segunda-feira, 21 de setembro de 2015

ARTES PLÁSTICAS - DECORAÇÃO

 MOSTRA TRIANGULAÇÕES EXIBE PANORAMA DE ARTE CONTEMPORÂNEA EM TRÊS ESTADOS

Expositores promovem intercâmbio entre diferentes regiões do país e estimulam debate artístico fora do eixo tradicional da Região Sudeste.



 





                                                                                                                                                                                Atualmente em cartaz em Salvador até 18 de outubro no Museu de Arte da Bahia, Triangulações é uma mostra itinerante de artes visuais que nasceu como desdobramento e ampliação do Circuito das Artes, um verdadeiro intercâmbio entre criadores de diferentes partes do país que estimula a circulação do debate artístico fora do eixo tradicional da Região Sudeste.
Triangulações é um triângulo conceitual que se sobrepõe ao geográfico estabelecido pelos pontos correspondentes à localização de cada uma das três cidades, reunindo cerca de 90 obras de artistas de Goiânia, Salvador e Fortaleza. Esse conjunto segue o tema eixo “Registros Circunstanciais”, cujos três vértices são: Intervenções, Fabulações, Apagamentos.
As obras reunidas em torno da ideia de Intervenções, da ação de inscrever algo no mundo, se estabelecem, como cicatriz deixada pelo ato, tanto no sentido de comentário ou manifesto, quanto naquele de uma afirmação dos materiais usados como instrumentos de marcação. São resultado da observação e de certa documentação, do atravessamento dos campos de saber pela arte - sociopolítica, etnografia, filosofia, arquitetura e urbanismo – ou de uma “escrita” das coisas, marca do artista como traço de sua passagem.
Em Fabulações, dialogam as obras que fabulam tanto no sentido do léxico – contar uma versão fantasiosa dos fatos e, ao mesmo tempo, lição moral que encerra as fábulas – quanto no sentido da filosofia contemporânea – da “imagem-fábula, que nos faz ver estados de mudança no presente”. Os trabalhos incluídos neste recorte têm a potência de emular imagens que, embora apresentem um claro caráter narrativo, desestabilizam nossa leitura.
Apagamentos tem uma relação com o tempo, com memória e esquecimento, com a ação de apagar, deixando alguns rastros recuperados por seus vestígios. A imagem sugere e ao mesmo tempo resiste à leitura, se esvai, se espalha, se desfoca traz em si um caráter fantasmático. Se nos outros dois recortes, a ênfase está em dois diferentes modos de figurar o presente, este debruça-se sobre o pretérito, sobre o que ainda pode emergir desse outro tempo.
Com coordenação geral de Eneida Sanches e curadoria geral de Marília Panitz, na Bahia a curadoria fica por conta de Alejandra Muñoz e produção executiva de Fabiane Beneti e Tetê Ferrari. Já em Goiás, a curadoria ficou por conta de Divino Sobral. Em Fortaleza, com abertura em 29 de outubro no Centro Cultural Dração do Mar, por Bitu Cassundé.

Artistas expositores na edição 2015:
Goiânia - Luiz Mauro, Edney Antunes, ZéCésar, Enauro de Castro, Pitágoras Lopez,  Grupo EmpreZa, Rodrigo Godá, Helô Sanvoy, Dalton Paula, Santhiago Selon, Yara Pina, Evandro Soares, Rogério Milani, Glayson Arcanjo e  – Paul Setúbal.
Salvador - Adriano Machado, Aristides Alves, Eriel Araújo, Fábio Magalhães, Florival Oliveira,  Isolda Libório, Leonardo Celuque, Marcelo Reis, Márcio Lima, Miguel Cordeiro, Neyde Lantyer, Paulo Coqueiro, Péricles Mendes, Rosa Bunchaft e Tami Oliveira.
Fortaleza - Waléria Américo, Solon Ribeiro, Luciana Magno, Junior Pimenta, Milena Travassos, Marina de Botas, Herbert Rolim, Filipe Acácio, Jared Domício, Diego de Santos, Juliane Peixoto, Yuri Firmeza, Marcos Martins, Haroldo Sabóia e  Júlia Braga.

História - Partindo de Salvador, com seu já tradicional Circuito das Artes, o Triangulações iniciou-se em 2013, com uma provocação feita às outras duas cidades - Brasília e Recife - de um diálogo possível estabelecido entre as produções de arte contemporânea em cada localidade. A ideia configurou-se pela identificação de certos pressupostos conceituais, indicados pelo conjunto de 49 obras selecionadas. Deles criaram -se cinco núcleos, nos quais as obras eram situadas de forma a dialogarem com as demais, a partir de seu lugar contingencial. Dentro da proposta geral, elaborada por Alejandra Muñoz, eram eles: Íntimo Eu; Sagrados & Profanos; Topografias inefáveis; (A)caso (re)corrente e Antifábulas.
Para a segunda edição, as interlocutoras escolhidas foram Belém e Maceió.  O exercício proposto, foi o de pensar a sobreposição de dois triângulos: um formado pela ligação cartográfica dos pontos que unem as três capitais; e outro pelos vértices de três "manchas territoriais", representados por três noções – de ressonância cartográfica, afinal estamos propondo um mapeamento idiossincrático – em torno das quais se operava a contaminação|conversa entre as obras, nossas “Geografias Oblíquas”. Propostas por Marília Panitz, elas eram: Atravessamento, Deslocamento e Anamnese.

SERVIÇO
Salvador:
Data: até 18/10
Local: MAB
Curador: Alejandra Muñoz
Fortaleza:
Data: de 29/10 a 29/11
Local: Dragão do Mar / MAC
Curador: Bitú Cassundé

Nenhum comentário: