quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

CINEMA

DIVIRTA-CE leva você para assistir o novo 'RoboCop'

Nova versão deste sucesso do cinema, agora dirigido por um cineasta brasileiro, chega aos cinemas de Fortaleza a partir de sexta
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"RoboCop", dirigido pelo brasileiro José Padilha, estreou na semana passada em terceiro lugar na bilheteria americana, com US$ 21 milhões, atrás de "Uma Aventura Lego" e "About Last Night". Na próxima sexta, entra em cartaz no Brasil, em aproximadamente 700 salas. O filme tem apenas 49% de aprovação dos especialistas reunidos pelo site Rotten Tomatoes. Por outro lado, já faturou US$ 70 milhões no mercado fora dos EUA, o que pode facilitar o sinal verde para uma sequência.
"Não fiz o final [do filme] pensando em continuações", desconversa Padilha, que teve a ajuda dos companheiros de "Tropa de Elite" no longa: o diretor de fotografia Lula Carvalho, o montador Daniel Rezende e o compositor Pedro Bromfman. "Filmamos do nosso jeito", diz o diretor. "Pense bem: um projeto de US$ 140 milhões de Hollywood, mas com equipe de brasileiros. Este é o primeiro filme brasileiro de US$ 140 milhões."
Em 1987, quando o diretor holandês Paul Verhoeven fez o "RoboCop" original, o mundo ainda não conhecia a internet, telefones celulares eram trambolhos raros e robôs eram conceitos originários da ficção científica. O longa, extremamente violento e com orçamento de US$ 13 milhões, foi um sucesso nos EUA, rendendo US$ 53 milhões —a oitava maior bilheteria do ano. Ainda gerou duas sequências (esquecíveis) no cinema, uma série e uma minissérie de TV, desenho animados e dezenas de histórias em quadrinhos.
Padilha assume a responsabilidade de refilmar "RoboCop", 27 anos depois, trocando a sátira fantasiosa e sanguinolenta pela análise mais séria da ascensão da tecnologia em serviço da indústria bélica norte-americana. "O clássico de Verhoeven, que adoro, está lá e ninguém vai mudar sua importância. Eu fiz outro filme, e você pode gostar dele ou não", desabafa o diretor, criticado pelos fãs por ter feito um longa menos chocante. "Se a lógica interna demanda violência, o longa será violento. Mas o meu fala sobre drones, o que nos torna humanos, política externa e mídia de ultradireita."

No novo "RoboCop", o ano é 2028. Os EUA usam robôs no Exército em guerras fora do país. Mas o Senado americano proíbe o uso dos soldados programáveis dentro das suas fronteiras. Para driblar a restrição, a empresa OmniCorp, comandada pelo executivo Raymond Sellars (Michael Keaton), encontra uma brecha no sistema: usar um homem dentro da máquina. É quando surge o policial Alex Murphy (Joel Kinnaman), que se envolve com traficantes de armas e colegas corruptos e termina perdendo boa parte do corpo numa explosão na porta da casa.
Ele é ressuscitado pelo cientista vivido por Gary Oldman, numa armadura que funciona como suporte de vida e arma perfeita de policiamento urbano, o tal RoboCop. "Quando assisti ao original, ele parecia falar de um futuro distante e fantástico", diz Oldman em entrevista à Folha. "Agora temos engenheiros biônicos, telas touchscreen, simuladores, drones. O que era ficção científica, virou fato científico."
Uma situação complexa como a do Oriente Médio poderia ser mediada por RoboCops? A refilmagem de Padilha imagina a situação em sua abertura: uma Teerã sitiada, onde o Exército robótico americano ocupas ruas e enfrenta rebeldes contra a ocupação. "Nunca escondi o meu corte. Não havia executivos me falando o que fazer. Eles sabiam o que eu queria desde o início, e entreguei o que prometi", afirma Padilha. "'RoboCop' não é um simples filme-pipoca, ele levanta questões importantes", fala o ator Joel Kinnaman. "Será que vale a pena tanta segurança com o fascismo sempre em nossa esquina? E se um partido político utilizar essa tecnologia para propagar sua ideologia?"









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