Com objetivo de contribuir para as políticas públicas de formação e manutenção de plateias, a segunda edição da pesquisa " Praticante Cultural - o espectador de teatro na cidade de Fortaleza " entrevistou 250 pessoas em novos teatros da cidade durante o mês de março de 2025.
Conduzido pelo pesquisador Caio Vidal, o estudo traçou o perfil do público a partir de dados demográficos, econômicos e sociais, incluindo informações sobre raça/cor, gênero, pessoas com deficiência, bairro, renda, profissão, meios de transporte e de comunicação. Também explorou as motivações e percepções sobre a experiência teatral.
Dentre os entrevistados, 98% afirmaram não possuir deficiência, contrastando com as metas de acessibilidade do Plano Nacional de Cultura. Sobre a divulgação, 52% conheceram a programação por meio de amigos e 36% por redes sociais, revelando falhas na comunicação institucional dos teatros. “Isso demonstra que a presença do público é motivada principalmente por vínculos afetivos e pelos temas sociais envolvidos nos espetáculos” explica Vidal. Entre os destaques, os professores representam 17% dos entrevistados, seguidos por estudantes (7%), apontando a importância da articulação entre arte e educação.
Para ele, a pesquisa reforça “a importância de dados concretos para avaliar políticas culturais e melhorar o acesso e a frutificação das artes cênicas na capital cearense” .
Os resultados apontam que " é preciso e urgente a promoção de pesquisas para a aferição dos planos de cultura, levantamento de dados para as tomadas de decisões das instituições teatrais e o desenvolvimento de ações e identificação de problemas. Até o Plano Nacional de Cultura se mostrou frágil quanto às aferições de suas metas ", conclui o pesquisador.
Esta edição dá continuidade às investigações sobre o perfil do espectador de teatro em Fortaleza. A primeira etapa da pesquisa foi realizada entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018, com a participação de 308 espectadores. Naquele período, os dados indicaram que o público era composto majoritariamente por jovens e adultos com idades entre 20 e 40 anos, com renda média entre um e dois períodos mínimos, demonstrando disposição para pagar pelo ingresso. Entre os entrevistados, 24,84% eram professores, seguidos por estudantes, o que representava 17,32% do total.
A pesquisa completa está no livro digital, no link da plataforma online:
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