Neste domingo, Marcha da Maconha será realizada em Fortaleza, com concentração marcada para às 15h na Estátua de Iracema e seguindo em caminhada até o Clube Náutico. A concentração começa às 14h. A Marcha também acontecerá em São Paulo hoje, dia 26/5.
A história da Marcha da Maconha no Brasil remonta a movimentos sociais que buscam a descriminalização e a regulamentação do uso da maconha. Essa manifestação ganhou força no país e se tornou um espaço de debate sobre políticas de drogas, saúde pública e direitos individuais.
A Marcha da Maconha é uma forma de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a rever a criminalização da maconha e também se opõe à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/23, recentemente aprovada pelo Senado Federal, que criminaliza o porte e a posse de qualquer quantidade de maconha.
Em Fortaleza, a marcha reúne ativistas, usuários, pesquisadores e simpatizantes da causa canábica. O evento busca conscientizar a sociedade sobre os benefícios medicinais da cannabis e promover o debate sobre a legalização responsável.
A Marcha da Maconha é uma oportunidade para que vozes se unam em prol da mudança e para que a sociedade reflita sobre as políticas de drogas no Brasil. A luta continua, e eventos como esse são essenciais para promover a conscientização e a transformação.
LEGALIZAÇÃO NO MUNDO
A legalização da maconha é um tema complexo e controverso, com argumentos a favor e contra.
Alemanha: Em abril de 2024, a Alemanha legalizou o uso recreativo da maconha. A legislação permite que pessoas com mais de 18 anos transportem até 25 gramas de maconha em vias públicas, cultivem até 50 gramas e tenham três plantas de cannabis em casa. O governo acredita que isso ajudará a conter o mercado clandestino da maconha, mas organizações de saúde alertam para o aumento do consumo entre os jovens.
União Europeia (UE): Malta foi o primeiro país da UE a legalizar a maconha em 2021, seguido por Luxemburgo em 2023 e agora a Alemanha. No entanto, a legalização ainda é uma exceção no mundo.
Uruguai: Em 2013, o Uruguai se tornou o primeiro país a legalizar a produção, distribuição e consumo da maconha. Os uruguaios podem cultivar para consumo pessoal, fazer parte de clubes ou comprar em farmácias.
Canadá: Em 2018, o Canadá se tornou o primeiro país do G7 a legalizar a maconha recreativa. Os canadenses podem possuir até 30 gramas e quatro plantas por casa.
México: A Corte Suprema do México descriminalizou o uso recreativo da maconha em 2021 e flexibilizou os critérios para posse em 2022.
Estados Unidos: Embora o uso, venda e posse de maconha sejam proibidos pela lei federal, vários estados aprovaram isenções para uso medicinal e recreativo em 20 estados.
Estima-se que 17,7 milhões de americanos usem cannabis diariamente ou quase diariamente em 2022, superando os
14,7 milhões de bebedores de álcool comparáveis, de acordo com uma análise da Universidade Carnegie Mellon. Essa é a primeira vell que pesquisas indicam um consumo maior da droga do que do álcool no país.
O levantamento é feito desde 1992, e de lá até 2022, houve um aumento de 15 vezes na taxa per capita no consumo de maconha. Na década de 90, eram 8,9 milhões de consumidores diários de álcool contra quase 1 milhão de usuários de maconha. Os especialistas apontam que essa alta pode estar relacionada a dois pontos. Legalização: Metade dos estados americanos permite a maconha medicinal ou recreativa. No país, 25 dos 50 estados legalizaram o uso medicinal e o recreativo da droga. Aumento da autodeclaração: como deixou de ser ilegal em vários territórios do país, as pessoas se sentem menos inibidas em assumir o consumo, o que pode ter impulsionado os dados.
Apesar da alta, a pesquisa mostra que o consumo de álcool ainda é maior, de forma geral, mas não na mesma intensidade que a maconha. A reclassificação da maconha nos EUA está em processo, e a droga deve entrar em uma categoria considerada menos nociva. Hoje, a maconha é classificada na mesma categoria de drogas como heroína e LSD. Com a mudança, ela seria equiparada a substâncias como anabolizantes e cetamina. Nos EUA, os estados podem criar regras próprias sobre o consumo da droga. Em metade deles, o uso recreativo e medicinal é liberado, e nos demais varia entre liberações apenas medicinais ou nenhuma permissão para o uso.
BENEFÍCIOS DA LEGALIZAÇÃO
A maconha, também conhecida como cannabis, tem uma história rica e diversas aplicações em diferentes áreas. Vamos explorar seus benefícios na construção civil, meio ambiente, medicina, moda e sua trajetória na indústria:
1. Construção Civil:
- Materiais Sustentáveis: Os talos e caules da maconha podem ser utilizados na fabricação de materiais de construção, como tijolos e painéis. Esses materiais são mais leves, duráveis e têm menor impacto ambiental.
- Isolamento Térmico: O cânhamo é usado para produzir isolantes térmicos naturais, contribuindo para a eficiência energética das edificações.
2. Meio Ambiente:
- Descontaminação de Solos: A maconha tem a capacidade de absorver metais pesados do solo, melhorando sua qualidade e contribuindo para a descontaminação.
- Captura de CO₂: O cultivo de maconha ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, pois as plantas absorvem CO₂ e o convertem em matéria orgânica⁸.
3. Medicina:
- Alívio de Dores Crônicas: O CBD (canabidiol) presente na maconha é usado para tratar dores crônicas, como artrite e fibromialgia.
- Tratamento de Epilepsia: O CBD também é eficaz no controle de convulsões em pacientes com epilepsia.
- Melhoria da Qualidade do Sono: A maconha pode ajudar a tratar a insônia.
4. Moda e Roupas:
- Fibras Duráveis: A fibra do cânhamo é resistente e pode ser transformada em roupas, como camisetas, calças jeans, sapatos e bolsas. Essas peças têm durabilidade superior a outros materiais.
- Proteção UV: As roupas de cânhamo bloqueiam os raios ultravioleta, tornando-as ideais para uso ao ar livre.
5. História da Indústria da Maconha:
- A maconha tem sido usada por milênios em diferentes culturas para fins medicinais, recreativos e industriais.
- A legalização e a pesquisa científica estão mudando a percepção da maconha, revelando seus benefícios e desmistificando tabus.
6. Redução da criminalidade: Legalizar a maconha pode enfraquecer o mercado ilegal e reduzir o tráfico de drogas.
7. Ecomomia: A arrecadação tributária e a diminuição de custos com presidiários e tratamento de saúde são vantagens.
Lembrando que os benefícios variam de acordo com a perspectiva e contexto de cada país. A legalização deve ser cuidadosamente avaliada considerando os riscos e benefícios para a sociedade como um todo.
A Marcha da Maconha tem uma história marcada por uma luta constante pela descriminalização e legalização da maconha. Essas manifestações públicas e pacíficas reúnem participantes que reivindicam mudanças nas políticas de drogas.
Origem Internacional: Amsterdã, Holanda (1972): Há registros históricos que indicam que a primeira formação da Marcha da Maconha ocorreu em 1972 na cidade de Amsterdã, na Holanda. Outras fontes mencionam que o movimento teve origem em 1994 na cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
No Brasil: Rio de Janeiro (2002): A primeira Marcha da Maconha no Brasil aconteceu em 2002, na cidade do Rio de Janeiro. Essa iniciativa mobilizou a formação de outros grupos em diversas cidades do país.
LUTA ANTIPROIBICIONISTA
O movimento brasileiro compartilha o objetivo antiproibicionista, chamando a atenção para os efeitos nocivos da guerra às drogas.
Atualmente, cerca de 35 cidades brasileiras organizam a Marcha da Maconha. A proibição do uso da maconha está relacionada à opressão do povo negro desde os tempos da escravidão. Os africanos trouxeram a erva para o Brasil, onde seu consumo foi rapidamente criminalizado sob uma atitude racista.
Em resumo, a Marcha da Maconha é um movimento global que busca debater a legalização e regulamentação do consumo da maconha, com raízes tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. No Brasil, ela se tornou uma voz importante na luta contra a proibição e a guerra às drogas.
A maconha é uma planta versátil, com potencial para melhorar nossa qualidade de vida, proteger o meio ambiente e revolucionar setores como a construção e a moda. Seu uso deve ser cuidadosamente regulamentado e explorado para maximizar seus benefícios.
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