Esportes de aventura melhoram nível de estresse e condicionamento físico de idosos
Pular de paraquedas sobre o mar do Rio de Janeiro, andar de motocicleta na Serra da Canastra e praticar mergulho em Ilhabela são algumas atividades de turismo comuns no Brasil que demandam um espírito aventureiro e geralmente são atribuídas aos jovens. Engana-se, porém, quem pensa que os esportes de aventura não podem ser executados por quem já passou dos 60 anos.
A prática de atividade física pelos idosos é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, segundo o órgão, proporciona diversos benefícios à saúde. Pesquisas apontam que o contato com modalidades esportivas radicais — aquelas que aumentem os níveis de adrenalina — pode trazer ainda mais vantagens à terceira idade, desde que sejam feitas em segurança
Benefícios para a saúde
Não é novidade para ninguém que praticar atividades físicas é um fator importante para a manutenção de uma vida saudável. De acordo com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, idosos que aderem a esse estilo de vida têm uma melhora do sistema cardiorrespiratório, da regulagem da glicemia, do colesterol e triglicerídeos, além de diminuírem o risco de perda óssea e fortalecerem a musculatura.
Dentro das modalidades disponíveis, existem os esportes de aventura que, ao contrário do que muitos pensam, também trazem diversos benefícios para a terceira idade.
Segundo pesquisa intitulada “A participação de idosos em atividade de aventura na natureza no âmbito do lazer”, da Universidade Estadual Paulista, a inclusão de pessoas mais velhas em esportes de aventura pode promover melhorias nos estados psicológico e social.
O estudo aponta que a prática dessas atividades ameniza os impactos negativos do processo de envelhecimento e influencia positivamente na autoestima e na diminuição do estresse. Outro fator apontado pela pesquisa é o avanço nas relações sociais.
Ao praticar esportes, idosos podem ter contato com pessoas de diferentes faixas etárias, gêneros e classes sociais. Nos pontos para mergulho, por exemplo, é comum encontrar grupos de praticantes da atividade. Esse fator, segundo o estudo, induz a melhora do lado sociopsicológico, dando mais confiança para criar relações.
Outro estudo, chamado “Slackline: saúde, aventura e emoção para idosos”, da Universidade Nove de Julho de São Paulo, destacou a importância dos esportes de aventura para a melhora do condicionamento físico e equilíbrio do corpo.
Segundo a pesquisa, os praticantes dessas modalidades costumam sentir aumento na sensação de bem-estar, diminuição ou retardamento dos impactos do envelhecimento e mais disposição para realizar atividades do dia a dia.
Importância do acompanhamento profissional
Os benefícios dos esportes de aventura são diversos, mas para praticá-los é importante que os idosos prestem atenção em alguns aspectos. Segundo a OMS, o tempo ideal para a prática das pessoas acima dos 60 anos é de 150 minutos semanais de atividades leves a moderadas ou 75 minutos de exercícios mais intensos. Esses números podem variar de acordo com o estilo de vida, disposição e limitações de saúde.
Segundo a pesquisa da Universidade Estadual Paulista, antes de se aventurar em mergulhos, paraquedas, arvorismo, bungee jumping ou motocross, o idoso deve buscar por orientação e aprovação da equipe médica que o acompanha. Essa medida vai minimizar riscos de lesões ou até mesmo óbito durante as atividades.
Além disso, o estudo ressalta a importância de acompanhamento profissional durante a prática esportiva. Antes de realizar qualquer modalidade, é preciso verificar a regularidade daquele serviço, assim como a capacitação dos profissionais e instrutores que vão oferecer o suporte.
A pesquisa ressalta que, após considerar os aspectos físicos, motores, cognitivos e questões de segurança, o idoso pode realizar quaisquer atividades de aventura e usufruir dos inúmeros benefícios que elas podem oferecer à saúde física e mental.
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