segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

LIVROS FICÇÃO

Premiado dramaturgo estréia na literatura

Roteirista Francisco Azevedo faz romance sobre a imigração portuguesa

Primeiro romance a tratar da imigração portuguesa para o Brasil no século XX, O ARROZ DE PALMA narra a saga de uma família em busca de um futuro melhor, superando diversas dificuldades. Nos cem anos em que acompanhamos suas vidas, irmãos brigam e fazem as pazes. Uns casam-se e são felizes, outros se separam. Os filhos ora preocupam, ora dão satisfação. Tudo sempre acompanhado pelo arroz jogado sobre os noivos no casamento dos patriarcas, José Custódio e Maria Romana, em 1908. Grão que serve de fio condutor desta história, como migalhas de pão jogadas no labirinto da memória. O livro já está nas livrarias e o autor disponível para entrevistas.
Estréia na literatura do roteirista e dramaturgo Francisco Azevedo - autor das peças Unha e carne e A casa de Anais Nin, sucessos de público e crítica -, O ARROZ DE PALMA começa com Antônio, filho de José e Maria, aos 88 anos, preparando o almoço que será servido à família, finalmente reunida após muito tempo. Enquanto combina os ingredientes, vão se misturando em sua mente as histórias que Tia Palma, irmã de seu pai, lhe contava. Mitologias familiares, que gravitam em torno desse arroz e também em torno das dificuldades em se largar uma terra amada por um futuro duvidoso.
No casamento dos pais, em Viana do Castelo, norte de Portugal, seguindo a tradição, o casal saiu da igreja sob uma chuva de arroz. Recolhido por Palma, esses 12 quilos de arroz foram acompanhando a família, sendo fundamentais em vários momentos. Como quando, para tratar da infertilidade da cunhada e do irmão, Palma dá a ele um laxante e depois prepara uma canja com esse arroz. O mesmo que ela presenteia ao sobrinho Antônio no dia de seu casamento. Uma união selada num almoço em que a família serviu esse arroz com bacalhau.
O ARROZ DE PALMA é um romance delicado, que emociona e comove. Com um certo ar de Isabel Allende, a trama tem um forte componente sentimental. Uma nostalgia por um tempo em que a família abrigava as pessoas. Um ideal que, portugueses ou não, todos herdamos.
Francisco Azevedo é roteirista e dramaturgo. É autor das peças Unha e carne e A casa de Anais Nin, sucessos de público e crítica.

Nenhum comentário: