Novemberfest em Guará
Oktoberfest Guaramiranga 2010 acontecerá de 12 a 14 de novembro por causa das eleições
Messias Holanda, Ítalo e Renno, Ska Brothers e a irreverência de Neo Pineo são atrações do evento, além da banda Cavalinho Branco, de Santa Catarina
A Oktoberfest Guaramiranga deste ano continuará com o slogan “Uma Festa Alemã com Sotaque Cearense”. O evento, que já é o maior da serra cearense, vai para a segunda edição e já definiu como atrações o forró moleque de Messias Holanda e versátil de Ítalo e Renno, o balanço do Ska Brothers/CE e a irreverência do cantor e compositor Neo Pineo, que aliás figura em toda a campanha publicitária. O evento, que iria acontecer no fim de outubro, mudou sua data devido às eleições: de 12 a 14 de novembro, no Sítio Guaramiranga.
Das atrações nacionais já estão confirmadas a Banda Cavalinho Branco/SC (foto), que foi uma das sensações de 2009, na abertura da versão cearense do evento, que lotou Guaramiranga e deixou hotéis de cidades vizinhas lotados. Dessa vez, a banda trará um show ainda mais regional com variações para o forró e o brega nordestino. Também já confirmaram as bandas Academia do Samba/CE e Transacionais/CE.
Outra grande atração de 2009, o Desfile de Carros Alegóricos, que acontece no domingo, dia 14, deverá atrair milhares de pessoas para a rua principal rua da cidade com o desfile carros temáticos que valorizem a produção regional do Maciço de Baturité, como a rapadura, a produção de flores, o artesanato, o urucum, a cachaça artesanal entre outros.
A Oktoberfest, evento de tradição alemã que acontece em vários países do mundo, chegou ao Ceará, à Guaramiranga, no Maciço de Baturité, num formato que ganhou o sotaque e o jeito cearense e, já em sua estréia, marcou fortemente o calendário do turismo e cultura da região e do estado, consolidando-se como um projeto de grande visibilidade e potencial. Segundo registros oficias, Guaramiranga recebeu, durante os três dias do evento, na 1ª edição, em 2009, cerca de 22 mil visitantes. Para a 2ª edição, em 2010, a expectativa é que este público cresça mais, esperando-se um público mínimo de 30 mil, podendo chegar até a 40 mil pessoas.
A organização já está trabalhando para efetivar o Plano Trânsito Zero Trânsito Seguro, que contempla amplos estacionamentos, e pacotes para quem deseja ir e voltar no mesmo dia. Tudo para evitar problemas de tráfego ocorridos ano passado.
O evento contará, ainda, com treinamento e capacitação para os comerciantes, uma grande feira de artesanato, e todo aparato na infraestrutura da cidade como segurança, iluminação, informantes turísticos, plantio de mil mudas para zerar a emissão de carbono do evento em 2009, além de palestras e oficinas para alunos de escolas públicas.
Serviço:
Oktoberfest Guaramiranga, de 12 a 14 de novembro de 2010
Local: Parque da Cerveja, Sítio Guaramiranga, ao lado do Parque das Trilhas.
Horário de abertura do parque: a partir das 17h
Informações pelo (85) 3023.3338
Ingressos: 1º lote R$15,00 (individual) até o dia 30/09
2º lote R$20,00 (1 noite) e R$50,00 (3 noites) a partir do dia 1º/10
TV DIVIRTA-CE no 3º Jeri Sport Music
Confira vídeos feitos por Felipe Muniz Palhano de shows de Bebel Gilberto, Samba de Rainha, Noemi Costa e Sandra de Sá no 3º Jeri Sport Music Festival, que aconteceu de 21 a 23 de outubro em Jericoacoara
Caetano Veloso será atração principal do Reveillón de Fortaleza
Caetano Veloso será atração principal do Réveillon de Fortaleza, no Aterro da Praia de Iracema. O cantore compositor baiano será a segunda atração - quem abrirá a noite será a Orquestra Sanfônica, com, participação da cantora cearense Amelinha.
Depois de Caetano será a vez da banda de pop rock carioca Biquíni Cavadão, que também irá se apresentar em outubro, no Ceará Music. Em seguida, fechando a primeira madrugada de 2011, Martinália.
A expectativa da prefeitura é assegurar público de pelo menos 1 milhão de pessoas, a mesma marca atingida no ano passado.
A escolha de Caetano como atração principal teve a participaçao pessoal da prefeita Luizianne, que revelou outro nome cogitado: Ney Matogrosso, que fez show mês passado em Fortaleza. Não se entende a escolha de artistas que sempre fazem ou há pouco tempo fizeram shows em Fortaleza.
O investimento em shows tem sido uma marca da administração de Luizianne Lins, no poder desde 2005. O orçamento final do Réveillon de Fortaleza, que inclui eventos também em outros bairros, ainda não foi revelado.
Bazar La Boutique apresenta projeto Oficina de DJ’s
O Bazar La Boutique (BLB) abre as inscrições até o dia 27 de outubro para a seleção da Oficina de DJ’s La Musique. O projeto conta com curadoria do Gilvan Magno e vai selecionar 12 novos DJ’s para se apresentarem durante o evento, que acontece nos 4, 5 e 6 de novembro, no espaço Coliseu, do La Maison Dunas.
Voltado para novos DJ’s e iniciantes que gostam de música de qualidade, a Oficina de DJ’s La Musique abre seleção dentro do conceito do evento, onde charme e sofisticação se unem em um projeto que envolve moda, arte, música e gastronomia, apresentando um novo conceito de consumo, onde marcas de diversos segmentos comercializam produtos de qualidade a preços acessíveis em um ambiente requintado. Os estilos musicais do projeto são Lounge, New Bossa, Deep House e Nu-Jazz, e os interessados podem enviar demo de 10 minutos, link do set postado na internet ou CD com o seu trabalho para a organização do projeto.
A programação musical ganha destaque na 2ª edição do Bazar La Boutique. Com curadoria do DJ Gilvan Magno, o evento conta com programação diária com vários estilos musicais e atrações para agradar a todos os públicos. Os selecionados do projeto Oficina de DJ’s vão se apresentar durante o evento, sendo 4 novos DJ’s por dia, com orientações do Gilvan Magno. O melhor DJ será contratado para apresentação na próxima edição do Bazar, que acontecerá no primeiro semestre de 2011.
Serviço:
Oficina de DJ’s La Musique
Inscrições para a seleção até o dia 27 de outubro
Envio do material: contatolamusique@hotmail.com / av. Santos Dumont, 1740 – sala 1110
Informações: (85) 3023 6266 / 8114.1715
Programação Musical do Bazar La Boutique:
Local: Centro de Eventos do La Maison Dunas, salão Coliseu
Entrada gratuita com serviço de manobrista grátis
Informações: (85) 3262.6617
www.bazarlaboutique.com.br
Programação Musical:
Dia 04
13h às 15h – Oficina de DJ’s La Musique
15h às 17h - Dj Gilvan Magno
17h às 19h – André Luã
19h às 21h - Dj Itaquê Figueiredo
Dia 05
13h às 15h – Oficina de DJ’s La Musique
15h às 17h - Dj Gilvan Magno
17h às 19 h - Nayra Costa e Banda com o projeto MARY MY MUSE
19h às 21h - Dj Davi Angel
Dia 06
13h às 15h – Oficina de DJ’s
15h às 17h - Dj Thiago Costta
17h às 19h – Ludmila Amaral Band
19h às 21h - Dj Gilvan Magno
História da cultura cearense
Jornal O Estado celebrou aniversário dia 11 de setembro, revelando a importância da cobertura artística e cultural do Ceará, Brasil e mundo nos seus 74 anos de história
>Capa do Arte & Diversão atualmente - clique nas fotos para ampliá-las
É fato afirmar que o crescimento dessa nova fase do Jornal O Estado, após o falecimento do Dr Venelouis Xavier Pereira, acompanhou também a grande revolução cultural que surgiu com o desenvolvimento do Ceará e de Fortaleza.
Mas a tradição de um dos periódicos mais antigos do nosso estado em manter a cobertura dos grandes acontecimentos artísticos locais, nacionais e mundiais também não pode ser esquecida.
Os 74 anos do Jornal O Estado são parte fundamental do registro histórico que este impresso fez em décadas de artistas, espetáculos e pontos culturais que surgiram e foram destaque no trabalho dos diversos profissionais que sucederam nas editorias de arte, cultura, social e variedades. De poetas a novelas de TV, filmes e astros de cinema, espetáculos e centros culturais aos grandes livros, escritores, shows e festivais de moda e música, nada escapa da cobertura minuciosa de O Estado, que já teve como colaboradores grandes figuras do jornalismo atual.
No começo de O Estado, em 1936, a coluna de “Educação e Ensino”, de Joaquim Alves, com artigos de pedagogia, tentava suprir os anseios do público leitor por esse tema.
Nos anos 40 e 50, a jornalista Silvia Porto foi referência com a coluna “Letras & Artes”, dando destaque aos talentos da época.
Também relembramos na década de 50 as participações de contistas semanais como Raul Lima, Gilberto Freyre (o cearense) e João de Araújo Correira, além da coluna de crônicas de Afrânio Coutinho (“Correntes e Cruzadas”) e da “Filosofia Prática” de Dinah Silveira de Queiroz.
Nos anos 60 todos gostavam de ler as resenhas de Francisco Sampaio, “Nos Bastidores de Cinema”, e de acompanhar os bastidores da sociedade cearense nas colunas “Society & Deslumbrados” (Lúcio Carlos Pires), “Alta Roda” (Yara Sampaio), “Tereza Borges Informa” e “Eventos” (Nazareno Albuquerque).
Na década de 70, nomes de destaque da comunicação cearense na atualidade já despontavam no Jornal O Estado, como Marciano Lopes e sua coluna “Secreto”, “Vips e Gafes”, de Guto Benevides, que também assinava a página semanal “Curtição”, além da coluna Hoje, de Sônia Pinehiro e Stela Crisóstomo. O principal colunista social de O Estado, Flavio Torres, iniciou sua carreira no começo dos anos 70. Regina Marshall também já passou por O Estado, e foi na década de 70 que a diretora Solange Palhano começou sua carreira jornalística, aos 9 anos, como “Lorinha, a Repórter”, que também assinava a coluna “Xuxu Beleza”.
Desde então, a menina prodígio sempre esteve presente nas páginas do Jornal O Estado, em colunas que levava o seu nome, como a atual no Linha Azul, ou em cadernos especiais que produziu ao lado da mãe a atual presidente do Jornal O Estado, Wanda Palhano , como o “A Semana”, dos anos 80. Este caderno era referência cultural da época, com matérias sobre sociedade, saúde, artes, com jornalistas como Silvana Santos e Silvia Maia.
Foi nos anos 80 que Cléa Petrelli, atual apresentadora da TV Jangadeiro, começou no jornalismo, assinando sua coluna “Front”.
Outros destaques oitentistas são os “Flagrantes” de Lúciano Diógenes, “Data Vênia”, que mostrava os acontecimentos culturais de Fortaleza com Paulo Limaverde, e o começo da coluna “Flash Social”, de Aldenor Mayar, que foi públicada durante décadas.
Também existia a coluna “Curiosidades da História”, de Osmirio Barreto, e a publicação de grandes nomes do jornalismo e da arte nacionais como Nelson Rodrigues, Paulo Francis, e os cartunistas Jaguar, Reynaldo e o cearense Mino.
Nos anos 90 outros colunistas estrearam em O Estado, como o social “Híder Pontes”, Vida Saltos e suas “Atualidades”, as “Crônicas” de César Coelho e Ferdinando Tamborini com seu “Comentando Livremente”.
Depois da morte de Venelouis Xavier Pereira, e na luta de seus herdeiros para manter o jornal diante de forte crise, o peridódico voltou a fazer um caderno dedicado a sociedade cearense, chamado “Falando de Beleza”, editado por Soraya Palhano.
Walney Haidar também publicou sua coluna “Must” em O Estado, assim como o jornal foi pioneiro no Brasil, com uma coluna dedicada ao público GLS, já em 1997, a “Fortal By Night”, assinada por Felipe Muniz.
Há 14 anos, Felipe Muniz Palhano é editor de cultura do Jornal O Estado, sendo um dos mais antigos funcionários da nova geração.
“Entrei no Jornal O Estado quando meu avô, Venelouis Xavier Pereira, diretor-predidente, ainda era vivo. Tinha até máquina de escrever na redação. Desde pequeno, quando morava no Rio e vinha passar férias com a família do meu pai em Fortaleza, a maior diversão da minha infância era vir ao Jornal e acompanhar tudo como era feito”, afirma Felipe, que tenta manter uma linha editorial independente, aproveitando a liberdade de expressão que O Estado sempre adotou.
“Acompanhei nesses últimos 14 anos o crescimento conjunto do Jornal e do meio cultural de Fortaleza e do Ceará. Novos Centros Culturais, como o BNB e o Dragão do Mar, novos teatros, boates, cinemas, casas de show, artistas, restaurantes. O Ceará cresceu muito com novos festivais de cinema, artes cênicas, música, dança”, lembra Felipe. A cobertura feita por O Estado Online (www.oestadoce.com.br) é fundamental nessa nova fase da cultura cearense, assim como o Divirta-CE (www.divirta-ce.blogspot.com), um dos blogs de cultura mais antigos do Ceará, produzido por Felipe Muniz Palhano. “Temos críticos de cinema e música queridos pelos leitores e sempre tentamos dar uma opinião dissonante e diferente, um outro ângulo da crítica já padronizada pelos jornais e outros meios de comunicação. Tentamos fugir um pouco do jornalismo de agenda, com datas determinadas. Damos mais ênfase a cultura e arte e tentamos escapar do jornalismo de fofocas e tentamos divulgar as notícias antecipadamente. Fomos o primeiro jornal a confirmar a vinda do grupo americano Black Eyed Peas a Fortaleza, por exemplo”.
Para o futuro, o Jornal O Estado aposta em coberturas exclusivas, interação com os leitores, tanto da internet quanto do impresso, que já estão tendo acesso a promoções e concursos que garantem ingressos de cinema, teatro, shows, boates. “Já temos no Divirta-CE uma vasta cobertura com fotos e vídeos dos principais acontecimentos culturais do estado. É possível ver trechos de espetáculos do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga ou shows de Rita Lee ou Zélia Duncan, ou até passear pelas baladas de Fortaleza através dos vídeos produzidos pelo blog, que em breve estarão também disponíveis também no site do Jornal”, adiantou Felipe.
PARABÉNS JORNAL O ESTADO
74 ANOS DE HISTÓRIA NÃO É PARA QUALQUER IMPRESSO DIÁRIO NO BRASIL!!!
Passeio Público suspende temporariamente a programação cultural
A Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), informa que, a partir do dia 24 de setembro de 2010, as programações culturais das sextas-feiras (fim de tarde com Djs convidados) e sábados (feijoada com música instrumental) no Passeio Público estão temporariamente suspensas ao longo das duas próximas semanas.
A suspensão se deve a reparos que serão feitos na estrutura física do quiosque, que hoje funciona como café-restaurante. Por não dependerem diretamente dessa estrutura, somente permanecerão em pauta as oficinas diurnas do projeto Feito a Mão, às quartas-feiras, e o Piquenique do Passeio, com programação infantil, aos domingos pela manhã, sempre a partir de 9h.
TV DIVIRTA-CE: Simone leva tombo em show no Teatro José de Alencar
Quem não foi ao Teatro José de Alencar perdeu o incrível espetáculo de uma das maiores estrelas da MPB
A cantora Simone foi mais uma vítima da grav-idade. Aos 60 anos, a estrela da MPB torceu o tornozelo ao cair do palco do Teatro José de Alencar, durante o segundo show que realizou em Fortaleza, na quarta passada. O público, fã da artista, apoiou a volta dela ao palco aplaudindo, e ela atendeu prontamente, voltando ao show e demonstrando todo seu profissionalismo. O show de Simone, "Em Boa Companhia" é de uma intensa qualidade técnica que aguça os olhos e os sentimentos: a luz que captava a atmosfera de cada música, o som não muito alto, que fazia todos escutarem cada suspiro da cantora, o figurino e cenário chiques e impecáveis, de extremo bom gosto... todo gesto e olhar da artista fez os presentes "viajarem" em cada canção do show. O centenario Teatro José de Alencar também fez parceria com a luxuosa produção. Só o que não ajudou muito foram os apaixonados por Simone, que aproveitavam que o volume do áudio não era excessivo, e ficavam "respondendo" cada trecho de música romântica da cantora, encafonando o ambiente. Mas perdoamos qualquer tipo de demonstração de fanatismo e paixão por uma artista de incrível talento como ela, mesmo que seja brega. Afinal, ela merece! Por isso amamos assistir até o tombo de Simone! Vamos ver? Em dois ângulos diferentes... DIVIRTA-CE!
“Meu trabalho é alegria”
Leia entrevista com a cantora Simone
Filha de Otto Gentil de Oliveira e Letícia Bittencourt de Oliveira, Simone nasceu em Salvador, em 1949, prematura de oito meses no bairro de Brotas e sétima filha entre nove irmãos. Em 1966, mudou-se para São Caetano do Sul, cursou Educação Física em Santos, onde foi colega dos jogadores de futebol Pelé, Emerson e Leivinha, e deu aulas no bairro de Santana, na capital paulista. Jogadora profissional de basquete, chegou a ser convocada duas vezes para a Seleção Brasileira de Basquetebol, mas devido a duas entorses, foi cortada antes do embarque e na segunda, durante o campeonato mundial de 1971, ficou no banco de reservas. A partir de contatos que sua amiga e professora de violão, Elodir Barontini, Simone participou de um jantar na casa do então gerente de marketing da gravadora Odeon, Moacir Machado, o Môa. Ao final do encontro, Simone foi convidada para fazer um teste na Odeon, o resultado foi que a gravadora a contratou por quatro anos, com um disco por ano. O primeiro disco, intitulado "Simone", gravado em outubro de 1972 foi regidos pelo maestro José Briamonte. A primeira tiragem foi distribuída apenas para amigos, parentes e para o meio artístico. O lançamento ocorreu em 20 de março de 1973 (considerada a data oficial do início da carreira) em São Paulo e Simone estreou no mesmo dia num programa da TV Bandeirantes. A participação no programa Mixturação (direção/produção de Walter Silva, TV Record, abril, 1973) também foi aguardada com expectativa e Simone apontada como um dos nomes mais promissores. O sucesso começava assim de forma gradual e plena.
Antes de se tornar conhecida do público brasileiro, Simone participou de uma turnê internacional (1973) organizada por aquele que se tornaria um dos grandes incentivadores, Hermínio Bello de Carvalho. A excursão internacional, intitulada Panorama Brasileiro, incluía no roteiro o Olympia em Paris, entre outras cidades europeias. De lá pra cá, Simone manteve seu talento reservado ao sucesso, sendo considerada uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos. A vendagem oficial de suas dezenas de álbuns em 37 anos de carreira é de 7,2 milhões de cópias; o número semi-oficial é de 15 milhões: vinte discos de ouro, dezesseis de platina e um de diamante. Apenas com o CD “25 de dezembro” (data do seu aniversário), somente com canções natalinas, ultrapassou 1,2 milhão. A versão do CD de Natal em espanhol vendeu dois milhões de cópias. Em Fortaleza para apresentação do show “Em Boa Companhia”, Simone recebeu a imprensa cearense na segunda a tarde, para entrevista coletiva. Simone demonstrou inquietude diante de algumas perguntas, mas, sempre mantendo a aura de estrela que todos os grandes cantores de nossa Música Popular Brasileira merecem ter, nos brindou com algumas revelações de sua intimidade. Confira a entrevista feita pelo editor do Arte & Diversão do Jornal O Estado, e organizador do blog DIVIRTA-CE, Felipe Muniz Palhano.
DIVIRTA-CE - Você sempre foi uma campeã de venda de discos, e mesmo com a internet você continua sendo uma referência nos últimos anos. Como você encara essa nova era da música? O principal faturamento dos artistas voltou a ser os shows ou as gravadoras, mesmo com a crise que se sucedeu, conseguiram manter o valor financeiro de grandes artistas? Como você administra esse lado da venda da sua música, de MP3 e outros formatos que se criaram com a revolução tecnológica, onde novos artistas surgem rapidamente em vídeos caseiros no youtube?
SIMONE - Eu sou da banda larga, acesso meus emails, mas não fico o dia inteiro no computador. Essa revolução é inveitável, hoje em dia ninguém sai de casa sem celular. Mas a internet pode até ser uma droga de tão viciante, da pessoa ficar sem viver para estar 24 horas no computador. Eu não sou contra o download. E acho que as grandes gravadoras são indústrias bem maiores: a Sony por exemplo é uma gravadora que vende o CD, o som , os aparelhos. E a partir dessas tecnologias que surgiu a pirataria. Mas eu não sou pirateada, meu disco é – não existe uma outra Simone, um clone. Eu ganho dinheiro, tenho uma banda boa, uma equipe maravilhosa, mas quem fez meu disco está sendo roubado pela pirataria, não está ganhando nada. O mundo mudou, não é mais o de dez anos atrás, não tem mais volta.
DIVIRTA-CE - O nome do seu show é bem sugestivo, “Em Boa Companhia”. Afinal, você sempre manteve grandes parceiros na música, dentre eles Ivan Lins, que está lançando um novo disco com diversos parceiros de outros países. Assim como você, ele tem sucesso na carreira internacional. Como você vê essa “globalização” e sucesso da música brasileira, e o que achou do novo disco de Ivan? Alguma nova composição com ele?
SIMONE – O Ivan Lins está morando fora agora. Ele é um parceiro que pega o repertório inteiro dele e me dá, para eu escolher. Nós somos amigos e parceiros desde 1973. Meu primeiro palco em show foi fora do Brasil, no Olympia, em Paris. Até então não tinha feito nenhum show aqui. Madison Square Garden, em quase todos os mais importantes teatros dos Estados Unidos eu já me apresentei. A música brasileira conhecida lá fora chama-se Bossa Nova, que é muito respeitada.
DIVIRTA-CE - Vivemos na era das câmeras escondidas e da super-exposição na mídia. Você já foi alvo do jornalismo de fofocas? Como você encara esse tipo de cobertura sobre os artistas? E como anda o coração de Simone?
SIMONE – Eu não tenho tempo a perder com fofoca. A minha vida é muito rica para eu perder tempo com isso. Não ligo a mínima, não faço parte disso. Eu não pertenço a esse universo. E o meu coração, a pulsação dele é 80, perfeita,e minha pressão arterial é 11 por 7.
DIVIRTA-CE – Para muitos artistas é difícil reconhecer as excentricidades, mas fiquei sabendo que você costumava ou costuma levar chefes de cozinha na sua equipe que fazem sua comida? Você já teve esse tipo de exigência durante suas turnês? Qual a especialidade preferida de Simone? Italiana, mediterrânea, baiana, japonesa...?
SIMONE – Não tem esse chefe...e detesto comida japonesa, tenho horror a cru! O que gosto é de vegetais, verdura, legumes e gente. Não consigo entender como esse povo consegue comer aquela coisa crua! Aquele peixe, camarão, carne crua! Não gosto, tenho horror a isso! (Uma “amiga da produção” dá a dica – “Ela gosta é de pipoca!”) Eu adoro pipoca! Pipoca na veia! Mas, falando sério: eu gosto da comida simples, grelhada, não gosto de molhos.
DIVIRTA-CE – É esse o segredo da sua incrível boa forma?
SIMONE – Não sei se é isso...eu nunca fui sedentária. A minha comida é muito simples: gosto de arroz, feito na água e sal com um pouquinho de azeite e gosto de coisas grelhadas, não gosto de nada com gordura e sempre me alimentei dessa maneira. Não é só agora. O segredo da beleza é gostar do que se faz, fazer o que tem vontade.
DIVIRTA-CE – Estamos em um ano eleitoral...
SIMONE – (Interrompendo) Não, isso aí não! (e virando o rosto para outro “repórter”, que prontamente me corta e faz uma “pergunta” ótima em cima da minha: “Como é a participação dos fãs no show?”).
DIVIRTA-CE – Vou completar a pergunta Simone. Estamos em um ano político, eleitoral - como você vê a música brasileira depois de um astro como Gilberto Gil ter passado pelo Ministério da Cultura. E como você vê as mudanças na Lei Rouanet, já que seu show é apoiado por ela?
SIMONE – O Gil é meu vizinho, nós moramos no mesmo prédio, eu amo ele. Ele é um cantor e compositor que não precisa provar nada mais a ninguém. E quanto a Lei Rouanet, pergunte a este homem (indicando o dedo para seu empresário) que é quem entende mais de Lei Rouanet no Brasil!
DIVIRTA-CE – Seu show recebe o incentivo da Lei Rouanet. Isso facilita a vida do artista brasileiro?
SIMONE – O que posso dizer é que estamos fazendo todos as capitais do Brasil. A produção de um show desse é muito cara. E eu não gosto de cobrar ingresso caro. Há muito tempo peço que o valor do ingresso do meu show seja no máximo de 5% a 10% do salário mínimo, mas é difícil. Por mais inconseqüente o que eu vou falar, pois tenho o apoio da Lei Rouanet, a cultura no Brasil sempre foi quase totalmente abandonada. E consegui um patrocínio através da Lei Rouanet, que me possibilita fazer essa turnê por todas as capitais. E esse incentivo da Lei Rouanet não é uma coisa nova – mas te digo que em 37 anos de carreira só tive uns três patrocinadores como esse. Só. Para você levar um show para outras capitais, tem que ser completo, não pela metade.
DIVIRTA-CE - Você é uma cantora que passou por diversas gerações de artistas, sempre com sucesso. Qual artista dessa geração do novo século te chama a atenção, te agrada, que você escuta? Como você analisa a qualidade da música brasileira hoje em dia, do que é feito, o que toca nas rádios e o que faz sucesso?
SIMONE - Admiro muito o trabalho da Maria Gadú.
DIVIRTA-CE - Em Boa Companhia é definido pelo seu diretor, José Possi Neto, como um show alegre, pra cima, com muito samba, pop e músicas românticas. Como foi trabalhar com José Possi, qual a música ou as músicas que você mais gosta de cantar nessa turnê, e quais surpresas você reserva para o público cearense?
SIMONE – Acho que a surpresa o público é que tem que reservar pra mim (risos). O show tem base no DVD que lancei, só duas músicas não serão tocadas nesse show. O José Possi é maravilhoso, já trabalhei com ele diversas vezes, ele é um grande diretor de teatro– e grande diretor é aquele que não quer estar em cena – é aquele que coloca o artista para fazer o melhor que pode. Ele não interfere no trabalho do artista.
DIVIRTA-CE – Tem alguma música de preferência, algum momento que você considere ser o ponto alto do show, que a plateia e você gostem mais?
SIMONE – Tem platéias que gostam mais de uma música, depende do dia. Meu patrão é o público. Meu trabalho é alegria, é prazer.
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