O Museu da Imagem e do Som do Ceará apresenta uma nova exposição de longa duração. “Imaginar os Cearás: Memórias e Tecnologias”, localizada no andar -1 do Anexo, aborda a história da instituição, a constituição de seu acervo e o papel das instituições museais nas construções identitárias. A entrada é gratuita e a exposição pode ser visitada no horário de funcionamento do Museu. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
A exposição parte de três momentos marcantes para o MIS: sua criação em 1980, ainda no subsolo da antiga Biblioteca Menezes Pimentel; a reinauguração em 1996, quando passa a ocupar o atual endereço; e a reabertura após ampla reforma e construção do Anexo, em 2022. Para contar essa história, a exposição é composta por textos e objetos como cordeis, catálogos e folhetos antigos de entidades e eventos; registros da inauguração do MIS em 1980; itens do universo audiovisual, como discos, latas de filme, televisões, disquetes, toca-fitas, CDs, DVDs, fitas magnéticas, rolos de filme, câmeras e gravadores; além de fotografias e vídeos, registros de filmes gravados no Ceará e imagens de Fortaleza e de diversos outros municípios cearenses.
Para a gerente de Acervo e Pesquisa do MIS-CE, Sandra Regina de Jesus, a exposição celebra a trajetória de quase 45 anos do Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE) e lança um olhar multifacetado sobre a história da instituição e seu papel essencial na construção das representações políticas, culturais e históricas do estado. “Desde sua fundação, o MIS-CE tem sido referência na preservação e valorização da memória cultural cearense, tornando-se também uma das referências nacionais em preservação digital”, ressalta a gerente, que tem formação em Museologia.
Ela explica, ainda, que a exposição explora como o Ceará tem sido imaginado ao longo do tempo, refletindo essas visões em um rico e diverso acervo do Museu, que inclui fotografias, películas, gravações sonoras, documentos, gravuras e outras expressões materiais e imateriais. “Esses registros não apenas valorizam memórias de diferentes épocas e comunidades, mas também dialogam com o presente, evidenciando a pluralidade cultural que constitui os "Cearás" idealizados por seus habitantes”, ressalta Sandra Regina de Jesus.
As primeiras coleções do MIS Ceará são provenientes de arquivos de comunicação de instituições públicas, incorporadas de projetos de mapeamento cultural e de registros feitos pelo próprio museu. Os conteúdos audiovisuais têm uma forte presença nessas coleções. A diversidade de suportes é reveladora dos diferentes usos (comercial/publicitário, doméstico, institucional, difusão, memória) e temporalidades (películas, magnéticos e digitais). Estes registros são fontes de pesquisa sobre diversos aspectos de nossa cultura e sobre a produção audiovisual cearense. As questões que se lançam sobre estas coleções nos instigam a promover representatividades afirmativas, em contraposição aos reforços de estereótipos, preconceitos nas formas como comunidades, indivíduos e diversos setores da sociedade têm sido representados ou invisibilizados.
Quando se trata de um acervo referenciado em imagens e sons, os itens dizem respeito ainda sobre as tecnologias que impactam na percepção humana e nas diversas possibilidades de capturar os tempos vividos, sob as mais diferentes perspectivas. O olhar que se lança para suas coleções e para a trajetória da instituição suscitam questionamentos sobre processos de seleção, recortes e escolhas, e sobre os grupos sociais que têm construído essas narrativas e memórias.
Os avanços na popularização das tecnologias digitais e no acesso à internet promoveram a migração de conteúdos de suportes analógicos para formatos mais acessíveis. Para além de salvaguardar os novos e velhos formatos que passaram a compor seu acervo, o MIS passou a adotar novas abordagens teóricas e políticas, refletindo as mudanças nos modos de comunicação e sociabilidade e alinhando-se com as políticas nacionais de museus.
As tecnologias demarcam os tempos. Enquanto instituição de memória que lida cotidianamente com as tecnologias, o MIS Ceará vem explorando as possibilidades de articulação entre tempos, estimulando trocas de saberes e fazeres. Consciente das transformações, o Museu vem fomentando processos partilhados e colaborativos, promovendo (re)conexões.
Para a Gerência de Acervo e Pesquisa, ao celebrar a história do MIS-CE, a exposição reafirma seu compromisso com a inovação tecnológica e com a ampliação de seu alcance. Consolidando-se como um espaço de referência nacional no campo da preservação cultural audiovisual e digital, o museu convida os visitantes a conhecer, ressignificar e perpetuar as histórias que compõem o legado cultural cearense. A gerente de Acervo e Pesquisa do MIS-CE, Sandra Regina de Jesus avalia que "Imaginar os Cearás" é mais do que uma celebração. “É um convite para um diálogo contínuo entre o passado, o presente e o futuro, revelando as múltiplas camadas de memórias e identidades que fazem do Ceará um estado de singular pluralidade”, explica.
Dessa forma, a mostra propõe a relação entre as tecnologias milenares da oralidade e as contemporâneas, destacando como cidadãos e grupos sociais têm imaginado e constituído ideias de futuro. “Por meio de recursos audiovisuais e interativos, o público é convidado a revisitar a trajetória da instituição, explorando a riqueza de seu acervo e refletindo sobre a evolução das narrativas e memórias que moldam a identidade do estado”, destaca Sandra.
SERVIÇO:
Exposição “Imaginar os Cearás: Memórias e Tecnologias”
Local: andar -1 do Anexo.
Acesso gratuito.
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Funcionamento:
Quarta e quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30.
Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30.
Entrada: gratuita.
Acompanhe a programação completa no Instagram: @mis_ceara.
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