quarta-feira, 2 de novembro de 2022

TALENTO

Ricardo Black se apresenta no Centro Cultural BNB na véspera do Dia da Consciência Negra
Dono de um dos mais belos timbres vocais da cena cearense, em que se destaca desde a segunda metade da década de 80, Ricardo Black apresenta no sábado, 19/11, às 19h, no Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza (Rua Conde D´Eu, 560, Centro) um espetáculo especialmente concebido para a programação de novembro nesse equipamento cultural em que todos os eventos têm entrada franca_
Ricardo Black apresentará um repertório cuidadosamente selecionado, de obras de autores/as cearenses e canções registradas em seu álbum "Samba do Metrô Amor", gravado em Berlim e em Fortaleza, e em coletâneas como "No Ceará é Assim", lançada nos anos 90 pelo Governo do Estado reunindo diversos/as intérpretes recriando em estúdio clássicos da canção cearense.
Com seu timbre grave inconfundível, Ricardo Black se apresenta na companhia de um trio, com direção musical do contrabaixista, produtor e arranjador Edmundo Vitoriano Jr (violão, guitarra, contrabaixo), também artista de longa trajetória no cenário da música do Ceará. Myzael Araújo (trompete e flautas) e José Hadad (pandeiro, participação especial) integram o time.
Durante a pandemia, Black manteve ensaios nesse formato de trio, reforçando sua criação e sua musicalidade. Agora, com o retorno aos shows presenciais, a apresentação se constitui em um presente para o público, integrando as atividades do CCBNB relativas ao Dia e ao Mês da Consciência Negra. 
Como intérprete de excelência, Ricardo Black participou de diversos festivais e foi também frequentemente requisitado para gravações. Em sua interpretação ficaram notórias canções como "Latitude", parceria de Tato Fischer e Flavio Paiva, e "Samba do metrô" e "Canção do amor banal", ambas de Valdo Aderaldo, além de "Adeus, Praia de Iracema", de Luiz Assunção.

Ampla trajetória musical e cênica
Cearense de Fortaleza, José Ricardo de Souza Ferreira é filho do tenente do Exército José André da Costa Ferreira – in memoriam, e da costureira cearense de Fortaleza, Zuleide de Souza Ferreira. A verve artística foi herdada do pai, maranhense de São Bento, maestro e trombonista na Banda de Música do 23º Batalhão de Caçadores, contrabaixista da Orquestra Sinfônica Henrique Jorge, também um dos maestros fundadores da Banda de Música do Piamarta, no bairro Montese, conforme registra Túlio Monteiro, destacando informações detalhadas sobre a trajetória artística de Ricardo Black.
Black iniciou a carreira aos sete anos, participando do Clube Infantil, nas tardes de sábado, na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, e, de lá, para os programas da extinta TV Ceará Canal 2, Show do Mercantil e Por que hoje é sábado. Também participou de programas da época como o Clube de Heróis e da telenovela Futurama, com direção de Ary Sherlock, na então TV Educativa Canal 5. Integrou, como clarinetista, as bandas dos colégios Piamarta Montese e Piamarta Aguanambi, na qual também participou como cantor.
Com o fim do casamento de seus pais, Ricardo Black ingressou na Igreja Batista e se dedicou ao canto da música sacra, tornando-se conhecido pelo imenso público das diversas denominações evangélicas no Ceará e Nordeste. Ingressou no curso de Teologia do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife-PE, onde estudou canto e participou de vários corais. Em Recife participou ainda, como intérprete, de festivais de frevo e maracatu.
Ao retornar a Fortaleza, fez parte do Coral do Povo (jornal O Povo) e do Coral Zoada. Em seguida, vieram os festivais: Festival Cana-Verde, Festival de Música de Camocim, Voz de Ouro do Ceará, Terral, Festival Vida e Arte, MPB Petrobras e Polifonia, dentre outros. Em 1995, foi escolhido o melhor intérprete no V Canta Nordeste (Rede Globo), ocasião em que defendeu o blues "Latitude", em homenagem à cidade de Fortaleza, de autoria de Flávio Paiva e Tato Fischer.
A partir desse Festival, recebeu convite para cantar na Europa, para onde foi em 1997, lá permanecendo por alguns anos. Em Zurique, na Suíça, foi a principal atração do carnaval brasileiro de 1997, no Casino Zürichhorn. Já em Berlim, em seus shows e temporadas, dividiu o palco do restaurante brasileiro Taba com músicos do quilate de Bocato, Eudinho Soares, Zé Eugênio. Participou do CD Karneval der Kulturen interpretando a faixa "Recordando os 4 elementos" (Sapucaiu no Samba), BG das chamadas de rádio e de televisão para o Carnaval daquele ano de 1998, além de ter o seu trabalho citado na revista alemã Zitty. 
Um dos momentos inesquecíveis na capital alemã foi participar do show instrumental do trombonista Bocato (ex-músico da inesquecível Elis Regina), em sua turnê pela Europa, e de uma big band, em pleno jardim inglês, no famoso Parque Tiergarten, onde interpretou o clássico "Carinhoso" para uma multidão que o prestigiou rendendo-lhe calorosos aplausos. Já em Modena, Itália, participou das gravações do CD Utukutu, da cantora cearense Maruça.
Em 2002, lançou seu primeiro álbum solo, "Samba do Metrô Amor", gravado inicialmente em Berlim e concluído em Fortaleza, em 2003. Com sua voz em tom grave, Ricardo Black mostra neste disco toda a universalidade de sua música e as influências que teve em sua vivência nas terras germânicas. A participação de Ângela Küster, cantando em alemão na faixa "Por que não? " é um exemplo. Também participam David Duarte, Paula Tesser, Jabuti, Eudinho Soares, Zezé Fonteles e Anastácia. A produção musical e executiva foi do próprio Ricardo Black, que contou com músicos como Denilson Lopes, Ítalo Almeida, Renno Saraiva, Márcio Resende, Otto Júnior, Nélio Costa e Pantico Rocha.
Ao longo de sua carreira, teve o privilégio de dividir o palco com artistas como João Nogueira, (ao lado da cantora Marta Aurélia), nos festejos do Centenário da Abolição (1988), Tunai, Nando Reis, Biafra e Jane Duboc, entre outros grandes nomes da MPB. Ricardo Black também produziu o antológico álbum No Ceará é assim – 1995, com direção musical de Manassés de Sousa e participação de vários cantores cearenses, lançamento da Secretaria de Cultura do Governo do Ceará – Secult.
No teatro, participou das montagens de "A Irmandade da Santa Cruz do Deserto – O Caldeirão", com direção de Erotilde Honório; "Não Verás País Nenhum", dirigido por Júlio Maciel; e nas montagens da Ópera "Don Giovanni", no Theatro José de Alencar e Teatro Municipal de São Paulo, com direção de Bia Lessa. Participou, ainda, de cursos preparatórios com atores do Théâtre Du Soleil.
No cinema, participou do filme "O Escravo", com direção de Luiz Viana; de "Adeus Praia de Iracema", dirigido por Iziane Mascarenhas, e de "As Tentações do Irmão Sebastião", com direção de José Araújo.

SERVIÇO:
*Show Ricardo Black – Black Trio. Sábado, 19/11, às 19h, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB Fortaleza). Rua Conde D´Eu, 560, Centro. Entrada franca. Informações: redes sociais do CCBNB Fortaleza*

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