Hoje é o último dia para assistir 'Xingu', filme que conta saga dos irmãos Villas Bôas
A produção brasileira sairá de cartaz no Multiplex UCI Ribeiro Iguatemi, e está em apenas duas sessões, às 13h15 e 18h15
"No Xingu, nada é por acaso." O lema dos irmãos Villas Bôas, desbravadores do Brasil central na década de 1940 e idealizadores do Parque do Xingu, foi herdado pela equipe que decidiu contar sua história nos cinemas.
"Não existia coincidência nas filmagens de 'Xingu'", diz o diretor, Cao Hamburger, que volta a um longa após sete anos de hiato desde "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias". "Se não podia filmar no lugar escolhido, ia para outro. E acabava sendo mais bonito que o original."
Mas a mudança de locação nos dez meses de filmagens no Tocantins e no Parque do Xingu foi a menor das dificuldades. "O cerrado brasileiro queima por nove meses", conta Caio Blat, que vive o mais afoito dos irmãos expedicionários, Leonardo. "A caminhonete da nossa equipe passou por estradas que tinham paredes de fogo por causa das queimadas dos fazendeiros."
Beatriz Lefèvre/Divulgação
Cena de "Xingu", filme dirigido por Cao Hamburger
"É uma catástrofe", diz Felipe Camargo, dono do papel do aventureiro mais experiente, Orlando. "Perto de Palmas, o dono do hotel em que estávamos precisava limpar a piscina sempre. A camada de fuligem era constante."
A fumaça dos incêndios -naturais e provocados- no Centro-Oeste brasileiro perseguiu a equipe até a reserva do Xingu, no Mato Grosso.
Quando foram filmar com as tribos, em 2011, os atores e os técnicos viajaram divididos em dois aviões com 20 pessoas cada um, mas apenas um deles conseguiu pousar. "O campo de visão era mínimo. O avião tentava aterrissar no meio da fuligem, mas, quando o piloto via algo, já estava muito perto das árvores", lembra Blat. Metade do time chegou três dias depois. "Filmando sem som nem maquiagem.""É um filme de guerra, não só pelos personagens, que são heróis repletos de falhas, mas pelas condições climáticas", resume Camargo. "Isso serviu para nos ajudar a viver os Villas Bôas", fala João Miguel, intérprete do irmão mais idealista, Claudio.
Mas "Xingu" teve momentos mais tensos. Em 2010, um avião com dois membros da equipe e um piloto caiu em Palmas. "Todos ficaram bem. Guilherme Ramalho, diretor de cenas aéreas, saiu do avião querendo entrar no outro para filmar", brinca o diretor. Um carro de alimentação virou na estrada e só foi encontrado 24 horas depois. Outra vez, nenhum ferido.
SKYPE NA TRIBO
Cao Hamburger começou o trabalho exaustivo de pesquisa em 2007 e logo passou dez dias no Xingu. João Miguel ficou oito dias com os índios, e Caio Blat deixou o filho recém-nascido no Rio.
"Foi a parte dura. Mas, quando cheguei ao Xingu, tive uma surpresa: os índios tinham Skype [programa de comunição com vídeo via internet] na oca", conta o ator.
Os índios do Xingu ficaram desconfiados com os "estrangeiros". "Tinha de convencê-los de que o filme mostraria o ponto de vista deles", fala o cineasta, que quer voltar à região para novo longa sobre indígenas nunca contatados.
O desafio agora é fazer o público comprar a ideia de "Xingu", superprodução de R$ 14 milhões, com tema sem precedentes de grande sucesso no país. "Brasileiro não gosta de índio. É chocante perceber isso até entre meus amigos", diz Hamburger. "Mas a base de 'Avatar' é a cultura indígena brasileira. Cameron veio para cá, tomou algo e fez aquele filme."
Documentário "À Margem do Lixo" mostra a rotina de vida dos catadores de papel
À MARGEM DO LIXO, documentário de Evaldo Mocarzel, entra em cartaz no dia 13 de abril no Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis. Entre os meses de abril e maio, 1109 cineclubes de 700 cidades do Brasil também vão exibir o filme. O longa-metragem tem apoio do Programa Petrobras Cultural para seu lançamento ::
À Margem do Lixo mostra a rotina de vida dos catadores de papel e materiais recicláveis na cidade de São Paulo. Trata-se da terceira parte de uma tetralogia iniciada com À Margem da Imagem, que recebeu 19 prêmios em festivais no Brasil e no exterior, e À Margem do Concreto, que recebeu o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular no Festival de Brasília.
“O documentário tenta focalizar a indústria da reciclagem a partir do catador. O Brasil é líder mundial da reciclagem de alumínio. 87% do alumínio produzido é reciclado”, explica o diretor Evaldo Mocarzel. “A lucratividade desta indústria é sustentada de muitas maneiras pela economia informal e pela miséria destes catadores”, completou Mocarzel.
O diretor, que também é jornalista, faz questão de frisar a diferença entre um documentário e uma reportagem. “No documentário, você pode fazer uma imersão em um tema e não tem que ouvir todos os lados. Se eu colocasse um dono de fábrica [de reciclagem de materiais], eu estaria criando uma armadilha ética condenável”, explicou. “Eu queria um filme que falasse sobre o trabalho. Eu queria um cinema de propaganda da luta e da militância”, ressaltou.
Cine Mais Cultura
À Margem do Lixo, do diretor Evaldo Mocarzel, será distribuído, entre os meses de abril e maio deste ano, a 1109 cineclubes de quase 700 cidades de todos os estados brasileiros. Participarão filiados ao Conselho Nacional de Cineclubes (entidade da sociedade civil que representa os cineclubes do país) e contemplados do Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura (ação que disponibiliza por meio de editais equipamentos de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista, atendendo prioritariamente periferias de grandes centros urbanos e municípios em vunerabilidade social).
A RAIZ DISTRIBUIDORA deseja provocar uma grande discussão sobre as formas alternativas de exibição no lançamento de filmes no Brasil. Como sabemos, os filmes brasileiros têm enormes dificuldades de competir por um espaço no circuito exibidor comercial com os grandes lançamentos internacionais. Portanto, a RAIZ quer cumprir a missão de fazer o documentário “À Margem do Lixo” ser visto pelo máximo de pessoas possível, em todos os cantos do país.
Sobre o Diretor
Nasceu em Niterói (RJ) e formou-se em Cinema e Jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Seu primeiro curta-metragem Retratos no Parque foi realizado em 1999. Dois anos depois, dirigiu o curta À Margem da Imagem, que discute a estetização da miséria e o roubo da imagem de quem está na exclusão social mais absoluta e que virou longa-metragem em 2003. No ano seguinte, realizou o documentário Mensageiras da Luz. Em 2005, Evaldo Mocarzel dirigiu dois documentários: Do Luto à Luta, sobre a Síndrome de Down e À Margem do Concreto, sobre os sem-teto de São Paulo. No ano de 2006, finalizou o documentário Jardim Ângela. Em 2007, lança mais dois documentários: Brigada Pára-Quedista, sobre a tropa de elite do Exército e O Cinema dos Meus Olhos, sobre a relação de críticos e realizadores com o cinema. Em 2008, finalizou o documentário A Margem do Lixo e Sentidos à Flor da Pele. Os projetos BR-3 A Peça e BR-3 Documentário foram realizados em 2009, junto com os longas Quebradeiras e São Paulo Companhia de Dança. Seus dois últimos projetos, finalizados em 2010, foram Cubra Libre e Encontro das Águas.
Brasil, 2008, 84 min, livre
Direção: Evaldo Mocarzel
Produção: Assunção Hernandes
Produção Executiva: Fernando Andrade
Direção de Produção: Leonardo Mecchi
Produção de Set: Celso Martins e Beto Nogueira
Direção de Fotografia: Gustavo Hadba e André Lavenère
Roteiro: Evaldo Mocarzel e Willem Dias
Pesquisa: Eduardo Nunomura
Montagem: Willem Dias
Fotografia de Still: Epitácio Pessoa
Música: Thiago Cury e Marcus Siqueira
Produção de Finalização: Letícia Santos e Leonardo Mecchi
Distribuição: Raiz Produções
Prêmios Recebidos
41° Festival de Brasília (2008) Prêmio Especial do Júri, Melhor Filme pelo Júri Popular, Prêmio Aquisição TV Brasil, Melhor Fotografia.
XII Festival Internacional de Derechos Humanos: Melhor Documentário
A produção brasileira sairá de cartaz no Multiplex UCI Ribeiro Iguatemi, e está em apenas duas sessões, às 13h15 e 18h15
"No Xingu, nada é por acaso." O lema dos irmãos Villas Bôas, desbravadores do Brasil central na década de 1940 e idealizadores do Parque do Xingu, foi herdado pela equipe que decidiu contar sua história nos cinemas.
"Não existia coincidência nas filmagens de 'Xingu'", diz o diretor, Cao Hamburger, que volta a um longa após sete anos de hiato desde "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias". "Se não podia filmar no lugar escolhido, ia para outro. E acabava sendo mais bonito que o original."
Mas a mudança de locação nos dez meses de filmagens no Tocantins e no Parque do Xingu foi a menor das dificuldades. "O cerrado brasileiro queima por nove meses", conta Caio Blat, que vive o mais afoito dos irmãos expedicionários, Leonardo. "A caminhonete da nossa equipe passou por estradas que tinham paredes de fogo por causa das queimadas dos fazendeiros."
Beatriz Lefèvre/Divulgação
Cena de "Xingu", filme dirigido por Cao Hamburger
"É uma catástrofe", diz Felipe Camargo, dono do papel do aventureiro mais experiente, Orlando. "Perto de Palmas, o dono do hotel em que estávamos precisava limpar a piscina sempre. A camada de fuligem era constante."
A fumaça dos incêndios -naturais e provocados- no Centro-Oeste brasileiro perseguiu a equipe até a reserva do Xingu, no Mato Grosso.
Quando foram filmar com as tribos, em 2011, os atores e os técnicos viajaram divididos em dois aviões com 20 pessoas cada um, mas apenas um deles conseguiu pousar. "O campo de visão era mínimo. O avião tentava aterrissar no meio da fuligem, mas, quando o piloto via algo, já estava muito perto das árvores", lembra Blat. Metade do time chegou três dias depois. "Filmando sem som nem maquiagem.""É um filme de guerra, não só pelos personagens, que são heróis repletos de falhas, mas pelas condições climáticas", resume Camargo. "Isso serviu para nos ajudar a viver os Villas Bôas", fala João Miguel, intérprete do irmão mais idealista, Claudio.
Mas "Xingu" teve momentos mais tensos. Em 2010, um avião com dois membros da equipe e um piloto caiu em Palmas. "Todos ficaram bem. Guilherme Ramalho, diretor de cenas aéreas, saiu do avião querendo entrar no outro para filmar", brinca o diretor. Um carro de alimentação virou na estrada e só foi encontrado 24 horas depois. Outra vez, nenhum ferido.
SKYPE NA TRIBO
Cao Hamburger começou o trabalho exaustivo de pesquisa em 2007 e logo passou dez dias no Xingu. João Miguel ficou oito dias com os índios, e Caio Blat deixou o filho recém-nascido no Rio.
"Foi a parte dura. Mas, quando cheguei ao Xingu, tive uma surpresa: os índios tinham Skype [programa de comunição com vídeo via internet] na oca", conta o ator.
Os índios do Xingu ficaram desconfiados com os "estrangeiros". "Tinha de convencê-los de que o filme mostraria o ponto de vista deles", fala o cineasta, que quer voltar à região para novo longa sobre indígenas nunca contatados.
O desafio agora é fazer o público comprar a ideia de "Xingu", superprodução de R$ 14 milhões, com tema sem precedentes de grande sucesso no país. "Brasileiro não gosta de índio. É chocante perceber isso até entre meus amigos", diz Hamburger. "Mas a base de 'Avatar' é a cultura indígena brasileira. Cameron veio para cá, tomou algo e fez aquele filme."
Documentário "À Margem do Lixo" mostra a rotina de vida dos catadores de papel
À MARGEM DO LIXO, documentário de Evaldo Mocarzel, entra em cartaz no dia 13 de abril no Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis. Entre os meses de abril e maio, 1109 cineclubes de 700 cidades do Brasil também vão exibir o filme. O longa-metragem tem apoio do Programa Petrobras Cultural para seu lançamento ::
À Margem do Lixo mostra a rotina de vida dos catadores de papel e materiais recicláveis na cidade de São Paulo. Trata-se da terceira parte de uma tetralogia iniciada com À Margem da Imagem, que recebeu 19 prêmios em festivais no Brasil e no exterior, e À Margem do Concreto, que recebeu o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular no Festival de Brasília.
“O documentário tenta focalizar a indústria da reciclagem a partir do catador. O Brasil é líder mundial da reciclagem de alumínio. 87% do alumínio produzido é reciclado”, explica o diretor Evaldo Mocarzel. “A lucratividade desta indústria é sustentada de muitas maneiras pela economia informal e pela miséria destes catadores”, completou Mocarzel.
O diretor, que também é jornalista, faz questão de frisar a diferença entre um documentário e uma reportagem. “No documentário, você pode fazer uma imersão em um tema e não tem que ouvir todos os lados. Se eu colocasse um dono de fábrica [de reciclagem de materiais], eu estaria criando uma armadilha ética condenável”, explicou. “Eu queria um filme que falasse sobre o trabalho. Eu queria um cinema de propaganda da luta e da militância”, ressaltou.
Cine Mais Cultura
À Margem do Lixo, do diretor Evaldo Mocarzel, será distribuído, entre os meses de abril e maio deste ano, a 1109 cineclubes de quase 700 cidades de todos os estados brasileiros. Participarão filiados ao Conselho Nacional de Cineclubes (entidade da sociedade civil que representa os cineclubes do país) e contemplados do Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura (ação que disponibiliza por meio de editais equipamentos de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista, atendendo prioritariamente periferias de grandes centros urbanos e municípios em vunerabilidade social).
A RAIZ DISTRIBUIDORA deseja provocar uma grande discussão sobre as formas alternativas de exibição no lançamento de filmes no Brasil. Como sabemos, os filmes brasileiros têm enormes dificuldades de competir por um espaço no circuito exibidor comercial com os grandes lançamentos internacionais. Portanto, a RAIZ quer cumprir a missão de fazer o documentário “À Margem do Lixo” ser visto pelo máximo de pessoas possível, em todos os cantos do país.
Sobre o Diretor
Nasceu em Niterói (RJ) e formou-se em Cinema e Jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Seu primeiro curta-metragem Retratos no Parque foi realizado em 1999. Dois anos depois, dirigiu o curta À Margem da Imagem, que discute a estetização da miséria e o roubo da imagem de quem está na exclusão social mais absoluta e que virou longa-metragem em 2003. No ano seguinte, realizou o documentário Mensageiras da Luz. Em 2005, Evaldo Mocarzel dirigiu dois documentários: Do Luto à Luta, sobre a Síndrome de Down e À Margem do Concreto, sobre os sem-teto de São Paulo. No ano de 2006, finalizou o documentário Jardim Ângela. Em 2007, lança mais dois documentários: Brigada Pára-Quedista, sobre a tropa de elite do Exército e O Cinema dos Meus Olhos, sobre a relação de críticos e realizadores com o cinema. Em 2008, finalizou o documentário A Margem do Lixo e Sentidos à Flor da Pele. Os projetos BR-3 A Peça e BR-3 Documentário foram realizados em 2009, junto com os longas Quebradeiras e São Paulo Companhia de Dança. Seus dois últimos projetos, finalizados em 2010, foram Cubra Libre e Encontro das Águas.
Brasil, 2008, 84 min, livre
Direção: Evaldo Mocarzel
Produção: Assunção Hernandes
Produção Executiva: Fernando Andrade
Direção de Produção: Leonardo Mecchi
Produção de Set: Celso Martins e Beto Nogueira
Direção de Fotografia: Gustavo Hadba e André Lavenère
Roteiro: Evaldo Mocarzel e Willem Dias
Pesquisa: Eduardo Nunomura
Montagem: Willem Dias
Fotografia de Still: Epitácio Pessoa
Música: Thiago Cury e Marcus Siqueira
Produção de Finalização: Letícia Santos e Leonardo Mecchi
Distribuição: Raiz Produções
Prêmios Recebidos
41° Festival de Brasília (2008) Prêmio Especial do Júri, Melhor Filme pelo Júri Popular, Prêmio Aquisição TV Brasil, Melhor Fotografia.
XII Festival Internacional de Derechos Humanos: Melhor Documentário
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