Cia de Dança do BCAD apresenta “O Quinze – A Escassez da Alma”, uma das atrações na abertura do FENDAFOR 2017
Novo espetáculo da BCAD Cia. de Dança - Bailarinos de Cristo, Amor e Doações, é inspirado na obra da escritora cearense Rachel de Queiroz e será apresentado no dia 27, no Cineteatro São Luiz, durante a abertura do 17º Festival Internacional de Dança de Fortaleza
Escassez, seca, solidão... Uma palavra leva a outra como que numa simples continuidade. Não são estas características inerentes à própria humanidade? Parece um corredor que todos os seres percorrem por necessidade. Podem-se definir estas características apenas por acontecimentos meramente físicos ou externos? O que é uma seca senão algo que primeiramente ocorre dentro dos homens? Essas analogias são feitas através do novo espetáculo do BCAD Cia de Dança – Bailarinos de Cristo, Amor e Doações. A Cia. de Dança BCAD existe desde 1991, antes conhecida por Cia. de Dança Janne Ruth, e tem participado de importantes eventos no Ceará, no Brasil e no exterior, levando formação e realizando apresentações em renomados Festivais. Graças ao trabalho incansável da equipe de criação de espetáculos e a garra dos nossos bailarinos, o BCAD Cia. de Dança tem alcançado enorme destaque trazendo para o Ceará mais de 300 prêmios e o reconhecimento do público e da crítica pelo seu trabalho.
Depois de apresentar o espetáculo “Neura” por três anos, em cidades cearenses, capitais brasileiras e no exterior, e recebendo mais de 15 prêmios e aproximadamente 40 mil pessoas assistindo, o BCAD agora estréia uma nova obra intitulada “O Quinze, A Escassez da Alma”, coreografada por Gleidson Vigne, carioca, diretor da Nimo Cia de Dança do Rio de Janeiro. Gleidson foi bailarino da Quasar Cia. de Dança, do Ballet da Cidade de São Paulo e da Cia. Débora Colker. O novo espetáculo foi pensado, idealizado e pesquisado pela professora Janne Ruth, com o apoio dos bailarinos da Cia de Dança. Textos e laboratórios para “O Quinze” também tiveram influência e participação de Janne Ruth, Ruth Arielle, Felipe Souza, Atenita Kaira e Gleidson Vigne. A direção geral é de Janne Ruth, que completa em 2017 seus 51 anos dedicados à dança. O novo espetáculo é baseado na obra homônima da escritora cearense Rachel de Queiroz.
“O espetáculo “O Quinze” é moderno, apesar de relatar a história da Seca baseado no Livro de Raquel de Queiroz escrito em 1930, seu primeiro romance, mas se refere à Seca de 1915, que foi considerada a pior seca de todas as décadas. Lembrando que há cinco anos o Ceará tem enfrentado uma Seca bastante dolorosa, no qual as pessoas comparam com a estiagem de 1915. No livro a escritora narra toda uma história que tem o município de Quixadá no sertão central como referencia inclusive dos campos de concentração onde ficavam os flagelados da seca. Já no espetáculo eu coloco na coreografia movimentos, cenário, figurino que relatam os campos de Concentração, chamados currais, mas fazendo menção ao município de Senador Pompeu”, explica Janne Ruth, falando sobre o local onde nasceu seu pai e toda sua família. Ruth pesquisou in loco a triste história dos Currais e é de lá que vem sua inspiração.
O ser humano é constituído por uma teia extensiva e intensiva de relações, problemáticas e questões. De tal forma que já não sabemos onde a seca, a tristeza ou a solidão começam, qual vem primeiro, se vem de dentro ou de fora, não sabemos nem ao certo se existe essa divisão entre dentro ou fora. Uma seca começa no nordeste brasileiro e pode se espalhar por todo o país, em questão de pouco tempo. É nesta incapacidade de definir a escassez na modernidade, a BCAD propõe momentos de contraponto dessas questões através da arte. A seca, nos dias de hoje, não é mais um fenômeno do sertão. Não é mais somente um fenômeno que tornava o sertanejo triste porque não teria seus dias de colheita e/ou fartura. Parece que a seca alcançou a área urbana... Com esses questionamentos, o espetáculo “O Quinze – A Escassez da Alma” pretende fazer o público refletir através da dança esse tema tão atual e intrigante que envolve as ações do homem e as inexplicáveis reações da natureza. “Foi triste demais, chamamos tudo isso de Escassez, porque esses currais existem até hoje, a desigualdade social mostra esse cenário abertamente, o pobre o rico, os bairros chiques e as favelas e morros que abrigam a maior parte da população vivendo com muito pouco, quase nada. O que as pessoas sabem sobre os currais? Para quem não sabe, as autoridades estaduais chamavam de “Campos de Concentração”, uma denominação que ainda não era associada ao horror do nazismo alemão. No início do século 20, quando o Nordeste vivia sua pior seca, as autoridades construíram esses campos de concentração, para evitar que os agricultores famintos do Ceará migrassem em massa para a capital Fortaleza. Milhares de famílias viviam nesses currais em condições sub-humanas, amontoados, quase sem comida e água, cercado por guardas, foram sete currais ao todo, estabelecidos perto das ferrovias que os agricultores do sertão cearense usavam para fugir para a capital”, explica Janne em seu trabalho de pesquisa para o espetáculo “O Quinze”.
Os únicos vestígios deste episódio sinistro da História estão em senador Pompeu, município onde nasceu e mora a familia da professora Janne Ruth, um humilde município em pleno sertão do Ceará. Lá ainda estão de pé as carcaças dos prédios onde os guardas faziam o controle ou dos armazéns onde se guardava a pouca comida, inclusive existe uma testemunha viva, D. Carmelia Gomez Pinheiro, filha de um dos vigias do campo. Hoje com 97 anos e uma memória incrível, ela relata que por dia morriam quatro a cinco pessoas de fome, e que era possível ouvir o clamor das pessoas por água e comida.
A relação da família da diretora do Fendafor e do BCAD Janne Ruth com a escritora Raquel de Queiroz começou ainda no final da década de 60. Em 1968 o Pai de Janne, Aldenor Nascimento, engenheiro agrônomo mudava-se com a família, sua esposa D. Atenita e seus quatro filhos, (Pádua, Aldenor Júnior, Aldenita e Janne) para o município de Quixadá, nomeado pelo Governo Federal como o Engenheiro da EMATERCE, naquele município. Lá conheceu nesse mesmo ano a escritora Raquel de Queiroz, que já morava na fazenda herdada de seu pai, Daniel Queiroz Lima, a fazenda chamada “Não me Deixes”, desde 1955 com o marido Oyama. O pai de Janne Ruth foi quem planejou de forma organizada, toda plantação e irrigação da fazenda da escritora e nisso tornavam-se amigos, as duas famílias passavam finais de semana juntos. Janne Ruth diz não lembrar com detalhes dessa história, mas lembra perfeitamente da escritora no alpendre da casa se balançando em sua rede. “Essa relação histórica foi fundamental para a escolha do tema do ballet “O Quinze”, completou Janne.
O BCAD Cia. de Dança estreou “O Quinze” durante o Festival do Conselho Brasileiro da Dança – CBDD, no Rio de Janeiro, em abril deste ano, em apresentação no Teatro do Liceu carioca que arrebatou o público. O novo espetáculo vai estrear no Ceará na noite de abertura do 17º FENDAFOR – Festival Internacional de Dança de Fortaleza, no dia 27 de Junho, no CineTeatro São Luis, às 18h30min, juntamente com outras apresentações, como os primeiros bailarinos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Cícero Gomes e Karen Mesquita, que apresentam o Gran Pás de Deux de “Diana e Actéon”, uma coreografia de Marius Petipa com direção de Ana Botafogo, o bailarino e coreógrafo brasileiro radicado na Suíça, Marcos Bento, da Tanztheater Cia. De Dança de Baden - Suiça, com a performance “Transit” e a Companhia Pulsar do Maranhão com o espetáculo “Tão Simples Assim”.
O Espetáculo “O Quinze” vai realizar também temporada no Theatro José de Alencar nos dias 2 e 3 de Agosto, e abre ainda o II Festival do Conselho Brasileiro da Dança em Fortaleza, dia 15 de setembro, a convite da Presidente do Conselho Gisela Vaz. Em seguida o espetáculo começa sua circulação por Vitória (Espírito Santo), Recife (Pernambuco) e Porto Alegre (Rio Grande do Sul).
A nova turnê busca o intercâmbio, a troca de experiência, e mostrar o trabalho já bem sucedido do Grupo BCAD nesses 26 anos de atuação cultural, dividindo experiências e habilidades. A aproximação desses dois universos, a dança como experiência estética e a dança como forma de ressocializar o indivíduo, deu ao grupo sua principal característica: uma dança energética e de grande qualidade técnica e artística. O BCAD tem uma bagagem bastante significativa - são 560 alunos atendidos ao ano, 80 nas aulas de Karatê/Natação, 480 nas aulas de Dança, Teatro, Inclusão Digital, Artes, Apoio Pedagógico e Música, todos em situação de vulnerabilidade social. Durante esses 23 anos de Instituição, mais de 17.000 pessoas foram atendidas, 34 espetáculos montados, seis turnês internacionais e 48 nacionais. O Grupo coleciona homenagens, reconhecimentos e 470 prêmios conquistados.
“O Quinze – A Escassez da Alma” tem como patrocinador principal a empresa ENEL CEARÁ.
Novo espetáculo da BCAD Cia. de Dança - Bailarinos de Cristo, Amor e Doações, é inspirado na obra da escritora cearense Rachel de Queiroz e será apresentado no dia 27, no Cineteatro São Luiz, durante a abertura do 17º Festival Internacional de Dança de Fortaleza
Escassez, seca, solidão... Uma palavra leva a outra como que numa simples continuidade. Não são estas características inerentes à própria humanidade? Parece um corredor que todos os seres percorrem por necessidade. Podem-se definir estas características apenas por acontecimentos meramente físicos ou externos? O que é uma seca senão algo que primeiramente ocorre dentro dos homens? Essas analogias são feitas através do novo espetáculo do BCAD Cia de Dança – Bailarinos de Cristo, Amor e Doações. A Cia. de Dança BCAD existe desde 1991, antes conhecida por Cia. de Dança Janne Ruth, e tem participado de importantes eventos no Ceará, no Brasil e no exterior, levando formação e realizando apresentações em renomados Festivais. Graças ao trabalho incansável da equipe de criação de espetáculos e a garra dos nossos bailarinos, o BCAD Cia. de Dança tem alcançado enorme destaque trazendo para o Ceará mais de 300 prêmios e o reconhecimento do público e da crítica pelo seu trabalho.
Depois de apresentar o espetáculo “Neura” por três anos, em cidades cearenses, capitais brasileiras e no exterior, e recebendo mais de 15 prêmios e aproximadamente 40 mil pessoas assistindo, o BCAD agora estréia uma nova obra intitulada “O Quinze, A Escassez da Alma”, coreografada por Gleidson Vigne, carioca, diretor da Nimo Cia de Dança do Rio de Janeiro. Gleidson foi bailarino da Quasar Cia. de Dança, do Ballet da Cidade de São Paulo e da Cia. Débora Colker. O novo espetáculo foi pensado, idealizado e pesquisado pela professora Janne Ruth, com o apoio dos bailarinos da Cia de Dança. Textos e laboratórios para “O Quinze” também tiveram influência e participação de Janne Ruth, Ruth Arielle, Felipe Souza, Atenita Kaira e Gleidson Vigne. A direção geral é de Janne Ruth, que completa em 2017 seus 51 anos dedicados à dança. O novo espetáculo é baseado na obra homônima da escritora cearense Rachel de Queiroz.
“O espetáculo “O Quinze” é moderno, apesar de relatar a história da Seca baseado no Livro de Raquel de Queiroz escrito em 1930, seu primeiro romance, mas se refere à Seca de 1915, que foi considerada a pior seca de todas as décadas. Lembrando que há cinco anos o Ceará tem enfrentado uma Seca bastante dolorosa, no qual as pessoas comparam com a estiagem de 1915. No livro a escritora narra toda uma história que tem o município de Quixadá no sertão central como referencia inclusive dos campos de concentração onde ficavam os flagelados da seca. Já no espetáculo eu coloco na coreografia movimentos, cenário, figurino que relatam os campos de Concentração, chamados currais, mas fazendo menção ao município de Senador Pompeu”, explica Janne Ruth, falando sobre o local onde nasceu seu pai e toda sua família. Ruth pesquisou in loco a triste história dos Currais e é de lá que vem sua inspiração.
O ser humano é constituído por uma teia extensiva e intensiva de relações, problemáticas e questões. De tal forma que já não sabemos onde a seca, a tristeza ou a solidão começam, qual vem primeiro, se vem de dentro ou de fora, não sabemos nem ao certo se existe essa divisão entre dentro ou fora. Uma seca começa no nordeste brasileiro e pode se espalhar por todo o país, em questão de pouco tempo. É nesta incapacidade de definir a escassez na modernidade, a BCAD propõe momentos de contraponto dessas questões através da arte. A seca, nos dias de hoje, não é mais um fenômeno do sertão. Não é mais somente um fenômeno que tornava o sertanejo triste porque não teria seus dias de colheita e/ou fartura. Parece que a seca alcançou a área urbana... Com esses questionamentos, o espetáculo “O Quinze – A Escassez da Alma” pretende fazer o público refletir através da dança esse tema tão atual e intrigante que envolve as ações do homem e as inexplicáveis reações da natureza. “Foi triste demais, chamamos tudo isso de Escassez, porque esses currais existem até hoje, a desigualdade social mostra esse cenário abertamente, o pobre o rico, os bairros chiques e as favelas e morros que abrigam a maior parte da população vivendo com muito pouco, quase nada. O que as pessoas sabem sobre os currais? Para quem não sabe, as autoridades estaduais chamavam de “Campos de Concentração”, uma denominação que ainda não era associada ao horror do nazismo alemão. No início do século 20, quando o Nordeste vivia sua pior seca, as autoridades construíram esses campos de concentração, para evitar que os agricultores famintos do Ceará migrassem em massa para a capital Fortaleza. Milhares de famílias viviam nesses currais em condições sub-humanas, amontoados, quase sem comida e água, cercado por guardas, foram sete currais ao todo, estabelecidos perto das ferrovias que os agricultores do sertão cearense usavam para fugir para a capital”, explica Janne em seu trabalho de pesquisa para o espetáculo “O Quinze”.
Os únicos vestígios deste episódio sinistro da História estão em senador Pompeu, município onde nasceu e mora a familia da professora Janne Ruth, um humilde município em pleno sertão do Ceará. Lá ainda estão de pé as carcaças dos prédios onde os guardas faziam o controle ou dos armazéns onde se guardava a pouca comida, inclusive existe uma testemunha viva, D. Carmelia Gomez Pinheiro, filha de um dos vigias do campo. Hoje com 97 anos e uma memória incrível, ela relata que por dia morriam quatro a cinco pessoas de fome, e que era possível ouvir o clamor das pessoas por água e comida.
A relação da família da diretora do Fendafor e do BCAD Janne Ruth com a escritora Raquel de Queiroz começou ainda no final da década de 60. Em 1968 o Pai de Janne, Aldenor Nascimento, engenheiro agrônomo mudava-se com a família, sua esposa D. Atenita e seus quatro filhos, (Pádua, Aldenor Júnior, Aldenita e Janne) para o município de Quixadá, nomeado pelo Governo Federal como o Engenheiro da EMATERCE, naquele município. Lá conheceu nesse mesmo ano a escritora Raquel de Queiroz, que já morava na fazenda herdada de seu pai, Daniel Queiroz Lima, a fazenda chamada “Não me Deixes”, desde 1955 com o marido Oyama. O pai de Janne Ruth foi quem planejou de forma organizada, toda plantação e irrigação da fazenda da escritora e nisso tornavam-se amigos, as duas famílias passavam finais de semana juntos. Janne Ruth diz não lembrar com detalhes dessa história, mas lembra perfeitamente da escritora no alpendre da casa se balançando em sua rede. “Essa relação histórica foi fundamental para a escolha do tema do ballet “O Quinze”, completou Janne.
O BCAD Cia. de Dança estreou “O Quinze” durante o Festival do Conselho Brasileiro da Dança – CBDD, no Rio de Janeiro, em abril deste ano, em apresentação no Teatro do Liceu carioca que arrebatou o público. O novo espetáculo vai estrear no Ceará na noite de abertura do 17º FENDAFOR – Festival Internacional de Dança de Fortaleza, no dia 27 de Junho, no CineTeatro São Luis, às 18h30min, juntamente com outras apresentações, como os primeiros bailarinos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Cícero Gomes e Karen Mesquita, que apresentam o Gran Pás de Deux de “Diana e Actéon”, uma coreografia de Marius Petipa com direção de Ana Botafogo, o bailarino e coreógrafo brasileiro radicado na Suíça, Marcos Bento, da Tanztheater Cia. De Dança de Baden - Suiça, com a performance “Transit” e a Companhia Pulsar do Maranhão com o espetáculo “Tão Simples Assim”.
O Espetáculo “O Quinze” vai realizar também temporada no Theatro José de Alencar nos dias 2 e 3 de Agosto, e abre ainda o II Festival do Conselho Brasileiro da Dança em Fortaleza, dia 15 de setembro, a convite da Presidente do Conselho Gisela Vaz. Em seguida o espetáculo começa sua circulação por Vitória (Espírito Santo), Recife (Pernambuco) e Porto Alegre (Rio Grande do Sul).
A nova turnê busca o intercâmbio, a troca de experiência, e mostrar o trabalho já bem sucedido do Grupo BCAD nesses 26 anos de atuação cultural, dividindo experiências e habilidades. A aproximação desses dois universos, a dança como experiência estética e a dança como forma de ressocializar o indivíduo, deu ao grupo sua principal característica: uma dança energética e de grande qualidade técnica e artística. O BCAD tem uma bagagem bastante significativa - são 560 alunos atendidos ao ano, 80 nas aulas de Karatê/Natação, 480 nas aulas de Dança, Teatro, Inclusão Digital, Artes, Apoio Pedagógico e Música, todos em situação de vulnerabilidade social. Durante esses 23 anos de Instituição, mais de 17.000 pessoas foram atendidas, 34 espetáculos montados, seis turnês internacionais e 48 nacionais. O Grupo coleciona homenagens, reconhecimentos e 470 prêmios conquistados.
“O Quinze – A Escassez da Alma” tem como patrocinador principal a empresa ENEL CEARÁ.
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