentação do idealizador da noitada reggae, Otávio Rodrigues, que dá o tom da noite.
 “Esse show foi o motivo pelo qual montamos o Skank”, revela Haroldo Ferretti. “Quando voltamos para BH, olhamos um pro outro e falamos: ‘E aí? Vamos seguir?’.”
É o Skank dançante que está em cena. O disco é aberto com Telefone, antológica canção de Júlio Barroso, aqui basicamente em dancehall, com andamento mais rápido do que a debochada gravação da Gang 90. Do material já bem conhecido do Skank estão registros de Salto no asfalto, Baixada news, Macaco prego, In (Dig) Nação, Réu e rei e Homem que sabia demais, entre outras. “Nós estávamos totalmente mergulhados na música jamaicana na época, literalmente seduzidos pelo dancehall e a proposta era quatro carinhas brancos constituirem uma banda dancehall/raggamuffin. Até pelo marasmo no rock brasileiro que existia à ocasião”, disse Samuel Rosa.
 “Vale lembrar que o reggae nasceu de uma tentativa frustrada dos jamaicanos tocarem soul music e rhythm and blues. Era muito comum versões de Sam Cooke, Al Green, coisas da (gravadora) Motown. Nós seguimos esse caminho”, completou Samuel.
Já a parte ao vivo traz somente duas músicas que entrariam no repertório da banda: Gentil loucura (Chico Amaral e Affonsinho) e Cadê o penalty? (Jorge Ben). As outras, a maior parte delas autorais, estavam até então inéditas. Sem dúvida, o destaque vai para Eterna espera (Samuel Rosa), com levada reggae, mais lenta e um belo arranjo de metais – todos os registros foram feitos por Chico Amaral e João Vianna. Fica a dica, ainda mais porque o Skank pretende entrar em 2013 com o início da produção de seu próximo álbum de inéditas.  *** 3 ESTRELAS / Bom







The Darkness volta com álbum de inéditas após sete anos

‘Hot Cakes’ traz os épicos hinos de rock do renomado grupo que, com a formação original, se apresenta nos shows de abertura de Lady Gaga


Depois de uma espera de sete anos, The Darkness chega com o novo disco de inéditas Hot Cakes - produzido por Justin e Dan Hawkins, junto com o colaborador de longa data Nick Brine e mixado por Bob Ezrin. Hot Cakes apresenta os épicos hinos de rock e os contagiantes refrões pop da banda multi-premiada que se tornou renomada no mundo todo.

Até agora, 2012 tem sido um ano estelar para The Darkness, como descreveu a revista LA Weekly: “…Heroicamente reunidos, com um senso de diversão de retorno e ainda sendo o mais multi-dimensional divertido show de rock ao vivo do milênio.” Yahoo! News notificou que o disco “vem composições pop inegavelmente impecáveis como Growing On Me, Friday Night, Is It Just Me e, claro, I Believe In A Thing Called Love.”

“Quando ouvimos pela primeira vez uma nova faixa do Darkness e depois de vê-los tocar ao vivo em Nova York, nós sabíamos que eles estavam de volta”, explica o CEO da Wind-up Edward Vetri. “The Darkness e Wind-up fizeram uma grande parceria de rock e estamos ansiosos para trabalhar com eles no lançamento do Hot Cakes”.

Desde que The Darkness, formado por Justin Hawkins (vocais/guitarra), Dan (guitarra/backing vocal), Frankie Poullain (baixo) e Ed Graham – voltaram a quase 12 meses atrás no palco principal do Download Festival de 2011 com sua formação original, o grupo britânico teve ingressos esgotados nas turnês no Reino Unido e na América do Norte; terminou de gravar Hot Cakes e lançou a faixa Nothing’s Gonna Stop Us e seu vídeo gratuitos.

Hot Cakes marca a continuação do álbum de estreia do grupo, Permission To Land, com as favoritas dos fãs I Believe In A Thing Called Love (assista a apresentação ao vivo no Hammersmith com a participação de Brian May aqui) e Get Your Hands Off My Woman - bem como o reverenciado unidirecional Ticket To Hell And Back que apresentava One Way Ticket e Is It Just Me?.

Os fãs poderão conferir as novidades de The Darkness nos shows de abertura da turnê de Lady Gaga no Brasil, nos dias 09 de novembro no Rio de Janeiro e 11 de novembro em São Paulo.












Pianista Clara Sverner interpreta “Ravel + Debussy”

Repertório impressionista em interpretações inspiradas

Em seu novo CD dedicado a Debussy e Ravel, Clara Sverner firma-se com uma das pianistas brasileiras que mais se dedicou ao registro fonográfico da produção universal para o teclado.
Nos últimos anos, depois de ter percorrido caminhos expressivos da música brasileira, em duo com Paulo Moura e em consagradas gravações solo de Chiquinha Gonzaga e Glauco Velásquez, Clara realizou uma integral de fôlego: a gravação completa das Sonatas de Mozart para piano. O CD seguinte – dedicado a um ícone do piano romântico, Frédéric Chopin – foi a ponte transitória perfeita entre Classicismo e Impressionismo.
O mundo das tintas sonoras e magia tímbrica é agora recriado por essa incansável artista, que, em plena maturidade, nos oferece uma visão personalíssima de Debussy e Ravel. Peças consagradas dos dois mestres da música francesa estão alternadas em saudável convivência, recebendo interpretações de extrema delicadeza e força expressiva. Gravado pelo produtor inglês Jeffrey Ginn em Potton Hall, Suffolk, Inglaterra, o tratamento sonoro é exemplar.  *** 3 ESTRELAS / Bom




















Fernanda Takai e Andy Summers se unem para fazer CD de bossa nova

Parceria entre a cantora do Pato Fu e o guitarrista do The Police traz versões feitas por Zélia Duncan e John Ulhoa

Fernanda e Andy: a dupla do álbum “Fundamental” deverá fazer show em Fortaleza, em outubro

O disco da artista mineira Fernanda Takai e do roqueiro inglês Andy Summers, já saiu nas lojas, e pode ser conferido na íntegra através do site Rádio Uol. O álbum “Fundamental” possui 11 músicas compostas pelo guitarrista da grande banda britânica The Police (de Sting) e tem grande influência da MPB, com um destaque para a Bossa Nova. Algumas músicas ganharam sua versão em português antes de serem gravadas, ficando apenas seis das suas faixas em sua língua original. Além de contar com Takai no vocal e Summers na guitarra e violão, o Fundamental também conta com a participação de John Ulhoa do Pato Fu, na faixa que dá nome ao álbum, e de Zélia Duncan que assina “Pra não esquecer (I remember)”, “Chuva no Oceano” (Teardrops in the Cea) e “Sorte no amor” (Music in Darkness) junto da Fernanda.O CD foi gravado e mixado no estúdio de Andy Summers, em Venice Beach, Los Angeles, e sofreu edições no Japão e em alguns países europeus. E como os dois se encontraram? Em 2009, quando gravava com Roberto Menescal (a quem o disco Fundamental é dedicado) o DVD United Kingdom of Ipanema, Summers ouviu, por intermédio do violonista e compositor carioca, gravações de Fernanda Takai. Pediu que Menescal a convidasse para gravar “Insensatez”. O encontro se deu num fim de tarde, no Rio de Janeiro. “Foi uma gravação especial numa noite, ao lado de uma lagoa com dois violões e chuva. Meu momento favorito no DVD com o Menescal”, afirma Summers.
Desde aquela época, ele falou com Fernanda que queria, posteriormente, gravar alguma coisa com ela. A cantora imaginou que o guitarrista e compositor, jazzista a despeito do trabalho com o Police e apaixonado por música brasileira, fosse lhe enviar um par de canções. Pois no fim de 2011 ele enviou 18 canções, todas já com letra, que havia composto especialmente para Fernanda. O convite não era para uma participação, mas para o registro de um álbum que levaria a assinatura dos dois. Houve um segundo envio de músicas e, até o início desse ano, Fernanda trabalhou nas versões (das 11 faixas, cinco são em português, com versões assinadas por ela, Zélia Duncan e John Ulhoa).
Em março, Fernanda embarcou para a Califórnia, onde passou nove dias no estúdio de Summers, em Venice Beach. Chegando lá, encontrou boa parte do material selecionado já gravado. As percussões foram feitas por Marcos Suzano e o baixo pelo veterano Abraham Laboriel. Ainda que a carreira solo de Fernanda tenha começado pela bossa nova (o álbum Onde brilhem os olhos seus, de 2007, baseado no repertório de Nara Leão) e que Summers seja um apaixonado pelo gênero, o CD Fundamental caminha por outras ondas. A faixa-título, que abre o álbum, é realmente uma bossa, mas, à medida que o trabalho se desenrola, ouvem-se acentos de baião (You light my dark) e rock (Falling from the blue). Tudo muito delicado, com letras sobre o amor.
De olho no potencial do mercado externo – o Japão, por exemplo, recebe Fundamental no próximo mês; Estados Unidos e Europa estão sendo negociados. Summers chega ao Brasil no início de outubro, para uma série de shows, que deverão ir até meados de novembro. Em 2013, Fernanda sai com ele em turnê pelo exterior.
Entre outubro e novembro, Andy Summers e Fernanda Takai vão fazer turnê brasileira de Fundamental. Por ora, estão agendados os seguintes shows, todos em outubro: Recife (dia 12), Fortaleza (dia 13), Brasília (dia 17), Niterói (dia 18), Juiz de Fora (dia 20) e Ipatinga (dia 27). Em Belo Horizonte, há duas reservas de datas: uma para 19 de outubro e outra para 28, caso a data anterior não se confirme. A banda será formada por Marcos Suzano (percussão), João Hermeto (percussão e bateria), Beto Lopes (violão e guitarra), Dunga (baixo) e Mariá Portugal (backing vocal).  Ainda não está confirmado o local de apresentação na capital cearense. **** 4 ESTRELAS / Ótimo

Faixa a faixa por Fernanda Takai
Fundamental (versão: Fernanda Takai/John Ulhoa) – É bem bossa nova e representa bem o universo do disco, da música brasileira. Serve para mostrar o que vem por aí.

Pra não esquecer (versão: Zélia Duncan) – É uma música linda, muito triste, com uma típica letra da Zélia, bem densa. Tem um arranjo bem brasileiro, com vários violões. O arranjo me surpreendeu.

Chuva no oceano (versão: Fernanda Takai/Zélia Duncan) – Fala do amor de um jeito bem bonito. Tenho muito pudor em cantar músicas que falam de relacionamento, seja em português ou inglês, quando resvalam no senso comum. Tanto nas versões em português quanto nas músicas em inglês, tivemos o cuidado de fazer um trabalho de letra.

Sorte no amor (versão: Fernanda Takai/Zélia Duncan) – É bem divertida, ilustramos como se fosse um jogo de azar. A gente estava em Venice Beach, que é a terra dos doidões. Precisávamos de um coro, mas só tinha o pessoal que estava no estúdio: eu, o Andy, a Silvana, maquiadora que estava fotografando, Luiz Paulo, empresário do Andy. Falamos: “Vamos lá fora, dar US$ 1 para todo mundo e os doidões vêm aqui cantar.” Aí o Andy olhou para as guitarras no estúdio e disse: “Vamos gravar só a gente mesmo”.

No mesmo lugar (versão: John Ulhoa) – É bem Praia de Ipanema mesmo, com a pessoa passeando e se encantando com a beleza que passa. É a Garota de Ipanema do Andy e a letra do John foi bem fiel ao encantamento com praia que os gringos têm.

Falling from the blue – Quando cantava essa música, pensava em viagem de avião. O Andy me falou que essa música o faz pensar em escalada, quando só estão você e a montanha.

You light my dark – É divertida de cantar pois tem muitas vozes. É bem brasileirona também, tem um baião no começo. E cantar em inglês dá muito contraste. Perguntei para o Andy sobre o meu sotaque e ele disse que é perfeito, não é britânico nem americano, tem sensualidade.
Skin deep – É muito cinematográfica e fala sobre separação, sobre a mulher que é trocada por uma mais nova. Quando cantei, o Andy me pediu para tentar imprimir seriedade nela.

Smile and blue sky me – Gosto bastante, é uma música bem feliz, que fala que só o sorriso da pessoa amada muda completamente seu dia.

I don’t love you – Fala sobre um amor atormentado, sobre uma pessoa que não sabe lidar bem com o amor.

Human kind – Minha preferida e foi a que entrou por último. Ela é quase jazz, tanto que o Andy achou que não iria caber. Mas, como amei a música, ele fez um arranjo que se aproximou do universo das outras músicas.
 








 
Roberto Silva, o "príncipe do samba", morre aos 92 anos

 

O sambista Roberto Silva, conhecido como "príncipe do samba", morreu na madrugada deste domingo (9), no Rio, aos 92 anos.
O cantor e compositor lutava há seis meses contra um câncer de próstata e foi internado na última quarta-feira (5), após sofrer um AVC. Silva morreu de falência múltipla dos órgãos. Foram quase 75 anos dedicados à música. Seus maiores sucessos são "Mandei Fazer um Patuá" e "Meu Sonho É Você". O sambista trabalhou na Rádio Nacional e na Tupi, onde ganhou o apelido com que ficaria conhecido por toda a vida. Roberto, que completou 92 anos em abril, deixa sete filhos e 30 netos, bistetos e tataranetos. O enterro acontece hoje, às 15h40, no Cemitério de Inhaúma, no Rio.











Marcelinho. o ‘David Guetta da MPB’

João Donato, Mart’nalia, Adriana Calcanhoto, Martinho da Vila, Paralamas e Gaby Amarantos estão no novo CD “Viagem ao Mundo da Lua”, lançamento da Deckdisc

Leva o simpático nome de Viagem ao mundo da Lua um CD que rejuvenesce a música popular brasileira, com elegância e sem desfigurá-la. O autor da façanha é Marcelinho da Lua. “Não sou cantor. A Wikipédia está errada”, brinca o artista, preferindo, se definir como DJ e produtor. Ele foi roadie de banda e depois técnico de som, trabalhou no estúdio de Roberto Menescal e ali, com Márcio Menescal e Alexandre Moreira, fundaria, em 1997, o Bossacucanova. Mesclou hip-hop, rock e eletrônica com o som de personalidades da MPB como Wanda Sá, Tito Madi e Carlos Lyra, entre outros. E a música popular brasileira nunca mais foi a mesma.
Viagem ao mundo da Lua revisita os dois primeiros (e premiados) discos de Marcelinho da Lua – Tranquilo (2004) e Social (2007). João Donato, Mart’nalia, Adriana Calcanhoto, Martinho da Vila, Paralamas e Gaby Amarantos estão no disco. E o moço é atrevido: faz ainda remix de Cotidiano e Essa moça tá diferente, de Chico Buarque; e Refazenda, de Gilberto Gil, além de entregar a Gaby Amarantos o clássico Águas de março, de Tom Jobim. E o resultado é muito bom, tem frescor. No mínimo, fica interessante. “Não é estética só do som, só da música ou apenas do intérprete. Tem concepção, articulando cada faixa”, explica. “A proposta é uma viagem.”
E ele continua: “Remix é reconstrução, é arranjo também. Faço cada um deles a partir de uma concepção, escolhendo o que vou usar nas músicas, o trabalho tem pensamento”. Sobre o modo de trabalhar, conta que pesquisa, ouve coisas no YouTube, compra música no iTunes, baixa muita coisa. Acrescente-se que ele tem cerca de 7 mil discos de vinil, mais do que pode ouvir durante uma vida inteira, diverte-se. “Não sou sintético, só de sintetizador. Gosto de misturar o digital e o analógico, de colocar as duas coisas juntas, do atrito, e chegar a uma harmonia. Às vezes a batida é antiga, ou é nova e o intérprete antigo, e vice-versa.”
As faixas do CD são construções musicais, mais que simplesmente arranjos. Brincam de forma lúdica com o suingue, com batidas de épocas diferentes, som digital e de vinil, gêneros de ontem e de hoje, artistas veteranos ou recém-surgidos. Marcelinho da Lua convida tanto “ao senta, relaxe e ouça” quanto ao “deixa cair e vamos dançar”. “Gosto de jogar a favor do intérprete. E também de fazer provocações, criando surpresas que façam com que sintam estão no lugar deles e também num contexto novo”, conta o músico, sonhando com o convívio civilizado entre os diferentes e a possibilidade de escolha. “É o mais interessante do nosso tempo”, garante.
“O Brasil está mais espalhado. A cena do Pará é interessante, a de São Paulo vai bem, a Bahia está fugindo dos clichês. Tem as orquestras, a world music, que está cada vez mais plural – conhecemos coisas do Mali, dos Balcãs. A indústria fonográfica está buscando novas saídas. Você pode ouvir um concerto eletroacústico ultramoderno e uma filarmônica. Há possibilidade de gravar junto no esquema mais antigo ou fazer tudo sozinho. Estamos chegando mais fácil à grande mídia, apesar de ela continuar sendo o que sempre foi. Tudo isso cria panorama forte, estimulante. Uma coisa de que sinto falta é de lojas de disco, especialmente de vinil, que existem cada vez menos. É a internet que tem permitido isso.”  ***** 5 ESTRELAS / Excelente

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