Luckas Viana e Phelipe Ferreira foram libertados com o apoio de uma ONG internacional; situação de insegurança no país facilita ações de grupos criminosos
Dois brasileiros, Luckas Viana, de 31 anos, e Phelipe Ferreira, de 26, conseguiram ser resgatados de uma rede de tráfico humano em Mianmar, no sudeste asiático, após meses de sofrimento e exploração. O caso, amplamente relatado por familiares e fontes próximas, revela as dificuldades enfrentadas pelas vítimas de grupos criminosos no país, que atravessa um cenário de violência generalizada e instabilidade política.
Os dois paulistanos haviam trabalhado anteriormente em cassinos na Tailândia e foram atraídos para o Mianmar com a promessa de novas oportunidades de emprego. No entanto, ao chegarem ao destino, foram capturados por traficantes e forçados a participar de esquemas fraudulentos na internet, aplicando golpes em pessoas ao redor do mundo. Phelipe também enfrentou ameaças de retirada de órgãos, um relato chocante que mostra a crueldade do esquema criminoso.
Luckas perdeu contato com a família em outubro, enquanto Phelipe desapareceu em novembro. Somente com o auxílio de uma ONG internacional especializada no combate ao tráfico humano, que atuou ativamente na operação de resgate, foi possível retirar os dois jovens de sua situação de cativeiro.
A situação em Mianmar agrava ainda mais o contexto, pois o país vive desde 2021 um golpe de estado e uma profunda crise humanitária. Segundo dados da ONU, mais de 20 milhões de birmaneses, ou seja, mais de um terço da população, precisam de ajuda humanitária urgente. As condições precárias de segurança e a falta de uma estrutura estatal eficaz facilitam o domínio de grupos criminosos, que exploram a ausência de lei e ordem para realizar atividades ilícitas, como a exploração de seres humanos.
O resgate de Luckas e Phelipe traz à tona a vulnerabilidade dos cidadãos em contextos de guerra e crise, e a crescente necessidade de ações internacionais coordenadas para combater o tráfico humano e garantir a segurança dos mais vulneráveis.
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