terça-feira, 3 de março de 2015

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"Lucy", um dos melhores filmes de ano passado, chega nas locadoras
O cérebro, esse desconhecido, é um dos protagonistas de "Lucy", ficção científica de Luc Besson que explora um dos mais propalados mitos da pseudociência: a de que o ser humano utiliza apenas 10% de sua capacidade mental.
Besson faz parte da geração francesa que despontou no começo dos anos 1980, ao lado de Jean Jacques Beneix ("Betty Blue") e Leos Carax ("Boy Meets Girl"). Os três, de alguma forma, reagiam à nouvelle vague propondo uma estilização radical, com influência das duas grandes forças audiovisuais do período: a publicidade e o videoclipe.
Beneix se apagou como esteta sem substância; Carax se afirmou como autor de forte expressão pessoal (ainda que aos trancos e barrancos), enquanto Besson se transformou em um grande executivo, idealizador e sócio de um dos maiores estúdios extra-Hollywood do mundo, a EuropaCorp.
Hoje, Besson é, antes de tudo, um produtor que também dirige. Em "Lucy", exercita aquilo que sabe fazer: um cinema industrial de orçamento grandioso, que combina gêneros e não tem a pretensão de se levar a sério.
"Lucy" é uma coleção de situações estapafúrdias enfileiradas sem pudor, com a grande vantagem, aqui, de contar com uma protagonista perfeita para executar a proposta: Scarlett Johansson. Depois de absorver doses cavalares de uma nova droga, que ativa seus neurônios e faz com que seja capaz de usar toda a capacidade de seu cérebro, a protagonista Lucy se torna uma espécie de "mulher do futuro", com habilidades sobre-humanas.
Essas habilidades são produto de uma capacidade de processar informação em alta velocidade e de se conectar com o mundo -seu corpo se transforma em uma espécie de supercomputador/rede de internet, que supera os limites do espaço-tempo. Como os bons filmes de ficção científica, "Lucy" diz bastante sobre os tempos atuais -não apenas em relação ao estado de nossas fantasias e projeções, mas, também, sobre o estado do cinema hoje, inimaginável sem a tecnologia digital.

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