segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

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"R.I.P.D. – Agentes do Além", com Jeff Bridges, é um filme "quase" divertido

Produção que conta ainda com o galã Ryan Reynolds foi o sétimo maior fracasso de bilheteria em 2013

Se você quer ser enganado pelo atendente da locadora, essa é a escolha certa: tem bons atores, a história é boa (na sinopse) e pela arte da capa do DVD deve ser um filme de repletos de bons efeitos especiais. Essa última suposta virtude pode até existir, mas esqueça de todas as outras: "R.I.P.D. – Agentes do Além", é um filme chato, que se perde numa história que mistura "MIB" com "Ghost" e do meio para o final fica insuportável de acompanhar. O a produção, que custou 130 milhões de dólares e faturou no mundo inteiro apenas 78 milhões de bilheteria nos cinemas, foi apontado pela revista Forbes como o sétimo maior fracasso do cinema americano em 2013.

Na história, Nick (Ryan Reynolds) é um policial apaixonado por sua esposa (Stephanie Szostak), e que é um competente oficial da lei. Certo dia, durante uma operação da polícia para prender um traficante poderoso, o seu parceiro de equipe (Kevin Bacon) o mata friamente. Ele vai para uma espécie de além, onde existe o R.I.P.D., o Departamento de Polícia Descanse Em Paz, e conhece o seu novo parceiro, o fanfarrão Roy (Jeff Bridges), e torna-se um agente do além, que tem a função de capturar os desmortos, criminosos que morreram na Terra e recusam-se a deixá-la.

As comparações com MIB – Homens de Preto (1997) são inevitáveis, e este é certamente o maior problema do filme, pois o que o trabalho de Will Smith e Tommy Lee Jones tinha de inédito e inesperado, este tem de repetitivo, pois nada do que se vê surpreende. A saída para que isso não fosse um problema seria que as sequências de ação do filme fossem extraordinariamente envolventes e bem executadas, o que não é o caso da direção de Robert Schwentke, que apesar de construir boas cenas, como o plano-sequência em que os policiais invadem um depósito no início do filme, ou na perseguição de Nick e Roy ao desmorto gordão pelas ruas da cidade, mostra-se apenas correta se tivermos como referência o longa em sua unidade.
Uma sacada do roteiro que visivelmente tenta afastar as comparações com MIB é a escolha de os oficiais não terem mais a aparência de antes, e no caso de Nick e Roy, serem uma loira gostosa e um velhinho chinês. Essa escolha, além de ter um apelo ingênuo, que é exibir uma mulher bonita, mostra-se extremamente artificial, buscando alcançar um efeito imediato, visto que no decorrer do filme, a inserção dessas figuras torna-se cada vez menos presente e desinteressante.

Aliás, pode-se dizer que o roteiro e a direção do filme são desinteressantes. É assim quando tenta estabelecer a relação de Nick morto com Julia, sendo claramente uma espécie de tributo a Ghost – Do Outro Lado da Vida (1990), só que bem menos sensível e profundo, e também quando tenta dar sentido à sua trama estapafúrdia cheia de furos e saídas preguiçosas (os desmortos estão na Terra porque se recusaram a sair, sério? Sem contar aquela explicação maluca da busca de unir artefatos de algum ser para trazer todos os desmortos para a Terra, e a maneira simplista como isso é solucionado).

Apesar de contar com atuações carismáticas de Bridges e Reynolds, R.I.P.D. – Agentes do Além não deixa de ser uma espécie de réplica menos interessante de filmes anteriores. E a experiência de assistir a esse filme chega a ser apenas quase divertida por conta disso.

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