domingo, 11 de setembro de 2011

LIVROS - FICÇÃO


Uma narrativa tensa e emocionante sobre escolhas e acasos

Andre Dubus III, um dos escritores contemporâneos mais cultuados dos EUA, expõe vidas que se cruzam nos dias que antecederam os ataques de 11 de setembro


Autor do premiado Casa de areia e névoa, best seller do New York Times que ganhou uma adaptação para o cinema, estrelada por Jennifer Connelly e Ben Kingsley e indicada ao Oscar, Andre Dubus III apresenta aos leitores um novo romance implacável e arrebatador sobre um dos episódios mais marcantes da história recente.
Inspirado nos rumores de que um dos terroristas do 11 de setembro teria desfrutado dos prazeres da sociedade ocidental dias antes de jogar seu avião contra as Torres Gêmeas, o autor destrincha em “O Jardim dos Últimos Dias” a sociedade norte-americana antes do atentado, contando como cidadãos comuns conviveram com terroristas sem imaginar o que o futuro lhes reservava, e como bons e maus sentimentos podem conviver na mesma mente.
Numa noite de setembro de 2001, na Flórida, a stripper April é obrigada a deixar sua filha pequena com a gerente do Clube Puma, a boate em que trabalha, quando a babá fica doente. É lá que Lonnie, o leão de chácara, evita que os atrevidos desrespeitem as dançarinas. É onde AJ, operador de escavadeira, tenta esquecer seus problemas familiares. Onde o árabe Bassam procura os prazeres negados pelo rigor do islamismo: álcool, cigarro e mulheres.
A partir do encontro desses explosivos elementos, “O Jardim dos Últimos Dias”, que também figurou nas listas de mais vendidos do New York Times, é um romance sensível e atormentado que alterna entre desespero e realização, amor materno e luxúria, fanatismo e relativismo. Andre Dubus III dá voz e vida a todos os seus personagens, que transitam por estradas, boates, lares, igrejas e motéis em busca de alguma forma de redenção.










Brincando com a morte nos campos da loucura e do desespero

Geração Editorial relança três décadas depois o livro mais pop e simbólico de Roberto Drummond

Três décadas depois de seu lançamento, em 1982, sai pela Geração Editorial um dos mais enigmáticos livros do consagrado e polêmico escritor mineiro Roberto Drummond, autor do bestseller “Hilda Furacão”: a coletânea de 16 histórias “Quando fui morto em Cuba”. A obra, que faz parte do chamado “Ciclo de Coca-Cola”, é muito revelador do projeto literário do escritor mineiro, nascido em Ferros em 1933 e falecido em Belo Horizonte em 2002, pois toca muito de perto em seus gostos e obsessões e ilustra com muita precisão o espírito pop que presidiu a criação literária do autor.
Roberto Drummond teve um ataque cardíaco que começou durante um jogo entre Brasil e Inglaterra em junho de 2002. Obcecado com a morte a ponto de colocar a palavra nos títulos de vários de seus livros, estranhamente Drummond não procurou um médico quando avisado de que a “indesejada” finalmente se aproximava dele.
“Quando fui morto em Cuba” é abertamente organizado sob espírito do futebol. O livro se divide em duas partes, Primeiro e Segundo Tempo, cada uma contendo oito histórias. Entre elas há um Intervalo em que se narram os delirantes últimos instantes do lendário craque do Botafogo carioca Heleno de Freitas. A descrição desta agonia é feita em tom de narração de partida feita por um locutor esportivo.
Além do futebol, “Quando fui morto em Cuba” traz outras referências muito caras à literatura de Roberto Drummond: a colagem pop de ícones do cinema, da televisão, da vida cultural urbana do Brasil dos anos 70 e 80, os mitos da esquerda revolucionária (Cuba, Fidel, Che Guevara, a luta armada) já vistos sob a ótica da desilusão e do romantismo fenecido dos anos finais da ditadura militar brasileira, e da própria morte, musa onipresente nos livros de Drummond.
As oito histórias têm uma construção circular. “Quando fui morto em Cuba”, por exemplo, comparece no início numa Versão Erótica e no final numa Versão Política – a mesma história sob dois pontos de vista diferentes que, no entanto, têm plena convergência. Convergir e recorrer, entre colagens pop, fragmentos, citações, referências, paráfrases, parece ser a nota dominante dessas histórias, em que signos como olhos verdes, Minas Gerais, presos políticos, torturados, mortos e agonizantes se unem numa espécie de balé macabro no qual, no entanto, o humor jamais está ausente.
Drummond parece ter prazer nas trocas simbólicas, nos sentidos invertidos ou travestidos, já de cara comprovado com o personagem de “Quando fui morto em Cuba” que, na primeira versão, a Erótica, é um travesti, um homem-mulher apelidado de Marta Rocha, o grande ícone da beleza brasileira, miss dos anos 50 que se perpetuou na memória coletiva do país. Com seus olhos verdes, “Marta Rocha” foi um dia jogador de futebol e isso já remete ao Heleno de Freitas do Botafogo, um dia batizado como “Gilda” pela torcida carioca. “
“Marta Rocha” vai a Cuba como um símbolo da futilidade brasileira, um símbolo que é todo mundo e ninguém, querido por facções políticas de esquerda e direita porque significa evasão, prazer e inconseqüência. Sendo um híbrido, pode acolher toda espécie de projeção e abrigar uma enorme quantidade de significados, e por isso, perdido em si mesmo, vai a Cuba em busca da definitiva transformação. Mas vai para morrer, segundo a previsão de uma vidente. O próprio título do livro remete ironicamente a uma canção, “Quando Sali de Cuba”, de Luis Aguile.
O livro transborda em citações, bem ao estilo de um caleidoscópio que vai do pop ao erudito, de maneira carnavalesca e enlouquecida, pois estas citações podem tanto remeter à canção de Paul Simon “Still crazy after all these years” quanto ao romance “Justine”, de Lawrence Durrell ou a um poema de T.S Eliot. Fora daí, há uma verdadeira obsessão de Roberto Drummond por atrizes e atores de cinema, e as citações se entrecruzam, trazendo Greta Garbo, Marilyn Monroe, Maria Félix, Randolph Scott, Robert Taylor, Brigitte Bardot, Rita Hayworth, entre outros (um dos contos, “Carta ao Santo Papa”, é escrito pela atriz Pier Angeli, que se suicidou, segundo a história de Hollywood, por amor a um ícone supremo do pop: o astro James Dean).
Mas engana-se quem pensar que os contos são presididos por um espírito de futilidade – ao contrário, narrativas como “Camarão grelhado” e “O rio é um deus castanho”, tocam em assuntos da maior gravidade – no primeiro, a tremenda indiferença da classe dominante brasileira por seus miseráveis e, no segundo, a agonia de um pai que um filho vive, desesperadamente dividido entre o dever do luto iminente e uma mulher que o atrai.
Trazendo de volta todo o talento de um escritor mineiro com pés firmes no mundo urbano e na contemporaneidade, esta reedição de “Quando fui morto em Cuba” abriga facetas da arte do escritor que só confirmam a perenidade e o espírito revolucionário de seu trabalho. Autor de livros populares e premiados como “A morte de D.J em Paris” e “Hilda Furacão”, Drummond foi autor de toda uma obra que pode até hoje provocar muitas polêmicas e outras tantas adesões apaixonadas. Basta, para isso, conferir “Quando fui morto em Cuba”.








Série fantástica e picante


"Filha da Tempestade", novo livro de Richelle Mead, é lançado no Brasil - primeiro volume de "Dark Swan"

A editora Agir acaba de lançar o novo livro de Richelle Mead a ser lançado no Brasil: trata-se de "Filha da Tempestade", primeiro volume da série Dark Swan. Dark Swan é uma série literária voltada mais para um público maduro e conta a história de uma terra dividida em reinos com embates entre monarcas, num ambiente carregados de magia, sensualidade e luta pelo poder.

A Agir já confirmou que todas as cenas calientes serão mantidas no livro, ao contrário do que acontece com muitos livros e editoras que cortam algumas partes mais apimentadas.

Em "Filha da Tempestade", a personagem Eugenie Markham foi contratada para resolver um novo caso: o rapto de uma adolescente. O problema é que a menina não está presa no mundo dos humanos: ela foi levada para o Outro Mundo, habitado por nobres, criaturas mitológicas e almas perdidas, um lugar desconhecido e traiçoeiro. Mas Eugenie é uma poderosa xamã e já está mais do que acostumada a combater espíritos.

Antes de fazer essa perigosa transição, ela acaba conhecendo Kiyo, por quem fica atraída de forma incomum. Após uma noite tumultuada e excitante, seus sentimentos estão confusos. Sem conseguir tirá-lo da cabeça, mesmo depois de dias, Eugenie parte para o Outro Mundo.

O que era para ser uma missão breve e tranquila se torna uma grande reviravolta em sua vida. Contra a vontade, ela percebe que está cada vez mais conectada ao mundo que sempre odiou e também aos nobres — em especial a Dorian, um rei sedutor e ambicioso. Mas seu corpo ainda deseja Kiyo, e ela se vê mergulhada num ardente triângulo amoroso.

Nos EUA a série possui três livros lançados, sendo que o quarto, Shadow Heir, será lançado em 2012. Richelle Mead é muito conhecida por lá, pelas séries Vampire Academy e Georgina Kincaid.

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