quarta-feira, 26 de setembro de 2018

#ELENÃO

Ato Mulheres Contra Bolsonaro vai às ruas dia 29

Em Fortaleza, o percurso inicia na  Praia de Iracema e encerra com parada cultural no entorno do Dragão do Mar
 
No próximo dia 29, as Mulheres Unidas Contra Bolsonaro ocupam as ruas de várias cidades brasileiras e do exterior. A pouco mais de duas semanas para o primeiro turno das eleições, o grupo no Facebook mobiliza  2,6 milhões de participantes. Em Fortaleza, o ato acontece na Praia de Iracema, com concentração a partir das 15 horas na Praia dos Crush. As mulheres percorrem as ruas do bairro em direção à Praça do Café Avião, no entorno do Centro Dragão do Mar, onde haverá uma parada cultural com diversas apresentações e intervenções artísticas.                    

Segundo dados do Cadastro Eleitoral, a maior parte do eleitorado brasileiro pertence ao gênero feminino. Ao todo, são 77.337.918 eleitoras, o que representa 52,5% do total. Elas são a maioria e também a maior rejeição ao candidato de extrema direita. 49% das mulheres, de acordo com a última pesquisa Datafolha, afirmam que não votariam nele de jeito nenhum.

O ato irá mostrar a força delas, que são a maior parte dos indecisos e a maior oposição contra Bolsonaro. #elenão #elenunca #elejamais - as hashtags que ocupam os Trending Topics do Twitter vão virar grito uníssono numa manifestação plural, que reúne estudantes, trabalhadoras das artes, professoras, estudantes, comerciarias, militantes sociais, militantes de partidos, funcionárias públicas, todas que desejam ver o Brasil avançando nas conquistas democráticas e não aceitam retrocessos.

Por que ir às ruas?
A lista de razões do público feminino contra o militar reformado de ultradireita não para de crescer. O episódio mais recente envolveu seu companheiro de chapa, candidato a vice, Hamilton  Mourão  (PRTB). Na segunda-feira, 17, o general da reserva disse que famílias pobres sem pai e avô, só com mãe e avó, são “fábricas de desajustados”, que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

Antes disso, são diversas as manifestações machistas e misóginas. É de Bolsonaro a frase: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”. Em uma entrevista ao Zero Hora, publicada em 2014 e ainda disponível no site do jornal, o capitão disse que não achava injusto uma mulher ganhar menos do que o homem para a mesma função, pois mulher engravida e tem licença maternidade. "É uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas... Eu sou um liberal, se eu quero empregar na minha empresa você ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! Se você acha que também não tá ganhando, que procure outro emprego. Eu que estou pagando, o patrão sou eu", afirmou.

Matéria da revista Valor Econômico, publicada no último dia 30 de agosto, mostrou que seu gabinete em Brasília e seu escritório parlamentar no Rio de Janeiro pagam salários menores às mulheres que aos homens. As funcionárias contratadas pelo militar recebem, em média, 31% menos que os vencimentos dos colegas do sexo masculino.
O candidato do PSL também é réu de uma ação penal movida a partir de um episódio envolvendo a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), na qual ele responde pelo crime de incitação ao estupro. Em 2014, Bolsonaro disse à deputada que não a estupraria porque “ela não merece” por considerá-la "muito feia", ao rebater um discurso feito pela petista no plenário da Câmara. Na ocasião, Rosário defendia a Comissão da Verdade e as investigações dos crimes da ditadura militar.

Ao programa CQC, da Band, em 2011, o candidato afirmou que não corria o risco de ter uma nora negra porque os filhos foram "muito bem educados".
Acrescente a tudo isso a admiração, manifestada pelo deputado federal em diversas ocasiões, pelo Coronel Brilhante Ustra, que torturou perversamente diversas mulheres durante o regime militar no País.
É por essas e tantas outras razões que no dia 29 as mulheres percorrerão diversos territórios, tanto no Brasil, como em outros países, para dizer um NÃO ao fascismo e a barbárie. O ato é acima de tudo um protesto e um clamor por uma maior participação das mulheres na política. Vamos juntas!

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