segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

CINEMA

Verdadeiro Oriente Médio

Filme “Rede de Mentiras”: ação e realidade sobre terroristas

Russel Crowe e DiCaprio em cena do novo filme de Ridley Scott. “Adoraria trabalhar com Walter Salles”, diz Leonardo

Na primeira vez em que trabalharam juntos, há 13 anos, Leonardo DiCaprio e Russell Crowe eram "dois neófitos" em Hollywood. Era o faroeste "Rápida e Mortal", de Sam Raimi, e ambos ficaram "quietinhos e com os olhos bem abertos, prestando atenção em tudo", conta DiCaprio. Hoje, muitos sucessos de bilheteria depois, eles são dois dos mais populares astros do cinema e voltam a dividir as telas no thriller "Rede de Mentiras", de Ridley Scott, que estreou sexta no Brasil. Na entrevista a seguir, DiCaprio, 34, afirma que o longa é um "filme permanente", já que é representativo da Era do Terror; revela ter vontade de trabalhar com Walter Salles e diz que os EUA estão atrasados oito anos em relação ao Brasil na questão da política energética.

O que o atraiu em "Rede de Mentiras"? Atuar em um thriller ou o aspecto político, já que a trama aborda a questão do terrorismo no Oriente Médio?

Leonardo DiCaprio - As duas coisas. Adoro o fato de que este é um filme permanente quando se pensa em interpretações no cinema da era do terror, é um símbolo das relações estabelecidas pelos EUA com os países do Oriente Médio. Ao mesmo tempo, não acho que o filme penda para uma seara política específica, não é panfletário.

O roteirista, William Monahan, é o mesmo de "Os Infiltrados", em que você atuou. É muito diferente ser dirigido por Ridley Scott e por Martin Scorsese?

DiCaprio - Sim. Não quero dizer que Ridley não seja meticuloso, mas Marty presta atenção a cada detalhe. E Ridley é um diretor que já edita em sua própria cabeça, controlando cinco ou seis câmeras. Ele sabe o que está acontecendo em cada câmera e confia muito em seu instinto. Já Marty requer um trabalho mais intenso do ator, ele estuda minuciosamente cada cena com uma grande antecedência. Agora, para o ator, creio, há benefícios nos dois estilos.

E como foi trabalhar em um filme mais lento, como "The Revolutionary Road" [drama em que atua com Kate Winslet e que estréia no Brasil em janeiro]?

DiCaprio - Foi o oposto. Quase que como filmar uma peça de teatro. Aliás, jamais tive uma experiência legítima no teatro, queria muito fazer um espetáculo off-Broadway, mais experimental. Passei um tempo enorme confinado com Kate Winslet e Sam Mendes em uma casa no subúrbio americano e no mês seguinte já estava correndo para cima e para baixo no Marrocos com Ridley enquanto helicópteros jogavam mísseis na minha cabeça. Nada mais diferente, mas esta é minha rotina nesta roda-gigante de Hollywood. Mas queria trabalhar com outros estilos de direção no cinema, fora dos EUA. Adoraria trabalhar com Ang Lee, Alejandro Iñárritu e Walter Salles. Quem sabe eles não surjam com um projeto com algum lugar para mim?

Você dirigiu "A Última Hora", focado no aquecimento global. Pensa em fazer outro?

DiCaprio - Vou editar uma campanha viral, uma propaganda com celebridades voltada para a internet, convocando os jovens a votarem [a entrevista foi realizada em setembro]. Mas já que você mencionou "A Última Hora", preciso dizer que tenho a maior admiração pela maneira como o Brasil lida com energias alternativas. Vocês são pioneiros. Se os EUA tivessem feito um terço do que vocês fizeram não estaríamos mais tão dependentes da exportação de petróleo. Quando eu filmava "Rede de Mentiras", ficou claro que as guerras que estamos lutando têm tanto a ver com o combate ao terrorismo quanto com a necessidade de assegurar o abastecimento de petróleo. E a política energética do Brasil é um exemplo para todos. Estamos oito anos atrasados em relação a vocês.





Ridley Scott vai adaptar o jogo "Banco Imobiliário" para o cinema

O diretor britânico Ridley Scott foi escalado para levar para as telonas um filme baseado no tradicional jogo de tabuleiro "Banco Imobiliário".
A recomendação é para que ele faça um filme futurista como em uma de suas principais obras, o cult "Blade Runner - O Caçador de Andróides".
Scott terá a missão de colocar nas telas o roteiro de Pamela Pettler, a mesma de "A Noiva Cadáver".
O acordo foi firmado entre a fabricante de jogos de tabuleiro Hasbro e o estúdio Universal. Antes de "Banco Imobiliário", outro jogo da Hasbro acabou virando filme: "Transformers".
A Universal também trabalha com a Hasbro em outros filmes. Michael Bay --diretor de "Transformers"-- está cuidando da adaptação do "Jogo do Copo", enquanto "Batalha Naval" também deve sair dos tabuleiros para as telas.
O retorno
No mês passado, Scott já havia dito que voltaria a fazer ficção-científica. Ele vai dirigir "The Forever War", baseado no romance homônimo de Joe Haldeman.
Segundo a revista "Variety", Scott pretendia ter filmado a adaptação após rodar "Alien" e "Blade Runner", em 1979 e 1982, respectivamente, mas problemas relacionados aos direitos do livro retardaram esses planos por mais de duas décadas.
"Tentei fazer 'The Forever War' há 25 anos e gosto muito do livro, que me parece ainda mais relevante desde então", disse o cineasta à revista.

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