domingo, 3 de fevereiro de 2013

ARTES PLÁSTICAS, ARQUITETURA, DESIGN

Exposição coletiva destaca “sites specifics” de quatro artistas no Centro Cultural BNB

O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abriu a exposição coletiva “Specific”, com curadoria de Jared Domício, e participação dos artistas Teresa Dequinta (CE), Francisco de Almeida (CE), Paulo Jorge Gonçalves (RJ) e Naiana Magalhães (CE). Com entrada franca, a exposição ficará em cartaz até o próximo dia 02 de março (local e horários de visitação: andar térreo do CCBNB-Fortaleza, terça-feira a sábado, de 10h às 20h).
O termo site specific, no campo da arte, é utilizado para designar trabalhos que têm relação direta com os contextos em que são produzidos, onde a circunstância de realização do trabalho é um dado fundamental para sua existência. Alguns artistas se utilizam da estrutura dos espaços físicos como referência, outros de informações políticas, culturais e sociais dos lugares tomados como condição para a execução da obra.
A exposição aqui apresentada é fruto do desafio de pensar e experimentar contextos particulares propostos por quatro artistas que possuem, em sua trajetória poética, um gosto por uma investigação pautada por desafios instigados por seus processos criativos em relação aos espaços expositivos. Não propomos um formato definitivo, mas uma exposição em estado de latência que poderia mudar a cada nova montagem devido ao caráter de mutação dos próprios trabalhos frente ao contexto com o qual são colocados a dialogar.
A artista Tereza Dequinta constrói seus desenhos a partir de suas histórias pessoais. Elabora, desenha, pinta e em alguns pontos-feridas borda com linhas que escapam da superfície da pintura e soltam-se no espaço expositivo em atitude de relação e presença com o lugar que ocupa.
Em outro ponto, o artista Francisco de Almeida busca o ar para pensar seu trabalho em xilogravura. A leveza das formas nos leva a pensar não nas imagens individuais, mas no conjunto de xilo-bandeiras que tomam o espaço numa instalação que faz lembrar as festas populares e ao mesmo tempo que nos envolve em outro estado de percepção por estar sob uma rede de impressões que nos trazem outras leituras sobre as imagens tradicionais, assim como o artista Paulo Jorge Gonçalves, que também utiliza a xilogravura como matriz do seu trabalho.
Neste caso, vemos a impressão cortada e colada na parede de forma similar a dos cartazes de rua, tomam o espaço de forma rizomática e adequam-se ao lugar de maneira orgânica. As formas lembram hemácias e outros componentes sanguíneos dispostos como um fluxo corrente.
A artista Naiana Magalhães nos leva a um universo de pequenas trajetórias, onde fragmentos de percurso foram observados e registrados pela artista. As fotografias nos mostram as fronteiras entre ambientes frequentados pela artista e o vídeo nos traz, de forma muito sutil, uma experiência de percurso de um terreno inóspito.
Olhar para esse universo de ideias também requer uma predisposição para estar atento a outras formas de perceber e se fazer consciente do espaço que cada indivíduo ocupa na galeria, na cidade, no mundo.

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