terça-feira, 4 de maio de 2010

CINEMA



Adaptação de "O Fantasma" dirigida por Polanski estreia no Brasil


Diretor finalizou seu filme preso na Suíça

>Ewan McGregor estrela adaptação do thriller "O Fantasma" dirigida por Roman Polanski; diretor ganhou Urso de Prata em Berlim 2010; a atriz Kim Catrall, de "Sex and the City", também participa da trama

Quando o novo filme de Roman Polanski, "O Escritor Fantasma" foi apresentado no Festival de Berlim de 2010 todas as atenções do evento estavam voltadas pare ele. Especialmente pela ausência do diretor, em prisão domiciliar para responder a acusações de pedofilia.
O longa chega nesta sexta-feira (28) aos cinemas brasileiros após ser premiado com o Urso de Prata de melhor diretor. No evento, foi representado pelos produtores, pelos atores Ewan McGregor e Pierce Brosnan e pelo roteirista Robert Harris.

Harris é, também, o autor do livro que deu origem ao filme. "O Fantasma" foi oferecido desde o início para Polanski adaptar, mas o interesse só surgiu após o volume ficar pronto. As acusações e o pedido de extradição ocorreram quando "O Escritor Fantasma" estava sendo finalizado.



A trama acompanha o escritor fantasma contratado para escrever a autobiografia do ex-primeiro-ministro britânico. Com a imagem abalada após atentados terroristas, Adam Lang tenta recuperar o trabalho de dez anos na política.

Com o prazo apertado para finalizar o livro, escritor, político e a esposa exilam-se em uma casa de veraneio a fim de cumprir o contrato. O que os impede de terminar o trabalho é a sequência de mistérios que se sucedem após a morte do primeiro contratado, que não foi explicada.

Escrito como um exercício de ficção, livro e filme acabaram se tornando síntese da situação política mundial, com guerras e conflitos surgindo juntamente com denúncias de abusos na luta contra o terror.








Mulheres de "Sex and The City" entram em crise com a velhice e a continuação do filme

O que fazer se você é linda, rica e casada com o homem dos seus sonhos? Entrar em crise e achar que existe algo de errado, claro. Sim, isso poderia acontecer com qualquer mulher. E é esse o mote principal de "Sex and the City 2".

> Samantha, Carrie, Miranda e Charlotte são convidadas para uma estadia em Abu Dhabi

A crise é vivida por Carrie, a escritora simpática e meio desmiolada que virou ícone e referência de mulher dos anos 2000. O problema é que a crise de Carrie tem a profundidade de uma caixa de sapatos Manolo Blahnik, os preferidos dela.

Como resolver a crise dos dois anos de casamento? O que fazer se ele vê televisão demais e não gosta de sair? Isso poderia, sim, servir de conversa entre amigas. E até de enredo para um episódio de seriado. Mas no caso de um filme, fica difícil. Principalmente porque Carrie tem essa crise em um apartamento deslumbrante, envolta em uma vida que, de tão aparentemente perfeita, chega a ser enjoativa.

O que existia de simpático em Carrie e suas três amigas (Miranda, Charlotte e Samantha), parece ter diminuído com o tempo. As moças, que levavam uma vida meio errante e nada perfeita, criavam uma identificação imediata com mulheres do mundo todo. Hoje, aos 40 e poucos anos, as personagens estão mais para "família-margarina-rica-descolada." E como nem todo mundo (ou ninguém) tem vidas tão "bem decoradas", a identificação fica difícil.



O primeiro filme do seriado já havia resolvido todos os conflitos das personagens. Carrie casou com Mr. Big. Miranda entrou em crise no casamento, mas voltou para o marido. Charlotte virou mãe e Samantha permaneceu solteira.

O que sobrou para "Sex and The City 2?" Roupas incríveis e quase nenhum conflito. O grande drama do filme é a tal crise de Carrie. Fora isso, Samantha, a mais velha do grupo, está na menopausa. A personagem é uma das melhores do filme e anda carregada de pílulas para evitar os tals "calores" e o fim do seu desejo sexual (que continua ali, ufa!). Charlotte enfrenta dificuldades como mãe de duas filhas e percebe que seu mundo de cupcakes não é assim tão perfeito. E miranda, a mais "real" das quatro, está com problemas com um chefe. E só.

Se não existem grandes conflitos, melhor resolver o problema exibindo um figurino incrível e os tais apartamentos maravilhosos. Sim, como desfile de moda e revista de decoração, "Sex and The City 2" funciona super bem.

E também como programa de turismo, já que na falta de acontecimentos, elas viajam juntas para um país árabe e até andam de camelo no deserto (é sério). Elas se surpeendem com as mulheres de burca, até que percebem que elas usam roupas de grife por baixo. Como se só a moda e o consumo causasse identificação entre as mulheres de culturas diferentes.

Apesar de ainda guardarem um resto de simpatia, as personagens de "Sex and The City" envelheceram mal. Não no sentido estético, pelo contrário. Mas a vida poderia ser tão interessante quanto as roupas que elas usam. Ah, poderia.









Um novo pesadelo?

Diretor diz estar orgulhoso da nova versão de Freddy Krueger

Elogiada pela crítica e fãs, a nona encarnação de "A Hora do Pesadelo" é a "abordagem mais sombria e contemporânea da lenda de Freddy Krueger". Essa é a definição do diretor do filme, Samuel Bayer. Essa nova trajetória do rosto deformado mais famoso do cinema é motivo de orgulho para o diretor. Já o próprio Krueger, vivido por Jackie Earle Haley, cita um "terror psicológico" da produção. "Os personagens são muito bons de multidimensionais. Você se importa com eles. Então, quando as coisas começam a acontecer, tudo tem um significado maior."


O remake de "A Hora do Pesadelo" estreia nesta semana no Multiplex UCI Ribeiro Iguatemi. Jackie Earle Haley é conhecido por personagens perturbadores, como o pedófilo Ronnie, de "Pecados Íntimos" (pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante), o louco George, de "Ilha do Medo", e o vingativo Rorschach, de "Watchmen".

Já o diret
or Samuel Bayer é o responsável por vídeos emblemáticos do rock dos anos 90, como "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana, e "Bullet with Butterfly Wings", do Smashing Pumpkins.






De volta a guerra

Depois de “Guerra ao Terror”, Iraque volta a telona com “Zona Verde”

> Filme repete parceria do ator Matt Damon e Paul Greengrass, de “A Supremacia Bourne

Ao suspeitar que existiam armas de destruição em massa no Iraque, o governo americano usou uma justificativa alentadora para invadir o país. Muita gente desconfiou disso. Em "Zona Verde", de Paul Greengrass, que entra em cartaz hoje no Multiplex UCI Ribeiro Iguatemi, o protagonista é um oficial do Exército ianque (Matt Damon) que não aceita essa versão e faz de tudo para colocá-la abaixo.



É um filme corajoso e alucinante do diretor de "A Supremacia Bourne" (2004) e de "United 93" (2006). A câmera é trepidante, os planos duram segundos e o campo de batalha é tomado pelo caos.

Damon interpreta Roy Miller, um subtenente enviado ao Iraque para verificar depósitos que supostamente abrigam armas letais.
Ele não acha o que as autoridades procuram. E, em vez de ficar calado, desafia uma verdade que vinha sendo apregoada em jornais do mundo. Ao seu lado, Miller tem um agente da CIA. Contra ele, está um chefão do Pentágono.
Greengrass dá ao longa uma cara de documentário, o que torna muito verossímil a ação. E combina com maestria o real e a ficção num "thriller" com perseguições, tiroteios e uma audaciosa mensagem política.












Um filme pós apocalíptico

“A Estrada”. Pai e filho tentam manter a chama do amor e esperança após o fim do mundo


Em "A Estrada", o apocalipse é apenas pano de fundo para um conto moral, dentro de uma história de amor entre pai e filho. "É a dimensão humana que me interessa no espetáculo de destruição", explica o diretor australiano John Hillcoat, 48.

O longa-metragem, que está em cartaz no Multipllex UCI Ribeiro Iguatemi, foge do gênero filme-catástrofe de "2012" ou da caricatura de fim de mundo de "Zumbilândia", ainda que tenha também seus zumbis e canibais próprios.

A história é baseada na obra de mesmo nome do autor americano Cormac McCarthy, vencedora do prêmio Pulitzer de literatura em 2006. O ator Viggo Mortensen faz o pai que perambula pelos EUA ao lado do filho (Kodi Smit-McPhee), em direção ao mar, num território devastado, cinza, quase preto e branco, enfrentando situações de embate entre bem e mal --como quando o menino tenta ajudar um velho solitário (Robert Duvall) e o pai hesita.



"Para mim, a parte mais tocante do livro são os personagens. Existem sim elementos de horror, a frieza, mas isso em relação a como as pessoas se comportam", diz Hillcoat à Folha por telefone.
"O livro é sobre o bem que existe dentro de cada um. O mal está lá, e o medo sempre o traz à tona [...] Toda a razão do filme é que o homem é um bom homem, e ele vira um homem mau, e nós entendemos o porquê disso."
Entre as concessões naturais para adaptar o livro ao cinema, Hillcoat cortou personagens e mudou pequenas coisas que, na vida real, não funcionariam, como andar na floresta com um carrinho de supermercado, usado pela dupla para carregar seus pertences. "Também colocamos flashbacks mais frequentes porque queríamos mostrar o homem carregando a memória da mulher." Charlize Theron faz esse papel, em flashbacks ensolarados, antes do apocalipse enigmático, para o qual não há explicação nem no livro nem no filme. Após a tragédia, ela se vê incapaz de seguir em frente.
Para conseguir os cenários desoladores, a produção viajou por quatro Estados norte-americanos e filmou em 50 lugares diferentes. Foram registradas as paisagens vulcânicas do Oregon e regiões desérticas da Pensilvânia, devastadas pelas explorações de minérios.

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