sexta-feira, 5 de julho de 2013

CINEMA NACIONAL

Público do cinema nacional cresce 280% no primeiro semestre do ano

Os longas brasileiros venderam, nos primeiros seis meses do ano, pouco mais de 13 milhões de ingressos

Se o primeiro semestre do ano passado foi um terror para o cinema nacional, que não conseguiu colocar nenhum filme na marca de 1 milhão de espectadores, 2013 mudou completamente o cenário. Os longas brasileiros venderam, nos primeiros seis meses do ano, pouco mais de 13 milhões de ingressos, um pulo de 280% em relação ao mesmo período em 2012, que atraiu 3,5 milhões de pagantes aos cinemas, de acordo com o Filme B, portal que monitora o mercado cinematográfico no país. Na renda, os números são ainda melhores: a bilheteria total de R$ 144 milhões representa um crescimento de 289% em relação ao ano passado, que ficou em R$ 37 milhões.
Os dados não chegam a ser uma surpresa, porque representam uma tendência do fim do ano passado com as estreias das comédias nacionais, a galinha dos ovos de ouro do cinema brasileiro, e dramas sobre músicos famosos. Dos cinco filmes que ultrapassaram a marca de 1 milhão de espectadores no primeiro semestre de 2013, três deles são comédias ("De Pernas Pro Ar 2", "Vai Que Dá Certo", "Minha Mãe é Uma Peça"), enquanto dois envolvem o nome Renato Russo ("Somos Tão Jovens" e "Faroeste Caboclo"), ex-líder da Legião Urbana. "O crescimento é exagerado, porque estamos vindo de uma posição muito ruim. Mas é um aumento altamente expressivo, mostra que o cinema brasileiro cresceu e ficou robusto", afirma Paulo Sérgio Almeida, diretor do Filme B, portal especializado no mercado de cinema no Brasil.
Entre todas as produções (nacionais e internacionais) que estrearam em 2013, apenas "De Pernas Pro Ar 2", com R$ 44 milhões de renda, e "Vai Que Dá Certo", com R$ 29 milhões, entram entre os dez mais vistos do ano --a liderança absoluta é de "Homem de Ferro 3" com R$ 96 milhões. Mas os longas estrangeiros não estão num momento tão bom. Houve uma queda de 13% no público do cinema internacional, e de 5% na renda --em parte explicada pela Copa das Confederações e pela onda de manifestações no país, que quebraram a tendência de alta em junho, mês dos grandes lançamentos hollywoodianos.
Há boas notícias também no meio da tabela do cinema nacional. O aclamado "O Som ao Redor" fechou sua carreira com 94 mil espectadores e uma renda de quase 1 milhão -números expressivos para um longa fora da curva das comédias televisivas e sem nenhum astro global. O mesmo pode ser dito de "Elena", o documentário mais visto do ano, mesmo sem trazer nenhuma biografia de cantor famoso, como geralmente é a marca dessas produções. "O cinema de qualidade no Brasil não tem sido feito com muita frequência no Brasil, então precisamos ter mais carinho com esses filmes", diz Almeida.


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