segunda-feira, 1 de junho de 2015

ENTREVISTAS

CLÉBIO VIRIATO LANÇA "A LENDA DO GATO PRETO" NO CINE CEARÁ 2015

Novo filme do diretor de " O Auto da Camisinha" tem aventura, efeitos especiais e uma história intrigante; cineasta cearense conversou com o DIVIRTA-CE sobre sua carreira, a produção de seu novo filme, a cultura no Ceará e seus antigos e novos projetos 
  
Com direção de Clébio Viriato Ribeiro, A LENDA DO GATO PRETO é um filme de longa duração que se destina à exibição no circuito comercial de salas de cinema e salas digitais, no Brasil, em 2015. Sua avant-première mundial acontecerá no Cine São Luiz, 23 de junho de 2015, 21h, durante a realização do 25º Cine Ceará em Fortaleza. 
O filme exalta a força da cultura cigana e sua contribuição para formação da identidade cultural brasileira. Uma proposta que respeita as diferenças das minorias étnicas, reconhecendo o legado que os povos ciganos (notadamente os que passaram pelo sertão nordestino em meados do século passado) deixaram às futuras gerações. 
A historia se passa no sertão mas não fala de seca, cangaço e miséria. O filme tem ainda como mote inspirador uma lenda urbana propagada em Quixadá, município do sertão central do Ceará, que diz sobre uma menina tomada pelo desejo súbito e irresistível de subir pela parte mais íngreme da Pedra do Cruzeiro, vencendo seus 90 metros de altura sem a ajuda de qualquer equipamento, afirmando ser atraída por um gato preto que a conduzia até o topo da pedra. 
O elenco do filme “A Lenda do Gato Preto” é composto por grandes nomes do teatro, cinema e a TV brasileira como Emiliano Queiroz, Elke Maravilha, Aurora Duarte, Eduardo Dascar. A atriz Cássia Roberta é a protagonista. Junto com o ator Alexandre Mandarino, formam o casal romântico do filme. No elenco temos ainda Jane Azeredo, Ana Marlene, Katiana Monteiro, Sidney Souto, Juliana Carvalho. Participação especial de do cantor e ator Rodger Rogério,e do artista Zé Tarcísio. A fotografia é assinada por Alex Meira e Jane Malaquias. Trilha Sonora de Manassés de Sousa, figurino de Dami Cruz e a direção de arte de Nilton Fiore e Nilson Santiago. 
A Lenda do Gato Preto foi inteiramente rodado no Ceará tendo como cenários as paisagens de Quixadá e a beleza arquitetônica dos casarões e sobrados de Maranguape.
Realizador de Audiovisual, Produtor, Diretor, Clébio Viriato é Pós Graduado em Audiovisual em Meios Eletrônicos  pela Universidade Federal do Ceará. Iniciou suas atividades na área do audiovisual sendo aluno do cineasta Eusélio Oliveira no curso de Cinema e Vídeo da Casa Amarela/U FC.Representante direto da geração de videomakers que nos anos 80 iniciaram o movimento Audiovisual em curso no estado do Ceará. Fundou a Associação de Cinema e Vídeo de Quixadá. Idealizou o evento Quixadá Mostra Cinema. Fundou o Cine Clube Mestre Adolfo, o primeiro do sertão central cearense e o Cine Clube Avenida. Coordenador de Produção  do Festival de Jericoacoara – Cinema Digital.
Dirigiu os filmes “O Auto da Camisinha”, “O Casamento” e “Magé”.  Produtor Executivo do documentário  “Mãe de Santo, teu nome é Zimá”. Produziu os filmes  “O Quinze,  “Corisco e Dadá” , “Campo Branco” , “Toda Garota” , “Camisinha Vale Ouro”, “O passageiro pau de arara”.
Fundou o Jornal “O Quixadá”. Publicou os livros “Quando as Lâminas Cortam”, “A Filha do Sertão”, “Cinema de Pedra”. É membro da Academia Quixadaense de Letras. Confira a entrevista que Clébio Viriato concedeu para o BLOG DIVIRTA-CE.
 
  

DIVIRTA-CE- Como nasceu o roteiro de "A Lenda do Gato Preto" e como foi realizar um filme cearense com efeitos especiais?
CLÉBIO VIRIATO - A idéia desse filme sempre me perseguiu, mas foi nos anos 90 que decidi filmar. O filme tem de certa forma minhas reminiscências de infância lá de Quixadá. Vi muitos ciganos, brinquei com os filhos de ciganos, porque meu pai tinha um comercio e eles passavam por lá. Outra história que ouvi toda a minha vida foi da menina-gato. O fato é que existiu na década de 70, em Quixadá, uma garota que subia pela parte mais íngreme da Pedra do Cruzeiro sem ajuda de nenhum equipamento e quando descia, falava que era um gato que a puxava. Então, todo esse universo, essas memórias de infância de certa forma estão presentes no filme. Como o filme tem um tom de realismo fantástico, fala de um amor impossível entre Mariana e o trapezista Simão, fala de destino, de resgate cármico e de uma maldição que se apropria de uma família resignificando seu cotidiano, desde o principio percebi a necessidade de efeitos digitais e nos momentos certos ele é usado. Claro que o efeito não é a atrativo principal do filme, porque o forte esta na interpretação do atores. Mas, isso é outra coisa. Voltando aos efeitos, criamos o gato, um espectro que surge no meio a fumaça, todo digital. Há outros como fogo, tiros. E o melhor: fico aqui no Ceará.

DIVIRTA-CE- Como nasceu esse amor pela sétima arte e com quantos anos você começou a trabalhar com cinema ?
CLÉBIO VIRIATO - Nasci numa cidade verdadeiramente cinematográfica. Aquela belezura toda de sertão, de sol, com aqueles monólitos, que mais parecem uns castelos medievais, sempre me encantaram. Olhava e sentia vontade de filmar. Vi com uns 10 anos de idade o filme “A Morte Comanda o Cangaço”, rodado em Quixadá em 1960. Era o que precisa de estímulo. Adolescente, vim para estudar em Fortaleza, ouvi falar da Casa Amarela, fui lá, Mestre Eusélio Oliveira me olhou da cabeça aos pés e uma semana depois começava meus primeiros conhecimentos sobre cinema. Isso foi nos anos 80. Depois fiz um curta chamado “Ô Casamento”, “Magé”, vários documentários, “O Auto da Camisinha”, produzi o longa “Mãe de Santo, teu nome é Zimá” e agora faça minha estréia em longa-metragem. Então, cronologicamente acho que estou no audiovisual cearense uns 25 anos.

 
DIVIRTA-CE- Além de cineasta, você é produtor de festivais de cinema e de outros eventos culturais. Como você analisa o icentivo dado pelo governo e prefeitura para os astistas locais ? O que está achando da gestão atual secretário de cultura Guilherme Sampaio?

CLÉBIO VIRIATO - Estamos muito dependentes desses incentivos fiscais. As empresas tratam o recurso como se fosse dela, enquanto é imposto recolhido (ICMS e IR). Aqui no Ceará é assim: você apresenta um projeto aprovado por alguma dessas leis de incentivo a determinada empresa e se não tiver uma intermediação não acontece. Os empresários não investem, apenas patrocinam mas com dinheiro público. Isso é bom demais. Temos que sair dessa face de patrocínio através de isenção fiscal e passarmos para investimentos. Cine Holiude foi exemplo, ne? Para concluir A Lenda do Gato Preto, foram necessários sete anos, e aja não, e aja chá de cadeira, tantos nãos que dava pra ir a Marte e voltar. É que não sou fraco e sempre acreditei no potencial desse filme. Acredito na mensagem positiva que ele vai levar as pessoas. Guilherme parece ser atuante e interessado em fazer um bom trabalho. As ainda é cedo para falar. Torço que ele faça uma ótima gestão porque faço parte da cadeia produtiva da cultura cearense, vivo dela na verdade.
 
 
DIVIRTA-CE- Como foi trabalhar com Chico Anisio no filme " O Alto da Camisinha" ? Como você analisa a repercurssão deste longa metragem, que ajudou até na educação sexual das crianças em escolas públicas ?

CLÉBIO VIRIATO - Chico Anysio foi um presente do universo. Sempre digo que a gente não dirige Chico Anysio, a gente dá apenas o tom, o cara já sabe de tudo. Faz tudo de uma vez. O Auto da Camisinha foi um acontecimento em minha vida, não resta dúvida. Tão feliz de ter feito um filme que leva uma mensagem bacana sobre cuidados com a saúde de uma forma lúdica, divertida e repleta de nossos elementos da cultura popular. E além alcançou um vida muito independente. Continua sendo exibido nos países africanos de língua portuguesa. Ter ido para Genebra e exibi-los para representantes de vários países na sede da Organização Mundial da Saúde e depois ver toda aquela gente vibrando, animadas com seu trabalho e pedindo autorização para exibi-los e seus países foi muito gratificante. Depois desse dia em Genebra, perdi a dimensão de onde O Auto da Camisinha esta sendo exibido. Só recebo email de várias partes do mundo comunicando de sua exibição.    

DIVIRTA-CE- Estreando seu filme "A Lenda do Gato Preto " no cine ceara 2015, como você vê a impiortância do festival nos tempos atuais e quais suas expectativas para esse novo lançamento seu ?

CLÉBIO VIRIATO - Os festivais de cinema são muito importantes. Porque de certa forma é um momento de celebração, de encontros, de perceber outros olhares, outras forma de fazer cinema. Adorei quando Wolney fez o convite para fazer a avant premiere da Lenda no Cine Ceará. Isso deu objetividade na montagem e finalização. Sem falar que será uma noite linda para os profissionais do cinema cearense ver na tela um filme feito com 98% por técnicos do audiovisual de nosso Estado. Claro que estou meio apreensivo para saber como o publico era receber minha maneira de contar histórias. 

DIVIRTA-CE- Quais as suas influências cinematograficas, quais os diretores você admiria e quais os grandes filmes da sua vida ?

CLÉBIO VIRIATO - Vi muitos filmes clássicos quando estudante. Seja por isso gostar dos diretores que faz cinema estilo clássico na forma, no conteúdo, na direção. Gosto do Feline, Rich Cook, Akira Hurosawa, Gauber Rocha, Nelson Pereira, Karim Ainouz, Antonio, Rosember Cariri. Filmes marcantes: Cabra Marcado para Morrer, Eu te amo, Sociedade dos Poetas Mortos, Dança no Escuro, Corisco e Dadá, Madame Satã.
 
 
DIVIRTA-CE- Como foi participar do livro " Cinema de Pedra " ? Como foi filmar " A lenda do Gato Preto "  em Quixadá e o que representa a cidade na sua vida e na cultura cearense ?

CLÉBIO VIRIATO - Quixadá é minha terra, terra de meus pais, irmãos, lá esta meu cordão umbilical. Representa metade de mim e quando preciso recarregar é pra lá que volto. O livro “Cinema de Pedra” foi um desejo de anos que realizei em 2014 com a jornalista Ethel de Paula. Era impossível que uma cidade com um currículo cinematográfico tão expressivo como Quixadá não tivesse um registro, um livro que contasse para atual e futuras gerações a relação do lugar com a sétima arte. Filmar A lenda do Gato Preto em Quixadá foi muito bacana. A cidade inteira colabora, já esta acostumada. Mas também um desafio. É a cidade da lenda, filmamos nos mesmos lugares onde a garota esteve de verdade, e isso envolve muita energia. Tive momentos de desafio para todos da equipe quando tínhamos que subir com equipamentos pesados e sensíveis até o topo da Pedra do Cruzeiro, plena 13h com o sol de Quixadá que parece ter 3 para cada habitante. Nem dava para segurar na Pedra de tão quente, porque lá às 13hs, as pedras derretem.

DIVIRTA-CE- Como você consegue reunir tanta gente especial e talentosa nos filmes e como foi trabalhar com esse elenco de " A Lenda do Gato Preto " quais os maiores desafios desse longa metragem ?

CLÉBIO VIRIATO - Incrível a força realizadora que o filme tem. Tudo foi acontecendo, a decisão de fazer, o premio do Edital de Cinema e Vídeo/SECULT, que foi o ponta pé inicial.  Quando parecia que era o limite, surgia algo ou alguma pessoa e tudo começa a girar. Esse filme atrai, sabia? Tem uma musica no filme que diz: tudo está escrito e redito. Acho que foi assim mesmo. Por exemplo, revendo os manuscritos do roteiro, primeiro tratamento, lá dos anos 90, tem o nome de Emiliano Queiroz, Aurora Duarte, Antonieta Noronha, Sidney Souto. Coincidência, todos estão no filme.  Outros atores vieram através de amigos, foi o caso da Elke Maravilha, do Alexandre Mandarino e Eduardo Dascar. Só Cássia Roberta, a protagonista, foi escolhida no teste de elenco. Dia inteira selecionando e já desligando os equipamentos entra Cássia pedindo pra fazer o teste. Foi a escolhida. Já estava escolhida. A distribuição é o próximo passo na carreira da Lenda do Gato Preto. Mas, nesse sentido temos uma conversa bem adiantada com uma empresa que distribui para salas de cinema e TV canal por assinatura.  Em 2016 o filme será transformado em mini-série e será exibido na TV Diário.




TV DIVIRTA-CE 

Veja o trailer de "A Lenda do Gato preto", e entrevista com o diretor Clébio Viriato durante o Festival de Jericoacoara - Cinema Digital
















Alberto Perdigão lança novo livro e revê a carreira em talk show 

Nova obra defende a comunicação como forma de inclusão política - o DIVIRTA-CE conversou com o jornalista
 

O livro Comunicação Pública e Inclusão Política – reflexões sobre cidadania ativa e democracia participativa será será lançado nesta sexta-feira (29), às 19 horas, no Espaço Cultural Sindibar, como parte das comemorações dos 62 anos do Sindjorce. O livro traz 38 artigos jornalísticos e duas entrevistas sobre comunicação pública, televisão pública e ciberdemocracia, publicados nos últimos quatro anos.
No lançamento, o entrevistador Perdigão passará a entrevistado, num talk show sobre comunicação pública. A entrevista será conduzida pelo diretor do Sindjorce e representante do Fórum Nacional pela democratização da Comunicação, Rafael Mesquita. O público também participará do debate O autor autografará o livro no local. A comemoração termina com um coquetel.  O livro, de autoria do jornalista Alberto Perdigão, traz 38 artigos e duas entrevistas sobre comunicação pública, televisão pública e ciberdemocracia.
Os textos, publicados nos últimos quatro anos, analisam novos comportamentos dos governos e de cidadãos diante das possibilidades de diálogo político, proporcionadas pelas tecnologias da informação e comunicação. No ato de lançamento, o jornalista e a obra serão apresentados pelo deputado federal Artur Bruno. O autor autografará o livro no local.
Comunicação Pública e Inclusão Política, de 170 páginas, traz prefácio de Cosette Castro, da Universidade Católica de Brasília, e apresentação de Gilmar de Carvalho, da Universidade Federal do Ceará. A ilustração de capa é de Sérvulo Esmeraldo. O projeto gráfico é de Sérgio Fujiwara. E a impressão é da RDS Editora, de Fortaleza. Confira a entrevista que o jornalista Alberto Perdigão concedeu para o blog DIVIRTA-CE.

DIVIRTA-CE - Como nasceu seu interesse pela comunicação e pelo jornalismo e quais as diferenças da profissão desde quando você se interessou e até hoje?
ALBERTO PERDIGÃO -
Acho que nasci jornalista. Criança, brincava de locutor de rádio, colocando disco para tocar na radiola portátil de casa. Adolescente, fazia o jornal do colégio na máquina de escrever, com papel carbono e corretivo. Aos 16, já escrevia na extinta Tribuna do Ceará. Hoje, procuro estar recomeçando todo dia, num jornalismo que muda muito e rapidamente. O que mudou? O Estado, o mercado, a sociedade e, com eles, a notícia. Acho que, hoje, fazemos mais comunicação, menos jornalismo.

DIVIRTA-CE - Quais as grandes deficiências da categoria hoje em dia, e quais as grandes necessidades dos jornalistas cearenses, na sua opinião?
ALBERTO PERDIGÃO -
  Acho o jornalista mal pago. Então, ele não tem valor para o mercado, para a sociedade, e o Estado faz que o problema não é também com ele. Somos mais fiscais que os parlamentares e que o Ministério Público. Por outro lado, acho também que somos mal formados, aprendemos mais a ser empregado de jornal do que jornalistas.

DIVIRTA-CE - Qual o ramo do jornalismo teve mais prazer, e o que menos gostou em suas experiências?
ALBERTO PERDIGÃO -
Acho que tem de tudo. Depende dos interesses comerciais e políticos do meio de comunicação. Os meios públicos são normalmente governamentalizados, e ninguém se incomoda com isso. Os meios privados veem a pauta de política com o olhar restrito da eleição. Os conteúdos são para denegrir a política e os políticos, como se os meios fossem isentos ou estivem livre da condenação pública.

DIVIRTA-CE - Seu livro, O livro Comunicação Pública e Inclusão Política – reflexões sobre cidadania ativa e democracia participativa, analisa os novos comportamentos dos governos e dos cidadãos diante das possibilidades de diálogo político proporcionadas pelas tecnologias da informação e comunicação. Como você vê a cobertura política do jornalismo cearense nos mieios de comunicação? Imprensa marrom, chapa branca ou outra "cor"?
ALBERTO PERDIGÃO -
O livro é uma peça de militância. Depois de publicar artigos em jornais e sites durante quatro anos, reuni 40 deles e vi que tinha um livro, ou a obrigação de fazer um livro. Desta forma, estou repautando temas que são muito atuais, como a comunicação pública, a TV pública e a ciberdemocracia. São temas que remetem ao direito à comunicação, de que sou militante.

DIVIRTA-CE - Quais as maiores dificuldades na produção desse segundo livro?
ALBERTO PERDIGÃO -
Encontrei as dificuldades que qualquer autor do Nordeste encontra. mas prefiro falar das facilidades. O Sérvulo Esmeraldo me deu o desenho de capa, o Sérgio Fujiwara me deu o projeto gráfico. O Dórian Filho facilitou o pagamento da impressão, teve mais gente ajudando, gente que acreditou no projeto e que sem elas seria bem mais difícil.
 

DIVIRTA-CE - Sente falta do trabalho de apresentador de TV? Tem projetos nessa área? Como foi sua experiência durante anos na TV Verdes Mares, filiada a Globo de Fortaleza?
ALBERTO PERDIGÃO -
Não resta dúvida de que sou um profissional de televisão. Gosto da imagem como palavra, gosto do depoimento direto, gosto do som das coisas. Mas, digo brincando, tenho dupla personalidade, também gosto da assessoria de comunicação, de construir estratégias, de mídia paga ou espontânea, e depois ver o assessorado feliz. Rádio, impresso, webjornalismo têm seu valor, mas tem gente que faz melhor.

DIVIRTA-CE -Como você analisa as acusações em redes sociais sobre "mídia golpista" no Brasil?
ALBERTO PERDIGÃO -
Esse é um tema muito complexo e delicado. Acho que vivemos no Brasil o primeiro momento em que os dois últimos presidentes não saíram de projetos dos empresários da comunicação. Isso é uma posta que deve ser analisada. Assim, vemos alguns comportamentos dos meios de comunicação que lhes fazem valer a alcunha de Partido da Imprensa Golpista, o PIG, numa referência a uma campanha eleitoral que parece que não terminou. Há estudos com método científico que confirmam isso. De toda maneira, defendo que os jornais, que não dependem da concessão de um canal para funcionar, mas só do capital e da iniciativa, estes devem ser livres para defender o que quiserem, serem o partido que quiserem. No caso da radiodifusão, penso diferente. O Espectro é público, deve ser explorado comercialmente sob certo controle, de forma a proteger outros direitos do Estado e da sociedade, que vemos todo dia ameaçados ou mesmo atropelados.

DIVIRTA-CE - Quais seus projetos, atuais e futuros, além do lançamento deste livro?
ALBERTO PERDIGÃO -
Ir para a academia foi um projeto de vida, a transição foi lenta, exigiu sacrifícios. Fiz especialização, depois mestrado, agora estou no doutorado. Leio bastante, escrevo, pesquiso, oriento pesquisas. Tenho me dedicado á comunicação pública, com ênfase em duas áreas, o acesso à informação e a TV pública, cada uma ganhou um livro. Agora, estou interessado na comunicação pública como condição ao desenvolvimento humano, é um tema novo, acho que tenho uma contribuição a dar, quem sabe vem outro livro por aí. Sinto-me recompensado como professor de jornalismo e do MBA em Gestão Pública da Unifor. A novidade é que vou dar um curso de comunicação pública no Centro de Estudos Latino-Americano de Comunicação e Cultura, que funciona na Escola de Comunicação e Artes da USP. Quando abrirem as inscrições, te aviso.   











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