Dragão do Mar traz premiado jornalista Mário Magalhães para lançar biografia de Carlos Marighella
Dando continuidade à programação do ciclo temático “Nós que Amávamos Tanto a Revolução”, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) realiza, de 21 a 23 de novembro de 2012, a Semana Marighella. Na ocasião, uma programação gratuita que tenta reconstituir a vida e a obra de Carlos Marighella, líder comunista, vítima de prisões e torturas na ditadura Vargas, parlamentar na Constituinte de 1946, guerrilheiro que atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre a década de 1930 e o ano de 1969, quando foi assinado numa emboscada em São Paulo. Mesmo após quarenta anos da sua morte, seu nome é cada vez mais lembrado como símbolo de resistência à ditadura no Brasil.
Na próxima quarta-feira (21), às 19h, no Espaço Multiuso do CDMAC, será aberta a exposição “Marighella”, com curadoria de Vladimir Sacchetta e Isa Ferraz. A mostra, que passou pelo Memorial da Resistência de São Paulo, traça o perfil e a trajetória de vida de Carlos Marighella apresentando cartas, livros, imagens de arquivo, iconografia variada, depoimentos, além de textos do próprio Marighella.hospedagem grátis de sites
Na quinta-feira (22), às 20h, no hall do Teatro Dragão do Mar, será lançado o livro “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo”. O lançamento será precedido de debate entre o autor Mário Magalhães, o curador Vladimir Sacchetta e a cineasta Isa Ferraz, que além de produzir o documentário “Marighella”, é sobrinha do guerrilheiro. O debate terá início às 19h.
Na sexta-feira (23), às 19h, no Teatro Dragão do Mar, os visitantes do CDMAC poderão assistir ao documentário “Marighella”, ocasião em que a cineasta Isa Ferraz fala sobre o processo de resgate histórico e afetivo desse personagem tão contraditório. Enquanto muitos o veem como um terrorista, relatos mostram um homem carinhoso, sensível e sonhador. “Ele entregou a vida por uma ideia”, afirma Isa Ferraz. A trajetória política e revolucionária de Marighella é destacada por contemporâneos do líder da Aliança Nacional Libertadora, como Armênio Guedes, ex-dirigente do PCB, o historiador Jacob Gorender e outros antigos militantes. A falta de imagens de Marighella em movimento é compensada por imagens de arquivo do período estudado e fotografias familiares. Muito material foi perdido durante as invasões policiais aos locais onde ele vivia, ou mesmo destruído por ele, por motivos de segurança. A música que encerra o filme foi composta pelo rapper Mano Brown.
Marighella – as conexões com o cinema: Glauber, Godard e Visconti
Os cineastas Glauber Rocha, Jean-Luc Godard e Luchino Visconti são alguns dos artistas que cruzaram a vida de Marighella. Em 1969, O brasileiro Glauber escreveu para Alfredo Guevara, presidente do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos (ICAIC): “O Brasil desperta com Marighela”. Glauber acabara de ganhar a Palma de Ouro em Cannes, com o filme “O dragão da maldade contra o Santo Guerreiro”, ocupando o cenário internacional do cinema.
Em contato com o francês Jean-Luc Godard e o italiano Luchino Visconti, Glauber falou da luta de Marighella. Convenceu-os de mandar dinheiro para luta do guerrilheiro contra a ditadura militar. Caetano e Gil, além de Augusto Boal são alguns dos artistas que cruzaram a vida de Carlos Marighella, cujas conexões são relatadas por Mário Magalhães no livro.
Figuras como Fidel Castro, Getúlio Vargas, Carlos Lamarca, João Goulart, Che Guevara, Luiz Carlos Prestes, Carlos Lacerda e Olga Benário também perpassam a vida, a obra e a militância de Marighella. Passagens pela prisão, resistência à tortura, assaltos a bancos (e a um trem pagador), tiroteios e espionagem internacional fazem parte da biografia deste homem que chegou a ser considerado o inimigo número um da ditadura militar. Se estivesse vivo, completaria neste mês 100 anos. O Estado brasileiro, por meio da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, reconheceu sua anistia post mortem. A Portaria 2.780/2012, que ratificou a decisão, foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 08 de novembro.
Recentemente lançado em outros estados, o livro já consta entre os mais vendidos do Brasil.
Mário Magalhães
Nasceu no Rio de Janeiro na primeira semana de abril de 1964. Formou-se em Jornalismo na Escola de Comunicação da UFRJ. Trabalhou nos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo, Tribuna da Imprensa e Folha de S. Paulo, diário do qual foi repórter especial, colunista e ombudsman. Recebeu mais de 20 prêmios, entre os quais o Grande Prêmio Esso de Jornalismo pelo trabalho “Caso PC: uma investigação sobre as mortes de Paulo César Farias e Suzana Marcolino”. Com investigações sistemáticas, contribuiu para desmontar a farsa da tese de que Suzana teria cometido suicídio depois de matar o ex-tesoureiro de Collor de Mello. Recebeu também: Every Human Has Rights Media Awards, Lorenzo Natali Prize, Prêmio Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Medalha Chico Mendes de Direitos Humanos, Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e Anistia, Prêmio AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Prêmio Folha de Reportagem, Prêmio Direitos Humanos-RS e Prêmio Dom Hélder Câmara de Imprensa (da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Veja o book trailer do livro
youtube.com/companhiadasletras
Entrevista de Marighella à Rádio Havana (1967)
Clip Mil faces de um homem leal, dos Racionais mc’s
PROGRAMAÇÃO: Semana Marighella
21/1119h - Abertura da Exposição Marighella - curadoria de Vladimir Sacchetta e Isa Ferraz, no Espaço Multiuso.
22/11
19h - Debate sobre Carlos Marighella, com as presenças do autor Mário Magalhães, do curador Vladimir Sacchetta e da cineasta Isa Ferraz, no Teatro Dragão do Mar
20h - Lançamento do livro “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo”, no hall do Teatro Dragão do Mar
23/11
19h - Exibição do documentário “Marighella”, com bate-papo com a cineasta Isa Ferraz, no Teatro Dragão do Mar
*todos os eventos têm entrada gratuita
Dando continuidade à programação do ciclo temático “Nós que Amávamos Tanto a Revolução”, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) realiza, de 21 a 23 de novembro de 2012, a Semana Marighella. Na ocasião, uma programação gratuita que tenta reconstituir a vida e a obra de Carlos Marighella, líder comunista, vítima de prisões e torturas na ditadura Vargas, parlamentar na Constituinte de 1946, guerrilheiro que atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre a década de 1930 e o ano de 1969, quando foi assinado numa emboscada em São Paulo. Mesmo após quarenta anos da sua morte, seu nome é cada vez mais lembrado como símbolo de resistência à ditadura no Brasil.
Na próxima quarta-feira (21), às 19h, no Espaço Multiuso do CDMAC, será aberta a exposição “Marighella”, com curadoria de Vladimir Sacchetta e Isa Ferraz. A mostra, que passou pelo Memorial da Resistência de São Paulo, traça o perfil e a trajetória de vida de Carlos Marighella apresentando cartas, livros, imagens de arquivo, iconografia variada, depoimentos, além de textos do próprio Marighella.hospedagem grátis de sites
Na quinta-feira (22), às 20h, no hall do Teatro Dragão do Mar, será lançado o livro “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo”. O lançamento será precedido de debate entre o autor Mário Magalhães, o curador Vladimir Sacchetta e a cineasta Isa Ferraz, que além de produzir o documentário “Marighella”, é sobrinha do guerrilheiro. O debate terá início às 19h.
Na sexta-feira (23), às 19h, no Teatro Dragão do Mar, os visitantes do CDMAC poderão assistir ao documentário “Marighella”, ocasião em que a cineasta Isa Ferraz fala sobre o processo de resgate histórico e afetivo desse personagem tão contraditório. Enquanto muitos o veem como um terrorista, relatos mostram um homem carinhoso, sensível e sonhador. “Ele entregou a vida por uma ideia”, afirma Isa Ferraz. A trajetória política e revolucionária de Marighella é destacada por contemporâneos do líder da Aliança Nacional Libertadora, como Armênio Guedes, ex-dirigente do PCB, o historiador Jacob Gorender e outros antigos militantes. A falta de imagens de Marighella em movimento é compensada por imagens de arquivo do período estudado e fotografias familiares. Muito material foi perdido durante as invasões policiais aos locais onde ele vivia, ou mesmo destruído por ele, por motivos de segurança. A música que encerra o filme foi composta pelo rapper Mano Brown.
Marighella – as conexões com o cinema: Glauber, Godard e Visconti
Os cineastas Glauber Rocha, Jean-Luc Godard e Luchino Visconti são alguns dos artistas que cruzaram a vida de Marighella. Em 1969, O brasileiro Glauber escreveu para Alfredo Guevara, presidente do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos (ICAIC): “O Brasil desperta com Marighela”. Glauber acabara de ganhar a Palma de Ouro em Cannes, com o filme “O dragão da maldade contra o Santo Guerreiro”, ocupando o cenário internacional do cinema.
Em contato com o francês Jean-Luc Godard e o italiano Luchino Visconti, Glauber falou da luta de Marighella. Convenceu-os de mandar dinheiro para luta do guerrilheiro contra a ditadura militar. Caetano e Gil, além de Augusto Boal são alguns dos artistas que cruzaram a vida de Carlos Marighella, cujas conexões são relatadas por Mário Magalhães no livro.
Figuras como Fidel Castro, Getúlio Vargas, Carlos Lamarca, João Goulart, Che Guevara, Luiz Carlos Prestes, Carlos Lacerda e Olga Benário também perpassam a vida, a obra e a militância de Marighella. Passagens pela prisão, resistência à tortura, assaltos a bancos (e a um trem pagador), tiroteios e espionagem internacional fazem parte da biografia deste homem que chegou a ser considerado o inimigo número um da ditadura militar. Se estivesse vivo, completaria neste mês 100 anos. O Estado brasileiro, por meio da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, reconheceu sua anistia post mortem. A Portaria 2.780/2012, que ratificou a decisão, foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 08 de novembro.
Recentemente lançado em outros estados, o livro já consta entre os mais vendidos do Brasil.
Mário Magalhães
Nasceu no Rio de Janeiro na primeira semana de abril de 1964. Formou-se em Jornalismo na Escola de Comunicação da UFRJ. Trabalhou nos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo, Tribuna da Imprensa e Folha de S. Paulo, diário do qual foi repórter especial, colunista e ombudsman. Recebeu mais de 20 prêmios, entre os quais o Grande Prêmio Esso de Jornalismo pelo trabalho “Caso PC: uma investigação sobre as mortes de Paulo César Farias e Suzana Marcolino”. Com investigações sistemáticas, contribuiu para desmontar a farsa da tese de que Suzana teria cometido suicídio depois de matar o ex-tesoureiro de Collor de Mello. Recebeu também: Every Human Has Rights Media Awards, Lorenzo Natali Prize, Prêmio Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Medalha Chico Mendes de Direitos Humanos, Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e Anistia, Prêmio AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Prêmio Folha de Reportagem, Prêmio Direitos Humanos-RS e Prêmio Dom Hélder Câmara de Imprensa (da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Veja o book trailer do livro
youtube.com/companhiadasletras
Entrevista de Marighella à Rádio Havana (1967)
Clip Mil faces de um homem leal, dos Racionais mc’s
PROGRAMAÇÃO: Semana Marighella
21/1119h - Abertura da Exposição Marighella - curadoria de Vladimir Sacchetta e Isa Ferraz, no Espaço Multiuso.
22/11
19h - Debate sobre Carlos Marighella, com as presenças do autor Mário Magalhães, do curador Vladimir Sacchetta e da cineasta Isa Ferraz, no Teatro Dragão do Mar
20h - Lançamento do livro “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo”, no hall do Teatro Dragão do Mar
23/11
19h - Exibição do documentário “Marighella”, com bate-papo com a cineasta Isa Ferraz, no Teatro Dragão do Mar
*todos os eventos têm entrada gratuita
IV Encontro
Nietzsche-Schopenhauer discute Ecologia
O Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura será
palco, de 20 a 24 de novembro, do IV Encontro Nietzsche-Schopenhauer, cujo tema
é “Ecologia cinza, natureza agônica”. A abertura, às 14h, será marcada pela
apresentação musical de Ayrton Pessoa e Paula Tesser. Sempre das 8h às 20h,
serão quatro dias de conferências e confraternizações, com a participação de
professores e pesquisadores da área da filosofia de todo o País, que possuem
interesse no pensamento dos alemães. Haverá, ainda, minicursos, palestras,
exposição de fotografias, mesas-redondas e conferências, todos com temas ligados
à Ecologia e à Natureza.
As inscrições para apresentação de trabalhos já foram
encerradas, mas ainda é possível participar do evento como ouvinte, se
inscrevendo pelo site (www.apoenafilosofia.org) ou na sala do Programa de
Educação Tutorial do Curso de Filosofia da UFC, das 9h às 12h e das 15h às 18h.
O evento é promovido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Nietzsche e
Schopenhauer (Apoena) com apoio do PET-Filosofia.
A festa de encerramento acontecerá dia 24, a partir das 22h,
na Praça dos Leões (Centro – Fortaleza).
iNFORMAÇÕES: PET do Curso de Filosofia da UFC – fone: 85
3366 7538.
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