Ailton Graça recebe o Troféu Eusélio Oliveira no 33º Cine Ceará | Foto: Rogerio Resende / Divulgação
O ator Gero Camilo foi prestigiar Ailton Graça na cerimônia de homenagem ao ator no 33º Cine Ceará | Foto: Rogerio Resende / DivulgaçãoO ator Ailton Graça recebeu, na noite de terça-feira (28), o Troféu Eusélio Oliveira, em solenidade realizada durante o 33º Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema, no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Entre os presentes estava o ator Gero Camilo, com quem o homenageado contracenou no longa “Mussum, o filmis”, em cartaz nos cinemas de todo o país.
Em um emocionado discurso, Ailton Graça destacou que o cinema é uma arte coletiva. “O cinema auxilia na formação e nas lutas diárias de uma construção da nossa brasilidade. Então, é preciso que essa gama de pessoas junto à política pública e o governo federal invistam na arte e no cinema”, discursou o ator.
Ailton, com mais de 15 anos de carreira, sente a necessidade de contar mais histórias como a de Mussum. “É difícil ser um dos protagonistas em um país que tem uma estrutura patriarcal muito cruel, sempre ditada pelo homem branco. A gente não vê um pai preto dentro de uma família nos cinemas. Eu fiz uma pesquisa rápida e percebi que o Grande Othelo nunca teve família nos filmes. Aquilo me machucava. ‘Mussum’ é a representação de muitas histórias parecidas pretas, com diversas camadas de resistência e de subir ladeiras”, completa o intérprete.
O homenageado Ailton Graça
A homenagem no Cine Ceará é a primeira que o ator paulista recebe em um festival ao longo de sua carreira, e isso acontece logo após estrear nos cinemas com seu primeiro protagonista, no longa “Mussum, o filmis”, cinebiografia de Mussum. Com este papel, Ailton Graça ganhou o Kikito de Melhor Ator no 51º Festival de Gramado. Recentemente, o ator também foi homenageado pela Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ailton estreou nas telonas há exatos 20 anos, com o filme “Carandiru”, interpretando Majestade. Ele atuou também em "Meu Tio Matou um Cara" (2004), "Querô – Uma Reportagem Maldita" (2007), "A Guerra dos Rocha" (2008), "Até que a Sorte nos Separe"(2012), "Correndo Atrás" (2019), que fez parte da Seleção Oficial do Pan African Film Festival, do Festa del Cinema di Roma e do African Film Festival New York, "M8 – Quando a Morte Socorre a Vida" (2020), "Galeria Futuro" (2021) e "O Pai da Rita" (2022).
O ator tem trabalhos marcantes na TV, tendo integrado o elenco de novelas como "Império", onde se destacou com a personagem Xana Summer, e “Travessia”, dando vida ao professor de história Monteiro, casado e pai de adolescentes. Ele também atuou nas séries “Carcereiros", "Cidade Proibida” e “Rota 66”, inspirada no livro homônimo de Caco Barcellos. Em 2020, participou do especial da Rede Globo "Falas Negras", levado ao ar no Dia da Consciência Negra. No teatro, fez peças como "A Vida que Pedi, Adeus", "Os Intocáveis" e "Diálogo Noturno com um Homem Vil", texto do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt, quando dividiu o palco com Celso Frateschi, sob direção de Roberto Lage.
Ailton Graça nasceu em 1964 e fez cursos de dramaturgia, interpretação, direção, técnicas circenses e oficinas de cenário, figurino e vocal. Apaixonado por carnaval, comenta desfiles de escolas de samba pela Rede Globo de São Paulo e é presidente da escola de samba mais antiga do carnaval de São Paulo, a Lavapés, fundada em 1937, no Glicério, que agora se chama Lavapés Pirata Negro e ganhou um novo espaço no bairro do Jabaquara.
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