Quando o orçamento está comprometido, gerando preocupações excessivas e severo desgaste emocional, então, a angústia cede lugar à ansiedade financeira, que atinge pessoas de diferentes classes sociais.
“A ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações. Os transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida. Pode-se sentir ansioso a maior parte do tempo sem nenhuma razão aparente; pode-se ter ansiedade às vezes, mas tão intensamente que a pessoa se sentirá imobilizada”, assim o Ministério da Saúde define as crises de ansiedade.
Segundo pesquisa do Serasa, realizada com 5.225 pessoas, 61% dos entrevistados relatam episódios de crises de ansiedade diante de dívidas. Ainda de acordo com dados do Serasa, os cartões de crédito continuam sendo as principais fontes de endividamento dos brasileiros. Constam nos mapas de inadimplência mais de 69 milhões de pessoas endividadas e, desse total, quase 29% referem-se a dívidas adquiridas por meio de cartões de crédito.
De acordo com dados do Banco Central, o saldo devedor dos cearenses, oriundo de créditos por empresas e pessoas físicas junto a Instituições Financeiras, chegou a mais de 116 bilhões – o maior índice já contabilizado no Ceará.
Em tempos modernos, episódios de ansiedade são recorrentes na vida da maioria das pessoas, mas quando os sintomas ganham grandes proporções e impedem que o indivíduo execute as tarefas cotidianas, a condição ganha um nome próprio: ansiedade financeira. “A ansiedade financeira é uma condição emocional caracterizada por preocupações excessivas e ansiedade relacionadas a questões orçamentárias. Pode se manifestar de várias maneiras e ser causada por uma variedade de fatores financeiros e pessoais”, esclarece o psicólogo André Carneiro, especialista em TCC (Terapia Cognitiva Comportamental).
Controlar a ansiedade financeira requer um conjunto de estratégias e mudanças de comportamento que ajudem a gerenciar o estresse e as preocupações relacionadas ao dinheiro. O primeiro passo, de acordo com o psicólogo André Carneiro, é criar um orçamento detalhado que liste todas as receitas e despesas, sejam pessoais ou familiares. Isso ajudará a entender onde o dinheiro é empregado e a identificar áreas em que é possível economizar. Para isso, buscar conhecimento sobre finanças pessoais é fundamental, desde livros a cursos.
Preocupar-se demasiadamente com o futuro financeiro pode aumentar a ansiedade, o que atrapalha a tomada de decisões positivas. O ideal é tentar concentrar-se nas ações que podem acontecer no presente. Paralelo a isso, dar atenção especial à saúde física e mental com a prática de atividades físicas, terapia, conversas e sono restaurador. Considerar outra forma de renda pode ser uma alternativa para conseguir renda extra e colocar um fim nas dívidas, esclarece o psicólogo.
“Uma dica simples e bastante eficaz é recorrer a regra dos 5 segundos que consiste em parar um pouco para pensar antes de comprar, o que evita impulsos e gastos desnecessários”, orienta o especialista André Carneiro. Segundo o psicólogo, antes de deixar-se levar pelo prazer imediato das compras, é preciso questionar-se “Realmente preciso disso?”, “Devo comprar isso?” e, finalmente, a pergunta mais importante: “Posso pagar por isso?”.
O psicólogo André Carneiro alerta ainda que, para quem está endividado, o mais urgente é deixar o dinheiro focado para as reais necessidades. À medida que a situação financeira estiver mais estável, outras prioridades podem surgir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário