segunda-feira, 1 de junho de 2015

ESPORTE

CINEMA E ESPORTE

V Festival de Jericoacoara Cinema Digital terá filme sobre futebol e debate sobre a crise na FIFA, com os ex-jogadores Afonsinho e Sérgio Redes

Com o tema “Cinema Popular e Cinema Político”, a quinta edição do festival reconhecido no calendário nacional do cinema independente começa nesta segunda-feira, 15/6, reunindo, na paradisíaca praia cearense, grandes nomes e novos realizadores do audiovisual brasileiro. O festival promoverá um debate sobre a atual crise do futebol mundial, com a exibição do filme “Subterrâneos do Futebol”, de Maurice Capovilla, realizado em 1965, e a presença dos ex-jogadores Afonsinho e Sérgio Redes
Pela quinta vez, realizadores audiovisuais de diversos estados brasileiros, responsáveis pelo novo cinema nacional, vão se encontrar em uma das praias mais belas de todo o mundo. De 15 a 21 de junho, o Festival de Jericoacoara – Cinema Digital realizará a sua nova edição, sempre fiel à proposta original, de oferecer um novo olhar sobre o cinema brasileiro, um panorama da nova produção do audiovisual nacional, democratizada tanto em conteúdo quanto em forma, por meio da tecnologia digital.
O V Festival de Jericoacoara – Cinema Digital contará, na Mostra Competitiva de Curtas, com a exibição de 30 filmes, de realizadores de 11 estados, selecionados entre mais de 260 inscritos. Participam do festival filmes de até 20 minutos, sobre quaisquer temas, nos gêneros documentário, ficção, animação e experimental.
A quinta edição do festival, que começa nesta segunda-feira, 15/6, também tem entre suas atrações um debate sobre a atual crise do futebol mundial, com a exibição do filme “Subterrâneos do Futebol”, de 1965, dirigido por Maurice Capovilla, e a presença dos ex-jogadores Afonsinho, colunista da revista Carta Capital e personagem da história do esporte brasileiro ao se tornar o primeiro jogador a conquistar o passe livre, e Sérgio Redes, ídolo do futebol no Rio de Janeiro e no Ceará, aplaudido comentarista esportivo em Fortaleza, autor de crônicas elencadas no livro “Nem tudo é futebol” e poemas reunidos no livro “O Raio do Futebol”, lançado em parceria com o artista visual Sérgio Pinheiro e com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.
A exibição do filme acontece no sábado, 20/6, às 14h30, seguida do debate. “Neste momento em que o tema está quente, teremos certamente uma grande discussão sobre essa questão e as perspectivas de mudanças administrativas pra valer, no futebol no Brasil e no mundo, o que é esperado há muito tempo”, aponta Afonsinho, celebrando a oportunidade de retornar ao Festival de Jericoacoara Cinema Digital, do qual se tornou participante cativo.
Já o diretor do Festival de Jericoacoara Cinema Digital, o cineasta e escritor cearense Francis Vale, destaca a exibição do filme “Subterrâneos do Futebol” e o debate com Afonsinho e Sérgio Redes como oportunidades para uma maior compreensão da atual crise administrativa no futebol internacional, cujas raízes vêm de muito tempo.
“De forma impressionante, um filme como este, rodado em 1965, continua atual, no que se refere aos bastidores do futebol, ao jogo sujo fora das quatro linhas. Neste momento em que o mundo inteiro acompanha com ansiedade os acontecimentos ligados à FIFA, cobrando mudanças efetivas na administração do esporte mais popular do planeta, teremos certamente um grande debate com esses dois craques que são o Afonsinho e o Serginho Redes”, ressalta Francis.
“São jogadores que foram ídolos de várias torcidas, que lutaram por mudanças no futebol e seguem trabalhando por isso, hoje em outras frentes de atuação”, aponta Francis, convidando todos a participar das atividades, que têm entrada franca, assim como toda a programação do Festival de Jericoacoara Cinema Digital.
“Subterrâneos do Futebol”: de Pelé à realidade dos jogadores
“Subterrâneos do Futebol” é um documentário que procura captar a vida do jogador, desde menino nos campos de pelada, até o fim da sua carreira, sempre efêmera. Até então o cinema brasileiro ainda não tinha passado a visão real e cruel da trajetória do jogador, de carreira rápido e ilusões passageiras. O filme pretende contrapor a ilusão da fama à incompatível condição para sobreviver depois dela.
 A estrutura narrativa é baseada em três personagens; o juvenil do Palmeiras Feijão (Luiz Carlos de Freitas) que tinha feito o papel de Pelé no filme “O Rei Pelé”, de Hugo Christensen; o próprio Pelé e Zózimo Calazans, bicampeão mundial em decadência. Eram três negros: o aspirante, o ídolo e o caído. Com 30 minutos, a classificação indicativa é de 14 anos.
Equipe: Direção e Som Direto - Maurice Capovilla - Produção e Fotografia - Thomaz Farkas, Armando Barreto, Montagem - Luiz Elias, Assessor de Montagem - Roberto Santos, Produção Executiva- Edgardo Pallero, Chefe de Produção - Vladimir Herzog, Texto - Celso Brandão, Narração - Anthero de Oliveira, Seleção Musical - Walter Lourenção.
O Festival de Jericoacoara Cinema Digital é uma realização da Anhamum Produções Audiovisuais e do Cineclube Avenida, com coprodução da Jerimoon Tour, patrocínio da Coelce, por meio do Mecenato, com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e do Governo Federal/Ministério da Cultura.

O festival e o novo cinema brasileiro

“Chegando ao marco importante da quinta edição, o Festival de Jericoacoara Cinema Digital prossegue consolidando cada vez mais sua dimensão nacional, reunindo os novos realizadores do cinema brasileiro, que estão em todas as regiões, fazendo seus trabalhos, mesmo enfrentando, muitas vezes, dificuldades para divulgação, repercussão, visibilidade”, afirma Francis Vale.
“Na contramão dessa realidade, o festival existe justamente para contribuir para dar mais destaque a novos nomes do cinema brasileiro, provando que passamos de um eixo geográfico de produção para novos e múltiplos polos, espalhados pelo País”, acrescenta o diretor do festival.
“O festival contribui para mostrar o pluralismo, essa riqueza de origens, temas e formas dos filmes, os realizadores de várias gerações que fazem o novo cinema brasileiro acontecer de um modo muito forte, pulsante”, complementa Francis, que também enfatiza a relação do festival com a comunidade como um diferencial.
Convivência e debate
Para assegurar, na prática, a democratização da participação no evento, a produção do festival garante transporte entre Fortaleza e Jericoacoara, alimentação e hospedagem, ao longo de todo o período, para um representante de cada um dos filmes selecionados.
“Mais do que apenas exibir os filmes, o festival se diferencia por proporcionar que os realizadores e o público possam conviver em Jericoacoara, ao longo de uma semana, debatendo cinema e permanecendo em contato direito com o público e a comunidade de Jeri”, reforça Francis Vale. “Muitas vezes novas produções nascem desse encontro”.
Ao longo do festival, os filmes serão apreciados por um júri composto por nomes de destaque no audiovisual. Receberão o Troféu Pedra Furada as obras escolhidas pelo júri como as melhores em cada categoria: ficção, documentário, animação e experimental. Também receberá o troféu a melhor produção dos estados Ceará, Piauí e Maranhão, em homenagem à chamada “Rota das Emoções”, que se inicia em Jericoacoara-CE, passa pelo Delta do Parnaíba-PI e se estende até os Lençóis Maranhenses.
O festival também destinará troféus aos vencedores dos quesitos melhor filme, direção, roteiro, fotografia, trilha original e direção de arte. Além dos troféus para melhor ator e melhor atriz.

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