sexta-feira, 4 de junho de 2010

CRÔNICAS, ARTIGOS

O QUE É MAIS IMPORTANTE PARA O POVO BRASILEIRO?

*Anderson Cavalcante

Uma pesquisa inédita do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), parte da segunda etapa do Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil 2009/2010, que ouviu 4 mil pessoas em mais de 300 municípios, descobriu que o valor mais enaltecido pelo povo brasileiro é o bem-estar dos próximos e da humanidade. Mesmo que isso não lhe pareça uma novidade, já que sempre ouvimos falar da cordialidade do nosso jeito de lidar com a vida, o que surpreende é que ele vem à frente, inclusive, da busca pelo poder, que ficou apenas em décimo lugar.

Na definição dos pesquisadores, o termo valor significa a crença capaz de influenciar pequenas decisões e grandes escolhas. Mais do que isso: cada circunstância da vida define os valores mais importantes para os indivíduos. Por isso, quando os estudiosos do Pnud cruzaram informações, chegaram a perfis bem característicos.

Apenas para citar alguns exemplos, vale dizer que as mulheres e os mais velhos são os mais solidários. Já os mais novos e que têm maior renda familiar cultuam a autopromoção como valor. As mães são mais conservadoras. E as pessoas com formação superior, filhas de mães graduadas, estão mais abertas a mudanças. De fato, a definição de valor não poderia ser outra, mas a felicidade e o amor, que são as bases para que o outro tenha bem estar, passaram a receber a devida valorização.

Afinal de contas, o que é mais importante em nossas vidas? Comprar o carro dos sonhos ou conquistar o amor da pessoa amada? Fazer um piquenique com a família em um parque tranqüilo ou ganhar um anel de brilhantes? Reflita e irá descobrir que não existem respostas corretas ou erradas. Na verdade, cada um chegará à sua própria verdade de acordo com valores que norteiam suas ações para alcançar a felicidade. Isso também é válido quando se fala em maneiras para fazer com que a pessoa amada sinta-se bem e realizada dentro de um relacionamento.

Contudo, ao contrário do que muitos pensam, fazer boas ações e priorizar o bem do próximo não significa tempo de dedicação. Pelo contrário, nesses casos estamos falando de qualidade do tempo que dedicamos a uma determinada atividade. Por isso, investir todo o seu salário na compra de um presente de encher os olhos e esvaziar os bolsos, por exemplo, não é sinônimo de que suas intenções vão gerar o resultado esperado. As coisas que realmente importam e que podem fazer você e o outro felizes, no geral, têm custo zero. Sendo didático, pense: quando seu filho te dá um beijo e um abraço apertado é neste momento que você percebe a razão pela qual saí todos os dias bem cedo para trabalhar e enfrenta as exigências de seu chefe?

E quando ampliamos este pensamento, de que pequenas atitudes são as que fazem a diferença, a esfera que engloba toda a sociedade, ou seja, que vai do individual ao coletivo, percebemos que é possível fazer muito mais pelas pessoas. Ao estabelecer metas que ampliam nossas ações para sermos mais solidários, a tendência é que este ideal de fazer o bem ao próximo seja aguçado, já que estaremos bem com nosso estado de espírito. Ou seja, não nos colocamos alheios aos problemas a nossa volta.

Sendo assim, nossa busca pela felicidade e o querer fazer bem ao próximo pode ser mais eficaz quando colocamos isso como metas reais em nossas vidas. Vejo com tristeza as pessoas que se dedicam inteiramente à vida profissional e aos seus problemas particulares e se esquecem de dar atenção à felicidade dos filhos, da família, e dos outros. Isso porque, nada precisa ser tão radical, certo? Traçar metas é o primeiro passo, agir vem logo depois. Assim, praticar a bondade com simplicidade pode fazer com que tenhamos mais oportunidades de colher bons frutos.

Bom é saber que, segundo pesquisa da ONU, o brasileiro agora busca uma vida com mais solidariedade, respeito ao próximo e estabilidade social. Afinal, segundo o estudo, conhecer o que pensamos e como queremos agir é tão importante quanto detalhar os indicadores de educação numa cidade – caminho certo para um país que quer ser e precisa ser mais democrático e social


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*Anderson Cavalcante É administrador de empresas com ênfase em Marketing e MBC pela University of Florida. É empresário e ministra palestra para as maiores empresas do país, que buscam realizar ações lucrativas, porém humanizadas. Foi reconhecido, em 2004, como o palestrante mais jovem do Brasil por realizar palestras para empresários n exterior, no evento Expo Business Japan. É autor dos best-sellers “O que realmente importa?”; “As coisas boas da vida”, lançado também na Europa, entre outras obras produzidas pela Editora Gente. No Brasil, seus livros já venderam mais de 370 mil exemplares. Para mais informações, acesse www.andersoncavalcante.com.br










DIAS FELIZES

Ricardo André Bessa


Tem uma frase de Shakespeare em Rei Lear que adoro: “espero que você fique sábio antes de ficar velho”. O que é a sabedoria? Hoje sai para caminhar cedo, mal o dia amanhecera. Estava frio. Quantas pessoas dormindo nas ruas. Em toda minha vida, nunca vi tantas nem em todos os lugares que passei. O que as pessoas fazem da vida é um enigma. Há muitos castelos de areia. As vezes, fico me perguntando qual é a história particular de cada um. Ando tentando fazer as coisas certas. O processo da paixão é maravilhoso nos românticos. Mas ninguém tem a certeza de nada. Luto para ser sábio, para que a paciência abunde em mim e vença as adversidades. A vida tem umas surpresas agradáveis e mesmo assim morro de medo das surpresas. Odeio aquela frase: não crie expectativas. Só quero um pouco mais de calor humano. E dar calor. E viver os momentos felizes. (ricardoandrebessasocialclub.blogspot.com)

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