sexta-feira, 5 de julho de 2013

CINEMA

Novo filme de Teence Malick, “Amor Pleno” está em cartaz
 
Drama com Ben Affleck é uma das estreias da semana no Multiplex UCI Ribeiro Iguatemi

Em resposta às declarações do cantor, Kamyla Simioni se indignou no Twitter. "Oportunista? Para né! Aguardem cenas do próximo capítulo", escreveu. Terrence Malick novamente oferece beleza com "Amor Pleno", mas desta vez de forma menos relevante. A proposta de "Amor Pleno", do diretor americano Terrence Malick, é explorar o quão mutável pode ser o amor, e consequentemente as pessoas e suas relações. Na história acompanhamos a união cheia de altos e baixos de Neil (Ben Affleck) e Marina (Olga Kurylenko). Apostando em uma paixão arrasadora (e de momento), a mulher francesa resolve se mudar com o novo parceiro para os Estados Unidos, levando junto sua filha e a esperança de uma vida nova. Mas as coisas não seguem como o programado, e Marina acaba se vendo afastada destas duas pessoas as quais dedicou seu amor. Algo parecido acontece com Jane (Rachel McAdams), que ao se tornar uma das partes de um triângulo amoroso, acaba enfrentando consequências aparentemente improváveis, ainda mais quando a paixão cega o raciocínio.
Diferente do filosofal "A Árvore da Vida", este novo filme de Malick não oferece tanta profundidade com seu tema, na verdade ele é bem simplista em sua estrutura, o que acaba tornando o resultado menos atraente e em alguns momentos até mesmo pouco consistente. As reviravoltas da trama, pontuadas basicamente por mudanças bruscas de comportamento dos protagonistas, não oferecem a naturalidade buscada pelo realizador, e o argumento principal dá voltas e voltas sem chegar a um lugar mais específico.

A história paralela do padre Quintana (interpretado com humildade por Javier Bardem) corrobora esta falta de propósito, pois, apesar de (tentar) fortalecer e discutir a temática apresentando a falta de amor do sacerdote por Deus, ou até mesmo a busca por este sentimento (que foi perdido, alterado), não temos ali uma análise mais elaborada, por mais poética e enigmática que ela possa se revelar.
Obviamente a produção é belíssima, devido a linguagem visual única de Malick, que começou a ser estruturada já em seu segundo filme, o contundente "Cinzas no Paraíso". De ritmo moroso e carregado de um sentimento contemplativo, "Amor Pleno" tem nesta característica seu grande mérito. Mesmo as interpretações pouco impactantes de Affleck e Kurylenko são atenuadas pela beleza oferecida. A trilha de Hanan Townshend (que já havia trabalhado com o diretor em "A Árvore da Vida"), completa o clima auspicioso de exploração da realidade proposta pela movimentação orgânica da câmera de Malick, que sempre utiliza a iluminação e ângulos recortados como um inusitado artifício agregador.
Em comparação aos excepcionais últimos longas do diretor, "Amor Pleno" pode ser considerado um trabalho menor, que fala sobre algo relevante (a grandiosidade do amor, suas trapaças e perseverança), mas não alcança a profundidade esperada, e acaba se tornando apenas uma experiência visual e não tão reveladora como supostamente deveria ser. Mesmo assim, não estamos falando de algo ruim, apenas menor.

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