“Vovô sem vergonha” tem piadas sujas mas é engraçado
O filme com Johnny Knoxville e feito pelo mesmo diretor de “Jackass: O Filme” foi lançado nas lojas e locadoras
Com Johnny Knoxville e Jackson Nicoll, e dirigido por Jeff Tremaine (Jackass: O Filme), acaba de chegar nas locadoras o filme “Vovô sem Vergonha”. A série Jackass tinha sua graça, com performances que beiravam o suicídio, e pegadinhas das mais dolorosas às mais grotescas. Era entretenimento para adolescentes e teve seus méritos por isso. Porém isso já tem mais de dez anos. Fica claro que a empreitada cinematográfica tem muitos defeitos como filme, já que o modelo narrativo usado é cheio de falhas. Mas rende algumas risadas. Não é a comédia que fará você rir desesperadamente, a não ser que te agrade ver um senhor de idade com as partes íntimas presas numa máquina de refrigerantes. BIrving Zisman (Knoxville) é um senhor de 86 anos que acabou de perder a esposa – uma mulher que ele amava, mas não suportava – quando tem que levar seu neto de oito anos Billy (Nicol) até o outro lado do país para entrega-lo ao pai, porque a mãe será presa por porte ilegal de drogas. Durante a viagem, Irving mostra um mundo totalmente maluco ao neto, passando por todo tipo de situação insólita, enquanto outros em volta não sabem que se trata de um filme assistem e se surpreendem.
Knoxville está irreconhecível na maquiagem do velho Irving. Ninguém duvidaria que ali estivesse um senhor octogenário. O que reforça o ponto forte do filme: a cara das pessoas em volta. Não será difícil ouvir comparações com Borat (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, 2006), mas o próprio Knoxville e seus colegas de Jackass já faziam isso, inclusive no filme de 2002. São coisas tão malucas que ninguém em volta está preparado. Inclusive pedem muito do protagonista. A cena da cama que dispara a abrir e fechar mostra uma elasticidade fantástica do ator. Ela acontece sem cortes, pelo menos nos primeiros segundos, e não há espaço para uma montagem para trocar para um dublê.
Diferente da série de TV, o diretor traz uma narrativa ao filme, que é a aproximação do avô com o neto. Mas essa decisão tem alguns problemas exatamente nos seus momentos de graça. O roteiro não consegue escapar de todas as situações inconvenientes sem alguma jogada mágica, por falta de uma palavra melhor. Isso é particularmente problemático em dois momentos: quando Irving e Billy roubam uma loja de conveniência e são pegos, e quando o velinho derruba um pinguim gigante decorativo de uma lanchonete. É óbvio que os responsáveis pela produção não acharam escapatória dessas situações, então há um corte para o momento seguinte onde tudo estava resolvido. Quer dizer, nesse meio tempo a produção teve que entrar com as câmeras, claquetes, microfones e explicar que tudo era só uma brincadeira do novo filme de Johnny Knoxville. Não acontece sempre. Na cena em que Irving vai a uma casa noturna atrás de mulheres, ele tem que sair correndo com as calças na mão depois de provocar uma confusão entre as clientes e os strippers. Foi simples, e funcionou.
A estética de das câmeras escondidas dão o ar do show de TV, e isso faz cair a qualidade no cinema. Não é como um mockmentary, onde as imagens foram supostamente achadas e montadas. As qualidades diferentes não são intencionais, mas não dá para escapar delas. É preciso usar zoom, câmeras de mão com menor qualidade e, às vezes, aproximar digitalmente o quadro. Não é incomum vermos grãos diferentes de um ângulo pra outro, diferenças na luz e na fotografia. Sim, a estética é para ser alguma coisa mais crua, mas ainda incomoda, de novo, como cinema narrativo. Além disso, nota-se a falta de cuidado na montagem. Como várias cenas se passam dentro do carro de Irving, você vai pode ver mais de uma vez a sombra da câmera que é colocada no capô.
Forçado, sujo e escatológico em alguns momentos, que é próprio da marca Jackass, “Vovô sem Vergonha” acaba sendo um pouco sem graça, com o perdão do trocadilho. O jovem Jackson Nicol rouba a cena. Ele parece muito natural em frente às câmeras, e conseguiu misturar bem o que é ser um garoto de oito anos, com toda a situação maluca que passa, e consegue constranger qualquer um com algumas poucas palavras.
Apesar de não ser uma ótima comédia, há bons momentos. A melhor é do concurso de beleza feminina infantil – infelizmente estragada por quem já viu o trailer – que faz homenagem, ou uma cópia, à Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006). Também não pude deixar de notar uma crítica ao sistema competitivo que essas meninas são expostas. Dentro disso, Knoville e sua turma abriram um espaço para discussão do assunto, mas que provavelmente será esquecida em cenas como de um senhor manchando a parede de restaurante de marrom.
O filme com Johnny Knoxville e feito pelo mesmo diretor de “Jackass: O Filme” foi lançado nas lojas e locadoras
Com Johnny Knoxville e Jackson Nicoll, e dirigido por Jeff Tremaine (Jackass: O Filme), acaba de chegar nas locadoras o filme “Vovô sem Vergonha”. A série Jackass tinha sua graça, com performances que beiravam o suicídio, e pegadinhas das mais dolorosas às mais grotescas. Era entretenimento para adolescentes e teve seus méritos por isso. Porém isso já tem mais de dez anos. Fica claro que a empreitada cinematográfica tem muitos defeitos como filme, já que o modelo narrativo usado é cheio de falhas. Mas rende algumas risadas. Não é a comédia que fará você rir desesperadamente, a não ser que te agrade ver um senhor de idade com as partes íntimas presas numa máquina de refrigerantes. BIrving Zisman (Knoxville) é um senhor de 86 anos que acabou de perder a esposa – uma mulher que ele amava, mas não suportava – quando tem que levar seu neto de oito anos Billy (Nicol) até o outro lado do país para entrega-lo ao pai, porque a mãe será presa por porte ilegal de drogas. Durante a viagem, Irving mostra um mundo totalmente maluco ao neto, passando por todo tipo de situação insólita, enquanto outros em volta não sabem que se trata de um filme assistem e se surpreendem.
Knoxville está irreconhecível na maquiagem do velho Irving. Ninguém duvidaria que ali estivesse um senhor octogenário. O que reforça o ponto forte do filme: a cara das pessoas em volta. Não será difícil ouvir comparações com Borat (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, 2006), mas o próprio Knoxville e seus colegas de Jackass já faziam isso, inclusive no filme de 2002. São coisas tão malucas que ninguém em volta está preparado. Inclusive pedem muito do protagonista. A cena da cama que dispara a abrir e fechar mostra uma elasticidade fantástica do ator. Ela acontece sem cortes, pelo menos nos primeiros segundos, e não há espaço para uma montagem para trocar para um dublê.
Diferente da série de TV, o diretor traz uma narrativa ao filme, que é a aproximação do avô com o neto. Mas essa decisão tem alguns problemas exatamente nos seus momentos de graça. O roteiro não consegue escapar de todas as situações inconvenientes sem alguma jogada mágica, por falta de uma palavra melhor. Isso é particularmente problemático em dois momentos: quando Irving e Billy roubam uma loja de conveniência e são pegos, e quando o velinho derruba um pinguim gigante decorativo de uma lanchonete. É óbvio que os responsáveis pela produção não acharam escapatória dessas situações, então há um corte para o momento seguinte onde tudo estava resolvido. Quer dizer, nesse meio tempo a produção teve que entrar com as câmeras, claquetes, microfones e explicar que tudo era só uma brincadeira do novo filme de Johnny Knoxville. Não acontece sempre. Na cena em que Irving vai a uma casa noturna atrás de mulheres, ele tem que sair correndo com as calças na mão depois de provocar uma confusão entre as clientes e os strippers. Foi simples, e funcionou.
A estética de das câmeras escondidas dão o ar do show de TV, e isso faz cair a qualidade no cinema. Não é como um mockmentary, onde as imagens foram supostamente achadas e montadas. As qualidades diferentes não são intencionais, mas não dá para escapar delas. É preciso usar zoom, câmeras de mão com menor qualidade e, às vezes, aproximar digitalmente o quadro. Não é incomum vermos grãos diferentes de um ângulo pra outro, diferenças na luz e na fotografia. Sim, a estética é para ser alguma coisa mais crua, mas ainda incomoda, de novo, como cinema narrativo. Além disso, nota-se a falta de cuidado na montagem. Como várias cenas se passam dentro do carro de Irving, você vai pode ver mais de uma vez a sombra da câmera que é colocada no capô.
Forçado, sujo e escatológico em alguns momentos, que é próprio da marca Jackass, “Vovô sem Vergonha” acaba sendo um pouco sem graça, com o perdão do trocadilho. O jovem Jackson Nicol rouba a cena. Ele parece muito natural em frente às câmeras, e conseguiu misturar bem o que é ser um garoto de oito anos, com toda a situação maluca que passa, e consegue constranger qualquer um com algumas poucas palavras.
Apesar de não ser uma ótima comédia, há bons momentos. A melhor é do concurso de beleza feminina infantil – infelizmente estragada por quem já viu o trailer – que faz homenagem, ou uma cópia, à Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006). Também não pude deixar de notar uma crítica ao sistema competitivo que essas meninas são expostas. Dentro disso, Knoville e sua turma abriram um espaço para discussão do assunto, mas que provavelmente será esquecida em cenas como de um senhor manchando a parede de restaurante de marrom.
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