O Dia Mundial do Teatro foi criado pelo Instituto Mundial do Teatro em 1961, mas a sua primeira celebração só aconteceu no ano seguinte, em 1962, no dia 27 de março. A iniciativa foi uma parceria do instituto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e teve como objetivo divulgar a importância da chamada “quinta arte” como forma de expressão.
Além disso, a data se propõe a homenagear o trabalho realizado pelos artistas e profissionais da área, que contribuem para disseminar a cultura de diversos povos pelo mundo, desde a antiguidade até os dias atuais.
Onde surgiu o teatro?
Não se sabe ao certo quando as civilizações começaram a encenar situações e acontecimentos, mas estima-se que o teatro, enquanto forma de linguagem e manifestação artística, exista desde a Antiguidade, que é o período marcado pela invenção da escrita.
Diversos povos antigos, como os chineses, os indianos e os egípcios já faziam pequenos rituais de encenação em homenagem aos deuses. Porém, foi o teatro grego que fez o teatro ser conhecido como ele é hoje.
Derivado da palavra grega “theatron”, que era usada para se referir ao lugar onde as pessoas podiam assistir às peças na Grécia Antiga, o teatro grego era dividido em apenas dois gêneros, tragédia e comédia. Entretanto, ambos tinham um objetivo em comum: promover o sentimento de responsabilidade e cuidado pelos bens públicos entre a população.
Outro povo responsável por popularizar o teatro foram os italianos, mais especificamente os romanos, que difundiram a arte da encenação por toda a Europa durante o período medieval e também ao longo do Renascentismo. Por isso, costuma-se referir-se às origens do teatro atual como “teatro greco-romano”.
Teatro no Brasil
Se em muitos países do “velho mundo” o teatro já era parte do cotidiano da população, no Brasil a moda demorou um pouco mais para pegar. Esse tipo de arte foi introduzido pelos jesuítas ainda no século XVI, com peças inicialmente escritas em latim e depois traduzidas para o português e o tupi-guarani. Por isso, o padre José de Anchieta é considerado o primeiro dramaturgo do país.
Porém, foi somente na primeira metade do século XX que o teatro brasileiro começou a se desenvolver para representar as características da população. A princípio, abordando os comportamentos e interesses da aristocracia e, mais tarde, retratando outros grupos sociais.
Antes disso, o Brasil já havia vivenciado algumas experiências teatrais com a vinda de Dom João VI e sua família, em 1807, que trouxeram consigo diversos artistas de áreas como teatro, artes plásticas, dança e música. Mas ainda levaria um tempo para que as peças passassem a refletir os costumes e a cultura do povo brasileiro.
Dramaturgos brasileiros
Não dá para falar em teatro brasileiro nem mencionar Nelson Rodrigues. O dramaturgo é considerado um dos maiores do século XX e a sua peça “Vestido de noiva”, que estreou na década de 1940, é classificada como um marco no teatro, sendo encenada e ressignificada até hoje.
Além dele, nomes como Dias Gomes, Jorge de Andrade e Augusto Boal também representam o genuíno teatro nacional e latino-americano, que busca dar um novo olhar a questões sociais muitas vezes ignoradas.
A época também marcou a ascensão das mulheres no teatro, principalmente de Hilda Hilst, que promoveu uma revolução poética nos palcos ao ir na contramão das tendências do período, e Leilah Assumpção, cujas peças questionavam o papel da mulher na sociedade.
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