A nova geração do rock mineiro
Rick Bonadio produz o primeiro CD da banda InBox
Vale um alerta: ao colocar para rodar o CD do InBox, “Venha o que Vier”, evite o caminho natural de tentar ficar achando o segredo da pegada desses mineiros, que vieram há dois anos para São Paulo e estreiam em CD cheio. Boa parte da conversa com o quarteto, aliás, para apresentação do disco, caminha por aí. E nem mesmo eles sabem identificar o que vai no caldeirão pop do InBox que resulta nessa mistura saborosa de pop com rock com melodia com guitarras e arranjos de bom gosto raramente vistos no mercado brasileiro. “Pois é, a gente tenta muitas vezes explicar em entrevistas. Às vezes acho que o mais próximo disso é Foo Fighters. Mas logo que cito eles, penso em outras coisas e fico sem resposta certa. No final, o que acho mesmo é que temos personalidade própria”, comenta o vocalista Thiago Rabello. Felizmente. O que, somado à prima produção de Rick Bonadio e Giu Daga, torna o InBox uma lufada fresca no cenário repetitivo atual. E conseguem isso trafegando por diversos caminhos.
Da enérgica música de abertura, que igualmente batiza o CD, “Venha o que Vier”, um rock potente de guitarras trabalhadas, à seguinte, “Ao Seu Lado”, uma balada roqueira à medida para o público cantar junto. Na sequência, o primeiro single, “Me Despeço”, balada emocionante de violão e piano. Voltam ao rock puro em “Enquanto Durar”, que tem a mesma pegada de “Eu Não Aguento Mais” e “Te Espero”.
O rock rasgado com trabalho demolidor de guitarras retorna em “A Velha Opinião”, e o disco abre uma picada mais soft com “Passado Presente e Futuro”, outra balada tocante de violão e piano. O clima de balada ganha mais peso em “Nunca é Tarde” e pegada pop na guitarra de “Amigo Infiel”.
“Te Espero” não completa três minutos no cronômetro, mas é o suficiente para visualizar o público pulando junto a esse power pop durante os shows. Em “Feche a Porta ao Sair” o domínio desse rock aéreo vem da guitarra viajante de Fernando Prado, enquanto “Guardo o Seu Lugar” tem a força de balada com peso na cozinha do baixista Jonas Lima e do baterista Marcos Ramos. E o gran finale junta a potência dos quatro na arrasa-quarteirão “Você me Faz Tão Bem”, que mais uma vez tangencia a perfeição pop de 3 minutos na veia.
Comento esses caminhos todos com o vocalista Thiago e pergunto a ele o que esses dois anos de São Paulo trouxeram para o grupo. Ele encerra com mais uma lição: “A gente passou a ver o mercado musical com outros olhos. O que acontece em Belo Horizonte é que há mais músicos que artistas, e em São Paulo o pessoal é tão artista quanto músico. Isso é o que mais aproveitamos”, conta.
Ingressos para Los Hermanos acabam em menos de 12 horas
Bruno Medina, Rodrigo Barba, Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo, do Los Hermanos
Os ingressos para 6 dos 15 shows programados para a turnê de 15 anos do Los Hermanos esgotaram menos de 12 horas depois de iniciadas as vendas.
Apresentações extras da banda estão sendo programadas. No Rio, todas 15 mil entradas --5.000 por dia-- disponíveis para os dias 25, 26 e 27 de maio, na Fundição Progresso, foram vendidas em dez horas. Uma nova data foi aberta: dia 24 de maio. Para esse show extra, restavam, até as 17h dessa segunda-feira, cerca de 500 unidades.
As apresentações paulistanas estão indo pelo mesmo caminho. Os quatro mil ingressos da sessão de sexta-feira, 11 de maio, se esgotaram até a hora do almoço. Para o show extra do dia 10 ainda havia, no mesmo horário, alguns lugares disponíveis. Mas a previsão é que eles acabem até o final da tarde desta terça.
Em Salvador, filas se formaram logo pela manhã em frente às bilheterias do Teatro Castro Alves, onde a banda se apresenta em 6 e 7 de maio. Ainda havia entradas disponíveis para os dois dias.
A primeira cidade a ficar "sold out" foi Belo Horizonte. Marcadas para os dias 19 e 20 de maio, os 11 mil tíquetes --5.500 pessoas por dia-- foram todos vendidos somente pela internet, antes mesmo da bilheteria do Chevrolet Hall abrir.
Nas outras capitais em que os barbudos vão passar com a turnê de 15 anos --Recife, Fortaleza, Manaus, Belém, Brasília, Porto Alegre e Curitiba--, a situação é mais tranquila, já que os shows vão acontecer em espaços mairoes, quase todos para mais de 10 mil pessoas. Cada pessoa pode comprar até oito ingressos para cada apresentação.
Los Hermanos completa 15 anos com novo "retorno"
Show em Fortaleza acontecerá em dia 21 de abril, sábado, na Barraca Biruta
Marcelo Camelo (esq.) e Rodrigo Amarante (dir.), do Los Hermanos, que traz sua turnê a Fortaleza em abril
Usando uma arma que conhecem como ninguém, os menores de 18 anos foram protestar pelo Facebook. Também queriam estar no show que Los Hermanos farão em São Paulo em maio. Proibidos de ir à sessão do dia 10 pela classificação indicativa, conseguiram que se fizesse outra, no dia seguinte, adaptada a eles: sem venda de bebida alcoólica, os maiores de 16 podem ir até desacompanhados dos pais. São 15 anos desde que a banda de Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba foi formada. São cinco anos desde que entraram em "recesso" e, de lá para cá, nunca mais lançaram nada juntos.
Nada além dos shows: pelo menos uma pequena turnê a cada dois anos. Essa, que comemora o aniversário, começa em abril, em Recife, e corre outras dez capitais, incluindo Fortaleza.
Os barbudos estão em alta. Não apenas entre os pirralhos, que, em tantos casos, eram novos demais para se lembrar do dia em que a banda anunciou a separação, em 2007. Mas também entre outros artistas, outros músicos. Além das regravações frequentes por cantores como Ney Matogrosso, Maria Rita, Roberta Sá e Mariana Aydar, será lançado em abril um álbum online com 33 artistas brasileiros, sobretudo da novíssima geração, interpretando os clássicos do repertório hermano. Clássicos? Mas já? O título de "a última grande banda de rock da música popular brasileira" pode soar quase contraditório: o que eles fazem é rock ou MPB? Los Hermanos fazem as duas coisas ao mesmo tempo.
E talvez seja justamente essa falta de pudor em transitar entre uma e outra que os tenha destacado dos contemporâneos no começo dos anos 2000, em que banda de rock era banda de rock e MPB era coisa de gente velha. Acabaram por se tornar farol para uma geração que se formava ali, conectada à internet e, por isso, sem nenhum interesse em restringir o universo a uma coisa só.
"Acho que fomos dos primeiros artistas a tomar proveito da comunicação lateral que a internet propiciou, junto com o surgimento das redes sociais, e a furar, em escala nacional, esse bloqueio imposto pelo modelo antigo", diz Marcelo Camelo, 33. Foi por meio da rede que a banda se fez. O estouro nacional é anterior, mas o público que se manteria fiel a eles até hoje não veio do primeiro disco, de 1999, nem do sucesso de "Anna Júlia". Ao contrário, veio a partir do álbum que menos vendeu, "Bloco do Eu Sozinho" (2001).
Segundo Rodrigo Amarante, 35, ali a banda recriou sua maneira de fazer música. E de tocá-la, pois pôde escrever arranjos com instrumentos que nem sonhara usar. O naipe de metais virou marca. "Mas a gravadora achou uma bosta", lembra. "Disseram que, se a gente quisesse lançar um segundo álbum, tinha que escrever novas músicas, achar outro produtor e regravar tudo, porque aquilo era um suicídio comercial."
Amarante conta que ele e seus parceiros não fizeram nada disso. Em contrapartida, a gravadora não trabalhou na divulgação do álbum. Bruno Medina, 33, diz que, quando "Bloco" chegou às lojas e às rádios, todos sabiam que era um trabalho desacreditado pela gravadora e, portanto, sem futuro comercial. "Nesse contexto, e aos 22 anos de idade, quem poderia antever que esse mesmo disco seria apontando depois como um dos mais relevantes da década?", pergunta. Foi.
O motivo alegado para a separação, em 2007, foi o acúmulo de projetos pessoais. Será a carreira solo inevitável para quem quer amadurecer no palco com integridade? Amarante diz estar em fase de isolamento, mas não vê isso como caminho sem volta nem como passo evolutivo. "É só um passo, é horizontal."
"Minha integridade tem mais a ver com reconhecer os ventos que sopram em muitas direções do que com embarcar numa jornada única, linear", é o que acha Camelo. Mas o fato de terem se separado no auge colaborou para a criação do mito. Mais ainda porque há sempre a possibilidade de uma volta definitiva. Afinal, nunca se soube de uma briga que os separasse. E eles sempre se reúnem para turnês. "E, sempre que nos reunimos, eu espero que não voltemos mais para o hiato", diz Rodrigo Barba, 32, baterista. Pode-se esperar pelo dia em que o hiato chegue ao fim?
"Talvez a resposta certa seja que 'não é impossível', o que é o mesmo que dizer que 'é pouco provável tão cedo'", diz Amarante. "Eu e Marcelo estamos para lançar discos solo, então pelo menos por enquanto essa ilha não se vê no horizonte."
Inscrições abertas para a Mostra de Música Petrúcio Maia
A diversidade musical de Fortaleza pede passagem. Se em janeiro e fevereiro os ritmos carnavalescos é que dão o tom dos finais de semana, em maio a cidade irá se voltar para a já aguardada Mostra de Música de Fortaleza Petrúcio Maia, que por sua vez semeia o terreno para a Feira da Música. Fruto de parceria entre a Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secultfor, e a Associação dos Produtores de Discos do Ceará – PRODISC, a mostra vem dar visibilidade à produção autoral e independente de músicos, intérpretes e bandas tributárias dos mais diversos gêneros musicais. Para participar, novatos e veteranos podem se inscrever a partir de hoje, acessando ficha de inscrição e regulamento por meio do site da Secultfor: www.fortaleza.ce.gov.br/cultura.
Com inscrições abertas até o dia 16 de março de 2012, a quinta edição da mostra traz novidades: dessa vez, quatro diferentes polos acolhem gêneros específicos. Nos dias 4 e 5 de maio, no Shopping Solidário Bom Mix, bairro Bom Jardim, o rock domina a cena; já nos dias 11 e 12, no CUCA Che Guevara, Barra do Ceará, a programação privilegia o hip hop, além do próprio rock; nos dias 18 e 19 é a música instrumental que ganha destaque no Passeio Público, Centro de Fortaleza; e nos dias 25 e 26, no calçadão da Praia de Iracema, próximo ao Estoril, um mix de estilos e vozes se encarrega de encerrar o evento em grande estilo.
De acordo com o coordenador de música da Secultfor, Dalwton Moura, a Mostra de Música de Fortaleza Petrúcio Maia se descentraliza a fim de aproximar, cada vez mais, artistas e públicos. “Trata-se de um grande encontro da cidade com a sua música, valorizando assim nosso sentimento de pertencimento através de um rico repertório musical que também diz sobre nossa história, nosso DNA e nossos modos de viver, sentir e pensar. Além disso, a mostra é um instrumento de qualificação de nossos espaços públicos, um chamamento público de ocupação desses equipamentos, acessíveis a todo e qualquer cidadão”, observa.
A produção autoral como centro das atenções é premissa firmada no próprio regulamento da Mostra. Segundo Dalwton, todos os grupos têm de apresentar pelo menos três composições próprias ou criações de autores cearenses. A diversidade é outra característica do evento, que historicamente contempla músicos de diferentes gerações e dos mais variados estilos e gêneros musicais. Assim, escolhidos de forma transparente através de seleção pública, os selecionados prometem esboçar um atualíssimo retrato da produção musical de Fortaleza.
A Mostra de Música Petrúcio Maia faz parte de uma política pública de âmbito municipal que se consolida sobre o tripé produção, formação e difusão. O Edital de Música da Secultfor e ações permanentes em espaços públicos como o Passeio Público (Projeto Sol Maior, de música instrumental), Mercado dos Pinhões (Quinta Cultural, Chorinho no Mercado e Forró no Mercado), Anfiteatro Flávio Ponte, na Volta de Jurema (Retratos do Vento) e Parque Adahil Barreto (Música no Parque), entre outros, incrementam ao longo de todo o ano a necessária circulação e o intercâmbio de experiências na cena musical da cidade. Concebida a partir dessa base política, a Mostra reafirma a vitalidade de lugares e projetos já habitualmente ressignificados pela música em Fortaleza.
SERVIÇO: Inscrições abertas para a Mostra de Música de Fortaleza Petrúcio Maia. De 16 de janeiro a 16 de março de 2012. Ficha e regulamento: www.fortaleza.ce.gov.br/cultura. Mais informações: 3105.1386 e 8899.8705, com a Assessoria de Comunicação da Secultfor.
David Bowie completa 65 anos
O músico David Bowie em foto tirada em junho de 2007 em Nova York
No domingo, 8 de janeiro, o músico David Bowie sopra as velinhas de seu 65º aniversário.
Embora não tenha lançado nada novo desde 2003 (seu último disco de inéditas é "Reality"), e não tenha se apresentado ao vivo desde 2006 (a última vez foi em Nova York), ele permanece tido como um dos grandes gênios da música, principalmente dos anos 1970.
No ano passado, o biógrafo do músico, Paul Trynka, deu entrevistas afirmando que Bowie havia se aposentado. O biógrafo diz isso baseado no fato de que Bowie só voltaria à ativa se "conseguisse lançar algo que causasse abalos sísmicos".
Nos anos 2000, as aparições públicas de Bowie foram raras, de contar nos dedos. Uma de suas últimas foi no lançamento do filme "Moon", dirigido por seu filho, Duncan Jones, em 2009.
Duncan é filho da modelo Mary Angela Barnett, com quem Bowie se casou em 1970 (separando-se uma década depois). Atualmente, ele é casado com outra modelo, Iman, com quem trocou alianças em 1992. O casal tem uma filha, Alexandria Zahra Jones, 11.
Desde que Bowie teve de se submeter a uma angioplastia de emergência, em 2004, por causa de uma artéria entupida, a saúde do músico vem sendo alvo de especulações.
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Rick Bonadio produz o primeiro CD da banda InBox
Vale um alerta: ao colocar para rodar o CD do InBox, “Venha o que Vier”, evite o caminho natural de tentar ficar achando o segredo da pegada desses mineiros, que vieram há dois anos para São Paulo e estreiam em CD cheio. Boa parte da conversa com o quarteto, aliás, para apresentação do disco, caminha por aí. E nem mesmo eles sabem identificar o que vai no caldeirão pop do InBox que resulta nessa mistura saborosa de pop com rock com melodia com guitarras e arranjos de bom gosto raramente vistos no mercado brasileiro. “Pois é, a gente tenta muitas vezes explicar em entrevistas. Às vezes acho que o mais próximo disso é Foo Fighters. Mas logo que cito eles, penso em outras coisas e fico sem resposta certa. No final, o que acho mesmo é que temos personalidade própria”, comenta o vocalista Thiago Rabello. Felizmente. O que, somado à prima produção de Rick Bonadio e Giu Daga, torna o InBox uma lufada fresca no cenário repetitivo atual. E conseguem isso trafegando por diversos caminhos.
Da enérgica música de abertura, que igualmente batiza o CD, “Venha o que Vier”, um rock potente de guitarras trabalhadas, à seguinte, “Ao Seu Lado”, uma balada roqueira à medida para o público cantar junto. Na sequência, o primeiro single, “Me Despeço”, balada emocionante de violão e piano. Voltam ao rock puro em “Enquanto Durar”, que tem a mesma pegada de “Eu Não Aguento Mais” e “Te Espero”.
O rock rasgado com trabalho demolidor de guitarras retorna em “A Velha Opinião”, e o disco abre uma picada mais soft com “Passado Presente e Futuro”, outra balada tocante de violão e piano. O clima de balada ganha mais peso em “Nunca é Tarde” e pegada pop na guitarra de “Amigo Infiel”.
“Te Espero” não completa três minutos no cronômetro, mas é o suficiente para visualizar o público pulando junto a esse power pop durante os shows. Em “Feche a Porta ao Sair” o domínio desse rock aéreo vem da guitarra viajante de Fernando Prado, enquanto “Guardo o Seu Lugar” tem a força de balada com peso na cozinha do baixista Jonas Lima e do baterista Marcos Ramos. E o gran finale junta a potência dos quatro na arrasa-quarteirão “Você me Faz Tão Bem”, que mais uma vez tangencia a perfeição pop de 3 minutos na veia.
Comento esses caminhos todos com o vocalista Thiago e pergunto a ele o que esses dois anos de São Paulo trouxeram para o grupo. Ele encerra com mais uma lição: “A gente passou a ver o mercado musical com outros olhos. O que acontece em Belo Horizonte é que há mais músicos que artistas, e em São Paulo o pessoal é tão artista quanto músico. Isso é o que mais aproveitamos”, conta.
Ingressos para Los Hermanos acabam em menos de 12 horas
Bruno Medina, Rodrigo Barba, Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo, do Los Hermanos
Os ingressos para 6 dos 15 shows programados para a turnê de 15 anos do Los Hermanos esgotaram menos de 12 horas depois de iniciadas as vendas.
Apresentações extras da banda estão sendo programadas. No Rio, todas 15 mil entradas --5.000 por dia-- disponíveis para os dias 25, 26 e 27 de maio, na Fundição Progresso, foram vendidas em dez horas. Uma nova data foi aberta: dia 24 de maio. Para esse show extra, restavam, até as 17h dessa segunda-feira, cerca de 500 unidades.
As apresentações paulistanas estão indo pelo mesmo caminho. Os quatro mil ingressos da sessão de sexta-feira, 11 de maio, se esgotaram até a hora do almoço. Para o show extra do dia 10 ainda havia, no mesmo horário, alguns lugares disponíveis. Mas a previsão é que eles acabem até o final da tarde desta terça.
Em Salvador, filas se formaram logo pela manhã em frente às bilheterias do Teatro Castro Alves, onde a banda se apresenta em 6 e 7 de maio. Ainda havia entradas disponíveis para os dois dias.
A primeira cidade a ficar "sold out" foi Belo Horizonte. Marcadas para os dias 19 e 20 de maio, os 11 mil tíquetes --5.500 pessoas por dia-- foram todos vendidos somente pela internet, antes mesmo da bilheteria do Chevrolet Hall abrir.
Nas outras capitais em que os barbudos vão passar com a turnê de 15 anos --Recife, Fortaleza, Manaus, Belém, Brasília, Porto Alegre e Curitiba--, a situação é mais tranquila, já que os shows vão acontecer em espaços mairoes, quase todos para mais de 10 mil pessoas. Cada pessoa pode comprar até oito ingressos para cada apresentação.
Los Hermanos completa 15 anos com novo "retorno"
Show em Fortaleza acontecerá em dia 21 de abril, sábado, na Barraca Biruta
Marcelo Camelo (esq.) e Rodrigo Amarante (dir.), do Los Hermanos, que traz sua turnê a Fortaleza em abril
Usando uma arma que conhecem como ninguém, os menores de 18 anos foram protestar pelo Facebook. Também queriam estar no show que Los Hermanos farão em São Paulo em maio. Proibidos de ir à sessão do dia 10 pela classificação indicativa, conseguiram que se fizesse outra, no dia seguinte, adaptada a eles: sem venda de bebida alcoólica, os maiores de 16 podem ir até desacompanhados dos pais. São 15 anos desde que a banda de Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba foi formada. São cinco anos desde que entraram em "recesso" e, de lá para cá, nunca mais lançaram nada juntos.
Nada além dos shows: pelo menos uma pequena turnê a cada dois anos. Essa, que comemora o aniversário, começa em abril, em Recife, e corre outras dez capitais, incluindo Fortaleza.
Os barbudos estão em alta. Não apenas entre os pirralhos, que, em tantos casos, eram novos demais para se lembrar do dia em que a banda anunciou a separação, em 2007. Mas também entre outros artistas, outros músicos. Além das regravações frequentes por cantores como Ney Matogrosso, Maria Rita, Roberta Sá e Mariana Aydar, será lançado em abril um álbum online com 33 artistas brasileiros, sobretudo da novíssima geração, interpretando os clássicos do repertório hermano. Clássicos? Mas já? O título de "a última grande banda de rock da música popular brasileira" pode soar quase contraditório: o que eles fazem é rock ou MPB? Los Hermanos fazem as duas coisas ao mesmo tempo.
E talvez seja justamente essa falta de pudor em transitar entre uma e outra que os tenha destacado dos contemporâneos no começo dos anos 2000, em que banda de rock era banda de rock e MPB era coisa de gente velha. Acabaram por se tornar farol para uma geração que se formava ali, conectada à internet e, por isso, sem nenhum interesse em restringir o universo a uma coisa só.
"Acho que fomos dos primeiros artistas a tomar proveito da comunicação lateral que a internet propiciou, junto com o surgimento das redes sociais, e a furar, em escala nacional, esse bloqueio imposto pelo modelo antigo", diz Marcelo Camelo, 33. Foi por meio da rede que a banda se fez. O estouro nacional é anterior, mas o público que se manteria fiel a eles até hoje não veio do primeiro disco, de 1999, nem do sucesso de "Anna Júlia". Ao contrário, veio a partir do álbum que menos vendeu, "Bloco do Eu Sozinho" (2001).
Segundo Rodrigo Amarante, 35, ali a banda recriou sua maneira de fazer música. E de tocá-la, pois pôde escrever arranjos com instrumentos que nem sonhara usar. O naipe de metais virou marca. "Mas a gravadora achou uma bosta", lembra. "Disseram que, se a gente quisesse lançar um segundo álbum, tinha que escrever novas músicas, achar outro produtor e regravar tudo, porque aquilo era um suicídio comercial."
Amarante conta que ele e seus parceiros não fizeram nada disso. Em contrapartida, a gravadora não trabalhou na divulgação do álbum. Bruno Medina, 33, diz que, quando "Bloco" chegou às lojas e às rádios, todos sabiam que era um trabalho desacreditado pela gravadora e, portanto, sem futuro comercial. "Nesse contexto, e aos 22 anos de idade, quem poderia antever que esse mesmo disco seria apontando depois como um dos mais relevantes da década?", pergunta. Foi.
O motivo alegado para a separação, em 2007, foi o acúmulo de projetos pessoais. Será a carreira solo inevitável para quem quer amadurecer no palco com integridade? Amarante diz estar em fase de isolamento, mas não vê isso como caminho sem volta nem como passo evolutivo. "É só um passo, é horizontal."
"Minha integridade tem mais a ver com reconhecer os ventos que sopram em muitas direções do que com embarcar numa jornada única, linear", é o que acha Camelo. Mas o fato de terem se separado no auge colaborou para a criação do mito. Mais ainda porque há sempre a possibilidade de uma volta definitiva. Afinal, nunca se soube de uma briga que os separasse. E eles sempre se reúnem para turnês. "E, sempre que nos reunimos, eu espero que não voltemos mais para o hiato", diz Rodrigo Barba, 32, baterista. Pode-se esperar pelo dia em que o hiato chegue ao fim?
"Talvez a resposta certa seja que 'não é impossível', o que é o mesmo que dizer que 'é pouco provável tão cedo'", diz Amarante. "Eu e Marcelo estamos para lançar discos solo, então pelo menos por enquanto essa ilha não se vê no horizonte."
Inscrições abertas para a Mostra de Música Petrúcio Maia
A diversidade musical de Fortaleza pede passagem. Se em janeiro e fevereiro os ritmos carnavalescos é que dão o tom dos finais de semana, em maio a cidade irá se voltar para a já aguardada Mostra de Música de Fortaleza Petrúcio Maia, que por sua vez semeia o terreno para a Feira da Música. Fruto de parceria entre a Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secultfor, e a Associação dos Produtores de Discos do Ceará – PRODISC, a mostra vem dar visibilidade à produção autoral e independente de músicos, intérpretes e bandas tributárias dos mais diversos gêneros musicais. Para participar, novatos e veteranos podem se inscrever a partir de hoje, acessando ficha de inscrição e regulamento por meio do site da Secultfor: www.fortaleza.ce.gov.br/cultura.
Com inscrições abertas até o dia 16 de março de 2012, a quinta edição da mostra traz novidades: dessa vez, quatro diferentes polos acolhem gêneros específicos. Nos dias 4 e 5 de maio, no Shopping Solidário Bom Mix, bairro Bom Jardim, o rock domina a cena; já nos dias 11 e 12, no CUCA Che Guevara, Barra do Ceará, a programação privilegia o hip hop, além do próprio rock; nos dias 18 e 19 é a música instrumental que ganha destaque no Passeio Público, Centro de Fortaleza; e nos dias 25 e 26, no calçadão da Praia de Iracema, próximo ao Estoril, um mix de estilos e vozes se encarrega de encerrar o evento em grande estilo.
De acordo com o coordenador de música da Secultfor, Dalwton Moura, a Mostra de Música de Fortaleza Petrúcio Maia se descentraliza a fim de aproximar, cada vez mais, artistas e públicos. “Trata-se de um grande encontro da cidade com a sua música, valorizando assim nosso sentimento de pertencimento através de um rico repertório musical que também diz sobre nossa história, nosso DNA e nossos modos de viver, sentir e pensar. Além disso, a mostra é um instrumento de qualificação de nossos espaços públicos, um chamamento público de ocupação desses equipamentos, acessíveis a todo e qualquer cidadão”, observa.
A produção autoral como centro das atenções é premissa firmada no próprio regulamento da Mostra. Segundo Dalwton, todos os grupos têm de apresentar pelo menos três composições próprias ou criações de autores cearenses. A diversidade é outra característica do evento, que historicamente contempla músicos de diferentes gerações e dos mais variados estilos e gêneros musicais. Assim, escolhidos de forma transparente através de seleção pública, os selecionados prometem esboçar um atualíssimo retrato da produção musical de Fortaleza.
A Mostra de Música Petrúcio Maia faz parte de uma política pública de âmbito municipal que se consolida sobre o tripé produção, formação e difusão. O Edital de Música da Secultfor e ações permanentes em espaços públicos como o Passeio Público (Projeto Sol Maior, de música instrumental), Mercado dos Pinhões (Quinta Cultural, Chorinho no Mercado e Forró no Mercado), Anfiteatro Flávio Ponte, na Volta de Jurema (Retratos do Vento) e Parque Adahil Barreto (Música no Parque), entre outros, incrementam ao longo de todo o ano a necessária circulação e o intercâmbio de experiências na cena musical da cidade. Concebida a partir dessa base política, a Mostra reafirma a vitalidade de lugares e projetos já habitualmente ressignificados pela música em Fortaleza.
SERVIÇO: Inscrições abertas para a Mostra de Música de Fortaleza Petrúcio Maia. De 16 de janeiro a 16 de março de 2012. Ficha e regulamento: www.fortaleza.ce.gov.br/cultura. Mais informações: 3105.1386 e 8899.8705, com a Assessoria de Comunicação da Secultfor.
David Bowie completa 65 anos
O músico David Bowie em foto tirada em junho de 2007 em Nova York
No domingo, 8 de janeiro, o músico David Bowie sopra as velinhas de seu 65º aniversário.
Embora não tenha lançado nada novo desde 2003 (seu último disco de inéditas é "Reality"), e não tenha se apresentado ao vivo desde 2006 (a última vez foi em Nova York), ele permanece tido como um dos grandes gênios da música, principalmente dos anos 1970.
No ano passado, o biógrafo do músico, Paul Trynka, deu entrevistas afirmando que Bowie havia se aposentado. O biógrafo diz isso baseado no fato de que Bowie só voltaria à ativa se "conseguisse lançar algo que causasse abalos sísmicos".
Nos anos 2000, as aparições públicas de Bowie foram raras, de contar nos dedos. Uma de suas últimas foi no lançamento do filme "Moon", dirigido por seu filho, Duncan Jones, em 2009.
Duncan é filho da modelo Mary Angela Barnett, com quem Bowie se casou em 1970 (separando-se uma década depois). Atualmente, ele é casado com outra modelo, Iman, com quem trocou alianças em 1992. O casal tem uma filha, Alexandria Zahra Jones, 11.
Desde que Bowie teve de se submeter a uma angioplastia de emergência, em 2004, por causa de uma artéria entupida, a saúde do músico vem sendo alvo de especulações.
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