O Sindicato dos Músicos Profissionais no Estado do Ceará realizou na manhã desta segunda-feira, 27/2, no Paço Municipal, Prefeitura de Fortaleza, manifestação de desagravo e solidariedade aos colegas músicos agredidos por seguranças contratados pelo Município na terça-feira de Carnaval no Aterrinho da Praia de Iracema, palco principal da festa em Fortaleza.
A manifestação também cobrou resposta da Prefeitura a 30 reivindicações dos músicos e músicas cearenses, apresentadas em ofício desde junho e sem resposta concreta pelo Município.
Os artistas também destacaram a insatisfação dos músicos e de todos os fóruns de linguagens artísticas com a situação calamitosa da política cultural em Fortaleza, nos últimos dois anos e dois meses. Falta de diálogo, editais atrasados, Festival de Música de Fortaleza adiado sem previsão de data, problemas no Salão de Abril e no Festival de Teatro, reuniões canceladas, prepotência, descaso, descompromisso, menor orçamento dos últimos 10 anos para a função "cultura", Ministério Público investigando os vários problemas denunciados quanto ao edital de pré e de Carnaval, desrespeito aos direitos culturais da população.
Nova reunião geral sobre a situação da Prefeitura e da Secultfor em especial acontece nesta segunda-feira, 19h, na Casa da Esquina, espaço cultural independente na capital cearense. Uma denúncia foi feita ao Ministério Público, e reuniões em comissões temáticas ou audiências públicas serão solicitadas à Câmara Municipal de Fortaleza e à Assembleia Legislativa do Ceará.
O presidente do Sindicato dos Músicos do Ceará, Amaudson Ximenes, ressaltou na manifestação que os artistas foram ao Paço Municipal hoje "porque a panela transbordou". "As manifestações nas redes sociais, o caos que os trabalhadores da cultura vêm sofrendo não recebem atenção da Prefeitura. Por isso estamos aqui nesta manhã, nos manifestando por respeito, dignidade e por respostas concretas às nossas reivindicações".
"Antes alegavam que era a pandemia que não deixava a política cultural acontecer. Mas a pandemia felizmente enfraqueceu, e a política cultural continua enterrada, continua sem funcionar", complementou o presidente do Sindimuce.
Heriberto Porto, flautista dos grupos Marimbanda e do Syntagma, também participou do ato público, ressaltando as várias carências da política cultural municipal, como a ausência de uma Escola de Música Municipal, de uma Orquestra Sinfônica e a falta de diálogo com os artistas. "Quando entra uma nova gestão, a gente se anima, tenta dialogar, vai atrás. Agora, mais de dois anos de gestão, e nada de diálogo, nada acontece, a política cultural parada".
"São várias questões, da orquestra, da escola, dos cachês, de uma programação organizada, transparente, democrática... A gente quer respostas da Prefeitura!", complementou Heriberto.
O vereador Gabriel da Biologia ressaltou que os artistas e a população de Fortaleza "estão indignados com a gestão da Secultfor, que já vinha se aprofundando como os problemas no edital de carnaval".
"E nesse momento chega ao nível da agressão contra músicos de Fortaleza. Não vamos aceitar que a Prefeitura trate os músicos dessa forma. Os músicos precisam ser tratados com respeito e valorização, não dessa forma", disse o vereador, cujo mandato realizou um estudo sobre o orçamento do Município, comprovando que a execução orçamentária da função "Cultura" em 2022 foi a menor em relação aos últimos 10 anos..
A manifestação também contou com presença do Mandato Deputada Estadual Larissa Gaspar e do Sindicato dos Trabalhadores de Asseio, Conservação e Limpeza Pública, em solidariedade aos músicos, além do presidente da Central das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Brasil, Luciano Simplício. Mais informações podem ser obtidas nas redes sociais do Sindimuce, que continuará cobrando resposta da Prefeitura às 30 reivindicações e propostas dos músicos para melhoria da política cultural de Fortaleza.
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