O mercado de influenciadores digitais está crescendo de maneira consistente: passou de US$9,7 bilhões em 2020 para US$13,8 bilhões em 2021 e a expectativa é que movimente US$ 15 bilhões em 2022, um crescimento de cerca de 42% ano a ano:
Impulsionado por mudanças comportamentais, esses influenciadores se tornaram uma potência igual ou superior a celebridades hollywoodianas, redefinindo o entretenimento, a publicidade e o próprio conceito de fama: geralmente amados por serem "eles mesmos."
Contudo, é importante destacar que o seu impacto vai muito além do estrelato: Charli D’Amelio (a segunda colocada na lista inaugural) chegou a faturar mais que o diretor-executivo do McDonalds, Chris Kempczinski (US$ 10,8 milhões), e o atual CEO da Apple, Tim Cook (US$ 14,7 milhões).
A lista de Creators da Forbes - que incluiu entre os 50 nomes uma influenciadora brasileira -, é sem dúvidas um marco, e simboliza não só um novo momento para o marketing de influência como também para os negócios.
Como a Forbes elegeu os principais influenciadores digitais do mundo?
A Forbes criou a lista Top Creators 2022 com a ajuda da agência Influential, especializada em criadores. A publicação chegou aos 50 nomes levando em consideração o conceito geral de influenciador (pessoas que lançaram carreiras nas mídias sociais), e a partir de três critérios:
- Ganhos (finanças): os ganhos foram baseados em documentos e entrevistas com criadores e especialistas em mídia, e representou 50% da classificação.
- Influência: para entender o engajamento total foi analisado curtidas, comentários e compartilhamentos dividido pelo total de seguidores (a soma contou com seguidores de todas as plataformas)
- Empreendedorismo: em uma escala de um a três, o nível de empreendedorismo diz respeito a porcentagem de dinheiro ganho com publicidade e com empreendimentos (empresas, marcas e serviços).
Top creators: quem são os maiores influenciadores digitais de 2022
Do Youtube ao TikTok. Dos podcasts aos ringues de boxe. Os principais influenciadores digitais estão ressignificando o entretenimento, o sucesso e os negócios, e se tornando milionários ao longo do caminho. De acordo com a Forbes, os 10 maiores digital influencers do mundo são:
- 1 – Jimmy Donaldson (MrBeast)
- 2 – Charli D'Amelio
- 3 – Alexandra Cooper
- 4 – Elliot Tebele (FuckJerry)
- 5 – Emma Chamberlain
- 6 – Huda Kattan
- 7 – Rhett McLaughlin & Link Neal (Rhett & Link)
- 8 – Khaby Lame
- 9 – Addison Rae Easterling
- 10 – Jake Paul
#1 - Jimmy Donaldson (MrBeast)
- Apelido: MrBeast
- Nome completo: Jimmy Donaldson
- Idade: 24 anos
- Nacionalidade: americano
- Faturamento estimado em 2021: $54 milhões
- Número de seguidores: 162M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, Youtube, Twitter, TikTok
- Engajamento médio: 5.99%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#2 - Charli D'Amelio
- Nome completo: Charlie D'Amelio
- Idade: 18 anos
- Nacionalidade: americana
- Faturamento estimado em 2021: $17.5 milhões
- Número de seguidores: 203.7M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, TikTok, Youtube, Twitter
- Engajamento médio: 2.16%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#3 - Alexandra Cooper
- Nome completo: Alexandra Cooper
- Idade: 28 anos
- Nacionalidade: americana
- Faturamento estimado em 2021: $20 milhões
- Número de seguidores: 3.6M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, podcast
- Engajamento médio: 15.98%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#4 - Elliot Tebele (FuckJerry)
- Apelido: FuckJerry
- Nome completo: Elliot Tebele
- Idade: 31 anos
- Nacionalidade: americano
- Faturamento estimado em 2021: $30 milhões
- Número de seguidores: 20.1M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram
- Engajamento médio: 1.77%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#5 - Emma Chamberlain
- Nome completo: Emma Chamberlain
- Idade: 21 anos
- Nacionalidade: americana
- Faturamento estimado em 2021: $12 milhões
- Número de seguidores: 27.6M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, Youtube
- Engajamento médio: 6.84%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#6 - Huda Kattan
- Nome completo: Huda Kattan
- Idade: 38 anos
- Nacionalidade: americana
- Faturamento estimado em 2021: $13 milhões
- Número de seguidores: 63M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, Facebook
- Engajamento médio: 2.17%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#7 - Rhett McLaughlin & Link Neal (Rhett & Link)
- Nome completo: Rhett McLaughlin & Link Neal (Rhett & Link)
- Idade: ambos 44 anos
- Nacionalidade: americanos
- Faturamento estimado em 2021: $30 milhões
- Número de seguidores: 11.8M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, Facebook, Twitter, Youtube
- Engajamento médio: 1.34%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#8 - Khaby Lame
- Nome completo: Khaby Lame
- Idade: 22 anos
- Nacionalidade: senegalês
- Faturamento estimado em 2021: $10 milhões
- Número de seguidores: 231.4M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, TikTok, Youtube
- Engajamento médio: 3.57%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#9 - Addison Rae Easterling
- Nome completo: Addison Rae Easterling
- Idade: 21 anos
- Nacionalidade: americana
- Faturamento estimado em 2021: $8.5 milhões
- Número de seguidores: 133M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, TikTok, Twitter, Youtube
- Engajamento médio: 6.43%
- Pontuação de empreendedorismo: 3
#10 - Jake Paul
- Nome completo: Jake Paul
- Idade: 25 anos
- Nacionalidade: americano
- Faturamento estimado em 2021: $45 milhões
- Número de seguidores: 57.3M
- Perfis nas mídias sociais: Instagram, Twitter, Youtube
- Engajamento médio: 1.49%
- Pontuação de empreendedorismo: 2
Você pode ver a lista de creators completa aqui. E se ao longo desse conteúdo você procurou pelo nome brasileiro na lista, aqui está: a influenciadora e empresária Camila Coelho ocupa a 30º posição na lista. Com 34 anos, Camila possui mais de 12M de seguidores e engajamento de 2.51%, faturando em 2021 cerca de US$2.5 milhões.
Novos caminhos: o marketing de influenciadores pode ir muito além do awareness
Os influenciadores podem dividir opiniões quanto a origem de sua fama, mas é inegável o quanto impactam o comércio, alcançando algo que por muito tempo as marcas desejaram: relacionamentos duradouros e reais, construídos através de conteúdos considerados autênticos.
A autenticidade é um elemento essencial para as gerações mais novas, principalmente, a geração Z, que deseja se identificar mais do que se inspirar.
Nesse contexto, as marcas entendem naturalmente o valor de patrociná-los, fazendo com que os influenciadores ocupem um lugar relevante em estratégias de marketing, uma vez que a sua influência não é uma figura de linguagem.
Os 50 nomes na lista da Forbes possuem juntos, cerca de 1,9 bilhão de seguidores no Instagram, TikTok e YouTube e seus conteúdos são consumidos por um público acima de tudo, engajado.
Além de toda a fama, quem nunca se perguntou quanto ganha um influenciador digital? Ídolos na era conectada, no total, os 50 influenciadores faturaram cerca de US$570 milhões em 2021 e esse valor só tende a aumentar.
Isso porque o mercado está mudando, e o marketing de influenciadores evoluindo.
Se antes os influenciadores digitais eram utilizados principalmente para gerar awareness, ajudando empresas a construírem suas marcas e a se conectarem com o ICP, a tendência é que ocupem um lugar cada vez mais tático no funil de vendas.
O avanço da tecnologia e das plataformas digitais está ajudando o mercado a amadurecer, criando possibilidades que vão além do social selling, por exemplo.
Social Commerce
Recentemente o Instagram começou a realizar testes em uma ferramenta nativa que permitiria que os criadores ganhassem comissões por compras realizadas dentro do aplicativo.
Em 2021, o TikTok começou a dar os primeiros passos no e-commerce quando anunciou uma parceria com o Shopify.
A plataforma também vem impulsionando o TikTok Shopping, fortalecendo o social commerce que vem ganhando cada vez mais importância: de acordo com o Instagram, 130 milhões de usuários acessaram postagens compráveis em 2019.
"As maneiras de trabalhar com um criador estão se fragmentando, não apenas temos mais plataformas e nichos criativos, mas também dentro das próprias plataformas, há muito mais recursos a serem aproveitados”.
Eric Dahan - Cofounder e CEO da Open Influence, agência de marketing global focada em influenciadores
Creators e outras avenidas de crescimento
Parte de um mercado que movimenta bilhões, os influenciadores construíram carreiras rentáveis colaborando com grandes marcas. Mas assim como o próprio setor, eles também estão progredindo, e parecem cada vez mais inclinados a se tornarem empreendedores.
Com um nome consolidado, podem utilizar seu alcance e fãs leais para criar conteúdos premium (e pagos) além de iniciar seus próprios negócios, aumentando os lucros razoavelmente. Os empreendimentos incluem linhas de roupa, beleza, séries na TV e até redes de fast food - o céu é o limite e os lucros também.
Jimmy Donaldson, mais conhecido como MrBeast, é o primeiro colocado na lista inaugural das estrelas digitais e está levando seu sucesso para além do mundo online: ele acaba de inaugurar sua própria cadeia de fast food, nomeada apropriadamente de MrBeast Burger. A operação também se dá de maneira moderna, através de cozinhas fantasmas (ghost kitchens).
Logo depois, Charli D’Amelio, que ocupa a segunda posição, apresentou um faturamento estimado em mais de US$ 17 milhões, adquiridos através de linhas de roupas e perfumes, sua própria série na tv e investimentos em ações. Sua irmã, Dixie D’Amelio, também está na lista e ocupa a 21º posição. Se somarmos o ganho de ambas, o valor fica em torno de US$ 27 milhões.
Nesse cenário, as marcas podem se posicionar estrategicamente, atuando como uma parceira de negócios ou oferecendo vantagens mais atrativas, como colaborações mais longas (atreladas a linhas de produtos), ou ainda, tornando-se patrocinadores oficiais dos criadores.
Para lançar seu primeiro perfume “Born Dreamer”, Charli D’Amelio colaborou com a tradicional fabricante de fragrâncias francesa Robertet, que através da parceria, também teve a oportunidade de apresentar seus perfumes para gerações mais novas.
https://www.instagram.com/p/Cfl2tn5Dh3Y/
Uma era conectada demanda celebridades conectadas
A pandemia acelerou a digitalização do mercado, e por não estarem devidamente preparadas para atuar além do offline, muitas empresas deixaram dinheiro na mesa. Agora que a transformação digital é uma realidade mais tangível, mesmo aquelas organizações que chegaram depois, estão buscando diminuir as lacunas e se conectar com o consumidor.
Para se destacar da concorrência, as parcerias entre marcas e digital influencers tendem a crescer exponencialmente, sendo cada vez mais diversas e duradouras.
Os influenciadores coletaram uma base de conhecimento consistente sobre o comportamento do consumidor online, se tornando um ativo valioso principalmente para o varejo, que parece caminhar cada vez mais para o social commerce.
Para navegar com sabedoria pela nova realidade, as empresas podem utilizar creators de maneira assertiva, dinâmica e criativa, cultivando relacionamentos significativos e aproveitando a evolução de recursos das plataformas para converter o lead.
Os influencers trilharam um longo caminho até aqui, mas com uma gestão refinada e aproveitando as alavancas de crescimento criadas pela tecnologia, estão se tornando praticamente indispensáveis no mercado - colaborando com terceiros ou criando suas próprias avenidas de crescimento. (Do G4)
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