Atrizes com medo da violência no Rio
As atrizes Giulia Gam e Ingrid Guimarães, que estão com medo de voltar ao Rio após onda de ataques na cidade
Giulia Gam apresentou a distribuidores o filme "Assalto ao Banco Central" na quinta-feira (25) no Festival de Cinema de Búzios.
Com medo da onda de violência no Rio, a atriz disse que esticaria o final de semana no litoral fluminense.
A colega dela, Ingrid Guimarães, também pensou em desistir de voltar ao Rio.
Mas foi obrigada a fazer a viagem porque tinha sessões da peça "Cócegas" em um teatro perto da Rocinha.
Editor é demitido por fazer matéria sobre livro que fala de Marxismo
No momento em que a grande mídia distorce e critica o projeto de indicação aprovado na Assembleia Legislativa do Ceará, que propõe a criação do Conselho Estadual de Comunicação - sob a alegação de que vai "cercear a liberdade de expressão"¬ -, o jornal Diário do Nordeste demitiu de forma arbitrária, no último dia 18 de outubro, o jornalista Dalwton Moura, por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX.
O caderno especial, de seis páginas, foi considerado pela direção da empresa "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual”. Tendo, entre outras fontes, o filósofo Michael Löwi, que estaria em Fortaleza para lançar o livro "Revoluções" (com imagens que marcaram os movimentos contestatórios decisivos para a história dos últimos dois séculos), a matéria foi pautada pelo editor-chefe do jornal, Ildefonso Rodrigues, tendo sido sugerida pela historiadora e professora Adelaide Gonçalves, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No entanto, ao comunicar a demissão do jornalista, o editor-chefe se limitou a dizer que "não sabia o conteúdo da reportagem até vê-la publicada".
O caso do jornalista Dalwton Moura não se trata de demissão por delito de opinião, pois ele não emitiu, em qualquer momento, juízo de valor sobre o conteúdo da pauta. Perdeu o emprego muito menos por incompetência ou negligência na sua função. Ironicamente, o trabalhador foi dispensado simplesmente por cumprir uma pauta que, depois de publicada, percebeu-se ser contra os interesses da empresa. A direção do jornal não pode alegar, no entanto, que desconhecia o conteúdo da matéria, pois além de ter sido pautado pelo editor-chefe, o assunto foi relatado em, pelo menos, quatro reuniões de pauta que antecederam sua publicação.
A demissão do então editor do Caderno 3 expõe o abismo entre o discurso da grande mídia conservadora, que se diz ameaçada em sua liberdade de expressão ¬- ¬inclusive atacando com este falso argumento o projeto do Conselho de Comunicação do Estado -, e suas práticas cotidianas, restritivas ao exercício profissional dos jornalistas, bem como à livre opinião de colaboradores e leitores.
"O Sindicato dos Jornalistas do Ceará protesta contra esta demissão arbitrária e mantém sua luta pela verdadeira liberdade de expressão para os jornalistas e para todos os brasileiros, manifestada em projetos como o do Conselho de Comunicação", afirma o presidente do Sindjorce, Claylson Martins.
Elenco da Rede Globo realiza sonhos na campanha de final de ano
“Realizar sonhos é mais simples do que você imagina.” Com este mote, entra no ar, a partir do próximo domingo, dia 28, a campanha de final de ano da Rede Globo.
Os filmes de 30’ mostram artistas e jornalistas da emissora presenteando crianças, adolescentes e adultos que fizeram seus pedidos para este Natal, por meio de cartas.
Sem que soubessem que era uma iniciativa da Globo, foram pedidas cartas com "sonhos de Natal" em Espaços Criança Esperança, comunidades e hospitais pelo país. A escolha foi feita de forma aleatória, procurando contemplar justamente os desejos mais simples.
Os escolhidos só descobriram do que se tratava com a chegada de surpresa das nossas equipes.
Participam da campanha: Gabriela Duarte e Bruno Gagliasso; Alexandre Borges e Murilo Benício; Glenda kozlowski e Thiago Leifert; Zeca Camargo e Patrícia Poeta; Tarcísio Meira e Glória Menezes; Thaís Araújo e Lázaro Ramos; Cleo Pires e Murilo Rosa; Renato Aragão e Xuxa; Marcius Melhem e Leandro Hassum; e Marieta Severo e Marco Nanini.
Ao todo serão 10 filmes, que ficam no ar até o dia 6 de janeiro de 2011.
Chama a Olga!!!
Ela já treinou ministros como Gilberto Carvalho e Márcio Thomaz Bastos em crises; ajudou Lula em 2006 e foi peça-chave na eleição de Dilma Rousseff. Olga Curado agora vai escrever um livro
A jornalista Olga Curado dá uma chave de braço em Lula e tenta enforcá-lo. É outubro de 2006: ele tenta se reeleger. Enfrenta Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e teme os debates do segundo turno da campanha eleitoral. Contratada para "tirar a trava" do presidente, Olga usa o aikido, uma arte marcial, para ilustrar os conceitos que quer transmitir ao candidato. No caso: "Não vai ao debate? Não adianta: o debate vai vir atrás "d'ocê". Não dá pra fugir", diz ela, com forte sotaque de Goiás, onde nasceu.
Já naquele tempo, Olga era velha conhecida do PT. Tinha usado seu método, que mistura princípios do aikido, da Gestalt, do budismo, de meditação e do jornalismo, para treinar Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, em depoimentos sobre o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André. Orientou Luiz Gushiken quando depôs na CPI do mensalão. Fez "media training" com o então ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, quando ele falou da quebra do sigilo do caseiro Francenildo no Congresso.
"Ela fez perguntas duríssimas. Gravou minhas respostas e me mostrou. Uma lástima! Eu repetia as coisas, não terminava o raciocínio, emendava uma frase com outra", diz Bastos. Olga deu a ele "dicas de postura": colocar as mãos sobre a mesa para mostrar firmeza; não desviar do olhar do interlocutor. "Quem passa pela Olga enfrenta qualquer coisa."
Dilma Rousseff foi apresentada a Olga, que a orientou na crise dos cartões corporativos, quando a Casa Civil, que comandava, foi acusada de fazer dossiê sobre os gastos da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Aprovou o método. Neste ano, a jornalista foi convocada para trabalhar na campanha eleitoral.
Ajoelhada no tatame de seu escritório, na Vila Mariana, Olga conta que vai lançar um livro, em março, para contar suas experiências. Diz que já derrubou muitos clientes com o aikido. Mas poupou Lula e Dilma, pois é preciso "respeitar os limites de cada um". Com eles, usou movimentos mais delicados para transmitir conceitos.
"No caso do Lula, eu precisava mostrar que aquilo [debate com Alckmin] não era um bicho de sete cabeças e que ele não ia se dar mal."
Olga tenta então dar um soco na barriga da colunista. Quase acerta. "Se você tentar se proteger com as mãos, está perdida", ensina. "Mas, se simplesmente desviar [o corpo], o outro não te acerta." E segue, como se falasse com Lula: "O Alckmin chega para te atacar. De que adianta resistir? Deixa ele chegar perto, onde você tem o controle da situação. E, então, desvia." A essência do aikido é jamais atacar, mas sim responder às agressões desarmando os golpes. "Eu me preservo. E sobrevivo", diz Olga.
"O aikido é a estratégia. A Gestalt te dá o aqui, agora: "Estou alerta, eu durmo de olhos abertos". E o budismo te mostra que não existe nada importante em si -nós é que damos importância às coisas." Um debate com Alckmin, portanto, não era "tão importante assim".
Os mesmos ensinamentos serviram para Dilma. Olga participou de todos os treinamentos da petista para os debates com José Serra (PSDB-SP). Mas, ao contrário de Lula, Dilma era até tranquila. "Ela foi presa e torturada. Na hora da dificuldade, busca nela mesma um espaço de tranquilidade." O problema principal era outro.
A candidata não conseguia se expressar com clareza. "A imagem de arrogância surge também quando você fala difícil e as pessoas não compreendem", diz Olga. Dilma respondia a qualquer pergunta com frases longas. "Ela tem que explicar, historiar, fundamentar, construir todas as premissas para apresentar uma solução. Só que o público, a imprensa, não têm tempo de ouvir. Ela teve que inverter a pirâmide." Juntas, as duas liam e reliam textos em voz alta, faziam exercícios respiratórios, simulavam entrevistas.
Olga segura o pulso da colunista e pede que tente se desvencilhar. É impossível. Pede então que, ainda "presa", passe as mãos na cabeça. Sim, é possível. Este é outro ensinamento passado a Dilma: "O ponto de atrito é o menor ponto de contato. Você simplesmente esquece o ponto em que estão te enchendo o saco e vai fazer o que te interessa. Tenho como me movimentar. Por que vou ficar na agenda do outro?"
Ela foi repórter de alguns dos principais jornais do país e também na TV Globo. Cobriu os governos militares (foi Olga quem arrancou do presidente João Figueiredo a declaração de que preferia o cheiro do cavalo ao do povo). Há dez anos, passou a assessorar empresas que atravessavam crises de imagem. Nesta época, começou a fazer aikido. Fascinada pelos conceitos da arte marcial, passou a aplicá-los no aconselhamento de clientes. Acabou criando um método.
Olga já foi solicitada para orientar executivos da TAM na época do acidente de 2007. Treinou executivos da Basf e da SulAmérica Seguros. Já foi procurada até por Gugu Liberato.
O apresentador perdeu o eixo quando seu programa levou ao ar, no SBT, uma entrevista falsa do PCC, em 2003. "Mesmo uma pessoa experiente, sob ataque numa situação adversa, às vezes não sabe o que fazer", diz Olga. Empurrando Gugu com força, ela mostrou a ele que era melhor dar uma cambalhota e se levantar logo para seguir em frente. "Ao invés de resistir, de negar e de fugir, ele deveria assumir sua responsabilidade de uma vez. Cair, sabendo como cair. E como? Protegendo a cabeça. Olhando para o umbigo, que é de onde eu vim, para não me machucar."
No ano passado, Olga foi contratada por uma das empresas envolvidas na confecção das provas do Enem, que vazaram, para treinar o executivo que seria o porta-voz da empresa. Jovem, faixa preta de jiu-jitsu, ele chegou ao escritório dela cheio de confiança. A jornalista o surpreendeu com um golpe que o jogou na parede. "A Olga mostrou de cara que ele seria massacrado se continuasse com aquela postura", diz Ricardo Kauffman, sócio dela.
Olga resume o método em três palavras: base, "onde você põe o pé, as coisas que te conectam", eixo e "foco". Mostra um boneco de João Bobo, com cara de palhaço, e outro, do Super-Homem. O João tem uma base larga. Olga o estapeia. Ele balança, mas não cai. "Ele tem base, flexibilidade e eixo." Já o herói, com ombros largos e pés pequenos, não para em pé. "Ele é tão grande e cheio de si que perde o contato com a realidade." Muitos de seus clientes, diz ela, adoram ser Super-Homem. "Eu digo: "Cê" se prepara. Porque "cê" vai cair, meu bem!".
O caderno especial, de seis páginas, foi considerado pela direção da empresa "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual”. Tendo, entre outras fontes, o filósofo Michael Löwi, que estaria em Fortaleza para lançar o livro "Revoluções" (com imagens que marcaram os movimentos contestatórios decisivos para a história dos últimos dois séculos), a matéria foi pautada pelo editor-chefe do jornal, Ildefonso Rodrigues, tendo sido sugerida pela historiadora e professora Adelaide Gonçalves, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No entanto, ao comunicar a demissão do jornalista, o editor-chefe se limitou a dizer que "não sabia o conteúdo da reportagem até vê-la publicada".
O caso do jornalista Dalwton Moura não se trata de demissão por delito de opinião, pois ele não emitiu, em qualquer momento, juízo de valor sobre o conteúdo da pauta. Perdeu o emprego muito menos por incompetência ou negligência na sua função. Ironicamente, o trabalhador foi dispensado simplesmente por cumprir uma pauta que, depois de publicada, percebeu-se ser contra os interesses da empresa. A direção do jornal não pode alegar, no entanto, que desconhecia o conteúdo da matéria, pois além de ter sido pautado pelo editor-chefe, o assunto foi relatado em, pelo menos, quatro reuniões de pauta que antecederam sua publicação.
A demissão do então editor do Caderno 3 expõe o abismo entre o discurso da grande mídia conservadora, que se diz ameaçada em sua liberdade de expressão ¬- ¬inclusive atacando com este falso argumento o projeto do Conselho de Comunicação do Estado -, e suas práticas cotidianas, restritivas ao exercício profissional dos jornalistas, bem como à livre opinião de colaboradores e leitores.
"O Sindicato dos Jornalistas do Ceará protesta contra esta demissão arbitrária e mantém sua luta pela verdadeira liberdade de expressão para os jornalistas e para todos os brasileiros, manifestada em projetos como o do Conselho de Comunicação", afirma o presidente do Sindjorce, Claylson Martins.
Elenco da Rede Globo realiza sonhos na campanha de final de ano
“Realizar sonhos é mais simples do que você imagina.” Com este mote, entra no ar, a partir do próximo domingo, dia 28, a campanha de final de ano da Rede Globo.
Os filmes de 30’ mostram artistas e jornalistas da emissora presenteando crianças, adolescentes e adultos que fizeram seus pedidos para este Natal, por meio de cartas.
Sem que soubessem que era uma iniciativa da Globo, foram pedidas cartas com "sonhos de Natal" em Espaços Criança Esperança, comunidades e hospitais pelo país. A escolha foi feita de forma aleatória, procurando contemplar justamente os desejos mais simples.
Os escolhidos só descobriram do que se tratava com a chegada de surpresa das nossas equipes.
Participam da campanha: Gabriela Duarte e Bruno Gagliasso; Alexandre Borges e Murilo Benício; Glenda kozlowski e Thiago Leifert; Zeca Camargo e Patrícia Poeta; Tarcísio Meira e Glória Menezes; Thaís Araújo e Lázaro Ramos; Cleo Pires e Murilo Rosa; Renato Aragão e Xuxa; Marcius Melhem e Leandro Hassum; e Marieta Severo e Marco Nanini.
Ao todo serão 10 filmes, que ficam no ar até o dia 6 de janeiro de 2011.
Chama a Olga!!!
Ela já treinou ministros como Gilberto Carvalho e Márcio Thomaz Bastos em crises; ajudou Lula em 2006 e foi peça-chave na eleição de Dilma Rousseff. Olga Curado agora vai escrever um livro
A jornalista Olga Curado dá uma chave de braço em Lula e tenta enforcá-lo. É outubro de 2006: ele tenta se reeleger. Enfrenta Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e teme os debates do segundo turno da campanha eleitoral. Contratada para "tirar a trava" do presidente, Olga usa o aikido, uma arte marcial, para ilustrar os conceitos que quer transmitir ao candidato. No caso: "Não vai ao debate? Não adianta: o debate vai vir atrás "d'ocê". Não dá pra fugir", diz ela, com forte sotaque de Goiás, onde nasceu.
Já naquele tempo, Olga era velha conhecida do PT. Tinha usado seu método, que mistura princípios do aikido, da Gestalt, do budismo, de meditação e do jornalismo, para treinar Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, em depoimentos sobre o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André. Orientou Luiz Gushiken quando depôs na CPI do mensalão. Fez "media training" com o então ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, quando ele falou da quebra do sigilo do caseiro Francenildo no Congresso.
"Ela fez perguntas duríssimas. Gravou minhas respostas e me mostrou. Uma lástima! Eu repetia as coisas, não terminava o raciocínio, emendava uma frase com outra", diz Bastos. Olga deu a ele "dicas de postura": colocar as mãos sobre a mesa para mostrar firmeza; não desviar do olhar do interlocutor. "Quem passa pela Olga enfrenta qualquer coisa."
Dilma Rousseff foi apresentada a Olga, que a orientou na crise dos cartões corporativos, quando a Casa Civil, que comandava, foi acusada de fazer dossiê sobre os gastos da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Aprovou o método. Neste ano, a jornalista foi convocada para trabalhar na campanha eleitoral.
Ajoelhada no tatame de seu escritório, na Vila Mariana, Olga conta que vai lançar um livro, em março, para contar suas experiências. Diz que já derrubou muitos clientes com o aikido. Mas poupou Lula e Dilma, pois é preciso "respeitar os limites de cada um". Com eles, usou movimentos mais delicados para transmitir conceitos.
"No caso do Lula, eu precisava mostrar que aquilo [debate com Alckmin] não era um bicho de sete cabeças e que ele não ia se dar mal."
Olga tenta então dar um soco na barriga da colunista. Quase acerta. "Se você tentar se proteger com as mãos, está perdida", ensina. "Mas, se simplesmente desviar [o corpo], o outro não te acerta." E segue, como se falasse com Lula: "O Alckmin chega para te atacar. De que adianta resistir? Deixa ele chegar perto, onde você tem o controle da situação. E, então, desvia." A essência do aikido é jamais atacar, mas sim responder às agressões desarmando os golpes. "Eu me preservo. E sobrevivo", diz Olga.
"O aikido é a estratégia. A Gestalt te dá o aqui, agora: "Estou alerta, eu durmo de olhos abertos". E o budismo te mostra que não existe nada importante em si -nós é que damos importância às coisas." Um debate com Alckmin, portanto, não era "tão importante assim".
Os mesmos ensinamentos serviram para Dilma. Olga participou de todos os treinamentos da petista para os debates com José Serra (PSDB-SP). Mas, ao contrário de Lula, Dilma era até tranquila. "Ela foi presa e torturada. Na hora da dificuldade, busca nela mesma um espaço de tranquilidade." O problema principal era outro.
A candidata não conseguia se expressar com clareza. "A imagem de arrogância surge também quando você fala difícil e as pessoas não compreendem", diz Olga. Dilma respondia a qualquer pergunta com frases longas. "Ela tem que explicar, historiar, fundamentar, construir todas as premissas para apresentar uma solução. Só que o público, a imprensa, não têm tempo de ouvir. Ela teve que inverter a pirâmide." Juntas, as duas liam e reliam textos em voz alta, faziam exercícios respiratórios, simulavam entrevistas.
Olga segura o pulso da colunista e pede que tente se desvencilhar. É impossível. Pede então que, ainda "presa", passe as mãos na cabeça. Sim, é possível. Este é outro ensinamento passado a Dilma: "O ponto de atrito é o menor ponto de contato. Você simplesmente esquece o ponto em que estão te enchendo o saco e vai fazer o que te interessa. Tenho como me movimentar. Por que vou ficar na agenda do outro?"
Ela foi repórter de alguns dos principais jornais do país e também na TV Globo. Cobriu os governos militares (foi Olga quem arrancou do presidente João Figueiredo a declaração de que preferia o cheiro do cavalo ao do povo). Há dez anos, passou a assessorar empresas que atravessavam crises de imagem. Nesta época, começou a fazer aikido. Fascinada pelos conceitos da arte marcial, passou a aplicá-los no aconselhamento de clientes. Acabou criando um método.
Olga já foi solicitada para orientar executivos da TAM na época do acidente de 2007. Treinou executivos da Basf e da SulAmérica Seguros. Já foi procurada até por Gugu Liberato.
O apresentador perdeu o eixo quando seu programa levou ao ar, no SBT, uma entrevista falsa do PCC, em 2003. "Mesmo uma pessoa experiente, sob ataque numa situação adversa, às vezes não sabe o que fazer", diz Olga. Empurrando Gugu com força, ela mostrou a ele que era melhor dar uma cambalhota e se levantar logo para seguir em frente. "Ao invés de resistir, de negar e de fugir, ele deveria assumir sua responsabilidade de uma vez. Cair, sabendo como cair. E como? Protegendo a cabeça. Olhando para o umbigo, que é de onde eu vim, para não me machucar."
No ano passado, Olga foi contratada por uma das empresas envolvidas na confecção das provas do Enem, que vazaram, para treinar o executivo que seria o porta-voz da empresa. Jovem, faixa preta de jiu-jitsu, ele chegou ao escritório dela cheio de confiança. A jornalista o surpreendeu com um golpe que o jogou na parede. "A Olga mostrou de cara que ele seria massacrado se continuasse com aquela postura", diz Ricardo Kauffman, sócio dela.
Olga resume o método em três palavras: base, "onde você põe o pé, as coisas que te conectam", eixo e "foco". Mostra um boneco de João Bobo, com cara de palhaço, e outro, do Super-Homem. O João tem uma base larga. Olga o estapeia. Ele balança, mas não cai. "Ele tem base, flexibilidade e eixo." Já o herói, com ombros largos e pés pequenos, não para em pé. "Ele é tão grande e cheio de si que perde o contato com a realidade." Muitos de seus clientes, diz ela, adoram ser Super-Homem. "Eu digo: "Cê" se prepara. Porque "cê" vai cair, meu bem!".
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