Desbravador da cena alternativa
O DIVIRTA-CE conversou com o Dj e produtor Dado, um dos criadores do Noise 3D, realizador de diversas festas da cena alternativa de Fortaleza, reconhecido como grande apoiador de novas bandas de rock na cidade. Dado fala sobre a noite fortalezense, as dificuldades dos novos artistas, a época do Noise 3D Club e seus novos projetos.
DIVIRTA-CE - Como e quando surgiu o projeto Noise 3D? Quem teve a ideia, e como foi essa transição de bar alternativo para festas itinerantes?
DADO – Comecei um projeto só com Djs em 2002, o “Alternatividade”, no extinto Ritz Café, na Praia de Iracema. O Noise surgiu em abril de 2003. Eu e o Denis (Dead, DJ, ex-integrante da banda 69% Love) estávamos fazendo muitas festas juntos e gostávamos de ter bandas nas festas. Resolvemos fazer um projeto que tivesse as duas coisas. Fizemos 12 edições do Noise no Ritz Café. Quando o local fechou, testamos o Amicis Sport Bar, Hey Ho Rock Bar, Pachá. Fizemos festas em Canoa, Guaramiranga. Depois disso abrimos o Noise3d Club, que iria se chamar Garage.
DIVIRTA-CE - Quando o Noise virou bar e boate, como foi aquela época? Vocês foram responsáveis pelo surgimento de diversas bandas de rock, eram Djs e tinham a responsabilidade de manter um clube aberto. DADO – Quando virou boate, em 2004, foi o fim da nossa vida social. Vivíamos para o Noise. Foi legal. Em dois anos, a Revista Veja Fortaleza nos indicou duas vezes como melhor local para dançar. E o Noise foi indicado a um prêmio nacional: Prêmio Dinamite de Música Independente (SP), justamente por termos lançando várias bandas como Telerama, Café Colombia, Plastique Noir, Montage, Red Run, O Garfo, Moço Velho. E viramos referência para bandas de rock alternativo do Brasil inteiro, em turnê para tocar em Fortaleza: Forgotten Boys, Moptop, Valve, Lucy and the Popsonics, Lado 2 Estereo. Foram os anos mais loucos de nossas vidas. Éramos Djs, técnico de som, pintores, faxineiros, responsáveis pelas compras, caixa, barman, e sempre terminávamos como público- todo mundo embriagado!
DIVIRTA-CE – Com a concorrência atual, como você analisa do ponto de vista de empresário a viabilidade de uma casa noturna em Fortaleza, e como você observa a noite de Fortaleza, na época que existia o Noise Club e agora?
DADO – Para ter uma casa noturna hoje em Fortaleza é preciso coragem, renovar o que você toca, as bandas, o público, porque as coisas estão bem complicadas. A Órbita é uma exceção, 10 anos no mercado, algo grandioso. A noite de Fortaleza está ficando cheia de opções, mas para você chegar, sentar , ouvir músicas e sair pesando três quilos a mais. Você tem pouco local para uma boa balada. Da época do Noise para hoje eu vejo um retrocesso grande em todos os sentidos. Nas edições do Noise no Ritz Café a média de público era de 350 a 600 pessoas, para ver bandas com músicas próprias. Hoje você consegue colocar 150 a 200 pessoas com muito esforço. O Hey Ho já não existe mais por conta disso.
DIVIRTA-CE - Como você analisa a cena Rock de Fortaleza, e quais os outros projetos que o Noise 3D está fazendo, já que, desde o fim da boate, acontecem festas em vários dias e diversos locais?
DADO – Toco como Dj duas vezes por mês no Amicis, em uma festa dos anos 80. No primeiro sábado de cada mês tem a festa “Fliperama” , no Acervo Imaginário. As festas no sábado da Music Box são as que aconteciam nas sextas do Noise Club, um público mais novo. Deixamos de fazer banda lá porque a Box é um local de baladas. Testamos algumas festas em motéis com estrutura para shows. Na primeira a gente ganhou uma grana que nunca ganhamos com o Noise 3D Club. Estamos entrando na Órbita porque o momento pede festas rock, com qualidade. A parceria vai proporcionar trazermos bandas novamente, para Fortaleza tentar se renovar. Apesar de toda a luta travada para manter o espaço para bandas, vejo a cena rock cada dia pior. Falta respeito de algumas casas e produtores com as bandas, e tem as bandas que também pisam na bola e não valorizaram os locais que existiram para mostrarem seu trabalho. Universal Sport Bar, Rtiz Café, Noise 3D Club, Hey Ho Rock Bar são todos locais que tive a chance de ver e produzir grupos bons. É uma luta você produzir rock na terra do forró. Ter uma casa onde você ouve e dança Strokes, Coldplay, Artic Monkeys, Franz Ferdinand, Interpol, The Killers, Libertines...
DIVIRTA-CE - Fortaleza cresceu tanto em opções de casas noturnas, quanto em realização de grandes festivais - Como você analisa os grandes eventos da área musical? Você tem vontade de fazer algum festival Noise? Quais as suas ambições como produtor?
DADO - Há dois anos atrás nós tínhamos shows de pequeno, médio e grande porte. Ultimamente só se vê eventos de grande porte. Não temos mais o Hey Ho, e a missão de show de médio porte está na mão do Amicis e Órbita. O Acervo é uma casa para shows de pequeno porte. Sinceramente espero para ver quando teremos gente apostando mais alto em fazer atrações de grande porte por aqui: o Iron Maiden tocou vizinho. Temos dois grandes festivais aqui, mas ainda sem apostarem as fichas em coisas mais ousadas - é “mais do mesmo” todo ano. Eu tenho muita vontade fazer um festival do Noise. Fizemos um em 2008, que foi o I Soma – Festival Pela Música Independente de Fortaleza. Trouxemos bandas de bairros diferentes da cidade e a banda Moptop do Rio. O retorno foi muito bom. Eu ainda quero ter um programa de rádio pra tocar mais rock e os sons das bandas daqui, ver o surgimento de novos artistas da cidade. Tenho planos de ter um lugar novamente como era o Noise 3D Club.
O DIVIRTA-CE conversou com o Dj e produtor Dado, um dos criadores do Noise 3D, realizador de diversas festas da cena alternativa de Fortaleza, reconhecido como grande apoiador de novas bandas de rock na cidade. Dado fala sobre a noite fortalezense, as dificuldades dos novos artistas, a época do Noise 3D Club e seus novos projetos.
DIVIRTA-CE - Como e quando surgiu o projeto Noise 3D? Quem teve a ideia, e como foi essa transição de bar alternativo para festas itinerantes?
DADO – Comecei um projeto só com Djs em 2002, o “Alternatividade”, no extinto Ritz Café, na Praia de Iracema. O Noise surgiu em abril de 2003. Eu e o Denis (Dead, DJ, ex-integrante da banda 69% Love) estávamos fazendo muitas festas juntos e gostávamos de ter bandas nas festas. Resolvemos fazer um projeto que tivesse as duas coisas. Fizemos 12 edições do Noise no Ritz Café. Quando o local fechou, testamos o Amicis Sport Bar, Hey Ho Rock Bar, Pachá. Fizemos festas em Canoa, Guaramiranga. Depois disso abrimos o Noise3d Club, que iria se chamar Garage.
DIVIRTA-CE - Quando o Noise virou bar e boate, como foi aquela época? Vocês foram responsáveis pelo surgimento de diversas bandas de rock, eram Djs e tinham a responsabilidade de manter um clube aberto. DADO – Quando virou boate, em 2004, foi o fim da nossa vida social. Vivíamos para o Noise. Foi legal. Em dois anos, a Revista Veja Fortaleza nos indicou duas vezes como melhor local para dançar. E o Noise foi indicado a um prêmio nacional: Prêmio Dinamite de Música Independente (SP), justamente por termos lançando várias bandas como Telerama, Café Colombia, Plastique Noir, Montage, Red Run, O Garfo, Moço Velho. E viramos referência para bandas de rock alternativo do Brasil inteiro, em turnê para tocar em Fortaleza: Forgotten Boys, Moptop, Valve, Lucy and the Popsonics, Lado 2 Estereo. Foram os anos mais loucos de nossas vidas. Éramos Djs, técnico de som, pintores, faxineiros, responsáveis pelas compras, caixa, barman, e sempre terminávamos como público- todo mundo embriagado!
DIVIRTA-CE – Com a concorrência atual, como você analisa do ponto de vista de empresário a viabilidade de uma casa noturna em Fortaleza, e como você observa a noite de Fortaleza, na época que existia o Noise Club e agora?
DADO – Para ter uma casa noturna hoje em Fortaleza é preciso coragem, renovar o que você toca, as bandas, o público, porque as coisas estão bem complicadas. A Órbita é uma exceção, 10 anos no mercado, algo grandioso. A noite de Fortaleza está ficando cheia de opções, mas para você chegar, sentar , ouvir músicas e sair pesando três quilos a mais. Você tem pouco local para uma boa balada. Da época do Noise para hoje eu vejo um retrocesso grande em todos os sentidos. Nas edições do Noise no Ritz Café a média de público era de 350 a 600 pessoas, para ver bandas com músicas próprias. Hoje você consegue colocar 150 a 200 pessoas com muito esforço. O Hey Ho já não existe mais por conta disso.
DIVIRTA-CE - Como você analisa a cena Rock de Fortaleza, e quais os outros projetos que o Noise 3D está fazendo, já que, desde o fim da boate, acontecem festas em vários dias e diversos locais?
DADO – Toco como Dj duas vezes por mês no Amicis, em uma festa dos anos 80. No primeiro sábado de cada mês tem a festa “Fliperama” , no Acervo Imaginário. As festas no sábado da Music Box são as que aconteciam nas sextas do Noise Club, um público mais novo. Deixamos de fazer banda lá porque a Box é um local de baladas. Testamos algumas festas em motéis com estrutura para shows. Na primeira a gente ganhou uma grana que nunca ganhamos com o Noise 3D Club. Estamos entrando na Órbita porque o momento pede festas rock, com qualidade. A parceria vai proporcionar trazermos bandas novamente, para Fortaleza tentar se renovar. Apesar de toda a luta travada para manter o espaço para bandas, vejo a cena rock cada dia pior. Falta respeito de algumas casas e produtores com as bandas, e tem as bandas que também pisam na bola e não valorizaram os locais que existiram para mostrarem seu trabalho. Universal Sport Bar, Rtiz Café, Noise 3D Club, Hey Ho Rock Bar são todos locais que tive a chance de ver e produzir grupos bons. É uma luta você produzir rock na terra do forró. Ter uma casa onde você ouve e dança Strokes, Coldplay, Artic Monkeys, Franz Ferdinand, Interpol, The Killers, Libertines...
DIVIRTA-CE - Fortaleza cresceu tanto em opções de casas noturnas, quanto em realização de grandes festivais - Como você analisa os grandes eventos da área musical? Você tem vontade de fazer algum festival Noise? Quais as suas ambições como produtor?
DADO - Há dois anos atrás nós tínhamos shows de pequeno, médio e grande porte. Ultimamente só se vê eventos de grande porte. Não temos mais o Hey Ho, e a missão de show de médio porte está na mão do Amicis e Órbita. O Acervo é uma casa para shows de pequeno porte. Sinceramente espero para ver quando teremos gente apostando mais alto em fazer atrações de grande porte por aqui: o Iron Maiden tocou vizinho. Temos dois grandes festivais aqui, mas ainda sem apostarem as fichas em coisas mais ousadas - é “mais do mesmo” todo ano. Eu tenho muita vontade fazer um festival do Noise. Fizemos um em 2008, que foi o I Soma – Festival Pela Música Independente de Fortaleza. Trouxemos bandas de bairros diferentes da cidade e a banda Moptop do Rio. O retorno foi muito bom. Eu ainda quero ter um programa de rádio pra tocar mais rock e os sons das bandas daqui, ver o surgimento de novos artistas da cidade. Tenho planos de ter um lugar novamente como era o Noise 3D Club.
Nenhum comentário:
Postar um comentário